Trump fala da única coisa que faltava
Página 1 de 1
Trump fala da única coisa que faltava
Trump fala da única coisa que faltava
Pub
Sou assinante das revistas americanas de pesca desportiva Sport Fishing, In-Fisherman e World Fishing. E sou leitor desde o primeiro número das revistas políticas Mother Jones, Policy Review e The New Yorker, esta fundada em 1925. Vou continuar a pagar as assinaturas das primeiras, mas vou deixar de ler as segundas. As primeiras falam-me de achigãs e salmões e, como é próprio entre pescadores, quando se quer mentir abrem-se os braços. Mas as revistas de política, agora, quando querem mentir, confrontam o indicador direito com o esquerdo como quem parece estar a medir pilas. O problema é este: estão, mesmo! Ora, em mentiras, não suporto as minúsculas.
Título, ontem, de um texto da CNN, uma televisão que não costuma ter bolinha vermelha no canto do ecrã: "Donald Trump defende o tamanho do seu pénis." Deixem-me lembrar: os americanos não costumam falar com o desbragamento saudável das nossas peixeiras do Bolhão. Quando Sally (Meg Ryan) finge um orgasmo num restaurante, é porque é num filme (Um Amor Inevitável). Na vida real, num restaurante popular, nunca uma americana da mesa ao lado, depois dos arroubos de Sally, pediria ao empregado: "Traga-me a mesma coisa que lhe deu a ela." O americano é puritano. Numa manhã de agosto, há mais mulheres em topless nos quatro quilómetros da praia do Meco do que nos 46 144 km da costa atlântica dos Estados Unidos.
É neste contexto que se deve compreender a conversão que a atual campanha eleitoral americana está a mostrar. Donald Trump insulta mexicanos, muçulmanos, jornalistas e outras pragas, e aceita o apoio do Ku Klux Klan. Os seus patéticos adversários ficam baratas tontas com a glória que ele acaba sempre por recolher de cada vez que, aparentemente, se espalha. Como para-lo, então? O mais totó dos seus concorrentes, Marco Rubio, decidiu curar a dentada do cão com pelo do mesmo cão: se o outro discursava com pornografia metafórica, porque não ir por ela com garganta funda?
O inocente decidiu bater em Trump onde mais doía. Exatamente aí. Rubio disse que Trump tinha as mãos pequenas. Disse-o com frase curta e com espaço para a plateia assimilar o alcance... E para que ninguém deixasse de se dar conta do tamanho, ou falta dele, da dica, Rubio ajudou: "Vocês sabem o que se diz dos homens de mãos pequenas, não sabem?" Atrevida insinuação para um candidato. Quando se vota, carregando no botão eletrónico ou pondo a cruzinha, geralmente o leitor olha para a sua própria mão - os americanos de mãos pequenas talvez venham a lembrar-se do remoque que Rubio lhes fez...
Entretanto, o diretamente visado, que não é de levar avaliações curtas para casa, trouxe o magno, ou minorca, tema para debate. Em intervenção transmitida pela televisão, com Rubio ao lado, Trump mostrou as suas mãos e disse que não eram pequenas, elas, nem o que poderia decorrer daí, a outra coisa ser também pequena... "Eu garanto-vos", disse ele, com a convicção de qualquer político convencendo-nos de que vai cumprir as promessas eleitorais, "garanto-vos que não há qualquer problema." A América suspirou de alívio.
O slogan que Trump apregoa - "Make America great again" (tornar a América outra vez grande) - não deve ter, portanto, qualquer leitura íntima e pessoal do candidato. O problema é mesmo só com o país. Mas a novidade de o debate político ter descaído para as partes pudibundas de Trump não pode deixar de ter consequências. Ontem, as pesquisas no Google assinalaram um inusitado interesse sobre "a relação dos tamanhos das mãos e do pénis." É um assunto complicado.
E não há doutrina. Mas há um estudo científico sul-coreano que apresenta uma variante: diz que se revela uma certa vantagem peniana em quem tem o dedo anelar maior do que o indicador. Em todo o caso, é assunto que não tem interesse eleitoral para os portugueses. À esquerda, os candidatos escondem a possibilidade de análise porque saúdam com o punho fechado. E, à direita, o saudar com os dedos em "V" também impede a comparação, o anelar nunca aparece. Vai-se a ver, é mais uma manobra concertada da classe política nacional para nos esconder coisas realmente importantes.
Quem não esconde é o deputado madeirense tão maluco como Trump, menos perigoso e mais radical. José Manuel Coelho não se limitou a dar garantias de conversa sobre os seus atributos. Mostrou-os no limite que a decência exige. No Parlamento da Madeira ficou de chapéu, cuecas e meias. Um jornalista perguntou-lhe: "Sente-se bem?" Ao que o deputado quase nu respondeu: "Sinto. Porque é que pergunta?" Revejam as grosserias de Donald Trump e comparem-nas com a boutade do madeirense.
Pub
Sou assinante das revistas americanas de pesca desportiva Sport Fishing, In-Fisherman e World Fishing. E sou leitor desde o primeiro número das revistas políticas Mother Jones, Policy Review e The New Yorker, esta fundada em 1925. Vou continuar a pagar as assinaturas das primeiras, mas vou deixar de ler as segundas. As primeiras falam-me de achigãs e salmões e, como é próprio entre pescadores, quando se quer mentir abrem-se os braços. Mas as revistas de política, agora, quando querem mentir, confrontam o indicador direito com o esquerdo como quem parece estar a medir pilas. O problema é este: estão, mesmo! Ora, em mentiras, não suporto as minúsculas.
Título, ontem, de um texto da CNN, uma televisão que não costuma ter bolinha vermelha no canto do ecrã: "Donald Trump defende o tamanho do seu pénis." Deixem-me lembrar: os americanos não costumam falar com o desbragamento saudável das nossas peixeiras do Bolhão. Quando Sally (Meg Ryan) finge um orgasmo num restaurante, é porque é num filme (Um Amor Inevitável). Na vida real, num restaurante popular, nunca uma americana da mesa ao lado, depois dos arroubos de Sally, pediria ao empregado: "Traga-me a mesma coisa que lhe deu a ela." O americano é puritano. Numa manhã de agosto, há mais mulheres em topless nos quatro quilómetros da praia do Meco do que nos 46 144 km da costa atlântica dos Estados Unidos.
É neste contexto que se deve compreender a conversão que a atual campanha eleitoral americana está a mostrar. Donald Trump insulta mexicanos, muçulmanos, jornalistas e outras pragas, e aceita o apoio do Ku Klux Klan. Os seus patéticos adversários ficam baratas tontas com a glória que ele acaba sempre por recolher de cada vez que, aparentemente, se espalha. Como para-lo, então? O mais totó dos seus concorrentes, Marco Rubio, decidiu curar a dentada do cão com pelo do mesmo cão: se o outro discursava com pornografia metafórica, porque não ir por ela com garganta funda?
O inocente decidiu bater em Trump onde mais doía. Exatamente aí. Rubio disse que Trump tinha as mãos pequenas. Disse-o com frase curta e com espaço para a plateia assimilar o alcance... E para que ninguém deixasse de se dar conta do tamanho, ou falta dele, da dica, Rubio ajudou: "Vocês sabem o que se diz dos homens de mãos pequenas, não sabem?" Atrevida insinuação para um candidato. Quando se vota, carregando no botão eletrónico ou pondo a cruzinha, geralmente o leitor olha para a sua própria mão - os americanos de mãos pequenas talvez venham a lembrar-se do remoque que Rubio lhes fez...
Entretanto, o diretamente visado, que não é de levar avaliações curtas para casa, trouxe o magno, ou minorca, tema para debate. Em intervenção transmitida pela televisão, com Rubio ao lado, Trump mostrou as suas mãos e disse que não eram pequenas, elas, nem o que poderia decorrer daí, a outra coisa ser também pequena... "Eu garanto-vos", disse ele, com a convicção de qualquer político convencendo-nos de que vai cumprir as promessas eleitorais, "garanto-vos que não há qualquer problema." A América suspirou de alívio.
O slogan que Trump apregoa - "Make America great again" (tornar a América outra vez grande) - não deve ter, portanto, qualquer leitura íntima e pessoal do candidato. O problema é mesmo só com o país. Mas a novidade de o debate político ter descaído para as partes pudibundas de Trump não pode deixar de ter consequências. Ontem, as pesquisas no Google assinalaram um inusitado interesse sobre "a relação dos tamanhos das mãos e do pénis." É um assunto complicado.
E não há doutrina. Mas há um estudo científico sul-coreano que apresenta uma variante: diz que se revela uma certa vantagem peniana em quem tem o dedo anelar maior do que o indicador. Em todo o caso, é assunto que não tem interesse eleitoral para os portugueses. À esquerda, os candidatos escondem a possibilidade de análise porque saúdam com o punho fechado. E, à direita, o saudar com os dedos em "V" também impede a comparação, o anelar nunca aparece. Vai-se a ver, é mais uma manobra concertada da classe política nacional para nos esconder coisas realmente importantes.
Quem não esconde é o deputado madeirense tão maluco como Trump, menos perigoso e mais radical. José Manuel Coelho não se limitou a dar garantias de conversa sobre os seus atributos. Mostrou-os no limite que a decência exige. No Parlamento da Madeira ficou de chapéu, cuecas e meias. Um jornalista perguntou-lhe: "Sente-se bem?" Ao que o deputado quase nu respondeu: "Sinto. Porque é que pergunta?" Revejam as grosserias de Donald Trump e comparem-nas com a boutade do madeirense.
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Tópicos semelhantes
» Forças Armadas
» isto e a unica coisa que aumenta em portugal
» Fala o bigodes ca desta coisa
» Fala o bigodes desta coisa
» Fala o bigodes desta coisa
» isto e a unica coisa que aumenta em portugal
» Fala o bigodes ca desta coisa
» Fala o bigodes desta coisa
» Fala o bigodes desta coisa
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos