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A entrevista

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Mensagem por O dedo na ferida Seg Nov 24, 2008 10:12 am

A entrevista

Alegre necessitaria do triplo do orçamento para governar. Assim todos seriam felizes, embora o país se projectasse na falência.

António Correia de Campos


Manuel Alegre concedeu longa entrevista, crítica para o PS e Sócrates. As principais acusações são: a falta de debate interno no PS, que considera, neste momento uma máquina de poder, dirigido pelo governo; a falta de ousadia e risco da nova geração. Critica a passagem de militantes de cargos políticos para os negócios, reserva-se o poder cessar o apoio a Sócrates, pelas más companhias de outros apoiantes de quem discorda. Declara-se contra o Bloco Central, “coisa fatal para a democracia”, contra a política agrícola comum, (e também a das pescas) que considera mal pensada, mal resolvida, mal negociada; critica a aplicação pelo Governo de receitas do pensamento único, veiculadas pela OCDE e por Bruxelas, “levando à situação em que estamos agora, de grave colapso financeiro”. Critica o processo de avaliação de professores, “um método, por aquilo que ouço e todos dizem, de excesso de papéis”. Admite que a “virtude” da determinação de José Sócrates tenha como seu contrário, a teimosia, a qual “pode levar à cegueira e à surdez, sendo então fatal”. Critica também o Presidente da República por ter radicalizado a tensão quanto ao Estatuto dos Açores, enquanto, em relação ao incidente parlamentar na Madeira, não tomou posição pública.

Nos aspectos positivos, Alegre inclui a vitória de Obama, o haver muita gente que pensa e escreve nas revistas online sobre temas como sindicalismo, educação, saúde. Está a favor da redução do défice, apesar dos custos (embora não seja claro se apoia as políticas que a permitiram). Apoia a lei do divórcio, a PMA, a IVG. Apoia o patamar do défice para lá dos 3%, é a favor do aumento do investimento público, afirmando que “os países nórdicos com maiores níveis de vida são aqueles com maior défice público”. Embora não concorde com a acusação da asfixia política pela actual maioria absoluta, acha-a propícia ao aparecimento de certos tiques. Considera que os políticos são mal pagos em Portugal e recomenda coragem para lhes aumentar os ordenados sob o risco de não haver renovação da qualidade. Desejaria que acabasse a tensão entre Sócrates e Louçã e mais pontes de diálogo, defendendo à esquerda uma “aliança para governar”, embora tal seja difícil: “o PCP, basta ler as suas teses, tal como está, não me parece que queira aliança nenhuma”.

A entrevista ocupa muito espaço com perguntas sobre o passado, o presente e o futuro do candidato, o que é natural, dada a sua notoriedade política. Questões que levam, por mais que uma vez, o deputado a recordar o seu êxito eleitoral de um milhão, centro e trinta mil votos nas presidenciais de 2006, deixando implícito que não se considera retirado da política.

A pessoa de Alegre é incontornável, o que lhe acarreta imensas responsabilidades. Pede-se-lhe análise objectiva, não apenas comentário de conjuntura; solidez de argumentos, não apenas posicionamentos; alternativas, não apenas críticas; perspectiva estratégica, não apenas referência a esperanças de mudança; política de alianças para a governabilidade, não apenas simpatias de circunstância; postura construtiva, não apenas capital de queixa. Surpreende a ausência de qualquer posição estruturada sobre as políticas públicas de natureza social, levando a recear que prefira o imobilismo. Defende o controlo das contas públicas, mas não parece aceitar que ele só foi possível com ganhos de eficiência e esforço de sustentabilidade na saúde, na educação, na fiscalidade, na segurança social, na administração pública. Ao primeiro rugir das corporações ou dos interesses, Alegre coloca-se contra as reformas, sem entender a ligação inversa entre ambas. Ignora as escolhas que é necessário fazer todos os dias, entre manter tudo como estava, ineficaz, ineficiente, dispendioso, sem qualidade nem futuro, ou escolher o árduo caminho dos cortes na gordura, da reorientação do gasto, da prevalência do interesse público sobre o interesse de pessoas, grupos, profissões ou corporações. Alegre necessitaria do triplo do orçamento para governar. Assim todos seriam felizes, embora o país se projectasse na falência.

Mas o que mais surpreende num político com a sua história e experiência é a ingenuidade com que se dispõe a pactuar com parceiros que nunca pretenderão governar, formatados para criticar, corroer, maldizer e impedir um governo à esquerda. De resto, reduz tudo a uma só aliança, com o BE. Entenderá Alegre, que pode aspirar a nova candidatura à Presidência, só com o BE, os independentes dos blogues, o PC a engolir mais um sapo, o PS por arrasto, a completar a aritmética de maioria? Com parceiros que se servirão dele como megafone do protesto, descartando-o, depois, por falta de pilhas?
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António Correia de Campos, Professor universitário
O dedo na ferida
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Seg Nov 24, 2008 10:17 am

SE O PS nao e solucao para o PAIS, ainda menos o sao ALEGRE, PCP, BE!!!
RONALDO ALMEIDA
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Seg Nov 24, 2008 10:18 am

AGORA se ALEGRE fizer um NOVO PARTIDO DE ESQUERDA com os VERDADEIROS VALORES SOCIALISTAS, ai sim O PS perde a MAIORIA para SEMPRE!!
RONALDO ALMEIDA
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Mensagem por O dedo na ferida Seg Nov 24, 2008 12:43 pm

RONALDO ALMEIDA escreveu:AGORA se ALEGRE fizer um NOVO PARTIDO DE ESQUERDA com os VERDADEIROS VALORES SOCIALISTAS, ai sim O PS perde a MAIORIA para SEMPRE!!

Já vi esse filme..... O PRD, lembra-se. Lá ficou para sempre.....
O dedo na ferida
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Seg Nov 24, 2008 1:27 pm

NAO SE SABE o que o ALEGRE pode fazer!!! A ESQYERDA ficara ainda mais DIVIDIDA E FRAGILIZADA e SOCRATES sera um pesadelo QUE NAO VOLTA MAIS!! Shocked Shocked
RONALDO ALMEIDA
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Mensagem por O dedo na ferida Seg Nov 24, 2008 3:57 pm

RONALDO ALMEIDA escreveu:NAO SE SABE o que o ALEGRE pode fazer!!! A ESQYERDA ficara ainda mais DIVIDIDA E FRAGILIZADA e SOCRATES sera um pesadelo QUE NAO VOLTA MAIS!! Shocked Shocked

Ja vi esse filme... lembra-se da FSP??? Lá ficaram para sempre.
O dedo na ferida
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