Após pressão de movimentos sociais, Bahia cancela acordo com empresa israelense
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Após pressão de movimentos sociais, Bahia cancela acordo com empresa israelense
Após pressão de movimentos sociais, Bahia cancela acordo com empresa israelense
Camila Alvarenga e Patrícia Benvenuti | São Paulo - 08/04/2016 - 19h24
Organizações questionavam benefícios de acordo; israelense Mekorot já havia sido denunciada pela ONU por contribuir com 'apartheid hídrico' na Palestina
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Empresas estaduais de água e saneamento da Bahia cancelaram, no último sábado (02/04), acordos de cooperação com a empresa israelense Mekorot após pressão de ativistas e organizações sociais alinhadas ao movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).
“Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) e Cerb (Companhia de Engenharia Rural da Bahia) acertam em terminar este acordo de cooperação: ele legitimava o apartheid hídrico israelense, sem sequer dar quaisquer benefícios para a Bahia. Hoje Bahia se une a Buenos Aires, Lisboa, Holanda e São Paulo cortando laços com a Mekorot”, afirmou o coordenador de campanhas na América Latina do Comitê Palestino BDS Nacional, Pedro Charbel, em comunicado.
Reprodução/Stop the Wall
Organizações realizaram protestos em Salvador e Feira de Santana pedindo o cancelamento do contrato com a Mekorot
O Acordo de Cooperação Técnica havia sido firmado em 2013 entre a Mekorot e as empresas estatais Embasa e Cerb, e previa “ações conjuntas visando ao desenvolvimento e a implementação de serviços de água, esgoto e projetos no Brasil”.
Na ocasião, grupos sociais já haviam denunciado o papel da Mekorot no “apartheid da água” na Palestina, de forma que o deputado estadual e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hidrícos, Marcelino Galo (PT), exigiu a revisão do acordo.
As vantagens da parceria também foram contestadas pelo secretário-geral do Sindae (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia), Grigório Rocha.
“Até hoje não conseguimos descobrir para que serve esse convênio. Ninguém sabe o que essa empresa está fazendo, é uma caixa preta. Israel faz uma política de publicidade, dizendo ter a solução do mundo para o problema da água, mas nada do que a Mekorot traz para a Bahia é novo”, disse Rocha a Opera Mundi.
A empresa também havia sido denunciada pela ONU, que a acusou de contribuir para a ocupação israelense em territórios palestinos. Segundo a ativista Maren Mantovani, coordenadora de Relações Internacionais da Campanha Palestina Contra o Muro (Stop The Wall), em entrevista a Opera Mundi, “a violação do direito à agua [na Palestina] faz parte de uma política sistemática para limpar etnicamente a região”.
De acordo com um informe da ONU, os palestinos na Cisjordânia têm acesso, em média, a 60 litros água por dia enquanto colonos israelenses na região usam uma média de 700 litros durante o mesmo período. O Estado de Israel é acusado ainda de sequestrar caminhões-pipa dos palestinos e de impedir a construção de reservatórios que poderiam amenizar a escassez.
Tanto Mantovani quanto o movimento BDS apontavam para uma contradição na atitude do governo brasileiro que, oficialmente, condena a ocupação ilegal de Israel em territórios palestinos, mas que assina contratos com companhias israelenses. Além da Bahia, a Mekorot possui contratos com os governos de Distrito Federal e Ceará
Camila Alvarenga e Patrícia Benvenuti | São Paulo - 08/04/2016 - 19h24
Organizações questionavam benefícios de acordo; israelense Mekorot já havia sido denunciada pela ONU por contribuir com 'apartheid hídrico' na Palestina
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Empresas estaduais de água e saneamento da Bahia cancelaram, no último sábado (02/04), acordos de cooperação com a empresa israelense Mekorot após pressão de ativistas e organizações sociais alinhadas ao movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).
“Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) e Cerb (Companhia de Engenharia Rural da Bahia) acertam em terminar este acordo de cooperação: ele legitimava o apartheid hídrico israelense, sem sequer dar quaisquer benefícios para a Bahia. Hoje Bahia se une a Buenos Aires, Lisboa, Holanda e São Paulo cortando laços com a Mekorot”, afirmou o coordenador de campanhas na América Latina do Comitê Palestino BDS Nacional, Pedro Charbel, em comunicado.
Reprodução/Stop the Wall
Organizações realizaram protestos em Salvador e Feira de Santana pedindo o cancelamento do contrato com a Mekorot
O Acordo de Cooperação Técnica havia sido firmado em 2013 entre a Mekorot e as empresas estatais Embasa e Cerb, e previa “ações conjuntas visando ao desenvolvimento e a implementação de serviços de água, esgoto e projetos no Brasil”.
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Na ocasião, grupos sociais já haviam denunciado o papel da Mekorot no “apartheid da água” na Palestina, de forma que o deputado estadual e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hidrícos, Marcelino Galo (PT), exigiu a revisão do acordo.
As vantagens da parceria também foram contestadas pelo secretário-geral do Sindae (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia), Grigório Rocha.
“Até hoje não conseguimos descobrir para que serve esse convênio. Ninguém sabe o que essa empresa está fazendo, é uma caixa preta. Israel faz uma política de publicidade, dizendo ter a solução do mundo para o problema da água, mas nada do que a Mekorot traz para a Bahia é novo”, disse Rocha a Opera Mundi.
A empresa também havia sido denunciada pela ONU, que a acusou de contribuir para a ocupação israelense em territórios palestinos. Segundo a ativista Maren Mantovani, coordenadora de Relações Internacionais da Campanha Palestina Contra o Muro (Stop The Wall), em entrevista a Opera Mundi, “a violação do direito à agua [na Palestina] faz parte de uma política sistemática para limpar etnicamente a região”.
De acordo com um informe da ONU, os palestinos na Cisjordânia têm acesso, em média, a 60 litros água por dia enquanto colonos israelenses na região usam uma média de 700 litros durante o mesmo período. O Estado de Israel é acusado ainda de sequestrar caminhões-pipa dos palestinos e de impedir a construção de reservatórios que poderiam amenizar a escassez.
Tanto Mantovani quanto o movimento BDS apontavam para uma contradição na atitude do governo brasileiro que, oficialmente, condena a ocupação ilegal de Israel em territórios palestinos, mas que assina contratos com companhias israelenses. Além da Bahia, a Mekorot possui contratos com os governos de Distrito Federal e Ceará
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