O plano de Putin
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O plano de Putin
Jogos sem fronteiras
Vladimir Putin está focado na Síria para vencer na Ucrânia. Senão vejamos. Tal como fez o Irão, a única forma de forçar o alívio ou o fim das sanções internacionais é provar a sua indispensabilidade na resolução de crises sistémicas. O Irão mostrou-se indispensável na estabilidade do Iraque e na luta terrestre contra o ISIS, jogando em paralelo com a hipótese de uma nuclearização absolutamente desestabilizadora no Médio Oriente. Com isso, e com um presidente mais diplomático que o anterior, chegou a um compromisso com o Ocidente que torna plausível o fim da erosão económica por via do fim das sanções em troca do desanuviamento nuclear. Esse compromisso mostra também que o Ocidente preferiu reconhecer o estatuto regional do Irão a perdê-lo de vez num isolamento que agradava a Israel e à Arábia Saudita. Putin quer fazer o mesmo percurso. Há um ano percebeu a distração europeia e o desinteresse americano com a Ucrânia e em dois tempos recuperou a Crimeia e motivou o secessionismo em parte do Leste do país. Isso chega-lhe para se mostrar indispensável na política europeia e imprescindível para a estabilidade de uma ordem regional até agora liderada pelos EUA. A evolução do caos do Médio Oriente para a Europa contribuiu para essa projeção, expondo a ameaça inerente ao trânsito terrorista em redor da Turquia, país que liga o Mediterrâneo ao mar Negro. Ou seja, o tempo e o modo favorecem Putin na Ucrânia e na Síria se conseguir ligar os seus fios. Para isso precisa de projetar a ameaça do ISIS como denominador internacional de forma a parecer que lidera uma coligação de vontades, incluindo mesmo os EUA. Com apoios no Médio Oriente e Europa consegue encurralar Obama e regressar à Ucrânia com outra vantagem para negociar as sanções e travar o avanço logístico da NATO a leste. Quem disse que Putin tinha os dias contados na política internacional tem de rever a sua posição.
O plano de Putin
por BERNARDO PIRES DE LIMAHojeVladimir Putin está focado na Síria para vencer na Ucrânia. Senão vejamos. Tal como fez o Irão, a única forma de forçar o alívio ou o fim das sanções internacionais é provar a sua indispensabilidade na resolução de crises sistémicas. O Irão mostrou-se indispensável na estabilidade do Iraque e na luta terrestre contra o ISIS, jogando em paralelo com a hipótese de uma nuclearização absolutamente desestabilizadora no Médio Oriente. Com isso, e com um presidente mais diplomático que o anterior, chegou a um compromisso com o Ocidente que torna plausível o fim da erosão económica por via do fim das sanções em troca do desanuviamento nuclear. Esse compromisso mostra também que o Ocidente preferiu reconhecer o estatuto regional do Irão a perdê-lo de vez num isolamento que agradava a Israel e à Arábia Saudita. Putin quer fazer o mesmo percurso. Há um ano percebeu a distração europeia e o desinteresse americano com a Ucrânia e em dois tempos recuperou a Crimeia e motivou o secessionismo em parte do Leste do país. Isso chega-lhe para se mostrar indispensável na política europeia e imprescindível para a estabilidade de uma ordem regional até agora liderada pelos EUA. A evolução do caos do Médio Oriente para a Europa contribuiu para essa projeção, expondo a ameaça inerente ao trânsito terrorista em redor da Turquia, país que liga o Mediterrâneo ao mar Negro. Ou seja, o tempo e o modo favorecem Putin na Ucrânia e na Síria se conseguir ligar os seus fios. Para isso precisa de projetar a ameaça do ISIS como denominador internacional de forma a parecer que lidera uma coligação de vontades, incluindo mesmo os EUA. Com apoios no Médio Oriente e Europa consegue encurralar Obama e regressar à Ucrânia com outra vantagem para negociar as sanções e travar o avanço logístico da NATO a leste. Quem disse que Putin tinha os dias contados na política internacional tem de rever a sua posição.
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