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A infanta D. Isabel, filha de D. João I e D. Filipa de Lencastre

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Mensagem por Vitor mango Dom Ago 02, 2015 10:43 am

O poder no feminino
A infanta D. Isabel, filha de D. João I e D. Filipa de Lencastre Si182-6263
A infanta D. Isabel, filha de D. João I e D. Filipa de Lencastre, foi, pelo seu casamento e sobretudo por mérito próprio, um “peso pesado” da política europeia no século XV. A nossa amnésia nacional já a esqueceu, mas, no estrangeiro, continuam a publicar livros sobre esta extraordinária duquesa de Borgonha.
Um desses livros foi publi­ca­do ainda bem recente­mente, em 2004: intitula-se Moy, Isabelle du Por­tugal, Mère de Charles Dit le Té­méraire e a sua autora é Marie-Françoise Barbot. Mas podere­mos citar ainda, entre outros, Isa­bel of Burgundy – The Duchess Who Played Politics in the Age of Joan of Arc, de Aline S. Taylor.

Qual a razão de tal interesse por parte de historiadores ou simples estudiosos? Talvez o facto de D. Isa­bel ter sido, como se afirma no livro de A.S. Taylor, “uma mu­lher do Renascimento num mundo medieval”; e, certamente, um ou­tro facto: o muito considerável po­der que ela deteve nas suas mãos, mesmo, ou sobretudo, em vi­da do seu marido, o duque de Borgonha, e isto em pleno século XV. Com efeito, durante mais de duas décadas, exerceu uma enorme influência em toda a política in­terna e externa da Borgonha, que era, então, um verdadeiro po­tentado europeu, embora estives­se nominalmente sob a suserania do rei de França. Para nós, acres­ce ainda que a ação desta prin­cesa teve efeitos diretos em Portugal.

D. Isabel nasceu em Évora, em 1397: foi o sétimo parto da rai­nha Filipa de Lencastre e era a única menina daquela ilustre ge­ra­ção – se não considerarmos uma outra, D. Branca, que mor­reu em criança. Em 1428, Filipe III, o Bom, duque de Borgonha, con­de de Flandres e senhor de ou­tros vastos domínios, enviou a Portugal uma embaixada para pe­dir a infanta em casamento. Filipe fora já casado duas vezes, com Michèle de França e Bonne de Artois, mas nenhuma lhe dera fi­lhos. Isabel de Portugal assegu­ra­va uma maior proximidade com a Casa de Lancaster, com a In­glaterra, o que convinha ao duque para enfrentar Carlos VII de Fran­ça; além disso, era bonita e o seu dote era elevado… Só vantagens, portanto.

Festas sumptuosas

Na embaixada de Borgonha vi­nha o célebre pintor flamengo Jan van Eyck, que executou o re­tra­to da infanta, para ser enviado ao duque. A noiva partiu um ano mais tarde, numa armada de 39 navios – embora haja ainda dú­vi­das quanto a datas: uns histo­ria­dores situam o matrimónio em 1429, outros em 1430. De qual­quer modo, as festas que se realizaram em Bruges foram sump­tuosas e, para assinalar o acon­tecimento, Filipe de Borgo­nha criou a Ordem do Tosão de Ouro, que se tornaria na ordem de cavalaria mais prestigiada da Eu­ro­pa.

O primeiro dever da nova du­que­sa seria, evidentemente, dar her­deiros ao duque e ela cumpriu esse dever: deu-lhe três fi­lhos, embora só o terceiro tenha chega­do à idade adulta – foi o muito fa­moso Carlos, o Temerário. Mas Isa­bel não se ficou por aqui: era de­ma­siado inteligente, demasiado hábil e demasiado enérgica para se remeter ao papel de espo­sa passiva. E a época exigia inte­li­gên­cia, habilidade e energia: es­ta­va-se ainda em plena Guerra dos Cem Anos e a Borgonha era cha­mada a desempenhar um papel importante.

Nestas circunstâncias, D. Isabel re­ve­lou-se uma preciosa auxiliar do marido, quer regendo os vários do­mí­nios na sua ausência, quer as­su­mindo diretamente o papel de negociadora em conversações di­fí­ceis e delicadas com a França e com a Inglaterra; nomeadamente, foi ela quem conseguiu levar os Ingleses a libertarem o duque de Orleães, que estava preso desde a batalha de Azincourt. Não lhe terá sido fácil manter a harmonia entre o marido e o fi­lho, quando este cresceu, tanto mais que Carlos tinha um tempe­ra­mento violento. No entanto, D. Isabel conseguiu exercer sobre ele uma forte influência, pelo menos até se retirar da política ativa. Ao mesmo tempo, fomentava a cul­tu­ra e rodeava-se de artistas e de poetas.

 
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