2009: o ano de quase todas as eleições em Portugal

2009: o ano de quase todas as eleições em Portugal


ANA SÁ LOPES e EVA CABRAL
Ciclo. Três actos eleitorais - europeias, legislativas e autárquicas - vão transformar 2009 num ano em que Portugal vai viver sob o signo das campanhas que podem mudar radicalmente o mapa político do País. A oposição aposta tudo em retirar a maioria absoluta a Sócrates que, com igual esforço, a procura manter

Depois do Natal, o País mergulha em plena campanha

Portugal pode chegar ao final de 2009 com uma mudança radical dos protagonistas políticos com que vai iniciar o ano. É a consequência do calendário ter reunido todas as eleições num só ano: europeias em Junho, legislativas e autárquicas em sequência - ou em simultâneo, como deseja o PSD e a crise das finanças públicas poderá levar o Presidente a defender.

José Sócrates aposta numa nova maioria absoluta. Apesar de sucessivas sondagens indicarem votações expressivas no PCP e no BE, a que acresce o descontentamento polarizado por Manuel Alegre e o sector mais à esquerda do próprio PS, as sondagens não indicam que a hipótese esteja totalmente fora do alcance do Partido Socialista, que mantém intenções de voto muito próximas desse alvo.

Avaliar de que forma a crise económica vai afectar ou favorecer o actual primeiro-ministro é uma dúvida que em última análise se vai resolver só nas urnas. Para já - e atendendo aos níveis obtidos pelo PSD nas sondagens - fica a sensação de que a grande ameaça à actual maioria absoluta do primeiro-ministro vem da esquerda. Aliás, os próprios socialistas admitem que um eventual "partido alegrista", caso fosse a votos, seria uma ameaça séria à repetição da maioria.

O PS tem um congresso marcado para Fevereiro e, para já, não consta que alguém se atreva a pôr em causa a estratégia "soberana" de José Sócrates. Alguns representantes da ala esquerda têm-se queixado de não encontrar clima de debate interno para poderem aparecer num congresso.

A grande questão será, todavia, a política de alianças, caso o PS não venha a conseguir maioria absoluta. Se os valores das sondagens descerem, José Sócrates vai ter que se preocupar com essa definição, antes das eleições. Em caso contrário, manterá a estratégia que seguiu em 2005, e foi vencedora: recusar-se a fazer cenários sobre coligações futuras e pedir a maioria absoluta.

A política de alianças também é uma questão para o CDS/PP, que tem o seu Congresso marcado para Janeiro. Portas evitou discutir o assunto e rejeita coligações pré-eleitorais.

O PSD é o único partido que poderá mudar de líder antes das eleições. Apesar de Manuela Ferreira Leite ter afirmado que não tenciona demitir-se, maus resultados podem impulsionar um congresso para eleger uma nova liderança. A noção de que Ferreira Leite "está de passagem" é razoavelmente consensual no partido.

http://dn.sapo.pt/2008/12/23/nacional/2009_o_de_quase_todas_eleicoes_portu.html

Se calhar a CAMPANHA vai criar 150 000 empregos!!