relações entre Portugal e a Etiópia
Página 1 de 1
relações entre Portugal e a Etiópia
Etiópia
Há dias, ao olhar o catálogo da exposição - que imagino excelente! - organizada sob o patrocínio do embaixador português em Adis Abeba, António Luís Cotrim, sobre a fase contemporânea das relações entre Portugal e a Etiópia, que agora fazem 500 anos (!), descobri, na respetiva capa, a fotografia que me faltava. Eu explico.
O anedotário popular português durante a ditadura, era feito de pequenas historietas, que se pretendiam ridicularizadoras do regime e das suas figuras. Vistas à luz do humor de hoje, essas graças têm uma inocuidade quase infantil. Mas, à época, repetidas à boca pequena nos empregos e nos cafés, constituiam-se como um subtil discurso de resistência, denegridor da seriedade formal com que as personagens do poder sempre gostam de se revestir.
Uma dessas anedotas dizia respeito à chegada a Portugal, em 26 de julho de 1959, do imperador da Etiópia, Hailé Selassié. Esta visita de Estado, integrada numa frustrada sedução de líderes "do sul" para amenizar a pressão internacional sobre a política colonial portuguesa, processava-se cerca de um ano depois da grande "chapelada" eleitoral que havia colocado o contra-almirante Américo Tomaz no palácio de Belém. O sufrágio havia sido comprovadamente recheado de fraudes, o que, para muitos, terá inviabilizado a eleição do candidato opositor, o general Humberto Delgado. Por essa razão, a legitimidade política de Tomaz, como presidente, era, à época, ainda muito contestada em largos setores portugueses.
O Negus, com um capacete esplendoroso coberto de penas, foi recebido no Cais das Colunas, em Lisboa, em "grande estadão", pelo novo presidente da República, este com o "bicórnio" de gala. E é assim que a pequena "história" humorística regista o que teria sido o primeiro contacto entre os dois:
- Eu sou Américo Tomaz, presidente de Portugal.
- Eu Selassié (leia-se "sei lá se é")...
*Até agora, não tinha conseguido a fotografia ilustrativa do momento caricaturado. Ela aqui fica agora, imagino que extraída dos arquivos etíopes.
Publicado por Francisco Seixas da Costa à(s) 01:01 1 comentário:
sábado, 18 de abril de 2015
..
Há dias, ao olhar o catálogo da exposição - que imagino excelente! - organizada sob o patrocínio do embaixador português em Adis Abeba, António Luís Cotrim, sobre a fase contemporânea das relações entre Portugal e a Etiópia, que agora fazem 500 anos (!), descobri, na respetiva capa, a fotografia que me faltava. Eu explico.
O anedotário popular português durante a ditadura, era feito de pequenas historietas, que se pretendiam ridicularizadoras do regime e das suas figuras. Vistas à luz do humor de hoje, essas graças têm uma inocuidade quase infantil. Mas, à época, repetidas à boca pequena nos empregos e nos cafés, constituiam-se como um subtil discurso de resistência, denegridor da seriedade formal com que as personagens do poder sempre gostam de se revestir.
Uma dessas anedotas dizia respeito à chegada a Portugal, em 26 de julho de 1959, do imperador da Etiópia, Hailé Selassié. Esta visita de Estado, integrada numa frustrada sedução de líderes "do sul" para amenizar a pressão internacional sobre a política colonial portuguesa, processava-se cerca de um ano depois da grande "chapelada" eleitoral que havia colocado o contra-almirante Américo Tomaz no palácio de Belém. O sufrágio havia sido comprovadamente recheado de fraudes, o que, para muitos, terá inviabilizado a eleição do candidato opositor, o general Humberto Delgado. Por essa razão, a legitimidade política de Tomaz, como presidente, era, à época, ainda muito contestada em largos setores portugueses.
O Negus, com um capacete esplendoroso coberto de penas, foi recebido no Cais das Colunas, em Lisboa, em "grande estadão", pelo novo presidente da República, este com o "bicórnio" de gala. E é assim que a pequena "história" humorística regista o que teria sido o primeiro contacto entre os dois:
- Eu sou Américo Tomaz, presidente de Portugal.
- Eu Selassié (leia-se "sei lá se é")...
*Até agora, não tinha conseguido a fotografia ilustrativa do momento caricaturado. Ela aqui fica agora, imagino que extraída dos arquivos etíopes.
Publicado por Francisco Seixas da Costa à(s) 01:01 1 comentário:
sábado, 18 de abril de 2015
..
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Tópicos semelhantes
» Relações entre Portugal e Espanha em debate a partir...
» Biblioteca Nacional comemora 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia
» "Não há lugar para vincular as relações bilaterais entre Israel e da União Europeia para as relações entre Israel e os palestinos",
» Conflito complica política entre Israel e árabes Ambiente de confrontos envenena relações entre israelenses e seus vizinhos na região Gustavo Chacra - O Estado de S. Paulo
» Relações entre EUA e Israel são sólidas e duradouras...
» Biblioteca Nacional comemora 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia
» "Não há lugar para vincular as relações bilaterais entre Israel e da União Europeia para as relações entre Israel e os palestinos",
» Conflito complica política entre Israel e árabes Ambiente de confrontos envenena relações entre israelenses e seus vizinhos na região Gustavo Chacra - O Estado de S. Paulo
» Relações entre EUA e Israel são sólidas e duradouras...
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos