De volta à Palestina, Banksy colore os escombros da Faixa de Gaza em vídeo
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De volta à Palestina, Banksy colore os escombros da Faixa de Gaza em vídeo
De volta à Palestina, Banksy colore os escombros da Faixa de Gaza em vídeo
Patrícia Dichtchekenian | São Paulo - 26/02/2015 - 20h05
Artista britânico usa restos de edifícios destruídos na última operação militar israelense como tela para elaborar obras críticas à condição do enclave palestino
Embora ninguém saiba sua identidade, o grafiteiro inglês Bansky é um dos artistas mais renomados do mundo, conhecido também por seu ativismo na causa palestina. Na noite de quarta-feira (25/02), ele divulgou um vídeo que apresenta seus recentes trabalhos nos escombros da Faixa de Gaza.
Por meio de grafites e estêncils, o britânico usou as paredes do enclave palestino em plena destruição como tela de protesto contra a última ofensiva israelense, que aconteceu em meados de 2014. Intitulada “Margem Protetora”, a operação militar resultou na morte de mais de 2 mil palestinos e desmantelou quase 18 mil residências.
Reprodução
"O gato encontrou alguma coisa para brincar. E as nossas crianças?", interroga um palestino no vídeo ao observar o grafite
Divulgado em sua página oficial no YouTube, o vídeo é repleto de sarcasmos e ironias, a começar pelo título: "Faça deste ano o que você conhecerá um novo destino”. Com o uso de expressões de marketing turístico, Banksy descreve nas legendas o cotidiano dos palestinos de forma cínica, em seguida com uma explicação realista entre parêntesis:
Bem vindo à Gaza. Aqui é bem longe das rotas turísticas (o acesso é por meio de uma rede de túneis ilegais). Os locais gostam tanto daqui que nunca querem ir embora (porque eles não têm permissão para isso). Está aninhada em um campo exclusivo (circundado por um muro de três lados e uma linha de barcos armados de outro). É observada por vizinhos amigáveis (em 2014, a Operação Margem Protetora destruiu 18 mil lares). Oportunidades de desenvolvimento estão em todos os lugares (cimento foi proibido de entrar em Gaza desde o bombardeio).
Grafite mostra crianças brincando de balanço, sustentadas por uma das torres de vigilância instaladas ao redor do muro da Cisjordânia
Além de denunciar o extermínio, o abandono e a falta de recursos do local, a produção apresenta as novas obras do artista e termina com uma frase grafitada em vermelho, aludindo ao sangue palestino: “Se lavarmos as mãos dos conflitos entre os poderosos e os que não têm poder, nós nos colocaremos ao lado dos poderosos – e não nos mantemos neutros.”
Esta não é a primeira viagem de Bansky aos territórios palestinos. Um dos principais tours que o artista realizou na região foi em 2005, na Cisjordânia. Lá, ele aproveitou para grafitar o “muro do apartheid”, construção criticada por autoridades e entidades internacionais que começou a ser realizada por Israel em 2002 para separar seu Estado da região controlada pela Autoridade Palestina.
Outra obra polêmica de Bansky em relação à Palestina é datada de 2012, quando elaborou um cartão de Natal que apresenta a tradicional cena bíblica em que José e Maria caminham em direção à Belém, onde Jesus nasceria, mas são bloqueados pelo extenso muro que interrompe o seu trajeto:
Reprodução
Artista inglês dá seu toque à data religiosa, lembrando que Cristo não poderia ter nascido no estábulo na cidade pales
Patrícia Dichtchekenian | São Paulo - 26/02/2015 - 20h05
Artista britânico usa restos de edifícios destruídos na última operação militar israelense como tela para elaborar obras críticas à condição do enclave palestino
Embora ninguém saiba sua identidade, o grafiteiro inglês Bansky é um dos artistas mais renomados do mundo, conhecido também por seu ativismo na causa palestina. Na noite de quarta-feira (25/02), ele divulgou um vídeo que apresenta seus recentes trabalhos nos escombros da Faixa de Gaza.
Por meio de grafites e estêncils, o britânico usou as paredes do enclave palestino em plena destruição como tela de protesto contra a última ofensiva israelense, que aconteceu em meados de 2014. Intitulada “Margem Protetora”, a operação militar resultou na morte de mais de 2 mil palestinos e desmantelou quase 18 mil residências.
Reprodução
"O gato encontrou alguma coisa para brincar. E as nossas crianças?", interroga um palestino no vídeo ao observar o grafite
Divulgado em sua página oficial no YouTube, o vídeo é repleto de sarcasmos e ironias, a começar pelo título: "Faça deste ano o que você conhecerá um novo destino”. Com o uso de expressões de marketing turístico, Banksy descreve nas legendas o cotidiano dos palestinos de forma cínica, em seguida com uma explicação realista entre parêntesis:
Bem vindo à Gaza. Aqui é bem longe das rotas turísticas (o acesso é por meio de uma rede de túneis ilegais). Os locais gostam tanto daqui que nunca querem ir embora (porque eles não têm permissão para isso). Está aninhada em um campo exclusivo (circundado por um muro de três lados e uma linha de barcos armados de outro). É observada por vizinhos amigáveis (em 2014, a Operação Margem Protetora destruiu 18 mil lares). Oportunidades de desenvolvimento estão em todos os lugares (cimento foi proibido de entrar em Gaza desde o bombardeio).
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ReproduçãoGrafite mostra crianças brincando de balanço, sustentadas por uma das torres de vigilância instaladas ao redor do muro da Cisjordânia
Além de denunciar o extermínio, o abandono e a falta de recursos do local, a produção apresenta as novas obras do artista e termina com uma frase grafitada em vermelho, aludindo ao sangue palestino: “Se lavarmos as mãos dos conflitos entre os poderosos e os que não têm poder, nós nos colocaremos ao lado dos poderosos – e não nos mantemos neutros.”
Esta não é a primeira viagem de Bansky aos territórios palestinos. Um dos principais tours que o artista realizou na região foi em 2005, na Cisjordânia. Lá, ele aproveitou para grafitar o “muro do apartheid”, construção criticada por autoridades e entidades internacionais que começou a ser realizada por Israel em 2002 para separar seu Estado da região controlada pela Autoridade Palestina.
Outra obra polêmica de Bansky em relação à Palestina é datada de 2012, quando elaborou um cartão de Natal que apresenta a tradicional cena bíblica em que José e Maria caminham em direção à Belém, onde Jesus nasceria, mas são bloqueados pelo extenso muro que interrompe o seu trajeto:
Reprodução
Artista inglês dá seu toque à data religiosa, lembrando que Cristo não poderia ter nascido no estábulo na cidade pales
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