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É a vida!

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Mensagem por O dedo na ferida Qui Jan 08, 2009 2:57 am

É a vida!

08/01/09 00:05 | Rita Marques Guedes

Recessão, ‘deficit’ falências, desemprego, apertar do cinto, baixo rendimento das famílias... formam a composição do ADN nacional.

A crise, depressão, recessão, aumento do ‘deficit', baixo crescimento económico, divergência face à média europeia, falências, desemprego, apertar do cinto, baixo rendimento das famílias, contracção... são palavras que fazem parte do nosso vocabulário diário, não apenas por via da actual e dificílima circunstância dos mercados financeiros e económicos globais, mas porque cada uma delas traduz uma marca característica da nossa realidade. E no conjunto, formam a composição do ADN nacional. A espaços temos desenvolvimento e progressão. Em regra temos contracção e regressão. É assim há anos, décadas, séculos. Os períodos bons são uma intermitência na nossa história. Facto que, ao invés de nos fazer mais fortes para lhes reagir e os ultrapassar, faz-nos resignar. É a vida!

A entrevista de José Sócrates não surpreende. Nem, se calhar, tinha que surpreender. Sócrates é bom na dialéctica argumentativa e ultrapassou sem dificuldade de maior os temas mais espinhosos, com tiradas tão bem preparadas quanto eficazes. A relação com o Presidente da Republica foi despachada com a linearidade de que lealdade não implica obediência e a intervenção do Governo em alvos concretos do sector financeiro e industrial com a afirmação tão demagógica quanto relativa de que pior do que a situação é nada fazer para a contrariar.

Resulta, isso sim, como dado relevante a sua não resposta quando questionado sobre se aceita formar governo na possibilidade de não ter maioria absoluta. Não se trata de uma não resposta meramente táctica - o que até se poderia compreender numa lógica de extremar o apelo à maioria absoluta. A não resposta é genuína. E a impressão digital da entrevista bem o provou. Sócrates precisa de espaço para ser ele próprio nas suas principais características de determinação e teimosia, de autoritarismo e assertividade. A questão está na dificuldade, para não dizer impossibilidade, de compatibilizar estas marcas identificadoras com um resultado eleitoral previsivelmente expresso num conjunto de peças políticas de difícil conjugação que confiram uniformidade e estabilidade à governação, elementos constitutivos do palco que Sócrates precisa para actuar.
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Rita Marques Guedes, Jurista
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