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Indícios de corrupção são anteriores ao mandato de primeiro-ministro, diz advogado

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Indícios de corrupção são anteriores ao mandato de primeiro-ministro, diz advogado Empty Indícios de corrupção são anteriores ao mandato de primeiro-ministro, diz advogado

Mensagem por Vitor mango Sex Jan 30, 2015 12:48 am

Indícios de corrupção são anteriores ao mandato de primeiro-ministro, diz advogado
João Araújo, advogado de José Sócrates, defendeu que o despacho que fundamentou a detenção do ex-primeiro-ministro não contém "um único facto que aponte corrupção".
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Lusa |
23:50 Quinta feira, 29 de janeiro de 2015
Um dos advogados de José Sócrates, João Araújo, dirigiu críticas ao procurador-geral adjunto, numa entrevista à TVI
Um dos advogados de José Sócrates, João Araújo, dirigiu críticas ao procurador-geral adjunto, numa entrevista à TVI / Lusa

João Araújo, um dos advogados de José Sócrates, revelou esta quinta-feira que os indícios de corrupção que estão no processo contra o ex-primeiro-ministro, detido em Évora, dizem respeito a um período anterior ao desempenho do cargo de chefe do Governo.

Entrevistado na TVI, João Araújo foi perentório ao afirmar que "a janela temporal [a que se referem os alegados crimes de corrupção constantes do processo] não bate certo com José Sócrates primeiro-ministro".

Desafiado a esclarecer se os factos foram praticados "antes ou depois" de Sócrates desempenhar as funções de primeiro-ministro, o advogado respondeu: "Antes". João Araújo disse ainda que o despacho com 236 páginas, que fundamentou a detenção de Sócrates, não contém "um único facto que aponte corrupção".

O advogado sustentou que, apesar de neste processo "a corrupção ser o pai de todos os crimes", não existe nada de concreto no despacho. "Corrupção não é uma alcunha, não é um apelido, é um tipo de crime."

João Araújo admitiu estar a violar o segredo de justiça apenas para responder às questões que são colocadas nalguns jornais contra o seu constituinte, como a ideia de que "a defesa de Sócrates admitiu que o dinheiro de Carlos Santos Silva era seu". "Isso está desmentidíssimo. O dinheiro é do engenheiro Carlos Santos Silva. Não vejo quais os factos que levam à conclusão de que o dinheiro é do engenheiro José Sócrates", salientou.

O advogado revelou, por outro lado, que Sócrates "pretende constituir-se assistente" no "rigoroso inquérito" que foi anunciado pela procuradora-geral da República sobre as violações do segredo de justiça no âmbito do processo que justifica a sua detenção.

"O engenheiro José Sócrates pediu para ser ouvido nesse inquérito, porque há factos que gostaria de expor, quer constituir-se como assistente, quer intervir no processo", adiantou. João Araújo dirigiu fortes críticas ao procurador-geral adjunto "dono do processo", sobretudo por não conseguir impedir as sistemáticas violações do segredo de justiça.

No âmbito do recurso que entregou no tribunal da Relação de Lisboa no passado dia 19 de dezembro, João Araújo disse "acreditar" na justiça e na libertação do ex-primeiro-ministro. "Acredito que os senhores desembargadores vão olhar para o recurso e vão libertar o engenheiro José Sócrates", concluiu.

O ex-primeiro ministro está detido no estabelecimento prisional de Évora há cerca de dois meses, indiciado dos crimes de branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e corrupção. Em causa está a alegada ocultação ilícita de património e transações financeiras de milhões de euros.

O processo judicial envolve outros arguidos, incluindo Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data de Sócrates, que se encontra igualmente em prisão preventiva.
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