Comunicão Social bateu no fundo I
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Comunicão Social bateu no fundo I
Não sei se a isto se pode chamar CS. Mas é a que vende, a que está a dar. Que saudades que eu tenho de um tempo, onde um jornalista, para informar, tinha de encontrar engenho e arte, inteligência para vencer as forças da reacção. Hoje, penso muito sinceramente, atingiu-se o ponto de não retorno. Tudo tem preço. A verdade tem um, a calúnia paga melhor, o exibicionismo das chagas muito mais. Como nos circos de antigamente. Mostravam anões, malformados e outras chagas para galhofa dos espectadores. Hoje vende-se a morte como espectáculo. Qual a diferença entre isso e os estádios dos Talibãs cheios para verem as matanças??
Talvez seja a altura da blogosesfera, apesar de empestada por muita caca, mostrar alguns valores ainda existentes....
O CANCRO MAIS FAMOSO DE INGLATERRA
Ferreira Fernandes - DN
Parece que não foi desta, ainda não tivemos a cara agonizante em directo. Por enquanto, foi só o casamento. Casamento foi sempre assunto de interesse público, nada faz virar a cabeça mais do que um carro de noiva. Minto, talvez um carro funerário com pessoa famosa lá dentro chame mais as atenções. Calculem, então, o que causa um casamento de noiva com cancro terminal! Ontem, foi o grande dia de Goody, famosa do Big Brother britânico, rapariga dos subúrbios que vendeu o casamento a uma revista por 700 mil libras e, por mais 100 mil, a transmissão televisiva a um canal. O casamento valeu cerca de um milhão de euros porque veio com brinde: o cancro de útero de Goody e as prometidas poucas semanas de vida. A revista ter um título todo optimista, OK!, e o canal televisivo chamar-se Living TV, TV Viva, não foi programado, é só daquelas ironias que nos fazem acreditar que não há humor como o do destino. Mas, enfim, foi só um casamento. E, se calhar, quando alguém vender a sua morte em directo também será banal. O nosso patamar de expectativa já está em alguém anunciar, programar e matar alguém em directo. Para quando?
Talvez seja a altura da blogosesfera, apesar de empestada por muita caca, mostrar alguns valores ainda existentes....
O CANCRO MAIS FAMOSO DE INGLATERRA
Ferreira Fernandes - DN
Parece que não foi desta, ainda não tivemos a cara agonizante em directo. Por enquanto, foi só o casamento. Casamento foi sempre assunto de interesse público, nada faz virar a cabeça mais do que um carro de noiva. Minto, talvez um carro funerário com pessoa famosa lá dentro chame mais as atenções. Calculem, então, o que causa um casamento de noiva com cancro terminal! Ontem, foi o grande dia de Goody, famosa do Big Brother britânico, rapariga dos subúrbios que vendeu o casamento a uma revista por 700 mil libras e, por mais 100 mil, a transmissão televisiva a um canal. O casamento valeu cerca de um milhão de euros porque veio com brinde: o cancro de útero de Goody e as prometidas poucas semanas de vida. A revista ter um título todo optimista, OK!, e o canal televisivo chamar-se Living TV, TV Viva, não foi programado, é só daquelas ironias que nos fazem acreditar que não há humor como o do destino. Mas, enfim, foi só um casamento. E, se calhar, quando alguém vender a sua morte em directo também será banal. O nosso patamar de expectativa já está em alguém anunciar, programar e matar alguém em directo. Para quando?
Viriato- Pontos : 16657
Comunicação social bateu no fundo II
Jade Goody
Pela primeira vez leio o nome de Jade Goody, uma mulher de 27 anos que está a morrer por uma neoplasia disseminada.
Esta mulher, que só agora conheci, deu muito que falar e que vender pela sua participação num Big Brother em que, pelo que li nos jornais online, a sua forma de falar, a sua falta de conhecimentos gerais e a história de uma infância desgraçada, foi um verdadeiro caso social a explorar pelos media.
Dessa efémera celebridade, que lhe deu fama e dinheiro para lhos tirar pouco tempo depois, com o escândalo causado por atitudes de índole racista que demonstrou no mesmo ou noutro programa semelhante, aprendeu a vender a sua vida, a sua história, a sua pessoa.
Até ao acto final, talvez mais íntimo e secreto que nascer, Jade Goody resolveu vender a sua doença e a sua própria morte, tentando desta forma garantir sustento para os filhos que deixa, ao apetite sem governo de uma sociedade que tudo vende e tudo compra, num espectáculo que já não tem fronteiras.
Se tudo vale, então ela aprendeu bem a lição. De tudo se valerá, até do seu próprio fim.
publicado por Sofia Loureiro dos Santos
Pela primeira vez leio o nome de Jade Goody, uma mulher de 27 anos que está a morrer por uma neoplasia disseminada.
Esta mulher, que só agora conheci, deu muito que falar e que vender pela sua participação num Big Brother em que, pelo que li nos jornais online, a sua forma de falar, a sua falta de conhecimentos gerais e a história de uma infância desgraçada, foi um verdadeiro caso social a explorar pelos media.
Dessa efémera celebridade, que lhe deu fama e dinheiro para lhos tirar pouco tempo depois, com o escândalo causado por atitudes de índole racista que demonstrou no mesmo ou noutro programa semelhante, aprendeu a vender a sua vida, a sua história, a sua pessoa.
Até ao acto final, talvez mais íntimo e secreto que nascer, Jade Goody resolveu vender a sua doença e a sua própria morte, tentando desta forma garantir sustento para os filhos que deixa, ao apetite sem governo de uma sociedade que tudo vende e tudo compra, num espectáculo que já não tem fronteiras.
Se tudo vale, então ela aprendeu bem a lição. De tudo se valerá, até do seu próprio fim.
publicado por Sofia Loureiro dos Santos
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