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Estórias da História

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Mensagem por Vitor mango Sáb Set 20, 2014 2:03 am

Estórias da História
"Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la" - Cícero















sexta-feira, 19 de Setembro de 2014


19 de Setembro de 1851: Gustave Flaubert conclui o romance 'Madame Bovary'


O escritor francês Gustave Flaubert concluiu em 19 de Setembro de 1851 a obra Madame Bovary, à qual se dedicou durante quatro anos e meio. 

Flaubert nasceu em 1821. A sua juventude foi marcada pelo encontro com Madame Schlésinger, de quem faria menção no seu romance Educação sentimental (1869). Após breves estudos em Paris, sofre de uma doença mental que o obriga a permanecer na propriedade da família em Croisset, perto de Rouen. A doença, que o acompanhou até ao fim dos seus dias, permitiu-lhe  dedicar-se exclusivamente à literatura. 



Valeu-se da circunstância para concluir a primeira versão de Educação Sentimental. A lenda, baseada neste retiro literário, fez de  Flaubert uma espécie de beneditino das letras, conhecido pela sua grande cultura e exigências estéticas. No ponto de inflexão do romantismo ao realismo, publica Salammbô em 1862, depois Madame Bovary (1857), que lhe vale um processo por “ultraje à moral pública e religiosa e aos bons costumes”. Seguem-se Três contos (1877) eBouvard e Pécuchet editados postumamente (1881). 

O isolamento relativo não o impede de viajar e de ser um amigo fiel. Mantém correspondência volumosa, em especial com Louise Colet, a quem conhece em 1846 e que se torna sua amante até 1854, mas também com George Sand, Théophile Gautier e Guy de Maupassant. 

Flaubert é tido como o ícone da escola realista. É certo que, como Balzac, tem por objecto o estudo da realidade social e histórica. Preocupado em “mostrar a natureza tal como ela é”, alimenta a sua obra com uma considerável erudição. Consciente da complexidade da sua criação, rejeita o título redutor de líder do realismo. Os romances de Flaubert  desenrolam-se de facto segundo duas veias de inspiração antagónicas: uma acossada pela tentação romântica, outra estendida a um esforço em direcção ao realismo o mais absoluto. 

Flaubert considerava que a tenacidade era indispensável para se entregar ao trabalho longo e difícil de escritor, rompendo com a tradição do artista inspirado. O trabalho de elaboração consciente e pensada é percebido pelo leitor atento, a cada frase em que nada é deixado ao acaso. Além do mais, vale-se de uma ironia feroz, tanto a respeito de personagens excessivamente romanescos como Emma Bovary ou Frederic Moreau, quanto aos oportunistas sem escrúpulos como o farmecêutico Homais. 

Se a publicação de Madame Bovary em 1857 marcou época na história do romance universal, é porque não obedecia às regras tradicionais da narração. Flaubert refina a técnica de variação de visões, usando esse procedimento para dar uma visão do real não apenas única e organizada e sim múltipla,  complexa e subjectiva. É essa técnica que permite ao narrador mostrar com acuidade as ilusões de Emma e de denunciar com ironia mordaz a mediocridade e a autossuficiência dos pequenos burgueses provincianos. 


O suicídio de Emma, a desventura de Charles e do seu filho não pareceram uma punição suficiente para os detentores da moral: faltava a sanção da sociedade. Em 29 de Janeiro de 1857, após a publicação de Madame Bovary em folhetins na Revista de Paris, Flaubert foi intimado a responder a uma acusação de “irreligião e imoralidade”. O procurador foi Pinard, o mesmo que pouco antes havia condenado a colectânea Les Fleurs du mal de Charles Baudelaire. Ele é inocentado. 
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Estórias da História 640px-Flaubert-Giraud
Gustave Flaubert  - Retrato feito por Eugène Giraud

 Estórias da História 800px-MadameBovary03
O casamento de Emma e Charles -Ilustração de Alfred de Richemont para a edição de 1905 de Madame Bovary
Publicada por Carla Brito à(s) 06:23



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