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Os culpados (II) Nuno Rogeiro

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Os culpados (II) Nuno Rogeiro Empty Os culpados (II) Nuno Rogeiro

Mensagem por Vitor mango Sex Nov 21, 2008 11:35 am

Os culpados (II)
Os culpados (II)
00h30m

O AFRICOM, novo "comando africano" das forças armadas dos EUA, tem sede na Alemanha. Afirma-se como organismo "político-militar", instituição que "escuta e aprende" com as nações de África. Um responsável de Washington dizia-me, há dias, que é "uma entidade ideal para a revolução de Obama".

Realmente, espera-se que a nova Administração americana, a partir de Janeiro, olhe a África a sério. E que não contribua para a continuação de certos males em curso, a resolver pelos africanos, e não por terceiros.

Um desses males, como vimos na questão do Congo, é a continuada desculpabilização dos "culpados reais".

Culpados por genocídios, corrupção, roubo organizado de recursos, desfalque eleitoral, destruição do ambiente, tirania "em nome do povo".

Culpados que são considerados "menores", ou simples "agentes", por várias organizações empenhadas na manutenção do "statu quo", e que gostam antes de apontar o dedo aos demónios do costume: os europeus, que governaram a África durante cinco séculos.

Apesar de ser a Europa, precisamente, uma das maiores fontes de ajuda e salvação da África em crise, continua a ser culpada. Como na fábula de La Fontaine, "se não foste tu, foi o teu pai!".

Mas há outra África. Uma África responsável, organizada, pluralista e livre, onde hoje, felizmente, se incluem países lusófonos. Uma África que deve ser mais ajudada e premiada.

Apesar das recaídas e das desilusões, vão crescendo exemplos dessa experiência positiva, no Norte, no Centro e no Sul, na África "árabe" e na África "negra", ao lado das persistentes ervas daninhas e dos "espaços sem governo", para usar a expressão de Teresa Whelan, do Pentágono.

A ausência de poder, em certas áreas, como na longa linha de costa da Somália, leva em linha recta à recriação dos piratas da Costa Bárbara. E este regresso traz também de volta a "política da canhoneira", com forças multinacionais "civilizadas" a proteger (aliás, com pouca eficácia) a liberdade de navegação.

Os piratas pintam-se a si próprios como "guarda costeira", ou "vigilantes das águas territoriais", apesar de actuarem muitas vezes a 300 e 400 milhas da praia, como no caso do petroleiro saudita recentemente apresado.

Se é certo que o crime compensa, naquela área onde a miséria, o excesso de armas e a cupidez se casam, também é seguro que o combate ao flagelo é uma boa tarefa de segurança internacional.

Ao policiamento e à repressão, que são urgentes, deve adicionar-se a ajuda ao desenvolvimento, a formação de quadros na Puntlândia, o uso da generosidade e da inteligência, no apoio a este baldio africano, que semeia o caos.

Eis uma boa tarefa para o AFRICOM "de Obama", sobretudo agora que tem a sua força de fuzileiros, a MARFORAF.

Eis uma boa tarefa para europeus e extra-europeus, sobretudo se não souberem o que fazer com as suas marinhas.

Eis uma boa tarefa para Portugal, se puder dar aos militares meios para uma missão justa.

P.S.1: Atacando Obama, que promete ser mais perigoso e eficaz que Bush, a coisa chamada "al-Qaeda" (a preparar, ao que se diz, outro "exemplo" monstruoso), mostra a sua face racista, para quem julgasse que se tratava da Cruz Vermelha.

P.S. 2: Manuela Ferreira Leite teve um aparte sarcástico, descrevendo o que passa na cabeça dos "reformadores", que gostariam de "mudar", sem ser "incomodados" pelo "povo". Caíram-lhe em cima, não pelo que disse, mas pelo que é, ou pode ser. Nada de novo na frente.
Vitor mango
Vitor mango

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