Só oito por cento dos médicos prescrevem medicamentos para deixar de fumar 16.11.2008
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Só oito por cento dos médicos prescrevem medicamentos para deixar de fumar 16.11.2008
Só oito por cento dos médicos prescrevem medicamentos para deixar de fumar
16.11.2008 - 14h18 Lusa
Apenas oito por cento dos médicos de família prescrevem medicamentos para deixar de fumar, revelam dados da consultora “IMS Health” que confirmam a preocupação de alguns especialistas com a falta de formação dos clínicos para travar o tabagismo. Os dados foram recolhidos entre Julho de 2007 e Junho de 2008 junto de médicos de clínica geral em Portugal e, na opinião da pneumologista Cecília Pardal, responsável pela consulta de cessação tabágica do Hospital Amadora-Sintra, mostram que os clínicos precisam de mais formação.
Apesar de acreditar que os números são mais negros do que a realidade, a médica admitiu que há "uma grande lacuna nas faculdades" no que diz respeito à formação dos clínicos para lidarem com o tabagismo. "Os médicos não estão treinados para promover a cessação. Não há nada nas escolas que ensine os médicos a trabalhar nesta área", disse, por seu lado, o especialista sueco Karl Fageström, em Lisboa para participar num encontro internacional sobre estratégias clínicas de luta contra a dependência do tabaco que juntou 250 especialistas.
Em vésperas do Dia do Não Fumador, que se assinala amanhã, o mesmo especialista disse que "o grande desafio para a medicina na área do tabaco é a cessação". Para Fageström, "é importante que os médicos saibam se os seus doentes fumam, o que nem sempre acontece". Depois, é importante aconselhar o doente a deixar de fumar e, finalmente, o médico deve ajudar o paciente a abandonar o vício, nomeadamente com recurso a medicamentos.
O investigador, que há mais de 30 anos desenvolveu um questionário que é hoje utilizado por médicos em todo o mundo para aferir o grau de dependência de um fumador, lembrou que muitos clínicos ainda consideram que estão a invadir a vida privada do doente quando lhe perguntam se fuma, além de terem pouco tempo para aconselhar o paciente.
Para envolver mais os clínicos na luta contra o tabagismo, Fageström e Cecília Pardal advogam que as Universidades incluam formação na área da cessação tabágica.
"Se não passar pelas faculdades, haverá sempre uma lacuna", defende a médica portuguesa. Outras propostas são remunerar o tempo que os médicos despendem em aconselhamento de fumadores e comparticipar os medicamentos para deixar de fumar, até porque, defende o especialista sueco, não comparticipar é passar a mensagem de que a dependência do tabaco não é uma doença como as outras, de que não é tão grave.
Comparticipação
Cecília Pardal lembra que os portugueses "não estão mentalmente preparados" para gastar tanto dinheiro em medicamentos para deixar de fumar e admite mesmo que muitas vezes os médicos prescrevem os tratamentos e os doentes acabam por não os levantar na farmácia "por causa do preço". Questionado recentemente sobre a possibilidade de comparticipação de medicamentos, o director-geral da Saúde, Francisco George, referiu não haver qualquer proposta nesse sentido e defendeu que deixar de fumar é "um ganho imediato em poucos dias".
O mesmo responsável admitiu em Setembro que a Lei do Tabaco, em vigor desde o início deste ano, tem uma lacuna. É que a lei prevê consultas para deixar de fumar em todos os centros de saúde, mas "não há médicos especialistas" nessa área. Francisco George afirmou que proporá a alteração da lei, porque todos os clínicos devem saber se os seus pacientes fumam e aconselhá-los a deixar o tabaco. George lembrou ainda existir um guia de orientação e formação para os profissionais de saúde.
As multas para quem fumar em espaços fechados e fora das zonas previstas para fumadores oscilam entre os 50 e os 750 euros e entre os 50 e os mil euros para os proprietários de estabelecimentos privados e órgãos directivos dos serviços da Administração Pública que não cumpram a legislação. A nova legislação proíbe ainda a venda de tabaco a menores de 18 anos e deixa de autorizar que as próprias máquinas de venda automática façam publicidade aos cigarros.
Um estudo realizado recentemente por Lourdes Barradas, do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, revela que apenas sete por cento dos fumadores que tentam deixar o vício sem ajuda médica se mantêm abstinentes ao fim de um ano. Nas consultas de cessação tabágica, um quarto dos fumadores consegue deixar de o ser.
Em Portugal, mais de 1,8 milhões de portugueses são fumadores, de acordo com o último Inquérito Nacional de Saúde, realizado em 2005/06 pelo Instituto Ricardo Jorge e Instituto Nacional de Estatística. A Organização Mundial de Saúde garante que o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. As doenças provocadas pelo tabaco são anualmente responsáveis pela morte de cerca de cinco milhões de pessoas, um número que deverá duplicar em 2030 se a epidemia não for travada.
16.11.2008 - 14h18 Lusa
Apenas oito por cento dos médicos de família prescrevem medicamentos para deixar de fumar, revelam dados da consultora “IMS Health” que confirmam a preocupação de alguns especialistas com a falta de formação dos clínicos para travar o tabagismo. Os dados foram recolhidos entre Julho de 2007 e Junho de 2008 junto de médicos de clínica geral em Portugal e, na opinião da pneumologista Cecília Pardal, responsável pela consulta de cessação tabágica do Hospital Amadora-Sintra, mostram que os clínicos precisam de mais formação.
Apesar de acreditar que os números são mais negros do que a realidade, a médica admitiu que há "uma grande lacuna nas faculdades" no que diz respeito à formação dos clínicos para lidarem com o tabagismo. "Os médicos não estão treinados para promover a cessação. Não há nada nas escolas que ensine os médicos a trabalhar nesta área", disse, por seu lado, o especialista sueco Karl Fageström, em Lisboa para participar num encontro internacional sobre estratégias clínicas de luta contra a dependência do tabaco que juntou 250 especialistas.
Em vésperas do Dia do Não Fumador, que se assinala amanhã, o mesmo especialista disse que "o grande desafio para a medicina na área do tabaco é a cessação". Para Fageström, "é importante que os médicos saibam se os seus doentes fumam, o que nem sempre acontece". Depois, é importante aconselhar o doente a deixar de fumar e, finalmente, o médico deve ajudar o paciente a abandonar o vício, nomeadamente com recurso a medicamentos.
O investigador, que há mais de 30 anos desenvolveu um questionário que é hoje utilizado por médicos em todo o mundo para aferir o grau de dependência de um fumador, lembrou que muitos clínicos ainda consideram que estão a invadir a vida privada do doente quando lhe perguntam se fuma, além de terem pouco tempo para aconselhar o paciente.
Para envolver mais os clínicos na luta contra o tabagismo, Fageström e Cecília Pardal advogam que as Universidades incluam formação na área da cessação tabágica.
"Se não passar pelas faculdades, haverá sempre uma lacuna", defende a médica portuguesa. Outras propostas são remunerar o tempo que os médicos despendem em aconselhamento de fumadores e comparticipar os medicamentos para deixar de fumar, até porque, defende o especialista sueco, não comparticipar é passar a mensagem de que a dependência do tabaco não é uma doença como as outras, de que não é tão grave.
Comparticipação
Cecília Pardal lembra que os portugueses "não estão mentalmente preparados" para gastar tanto dinheiro em medicamentos para deixar de fumar e admite mesmo que muitas vezes os médicos prescrevem os tratamentos e os doentes acabam por não os levantar na farmácia "por causa do preço". Questionado recentemente sobre a possibilidade de comparticipação de medicamentos, o director-geral da Saúde, Francisco George, referiu não haver qualquer proposta nesse sentido e defendeu que deixar de fumar é "um ganho imediato em poucos dias".
O mesmo responsável admitiu em Setembro que a Lei do Tabaco, em vigor desde o início deste ano, tem uma lacuna. É que a lei prevê consultas para deixar de fumar em todos os centros de saúde, mas "não há médicos especialistas" nessa área. Francisco George afirmou que proporá a alteração da lei, porque todos os clínicos devem saber se os seus pacientes fumam e aconselhá-los a deixar o tabaco. George lembrou ainda existir um guia de orientação e formação para os profissionais de saúde.
As multas para quem fumar em espaços fechados e fora das zonas previstas para fumadores oscilam entre os 50 e os 750 euros e entre os 50 e os mil euros para os proprietários de estabelecimentos privados e órgãos directivos dos serviços da Administração Pública que não cumpram a legislação. A nova legislação proíbe ainda a venda de tabaco a menores de 18 anos e deixa de autorizar que as próprias máquinas de venda automática façam publicidade aos cigarros.
Um estudo realizado recentemente por Lourdes Barradas, do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, revela que apenas sete por cento dos fumadores que tentam deixar o vício sem ajuda médica se mantêm abstinentes ao fim de um ano. Nas consultas de cessação tabágica, um quarto dos fumadores consegue deixar de o ser.
Em Portugal, mais de 1,8 milhões de portugueses são fumadores, de acordo com o último Inquérito Nacional de Saúde, realizado em 2005/06 pelo Instituto Ricardo Jorge e Instituto Nacional de Estatística. A Organização Mundial de Saúde garante que o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. As doenças provocadas pelo tabaco são anualmente responsáveis pela morte de cerca de cinco milhões de pessoas, um número que deverá duplicar em 2030 se a epidemia não for travada.
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Só oito por cento dos médicos prescrevem medicamentos para deixar de fumar 16.11.2008
Nao deve faltar muito tempo para os XUXAS MUNDIAIS proibirem o fumo em CASA de cada um !!!! aguarde-mos!!! a MIM NAO ME AFECTA , PAREI DE FUMAR EM 1986!!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: Só oito por cento dos médicos prescrevem medicamentos para deixar de fumar 16.11.2008
RONALDO ALMEIDA escreveu:Nao deve faltar muito tempo para os XUXAS MUNDIAIS proibirem o fumo em CASA de cada um !!!! aguarde-mos!!! a MIM NAO ME AFECTA , PAREI DE FUMAR EM 1986!!!!
Você esquece-se sempre de qualquer coisa. Que o grande movimento mundial imponde medidas de penalização ao tabaco nasceram nos EUA. Com um fanatismo primário. É tão esquecido este Ron...
O dedo na ferida- Pontos : 0
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