Ferreira Fernandes Há geoestratégia a mais e gritos simples a menos Pub
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Há geoestratégia a mais e gritos simples a menos
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Há dias, um indivíduo ameaçava com navalha, numa estação do metro londrino, enquanto berrava e esfaqueava um homem: "Isto é pela Síria." Nesse momento, John, de 39 anos, outro londrino, entrava na estação. Ele viu o ataque, ouviu os berros, mas não os entendeu, ficou com medo - "nunca antes vi tamanha violência" - e ficou também indignado. Gritou: "Tu não és muçulmano, mano! Tu não és muçulmano!" A frase foi filmada em vídeo, colocada no YouTube e foi muito citada no Twitter. Os jornais ingleses, ontem, escreviam o que o primeiro--ministro David Cameron achava da frase: "Era o que devia ter sido dito." John não é muçulmano nem percebeu que os gritos do terrorista reclamavam uma causa árabe. John presumiu-o muçulmano porque "ele tinha aparência de muçulmano". Depois dessa generalização, causa de todo o racismo - e num contexto que poderia indiciar ainda mais racismo: o homem aterrorizava, logo era muçulmano -, John percorreu exatamente o caminho inverso. Pensou que os muçulmanos que ele conhecia não eram o terrorista que ele via. E foi isso que, num grito, John quis que o terrorista soubesse... John não é um herói, não saltou para o terrorista, esperou que dois guardas o neutralizassem - e ainda hoje esconde o nome de família. O que John é é a revelação, na nossa Europa, dum patamar mais nobre e mais eficaz da luta contra o islamismo radical.
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Há dias, um indivíduo ameaçava com navalha, numa estação do metro londrino, enquanto berrava e esfaqueava um homem: "Isto é pela Síria." Nesse momento, John, de 39 anos, outro londrino, entrava na estação. Ele viu o ataque, ouviu os berros, mas não os entendeu, ficou com medo - "nunca antes vi tamanha violência" - e ficou também indignado. Gritou: "Tu não és muçulmano, mano! Tu não és muçulmano!" A frase foi filmada em vídeo, colocada no YouTube e foi muito citada no Twitter. Os jornais ingleses, ontem, escreviam o que o primeiro--ministro David Cameron achava da frase: "Era o que devia ter sido dito." John não é muçulmano nem percebeu que os gritos do terrorista reclamavam uma causa árabe. John presumiu-o muçulmano porque "ele tinha aparência de muçulmano". Depois dessa generalização, causa de todo o racismo - e num contexto que poderia indiciar ainda mais racismo: o homem aterrorizava, logo era muçulmano -, John percorreu exatamente o caminho inverso. Pensou que os muçulmanos que ele conhecia não eram o terrorista que ele via. E foi isso que, num grito, John quis que o terrorista soubesse... John não é um herói, não saltou para o terrorista, esperou que dois guardas o neutralizassem - e ainda hoje esconde o nome de família. O que John é é a revelação, na nossa Europa, dum patamar mais nobre e mais eficaz da luta contra o islamismo radical.
É um bálsamo saber que contra o terrorismo imbecil não há só imbecis simplórios.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118209
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