Para Prêmio Nobel, Aids pode ser infecção normal no curto prazo
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Para Prêmio Nobel, Aids pode ser infecção normal no curto prazo
Para Prêmio Nobel, Aids pode ser infecção normal no curto prazo
Da EFE
Alicia García de Francisco
Estocolmo, 9 dez (EFE).- O professor Luc Montagnier, um dos prêmios Nobel de Medicina deste ano, disse hoje à Agência EFE que a Aids pode chegar a ser, no curto prazo, uma "infecção como qualquer outra", que se cura, uma vez que se consiga uma vacina terapêutica, o que, segundo ele, poderia ocorrer em cerca de cinco anos.
Montagnier explicou que há cerca de dez anos vem trabalhando nesta vacina terapêutica no Instituto Pasteur, de Paris, e que está ainda na fase pré-clínica, pelo que necessitam de mais quatro ou cinco anos de trabalho.
"Uma vez que se encontre a melhor fórmula de vacina terapêutica podemos transformá-la em vacina preventiva, não é tão difícil", afirmou o professor francês, de 76 anos, acrescentando que depois terá que "mudar a apresentação de antígenos" porque "é preciso obter uma imunização de mucosas".
"Algo que é fácil de fazer, mas não de testar", reconheceu.
No entanto, reiterou que a vacina terapêutica "é uma esperança séria" de poder "reforçar o sistema imunológico de modo que possa controlar o vírus".
A respeito disto, explicou que na atualidade há remédios que permitem a muitos pacientes viver com a doença, mas que não a curam, pelo que a pesquisa deve se concentrar em encontrar tratamentos complementares que permitam erradicar a infecção.
E é possível erradicá-la "se conseguirmos por um lado analisar o vírus que resiste ao tratamento, que se esconde, onde se esconde, qual é sua natureza".
Por outro lado, é preciso poder contar com uma "restauração total do sistema imunológico, porque há gente infectada pelo vírus que o controla pela resposta de seu sistema imunológico, mas se trata de uma proporção muito pequena dos doentes, entre 1% e 2%.
Daí a importância de conseguir "um controle imunológico na maioria das pessoas infectadas", o que passa necessariamente por "reforçar a resposta imunológica".
Porque na história da medicina "não houve nenhum exemplo de doença infecciosa que se tenha curado só com a administração de produtos químicos ou de antibióticos. O sistema imunológico sempre tem que terminar o trabalho", explicou.
E o principal problema da Aids é "precisamente que o sistema imunológico é muito debilitado, inclusive após tratamento".
Se esse reforço do sistema imunológico se alcançar através da vacina terapêutica, se poderia erradicar a doença, assinalou.
Montagnier ressaltou que sempre leva em conta que "quando falamos de erradicação não falamos de erradicação física - sempre pode ficar um pouco -, mas de erradicação funcional", quando "não há bastante vírus para provocar danos".
"A pessoa poderia se transformar quase em soronegativa" e, se isto se conseguir, será a prova de que o tratamento funcionou.
Montagnier ressaltou ainda que, comparada aos atuais tratamentos, que são caros e permanentes até o fim da vida, "uma vacina são três injeções, no máximo".
Na sua opinião é a única solução para acabar, além disso, com o medo das pessoas que não fazem a prova de detecção do vírus porque atualmente não há um tratamento que cure.
Mas com a vacina e uma esperança de cura real, muita gente das que agora vivem com o HIV sem saber -em torno de 70% dos infectados-, faria as provas.
Dessa vacina terapêutica se beneficiariam primeiro as pessoas que estão nas fases preliminares da infecção, com a administração de três injeções, podendo parar o tratamento em seguida.
Se a vacina funcionar, o tratamento já não será necessário e o vírus, portanto, não reaparecerá, por isso "eticamente é muito aceitável já que o doente não arrisca nada".
Um projeto pelo que o professor Montagnier se mostra otimista e esperançoso e que poderia ser a culminação de décadas de trabalho dedicadas à Aids.
Junto à professora Françoise Barré-Sinoussi, de 61 anos, Montagnier isolou pela primeira vez o vírus do HIV, em 1983, conquista pela qual ambos receberão amanhã o prêmio Nobel de Medicina deste ano -junto com o alemão Harald zur Hausen por descobrir a conexão entre o papiloma humano e o câncer cervical.
Prêmio com o qual se reconhece o trabalho de todo a equipe do Instituto Pasteur e a contribuição de pesquisadores estrangeiros, principalmente norte-americanos, disse Montagnier.
"Na minha opinião é um sinal forte do interesse que o prêmio Nobel tem por esta doença, que continua estando presente por todos lados, principalmente na África" e que "não deve ser esquecida pelas novas gerações". EFE
agf/jp
Da EFE
Alicia García de Francisco
Estocolmo, 9 dez (EFE).- O professor Luc Montagnier, um dos prêmios Nobel de Medicina deste ano, disse hoje à Agência EFE que a Aids pode chegar a ser, no curto prazo, uma "infecção como qualquer outra", que se cura, uma vez que se consiga uma vacina terapêutica, o que, segundo ele, poderia ocorrer em cerca de cinco anos.
Montagnier explicou que há cerca de dez anos vem trabalhando nesta vacina terapêutica no Instituto Pasteur, de Paris, e que está ainda na fase pré-clínica, pelo que necessitam de mais quatro ou cinco anos de trabalho.
"Uma vez que se encontre a melhor fórmula de vacina terapêutica podemos transformá-la em vacina preventiva, não é tão difícil", afirmou o professor francês, de 76 anos, acrescentando que depois terá que "mudar a apresentação de antígenos" porque "é preciso obter uma imunização de mucosas".
"Algo que é fácil de fazer, mas não de testar", reconheceu.
No entanto, reiterou que a vacina terapêutica "é uma esperança séria" de poder "reforçar o sistema imunológico de modo que possa controlar o vírus".
A respeito disto, explicou que na atualidade há remédios que permitem a muitos pacientes viver com a doença, mas que não a curam, pelo que a pesquisa deve se concentrar em encontrar tratamentos complementares que permitam erradicar a infecção.
E é possível erradicá-la "se conseguirmos por um lado analisar o vírus que resiste ao tratamento, que se esconde, onde se esconde, qual é sua natureza".
Por outro lado, é preciso poder contar com uma "restauração total do sistema imunológico, porque há gente infectada pelo vírus que o controla pela resposta de seu sistema imunológico, mas se trata de uma proporção muito pequena dos doentes, entre 1% e 2%.
Daí a importância de conseguir "um controle imunológico na maioria das pessoas infectadas", o que passa necessariamente por "reforçar a resposta imunológica".
Porque na história da medicina "não houve nenhum exemplo de doença infecciosa que se tenha curado só com a administração de produtos químicos ou de antibióticos. O sistema imunológico sempre tem que terminar o trabalho", explicou.
E o principal problema da Aids é "precisamente que o sistema imunológico é muito debilitado, inclusive após tratamento".
Se esse reforço do sistema imunológico se alcançar através da vacina terapêutica, se poderia erradicar a doença, assinalou.
Montagnier ressaltou que sempre leva em conta que "quando falamos de erradicação não falamos de erradicação física - sempre pode ficar um pouco -, mas de erradicação funcional", quando "não há bastante vírus para provocar danos".
"A pessoa poderia se transformar quase em soronegativa" e, se isto se conseguir, será a prova de que o tratamento funcionou.
Montagnier ressaltou ainda que, comparada aos atuais tratamentos, que são caros e permanentes até o fim da vida, "uma vacina são três injeções, no máximo".
Na sua opinião é a única solução para acabar, além disso, com o medo das pessoas que não fazem a prova de detecção do vírus porque atualmente não há um tratamento que cure.
Mas com a vacina e uma esperança de cura real, muita gente das que agora vivem com o HIV sem saber -em torno de 70% dos infectados-, faria as provas.
Dessa vacina terapêutica se beneficiariam primeiro as pessoas que estão nas fases preliminares da infecção, com a administração de três injeções, podendo parar o tratamento em seguida.
Se a vacina funcionar, o tratamento já não será necessário e o vírus, portanto, não reaparecerá, por isso "eticamente é muito aceitável já que o doente não arrisca nada".
Um projeto pelo que o professor Montagnier se mostra otimista e esperançoso e que poderia ser a culminação de décadas de trabalho dedicadas à Aids.
Junto à professora Françoise Barré-Sinoussi, de 61 anos, Montagnier isolou pela primeira vez o vírus do HIV, em 1983, conquista pela qual ambos receberão amanhã o prêmio Nobel de Medicina deste ano -junto com o alemão Harald zur Hausen por descobrir a conexão entre o papiloma humano e o câncer cervical.
Prêmio com o qual se reconhece o trabalho de todo a equipe do Instituto Pasteur e a contribuição de pesquisadores estrangeiros, principalmente norte-americanos, disse Montagnier.
"Na minha opinião é um sinal forte do interesse que o prêmio Nobel tem por esta doença, que continua estando presente por todos lados, principalmente na África" e que "não deve ser esquecida pelas novas gerações". EFE
agf/jp
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