COMO RECONHECER DEUS? Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia
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COMO RECONHECER DEUS? Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia
COMO RECONHECER DEUS?
Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia
Há relativamente pouco tempo, coloquei esta pergunta a um grupo de crentes: "Se Deus lhe aparecesse, dizendo 'aqui estou, sou eu o Deus', como o reconheceria?"
As respostas, no meio de imensa perplexidade, foram muito interessantes. Que Deus não pode aparecer directamente. Que ninguém, como diz a Bíblia, pode ver Deus. Que Deus é inobjectivável. Que se manifesta indirectamente: nas pessoas, nos acontecimentos, no esplendor da beleza - aqui, recordei a exclamação de uma sobrinha minha com 11 anos, nos Alpes, numa tarde irradiante de Sol sobre a neve e as montanhas todas à volta: "Parece Deus!" Que, para os cristãos, Jesus é a revelação de Deus. Que a experiência de Deus se dá nas experiências-cume de plenitude. Que lhe pediriam um milagre claro, que se visse e o credenciasse. Ele devia manifestar o seu poder.
Quando se fala de Deus, a questão nuclear é saber de que Deus é que se fala. Que se quer dizer quando se diz Deus?
O mais comum é associar Deus ao poder. Deus deve ser, antes de mais, a omnipotência. Deus deve ser infinitamente bom e poderoso, mas sobretudo poderoso. No entanto, a mística Simone Weil, cujo centenário do nascimento se celebra este ano, preveniu: "A Verdade essencial é que Deus é o Bem. Ele só é a omnipotência por acréscimo." Por isso, "é falsa toda a concepção de Deus incompatível com um movimento de caridade pura". Afinal, a revelação de Cristo é essa: Deus é puro amor. O escândalo: "Eu não vim para ser servido, mas para servir."
Não se nega a omnipotência divina. O Poder de Deus, porém, não é Dominação e Espectáculo, mas Força infinita criadora. O Deus de Jesus é o Deus- amor, o Deus-origem-infinita-pessoal-criadora.
A modernidade, pela secularização, quis herdar a omnipotência divina, postergando a bondade. A crise que está aí hoje visível no universo económico-financeiro é mais funda, pois é uma crise de civilização, cuja raiz é esta herança religiosa.
Neste contexto, referindo-se à Igreja, o teólogo X. Pikaza recria de modo alegórico o passo evangélico da cura da sogra de Pedro. Na alegoria, a sogra de Pedro é a Cúria Romana. Jesus chega e cura-a. E depois, alegoricamente?
A Cúria (sogra), que significa casa, corte do Kyrios ou Senhor, estava doente. A casa de Pedro é o Vaticano, um Estado, e quem manda é a Cúria, como ainda recentemente se mostrou no caso dos lefebreveanos. Não protege o Papa, mas impõe-se a ele. Ela "sofre de inércia, de poder".
Jesus cura a Cúria para que, como a sogra de Pedro, se ponha a servir os outros. Que consequências teria a cura da Cúria Romana, que funciona há dez séculos enquanto os Pedros (Papas) vão mudando?
Como Jesus, que, segundo o Evangelho, cura as pessoas diante da casa de Pedro, a Cúria curada veria gente que viria para curar-se. Sobretudo gente mais pobre e perdida (os "endemoninhados", os doentes). Agora também lá vão muitos, mas "vão curar-se ou em busca de prebendas?"
Ainda segundo o Evangelho, Jesus saiu de noite, para rezar e ir ao encontro das pessoas também noutros lugares. Na alegoria, Jesus parte porque não quer ficar fechado na casa de Pedro. Jesus não tem "Cúria". Também Pedro e os funcionários da Cúria têm de sair da sua casa, da Cúria, para ir à procura de Jesus, conhecer o mundo e cuidar dele.
A Igreja está em crise e precisa de conversão. Neste sentido, há 15 dias, a propósito da "falta de vocações", o director do DN, num texto subordinado ao título "Os erros da Igreja", exemplificados nos escândalos dos padres pedófilos, a intransigência quanto aos métodos de planeamento familiar, "declarações absolutamente estúpidas" como as do bispo Williamson a negar o Holocausto, alguns investimentos dúbios no plano dos negócios, escrevia que o resultado é que "a religião vai desconfiando dos seus missionários e o ambiente não aconselha a 'vocação'".
E João Marcelino concluía: "Um dia pagaremos bem caro a crescente desagregação desse factor de união ocidental, bem patente sobretudo na Igreja Católica mas que também afecta todo os ramos do cristianismo."
Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia
Há relativamente pouco tempo, coloquei esta pergunta a um grupo de crentes: "Se Deus lhe aparecesse, dizendo 'aqui estou, sou eu o Deus', como o reconheceria?"
As respostas, no meio de imensa perplexidade, foram muito interessantes. Que Deus não pode aparecer directamente. Que ninguém, como diz a Bíblia, pode ver Deus. Que Deus é inobjectivável. Que se manifesta indirectamente: nas pessoas, nos acontecimentos, no esplendor da beleza - aqui, recordei a exclamação de uma sobrinha minha com 11 anos, nos Alpes, numa tarde irradiante de Sol sobre a neve e as montanhas todas à volta: "Parece Deus!" Que, para os cristãos, Jesus é a revelação de Deus. Que a experiência de Deus se dá nas experiências-cume de plenitude. Que lhe pediriam um milagre claro, que se visse e o credenciasse. Ele devia manifestar o seu poder.
Quando se fala de Deus, a questão nuclear é saber de que Deus é que se fala. Que se quer dizer quando se diz Deus?
O mais comum é associar Deus ao poder. Deus deve ser, antes de mais, a omnipotência. Deus deve ser infinitamente bom e poderoso, mas sobretudo poderoso. No entanto, a mística Simone Weil, cujo centenário do nascimento se celebra este ano, preveniu: "A Verdade essencial é que Deus é o Bem. Ele só é a omnipotência por acréscimo." Por isso, "é falsa toda a concepção de Deus incompatível com um movimento de caridade pura". Afinal, a revelação de Cristo é essa: Deus é puro amor. O escândalo: "Eu não vim para ser servido, mas para servir."
Não se nega a omnipotência divina. O Poder de Deus, porém, não é Dominação e Espectáculo, mas Força infinita criadora. O Deus de Jesus é o Deus- amor, o Deus-origem-infinita-pessoal-criadora.
A modernidade, pela secularização, quis herdar a omnipotência divina, postergando a bondade. A crise que está aí hoje visível no universo económico-financeiro é mais funda, pois é uma crise de civilização, cuja raiz é esta herança religiosa.
Neste contexto, referindo-se à Igreja, o teólogo X. Pikaza recria de modo alegórico o passo evangélico da cura da sogra de Pedro. Na alegoria, a sogra de Pedro é a Cúria Romana. Jesus chega e cura-a. E depois, alegoricamente?
A Cúria (sogra), que significa casa, corte do Kyrios ou Senhor, estava doente. A casa de Pedro é o Vaticano, um Estado, e quem manda é a Cúria, como ainda recentemente se mostrou no caso dos lefebreveanos. Não protege o Papa, mas impõe-se a ele. Ela "sofre de inércia, de poder".
Jesus cura a Cúria para que, como a sogra de Pedro, se ponha a servir os outros. Que consequências teria a cura da Cúria Romana, que funciona há dez séculos enquanto os Pedros (Papas) vão mudando?
Como Jesus, que, segundo o Evangelho, cura as pessoas diante da casa de Pedro, a Cúria curada veria gente que viria para curar-se. Sobretudo gente mais pobre e perdida (os "endemoninhados", os doentes). Agora também lá vão muitos, mas "vão curar-se ou em busca de prebendas?"
Ainda segundo o Evangelho, Jesus saiu de noite, para rezar e ir ao encontro das pessoas também noutros lugares. Na alegoria, Jesus parte porque não quer ficar fechado na casa de Pedro. Jesus não tem "Cúria". Também Pedro e os funcionários da Cúria têm de sair da sua casa, da Cúria, para ir à procura de Jesus, conhecer o mundo e cuidar dele.
A Igreja está em crise e precisa de conversão. Neste sentido, há 15 dias, a propósito da "falta de vocações", o director do DN, num texto subordinado ao título "Os erros da Igreja", exemplificados nos escândalos dos padres pedófilos, a intransigência quanto aos métodos de planeamento familiar, "declarações absolutamente estúpidas" como as do bispo Williamson a negar o Holocausto, alguns investimentos dúbios no plano dos negócios, escrevia que o resultado é que "a religião vai desconfiando dos seus missionários e o ambiente não aconselha a 'vocação'".
E João Marcelino concluía: "Um dia pagaremos bem caro a crescente desagregação desse factor de união ocidental, bem patente sobretudo na Igreja Católica mas que também afecta todo os ramos do cristianismo."
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: COMO RECONHECER DEUS? Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia
confesso ter uma certa simpatia por este padre filosofo que tenta mexer e agitar as aguas das duvidas
Tive como a maioria dos Tugas uma educaçao religiosa impregnada de cristianismo catolico em que o BOM e o mal nos garantia algo de bom ou o calor do inferno
Só que me embrenhei a ler about tudo para esgotar a minha existencialidade filosofal e a pouico e pouco desliguei-me do absurdo e do ridiculo ( que nao o é para crentes ....bla bla bla
Recuo milhioes de anos galaxiais ou miro colocado em marte o planeta TERRA onde vejo um planeta do tamanho da cabeça de um alfinete -Onde sei que ha continentes oceanos e seres vivos
E aí entro numa celula e na celula entro no esquema organizativo das gavetas onde estao os codigos da vida ...bla bla
O meu corpo é feito de calcario proteinas ( bifes ) carbono e acima de tudo quimica em que os olhos feitos a partir de silica e derivados se associam ao estomago garantindo-me que aquilo que como tem uam finalidade
A moderna teoria diz.nos que o meu corpo que foi reproduzido atraves dos milenios com o unico objectivo de nao deixar cair a especie
bla bla bla
Aquilo que o padre acima invoca ( e confesso que lambi por alto ...é a simplicidade atavica de saber quem é ele e quem é o dono das suas duvidas e quem os julga numa especie de sim ou sopas
Só que ele nao é mais que uma nota de uma partitura cuja opera ele nao escuta nem pode escutar porque é uma micro parte do todo
As duvidas receios e pecados e dramas e anseios ele pode coze-los numa fornalha a meio gaz nas religiões que no fundo sao o aglutinador das " Ovelhas " fundido as partes num todo
leia-se OPERA e as ovelhas o DO RE MI FA ...bla bla
O panico da morte e o horror do sofrimento nada teem a ver com o todo mas com a parte que fixou dominancia na conservaçao do EGO e na arte reprodutiva
Os horrores das guerras das mortandeades das evocaçoes religiosas nada tem a ver co mreligiões mas com a dinamica da especie num movimento de onda que caminha em frente e se encontra uma rocha faz espuma ou se encopntra areia morre devagarinho
Da um geitao pessoal mal esclarecido ser agarrado pelos medos e leva-lo para um rebanho religiosos
Só que ...passou a ser um prisioneiro de si mesmo
Só isso
Discutir quem é Deus ..é discutir algo de qu no falta um ponto de observaçao e uma cadeira numa plateia para ouvir a tal Opera esquecendo o pessoal que a opera é feita de sons bem catalogados
Discutir o alfabeto sonoro é pura masturbaçao
Ouvir Opera aí sim da gozo
Tive como a maioria dos Tugas uma educaçao religiosa impregnada de cristianismo catolico em que o BOM e o mal nos garantia algo de bom ou o calor do inferno
Só que me embrenhei a ler about tudo para esgotar a minha existencialidade filosofal e a pouico e pouco desliguei-me do absurdo e do ridiculo ( que nao o é para crentes ....bla bla bla
Recuo milhioes de anos galaxiais ou miro colocado em marte o planeta TERRA onde vejo um planeta do tamanho da cabeça de um alfinete -Onde sei que ha continentes oceanos e seres vivos
E aí entro numa celula e na celula entro no esquema organizativo das gavetas onde estao os codigos da vida ...bla bla
O meu corpo é feito de calcario proteinas ( bifes ) carbono e acima de tudo quimica em que os olhos feitos a partir de silica e derivados se associam ao estomago garantindo-me que aquilo que como tem uam finalidade
A moderna teoria diz.nos que o meu corpo que foi reproduzido atraves dos milenios com o unico objectivo de nao deixar cair a especie
bla bla bla
Aquilo que o padre acima invoca ( e confesso que lambi por alto ...é a simplicidade atavica de saber quem é ele e quem é o dono das suas duvidas e quem os julga numa especie de sim ou sopas
Só que ele nao é mais que uma nota de uma partitura cuja opera ele nao escuta nem pode escutar porque é uma micro parte do todo
As duvidas receios e pecados e dramas e anseios ele pode coze-los numa fornalha a meio gaz nas religiões que no fundo sao o aglutinador das " Ovelhas " fundido as partes num todo
leia-se OPERA e as ovelhas o DO RE MI FA ...bla bla
O panico da morte e o horror do sofrimento nada teem a ver com o todo mas com a parte que fixou dominancia na conservaçao do EGO e na arte reprodutiva
Os horrores das guerras das mortandeades das evocaçoes religiosas nada tem a ver co mreligiões mas com a dinamica da especie num movimento de onda que caminha em frente e se encontra uma rocha faz espuma ou se encopntra areia morre devagarinho
Da um geitao pessoal mal esclarecido ser agarrado pelos medos e leva-lo para um rebanho religiosos
Só que ...passou a ser um prisioneiro de si mesmo
Só isso
Discutir quem é Deus ..é discutir algo de qu no falta um ponto de observaçao e uma cadeira numa plateia para ouvir a tal Opera esquecendo o pessoal que a opera é feita de sons bem catalogados
Discutir o alfabeto sonoro é pura masturbaçao
Ouvir Opera aí sim da gozo
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: COMO RECONHECER DEUS? Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia
DEUS esta dentro de NOS!!! E uma das provas disso e a CONSCIENCIA!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: COMO RECONHECER DEUS? Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia
Eu já li isto: Discurso sobre o método-René Descartes.
Ora aí é apresentada a ideia sobre Deus, de uma pessoa de há 4 séculos atrás.
E hoje qual é a nossa ideia?
*****método= "caminho a seguir"
Ora aí é apresentada a ideia sobre Deus, de uma pessoa de há 4 séculos atrás.
E hoje qual é a nossa ideia?
*****método= "caminho a seguir"
Socialista Trotskista- Pontos : 41
Re: COMO RECONHECER DEUS? Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia
Apenas tenho uma certeza:
Não se consegue encontrar Deus nos corredores do Vaticano, nas Sinagogas dos únicos escolhidos, nem nas mesquitas que apelam à morte...
Não se consegue encontrar Deus nos corredores do Vaticano, nas Sinagogas dos únicos escolhidos, nem nas mesquitas que apelam à morte...
Anarca- Admin
- Pontos : 1203
Re: COMO RECONHECER DEUS? Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia
Anarca escreveu:Apenas tenho uma certeza:
Não se consegue encontrar Deus nos corredores do Vaticano, nas Sinagogas dos únicos escolhidos, nem nas mesquitas que apelam à morte...
E por mais que berremos (eu próprio), não deixamos todos de ser um vaticano, um ...., uma meca,...
... -->significa que n sei e que n me apeteceu ir ver!!!
Viu aquela coisa que eu pus sobre a raposa (Antoine de Saint-Exupéry)?
Ela fala lá de rituais... Ainda a outra semana alguém disse dentro de uma igreja, para toda a gente, que lá estava, que ir à missa é apenas uma norma positiva.
Há rituais em todo o lado, na religião. Eu sempre segui a linha de se for preciso, ponho-os em causa.
Porque são as igrejas, sinagogas, mesquitas,etc que podem dominar, por mais regras, que às que são geralmente aceites ou por constrangimento.
E aí como em todo lado, pode-se querer ter um filão garantido. Mas só as pessoas como crentes e os pastores das igrejas, podem explorar, o que tiver de ser, ou poderá ser explorado.
Socialista Trotskista- Pontos : 41
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