Mugabe resiste a dividir o poder em meio a crise humanitária no Zimbábue
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Mugabe resiste a dividir o poder em meio a crise humanitária no Zimbábue
Mugabe resiste a dividir o poder em meio a crise humanitária no Zimbábue
Da EFE
Harare, 20 dez (EFE).- A resistência do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, a compartilhar o poder que monopolizou durante os 28 anos de independência do país, levou a nação a uma crise de fome que ameaça quase a metade de seus 12 milhões de habitantes.
Cinco milhões de pessoas precisarão de ajuda alimentar a partir de janeiro de 2009, segundo a ONU, enquanto o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, advertiu que, se não houver apoio internacional, até um milhão de pessoas poderiam morrer de fome no Zimbábue durante o próximo ano.
A atual crise política no país começou com as eleições de 29 de março, quando a governamental União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF) perdeu as legislativas pela primeira vez, e o opositor Movimento para a Mudança Democrática (MDC) obteve a maioria parlamentar.
O líder do MDC, Morgan Tsvangirai, derrotou Mugabe nas presidenciais realizadas naquele mesmo dia, mas não obteve mais de 50% dos votos necessários para ser designado chefe de Estado no primeiro turno.
Em 27 de junho, no segundo turno das presidenciais, Mugabe se apresentou sozinho - e obteve a vitória -, depois que Tsvangirai se retirou da disputa dias antes da votação, após a Polícia e as milícias da Zanu-PF matarem dezenas de simpatizantes da oposição e ameaçarem muitos outros.
A comunidade internacional rejeitou a legitimidade da eleição de Mugabe, enquanto alguns países, como os Estados Unidos e os membros da União Européia (UE), aumentaram as sanções pessoais contra o presidente zimbabuano e membros de seu Governo.
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, em inglês) designou o então presidente sul-africano, Thabo Mbeki, como mediador, para conseguir com que Mugabe e Tsvangirai definissem a formação de um Governo de união nacional que tirasse o Zimbábue da crise política e econômica, cuja origem foi a caótica reforma agrária de 2000.
Mbeki, visto com receio pelo MDC, que o considera favorável a Mugabe devido às relações entre os dois durante a luta pela libertação zimbabuana e contra o regime segregacionista do "apartheid" na África do Sul, conseguiu, no entanto, em 15 de setembro, que os adversários aceitassem formar um Governo de unidade.
O acordo deixava Mugabe como presidente e chefe das Forças Armadas, enquanto Tsvangirai seria o primeiro-ministro e controlaria os Ministérios das Finanças e do Interior - que controla a Polícia -, a fim de acabar com a violência no país e direcionar a economia.
A crise no Zimbábue levou ao desabastecimento de alimentos, remédios, combustíveis e outros artigos de primeira necessidade, a um desemprego que supera os 80% e uma inflação astronômica, que, segundo números oficiais, era de 231.000.000% em julho, a última vez em que o dado foi divulgado.
Além da ameaça da fome, há desde o início do ano um foco epidêmico de cólera, que se agravou a partir de setembro e já deixou mil mortos, de um total de mais de 18 mil casos registrados, mas agências humanitárias locais estimam que o verdadeiro número de vítimas fatais seja 20% maior que os números oficiais.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) advertiram que a epidemia poderia se transformar em uma catástrofe humanitária, apesar de o Governo zimbabuano insistir em que a crise foi contida.
O Executivo também acusa o Reino Unido, ex-metrópole colonial, de usar a cólera como desculpa para justificar uma invasão militar no Zimbábue.
Enquanto isso, após mais de três meses desde a assinatura do acordo para formar um Governo de unidade, Mugabe e Tsvangirai continuam sem entrar em acordo, apesar das demandas internas e internacionais para que acabem com suas diferenças e comecem a governar para colocar fim à crise.
A Zanu-PF se nega a ceder as pastas do Interior e das Finanças, e quer que o MDC fique apenas com os ministérios secundários, o que os opositores rejeitaram firmemente, ao mesmo tempo em que também não aceitam a mediação da SADC.
Enquanto isso, Estados Unidos e UE reforçavam as sanções, alguns países africanos também começaram a pressionar Mugabe, principalmente a vizinha Botsuana - que chegou a oferecer a Tsvangirai uma plataforma para sua atuação política a partir de fora, mas deixando claro que não admitirá movimentos armados em seu território.
Inclusive a África do Sul, potência regional, afirmou que, por não existir um Governo legal no Zimbábue, manterá retida a ajuda à agricultura que tinha aprovado para o país, de US$ 30 milhões, o que alerta Mugabe de que, se continuar com o monopólio do poder, não poderá mais contar com amigos incondicionais. EFE
jo/na/mh
Da EFE
Harare, 20 dez (EFE).- A resistência do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, a compartilhar o poder que monopolizou durante os 28 anos de independência do país, levou a nação a uma crise de fome que ameaça quase a metade de seus 12 milhões de habitantes.
Cinco milhões de pessoas precisarão de ajuda alimentar a partir de janeiro de 2009, segundo a ONU, enquanto o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, advertiu que, se não houver apoio internacional, até um milhão de pessoas poderiam morrer de fome no Zimbábue durante o próximo ano.
A atual crise política no país começou com as eleições de 29 de março, quando a governamental União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF) perdeu as legislativas pela primeira vez, e o opositor Movimento para a Mudança Democrática (MDC) obteve a maioria parlamentar.
O líder do MDC, Morgan Tsvangirai, derrotou Mugabe nas presidenciais realizadas naquele mesmo dia, mas não obteve mais de 50% dos votos necessários para ser designado chefe de Estado no primeiro turno.
Em 27 de junho, no segundo turno das presidenciais, Mugabe se apresentou sozinho - e obteve a vitória -, depois que Tsvangirai se retirou da disputa dias antes da votação, após a Polícia e as milícias da Zanu-PF matarem dezenas de simpatizantes da oposição e ameaçarem muitos outros.
A comunidade internacional rejeitou a legitimidade da eleição de Mugabe, enquanto alguns países, como os Estados Unidos e os membros da União Européia (UE), aumentaram as sanções pessoais contra o presidente zimbabuano e membros de seu Governo.
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, em inglês) designou o então presidente sul-africano, Thabo Mbeki, como mediador, para conseguir com que Mugabe e Tsvangirai definissem a formação de um Governo de união nacional que tirasse o Zimbábue da crise política e econômica, cuja origem foi a caótica reforma agrária de 2000.
Mbeki, visto com receio pelo MDC, que o considera favorável a Mugabe devido às relações entre os dois durante a luta pela libertação zimbabuana e contra o regime segregacionista do "apartheid" na África do Sul, conseguiu, no entanto, em 15 de setembro, que os adversários aceitassem formar um Governo de unidade.
O acordo deixava Mugabe como presidente e chefe das Forças Armadas, enquanto Tsvangirai seria o primeiro-ministro e controlaria os Ministérios das Finanças e do Interior - que controla a Polícia -, a fim de acabar com a violência no país e direcionar a economia.
A crise no Zimbábue levou ao desabastecimento de alimentos, remédios, combustíveis e outros artigos de primeira necessidade, a um desemprego que supera os 80% e uma inflação astronômica, que, segundo números oficiais, era de 231.000.000% em julho, a última vez em que o dado foi divulgado.
Além da ameaça da fome, há desde o início do ano um foco epidêmico de cólera, que se agravou a partir de setembro e já deixou mil mortos, de um total de mais de 18 mil casos registrados, mas agências humanitárias locais estimam que o verdadeiro número de vítimas fatais seja 20% maior que os números oficiais.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) advertiram que a epidemia poderia se transformar em uma catástrofe humanitária, apesar de o Governo zimbabuano insistir em que a crise foi contida.
O Executivo também acusa o Reino Unido, ex-metrópole colonial, de usar a cólera como desculpa para justificar uma invasão militar no Zimbábue.
Enquanto isso, após mais de três meses desde a assinatura do acordo para formar um Governo de unidade, Mugabe e Tsvangirai continuam sem entrar em acordo, apesar das demandas internas e internacionais para que acabem com suas diferenças e comecem a governar para colocar fim à crise.
A Zanu-PF se nega a ceder as pastas do Interior e das Finanças, e quer que o MDC fique apenas com os ministérios secundários, o que os opositores rejeitaram firmemente, ao mesmo tempo em que também não aceitam a mediação da SADC.
Enquanto isso, Estados Unidos e UE reforçavam as sanções, alguns países africanos também começaram a pressionar Mugabe, principalmente a vizinha Botsuana - que chegou a oferecer a Tsvangirai uma plataforma para sua atuação política a partir de fora, mas deixando claro que não admitirá movimentos armados em seu território.
Inclusive a África do Sul, potência regional, afirmou que, por não existir um Governo legal no Zimbábue, manterá retida a ajuda à agricultura que tinha aprovado para o país, de US$ 30 milhões, o que alerta Mugabe de que, se continuar com o monopólio do poder, não poderá mais contar com amigos incondicionais. EFE
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