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Ex-secretários expõem equívocos de Obama

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Mensagem por Vitor mango Dom Out 19, 2014 9:52 am

Ex-secretários expõem equívocos de Obama
Livros lançados em sequência por Hillary, Panetta e Gates questionam capacidade de decisão do democrata
por Flávia Barbosa / Correspondente
19/10/2014 7:00 / Atualizado 19/10/2014 8:29
Velhos tempos. Obama com sua equipe de segurança discutindo a crise no Paquistão em 2009: Gates (do lado esquerdo, no centro), Panetta (na direita, mais afastado do presidente) e Hillary hoje fazem críticas a decisões do antigo chefe - Pete SOUZA / AFP

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WASHINGTON — Acostumado a arder na fogueira das críticas inclementes da oposição republicana e de analistas conservadores, o presidente dos EUA, Barack Obama, chega ao fim do sexto ano de governo contando as feridas abertas pelo fogo amigo de ex-subordinados de primeiro escalão. Nas mais de mil páginas combinadas de suas autobiografias e nas entrevistas para promovê-las, ao longo de 2014 os ex-secretários de Defesa Leon Panetta e Robert Gates e de Estado Hillary Clinton dispararam grosso calibre contra o ex-chefe e seu círculo mais íntimo de assessores. Numa inédita sequência, os desabafos questionam o estilo de liderança de Obama e suas decisões em temas-chave, como a batalha orçamentária com o Congresso e as políticas para Iraque, Síria e Afeganistão.



Das penas e línguas afiadas de Panetta, Gates e Hillary, reforçadas pelas memórias do ex-embaixador em Bagdá Christopher Hill, emerge um presidente inteligente e bem-intencionado, mas distante e relutante, com dificuldades de confiar nos subordinados; que confere poder excessivo à equipe da Casa Branca; é refém da promessa de acabar com as guerras da era Bush; hesita no engajamento com adversários; e subordina várias escolhas aos cálculos de política doméstica.

Os relatos tornam difícil tratar as opiniões como maledicência de quem jogou a toalha, como Gates e Panetta, ou tem interesse em se distanciar dos fracassos do presidente, como Hillary, em pré-campanha para a nomeação democrata à Presidência em 2016. Há uma grande coincidência nas narrativas — temperadas com doses generosas de frustração.

Muito poder a assessores próximos

As estratégias para Iraque, Síria e Afeganistão reservam algumas das críticas mais ácidas a Obama. Hill, no livro “Outpost”, revela um governo desengajado no Iraque, que pouco agiu para influenciar o quadro político e neutralizar o sectarismo do ex-premier Nouri al-Maliki, que teria sido subestimado, e pecou por falta de coordenação entre gabinetes e por intervenções atabalhoadas.

Por exemplo, no debate sobre a lei eleitoral do Iraque, em 2009, as ligações feitas por Obama e o vice-presidente Joe Biden “aumentaram a percepção de que os EUA estavam muito desesperados pela aprovação da legislação para que as tropas pudessem ser retiradas”, minando a influência dos EUA, diz Hill.

Panetta também atribui à determinação de cumprir a promessa de acabar com as guerras do Oriente Médio o fiasco do Iraque após a retirada das tropas americanas, em 2011, que culminou no avanço assustador do Estado Islâmico e levou Obama a iniciar novo confronto na região. Ele diz, em “Worthy Fights” (“Lutas que valem a pena”), que a Casa Branca estava “determinada a se livrar do Iraque” e desprezou a avaliação militar de manter um pequeno contingente para “lidar com o ressurgimento da al-Qaeda e a violência sectária que tomou o país”.

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Gates, em “Duty” (“Dever”), faz avaliação semelhante sobre o Afeganistão. Afirma que Obama debateu opções militares sem consultar a Defesa, permitia o questionamento dos comandantes por assessores diretos, passava pitos em oficiais de alta patente que discordavam da fixação de data para o fim da operação, como o general David Petraeus, e desdenhava do ex-presidente afegão Hamid Karzai.

“Eu pensei: o presidente não confia em seu comandante, não acredita em sua própria estratégia. Para ele, tudo é uma questão de cair fora”, escreve Gates, que revelou ter chegado a limitar o acesso a informações sobre opções militares a assessores do Conselho de Segurança Nacional, como a hoje embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Powers, para conter o atropelamento do Pentágono.

A tensão entre o círculo íntimo de Obama — que inclui Biden e o ex-chefe do Conselho Tom Donilon — e o primeiro escalão é evidente nas biografias. Num trecho que levanta dúvidas sobre se o presidente utilizava seus auxiliares diretos para “mandar recados” aos secretários, Hillary conta em “Hard Choices” (“Escolhas Difíceis”) ter sido “doloroso” ver Richard Holbrook, seu escolhido para assuntos de Afeganistão e Iraque, ser fritado por jovens assessores “que reviravam os olhos” em sua presença. Ela o manteve no cargo após desafiar Obama, em conversa com auxiliares do presidente, a pedir a demissão do diplomata diretamente a ela.

No caso da Síria, Hillary e Panetta afirmam que foram duas das vozes internas mais dedicadas a convencer Obama da importância de armar parte da oposição
, de olho tanto na derrubada do presidente do país, o ditador Bashar al-Assad quanto na estabilidade regional. Animal político, Hillary limita-se a dizer na autobiografia que a decisão de não envolvimento — que provou-se equivocada e será uma pedra no sapato democrata em 2016 — foi de Obama. Nas entrevistas para promovê-la, porém, classificou o passo de “fracasso”, que permitiu “um grande vácuo, que os jihadistas agora ocuparam”.

Panetta acrescenta que o presidente também “vacilou” na reação ao uso de armas químicas por Assad. Obama anunciou e recuou de um ataque militar à Síria, o que, diz o ex-secretário, “foi um soco na credibilidade americana”, pois, quando o comandante em chefe “estabelece uma linha vermelha, é imperativo que aja se ela for ultrapassada”.

Vice-presidente sai em defesa do chefe

Para Hillary, de forma geral, falta a Obama uma política externa que tenha “princípios organizadores”, que tornariam os interesses americanos cristalinos e evitariam o dilema de “não fazer coisas estúpidas” — conceito que o presidente alega orientar seus movimentos no exterior.

As batalhas orçamentárias, que tiveram a Defesa como um de seus alvos, também renderam dissabores. Gates afirma que Obama “quebrou a confiança” ao tratar dos cortes na pasta. Panetta diz que o impasse de 2011 revelou “desdém” de Obama pelo Congresso. “Falta fogo” ao presidente, diz ele, e sobra “uma frustrante reticência a engajar adversários e obter apoio à sua causa”, o que Panetta considera a “mais notável fraqueza” de Obama.

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A Casa Branca evita polemizar. O porta-voz disse semana passada, quando o livro de Panetta saiu, que Obama deixa aos outros o julgamento sobre a conveniência do lançamento. É raro memórias do primeiro escalão virem à tona com o presidente no cargo. Dean Acheson, secretário de Estado de Harry Truman, levou 20 anos para publicar as suas. O diplomata-chefe Henry Kissinger esperou cinco anos para revisitar seu tempo com Richard Nixon.

Joe Biden, porém, não se conteve.

— Eu acho inapropriado que ex-autoridades, assim que deixem o governo, escrevam livros — disse o vice de Obama. — Realmente acho inapropriado. Ao menos deem ao cara a chance de deixar o cargo.

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Vitor mango
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