Ricardo Araújo Pereira estreia-se hoje a solo no teatro
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Ricardo Araújo Pereira estreia-se hoje a solo no teatro
Ricardo Araújo Pereira estreia-se hoje a solo no teatro
Ricardo Araújo Pereira (RAP) vai demonstrar esta sexta-feira, no Teatro São Luiz, em Lisboa, «Como Fazer Coisas Com Palavras», numa série de espectáculos em que assume o papel de um conferencista sério, que dissertará sobre filosofia da linguagem.
Esta será a estreia a solo do humorista, um dos quatro membros dos Gato Fedorento, num espectáculo teatral, que estará em cena até dia 5 de Julho. A base do espectáculo é uma série de conferências intitulada «Como Fazer Coisas Com Palavras», do professor inglês John Austin, proferidas há mais de 40 anos.
Quando o crítico de cinema e poeta Pedro Mexia, que assina a dramaturgia, o desafiou há cerca de um ano para transpôr estas conferências para teatro, Ricardo Araújo Pereira sabia apenas que as teorias de John Austin giram em torno de uma permissa: falar não é só dizer, é também fazer. «Basicamente é sobre isto que eu vou falar durante uma hora. E se calhar é melhor refrear as pessoas na corrida à bilheteira, porque sei que pode parecer muito apelativo», ironizou o RAP.
Apesar dos espectáculos estarem quase esgotados, Ricardo Araújo Pereira garantiu que não haverá «stand up comedy», nem tão pouco um prolongamento em palco do trabalho que lhe é conhecido nos Gato Fedorento. Na sala principal do Teatro São Luiz, o humorista estará num púlpito a dissertar sobre problemas linguísticos e sobre o uso da linguagem, sendo acompanhado em palco por dois actores que exemplificarão aquilo que vai dizendo.
«São observações sobre a linguagem em que acrescentámos alguns exemplos respeitando o tom e as ideias do autor», disse o humorista, que garantiu que não haverá imitações de figuras públicas que habitualmente façam discursos ou façam coisas com palavras. «Quer dizer, há a hipótese de eu fazer isto tudo com a voz do professor Marcelo Rebelo de Sousa», brincou.
Como humorista, quer acreditar que as palavras não são só palavras e que, de facto, se pode jogar com os seus diferentes sentidos e o trabalho de campo feito nos Gato Fedorento, de apropriação da realidade portuguesa, demonstra isso mesmo. «O Pedro Mexia disse-me que se tinha lembrado de mim não só pela minha beleza física, mas também porque achava que o nosso trabalho era sobre a linguagem», disse o autor da rábula «falam, falam e eu não os vejo a fazer nada».
Depois de fazer coisas com palavras, Ricardo Araújo Pereira retomará o trabalho com os Gato Fedorento para uma nova série televisiva, a partir de Outubro na SIC. «Não sabemos ainda como vai ser o formato, mas, em princípio, vai ser a mesma fantochada que era na RTP», revelou.
Diário Digital / Lusa
27-06-2008 9:23:36
Ricardo Araújo Pereira (RAP) vai demonstrar esta sexta-feira, no Teatro São Luiz, em Lisboa, «Como Fazer Coisas Com Palavras», numa série de espectáculos em que assume o papel de um conferencista sério, que dissertará sobre filosofia da linguagem.
Esta será a estreia a solo do humorista, um dos quatro membros dos Gato Fedorento, num espectáculo teatral, que estará em cena até dia 5 de Julho. A base do espectáculo é uma série de conferências intitulada «Como Fazer Coisas Com Palavras», do professor inglês John Austin, proferidas há mais de 40 anos.
Quando o crítico de cinema e poeta Pedro Mexia, que assina a dramaturgia, o desafiou há cerca de um ano para transpôr estas conferências para teatro, Ricardo Araújo Pereira sabia apenas que as teorias de John Austin giram em torno de uma permissa: falar não é só dizer, é também fazer. «Basicamente é sobre isto que eu vou falar durante uma hora. E se calhar é melhor refrear as pessoas na corrida à bilheteira, porque sei que pode parecer muito apelativo», ironizou o RAP.
Apesar dos espectáculos estarem quase esgotados, Ricardo Araújo Pereira garantiu que não haverá «stand up comedy», nem tão pouco um prolongamento em palco do trabalho que lhe é conhecido nos Gato Fedorento. Na sala principal do Teatro São Luiz, o humorista estará num púlpito a dissertar sobre problemas linguísticos e sobre o uso da linguagem, sendo acompanhado em palco por dois actores que exemplificarão aquilo que vai dizendo.
«São observações sobre a linguagem em que acrescentámos alguns exemplos respeitando o tom e as ideias do autor», disse o humorista, que garantiu que não haverá imitações de figuras públicas que habitualmente façam discursos ou façam coisas com palavras. «Quer dizer, há a hipótese de eu fazer isto tudo com a voz do professor Marcelo Rebelo de Sousa», brincou.
Como humorista, quer acreditar que as palavras não são só palavras e que, de facto, se pode jogar com os seus diferentes sentidos e o trabalho de campo feito nos Gato Fedorento, de apropriação da realidade portuguesa, demonstra isso mesmo. «O Pedro Mexia disse-me que se tinha lembrado de mim não só pela minha beleza física, mas também porque achava que o nosso trabalho era sobre a linguagem», disse o autor da rábula «falam, falam e eu não os vejo a fazer nada».
Depois de fazer coisas com palavras, Ricardo Araújo Pereira retomará o trabalho com os Gato Fedorento para uma nova série televisiva, a partir de Outubro na SIC. «Não sabemos ainda como vai ser o formato, mas, em princípio, vai ser a mesma fantochada que era na RTP», revelou.
Diário Digital / Lusa
27-06-2008 9:23:36
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