A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
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A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
A pressão aumenta para todo o clã de Chávez
Jens Glüsing
Quando Dona Elena Frías de Chávez vai à igreja, ela é acompanhada por sete seguranças em um pequeno comboio de três SUVs Ford blindadas. Pouco depois das 19h, a missa acaba de começar na igreja de Cristo Rey, em Barinas, uma cidade de 270 mil habitantes nas planícies quentes do Oeste da Venezuela. A mãe do presidente do país senta-se na segunda fileira. Ele está vestindo uma blusa turquesa e óculos escuros, o cabelo pintado de louro.
O presidente venezuelano Hugo Chávez vem de uma família devota. Dona Elena costumava caminhar até sua igreja, que ficava apenas a duas quadras de sua casa antiga. Agora, ela e seu marido moram em uma enorme mansão em uma seção rica de Barinas.
A casa antiga está vazia. Nada na construção amarela de um andar e sem adornos sugere que o presidente passou parte da sua infância ali. Hugo de los Reyes Chávez, pai do presidente, foi governador do Estado de Barinas pela última década. Ele concorreu à reeleição há quatro anos sob o lema: "Vote no pai, porque o filho não pode negar-lhe qualquer pedido."
Isso é aparentemente verdade para toda a família. Desde que Hugo Chávez, ex-pára-quedista que mais tarde deu um golpe militar e hoje é o líder da esquerda da América Latina, foi eleito presidente em 1998. Sua família mestiça humilde tornou-se um clã rico. Aparentemente, a família de Chávez tem 17 fazendas, várias delas adquiridas por laranjas, segundo a oposição. "Os Chávez são os novos oligarcas de Barinas", diz Antonio Bastidas, ex-vizinho e membro da oposição hoje.
Hugo de los Reyes Chávez, antigo professor primário, hoje é chamado de "O mestre" em Barinas; tem seis filhos, e todos eles são extremamente bem cuidados. Adelis é vice-presidente do banco Sofitasa, que dirige os negócios do governo de Barinas. Anibal é prefeito da cidade natal de Chávez, Sabaneta. Narciso dirige o escritório de governo de cooperação Venezuela-Cuba e Argenis é diretor do gabinete do pai. Argenis tornou-se o chefe de fato da família quando "O mestre" sofreu um derrame há poucos anos. O primo de Chávez, Asdrúbal, é vice-presidente de refinarias da empresa estatal petroleira Pdvsa.
Adan, o mais velho dos irmãos Chávez, tem fama de ser o intelectual da família e teve cargos como embaixador da Venezuela em Cuba e ministro da educação. De todos os irmãos, Chávez confia mais em Adan e por isso confiou-lhe uma missão delicada: Adan está concorrendo para suceder o pai na eleição governamental do domingo. Sua tarefa é proteger o presidente contra a possibilidade de uma derrota vergonhosa no "berço da revolução", termo que Chávez gosta de usar para descrever seu Estado natal.
As eleições regionais serão o primeiro teste de força para o presidente desde o referendo constitucional fracassado do ano passado, com o qual o líder autocrático Chávez procurou assegurar a possibilidade de reeleições ilimitadas. De acordo com pesquisas de opinião, seis Estados importantes podem passar para a oposição nas eleições de domingo.
Ironicamente, uma oposição efetiva ao comandante desenvolveu-se entre seus próprios partidários. Os "chavistas" e alguns dos renegados agora estão concorrendo como candidatos independentes. Em Barinas, por exemplo, Adan Chávez está em uma disputa apertada com o prefeito da cidade, um ex-aliado político de Chávez. "Estamos cansados do nepotismo na família do presidente. Chávez estabeleceu uma nova monarquia", diz o candidato da oposição Simon Jimenez.
Barinas, como um microcosmo da sociedade venezuelana, é o lugar perfeito para se estudar a ascensão e queda do caudilho. Uma estrada de quatro pistas leva a sua cidade natal de Sabaneta, a 60 km da capital da província. Não há guardrail no centro da estrada, por que ela também serve como pista de pouso para o jato de Chávez, quando este vem visitar a cidade.
O prefeito Aníbal Chávez pintou as placas de rua de vermelho e a casa onde presidente nasceu, que hoje abriga os escritórios do partido, de cor de rosa. Muitas ruas nesta pequena cidade empoeirada não são pavimentadas, e formam poças profundas durante as chuvas pesadas.
Hugo de los Reyes Chávez e sua mulher viveram aqui com seus dois filhos mais velhos até mudarem-se para Barinas, no final dos anos 60. "Hugo, o segundo filho, era o mais elegante dos filhos", diz o antigo vizinho Bastidas. "Ele era fascinado por armas interessado em história".
Hugo pai era membro do Partido Cristão Social da Venezuela, mas seus filhos se rebelaram contra o que chamaram de "elite podre da Venezuela" e a "ditadura do partido", que eles acreditavam dominar o país até a vitória de Chávez nas eleições em 1998. Dona Elena manteve a família unida com mão de ferro.
O professor primário e sua mulher eram pessoas modestas. Hoje, seu salário de governador é um segredo de Estado, e Dona Elena não faz esforço para esconder seu gosto caro por jóias. Barinas está cheia de rumores sobre como o clã adquiriu esse dinheiro. Duas investigações por enriquecimento ilícito estão suspensas no escritório do promotor do Estado.
Moradores locais ficam especialmente indignados com a história do estádio de futebol de La Carolina. Supostamente, seria inaugurado durante a Copa América do ano passado, mas a estrutura ainda está sob construção hoje. Apenas um jogo - entre EUA e Paraguai - aconteceu ali no local de construção, durante o dia, porque ainda não havia luzes. Adelis Chávez é o responsável pelo financiamento do projeto gigantesco.
Há outras histórias da corrupção na família de Chávez. O presidente já inaugurou uma refinaria de açúcar da estatal Caaez, um projeto de US$ 100 milhões (cerca de R$200 milhões) perto de Sabaneta, três vezes, e a construção ainda está pela metade. Outra história é bem delicada para os agricultores da região, que costumavam plantar milho e arroz. Chávez convenceu-os a plantar cana-de-açúcar, mas agora eles são forçados a queimar metade de sua colheita porque não há refinaria para processar a cana. "O presidente enganou o povo", diz David Hernandez, outro antigo partidário de Chávez.
O presidente e sua família não são nem populares entre os moradores de Sabaneta. Oito manifestantes e três policiais ficaram feridos há três semanas, quando protestos de estudantes se tornaram violentos. Hernandez, um dissidente, foi convocado pela polícia secreta duas vezes. Ele recebe ameaças de morte ocasionais e tem medo de sair à noite sem guarda-costas.
Chávez nunca comentou as maquinações da família publicamente, mas aparentemente reclamou em um evento de família do enriquecimento indevido dos parentes. Há rumores em Barinas que ele destruiu a Hummer ostentadora de seu irmão Argenis com um bastão de beisebol e que a mãe teve que intervir.
Argenis, inicialmente, deveria suceder o pai como governador, mas como ele está envolvido em escândalos demais, o presidente removeu-o da linha de fogo. "Chávez não quer arriscar a segurança da família", diz o candidato da oposição Jimenez.
Adan, o mais velho, que agora está concorrendo ao governo, tem sido generoso com as doações de campanha, esperando melhorar suas perspectivas com os eleitores, apesar de tudo. Em um bairro pobre de Barinas, os cabos eleitorais de Chávez vendem porco, refrigeradores e outros artigos a preços artificialmente baixos. O café venezuelano -"100% nacional"- é especialmente popular, por 5 bolívares por libra. É raro encontrar café no supermercado devido à má administração socialista da economia.
Enquanto isso, os médicos cubanos enviados à Venezuela por Fidel Castro em troca de petróleo barato estão dando receitas para óculos e medicamentos de graça. "Estamos todos votando em Adan", diz Alberto Bueno, carpinteiro na fila para ganhar a óculos no bairro de Mi Jardin II.
O Partido Socialista Unido Venezuelano do presidente organizou um "concerto para a juventude" no subúrbio da cidade. O público foi levado ao local em ônibus, mas o espaço era grande demais.
O irmão de Chávez Adan acena para o público, mas evita fazer um discurso. O espaço VIP onde seus pais estão sentados é tão vermelho quanto a camiseta que sua mãe veste. Dona Elena parece determinada, levantando seu pulso em um gesto de desafio.
Ela planeja participar da missa, como sempre, antes das eleições no domingo. E ela pretende rezar por seus filhos.
1996-2009 UOL - O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.
Jens Glüsing
Quando Dona Elena Frías de Chávez vai à igreja, ela é acompanhada por sete seguranças em um pequeno comboio de três SUVs Ford blindadas. Pouco depois das 19h, a missa acaba de começar na igreja de Cristo Rey, em Barinas, uma cidade de 270 mil habitantes nas planícies quentes do Oeste da Venezuela. A mãe do presidente do país senta-se na segunda fileira. Ele está vestindo uma blusa turquesa e óculos escuros, o cabelo pintado de louro.
O presidente venezuelano Hugo Chávez vem de uma família devota. Dona Elena costumava caminhar até sua igreja, que ficava apenas a duas quadras de sua casa antiga. Agora, ela e seu marido moram em uma enorme mansão em uma seção rica de Barinas.
A casa antiga está vazia. Nada na construção amarela de um andar e sem adornos sugere que o presidente passou parte da sua infância ali. Hugo de los Reyes Chávez, pai do presidente, foi governador do Estado de Barinas pela última década. Ele concorreu à reeleição há quatro anos sob o lema: "Vote no pai, porque o filho não pode negar-lhe qualquer pedido."
Isso é aparentemente verdade para toda a família. Desde que Hugo Chávez, ex-pára-quedista que mais tarde deu um golpe militar e hoje é o líder da esquerda da América Latina, foi eleito presidente em 1998. Sua família mestiça humilde tornou-se um clã rico. Aparentemente, a família de Chávez tem 17 fazendas, várias delas adquiridas por laranjas, segundo a oposição. "Os Chávez são os novos oligarcas de Barinas", diz Antonio Bastidas, ex-vizinho e membro da oposição hoje.
Hugo de los Reyes Chávez, antigo professor primário, hoje é chamado de "O mestre" em Barinas; tem seis filhos, e todos eles são extremamente bem cuidados. Adelis é vice-presidente do banco Sofitasa, que dirige os negócios do governo de Barinas. Anibal é prefeito da cidade natal de Chávez, Sabaneta. Narciso dirige o escritório de governo de cooperação Venezuela-Cuba e Argenis é diretor do gabinete do pai. Argenis tornou-se o chefe de fato da família quando "O mestre" sofreu um derrame há poucos anos. O primo de Chávez, Asdrúbal, é vice-presidente de refinarias da empresa estatal petroleira Pdvsa.
Adan, o mais velho dos irmãos Chávez, tem fama de ser o intelectual da família e teve cargos como embaixador da Venezuela em Cuba e ministro da educação. De todos os irmãos, Chávez confia mais em Adan e por isso confiou-lhe uma missão delicada: Adan está concorrendo para suceder o pai na eleição governamental do domingo. Sua tarefa é proteger o presidente contra a possibilidade de uma derrota vergonhosa no "berço da revolução", termo que Chávez gosta de usar para descrever seu Estado natal.
As eleições regionais serão o primeiro teste de força para o presidente desde o referendo constitucional fracassado do ano passado, com o qual o líder autocrático Chávez procurou assegurar a possibilidade de reeleições ilimitadas. De acordo com pesquisas de opinião, seis Estados importantes podem passar para a oposição nas eleições de domingo.
Ironicamente, uma oposição efetiva ao comandante desenvolveu-se entre seus próprios partidários. Os "chavistas" e alguns dos renegados agora estão concorrendo como candidatos independentes. Em Barinas, por exemplo, Adan Chávez está em uma disputa apertada com o prefeito da cidade, um ex-aliado político de Chávez. "Estamos cansados do nepotismo na família do presidente. Chávez estabeleceu uma nova monarquia", diz o candidato da oposição Simon Jimenez.
Barinas, como um microcosmo da sociedade venezuelana, é o lugar perfeito para se estudar a ascensão e queda do caudilho. Uma estrada de quatro pistas leva a sua cidade natal de Sabaneta, a 60 km da capital da província. Não há guardrail no centro da estrada, por que ela também serve como pista de pouso para o jato de Chávez, quando este vem visitar a cidade.
O prefeito Aníbal Chávez pintou as placas de rua de vermelho e a casa onde presidente nasceu, que hoje abriga os escritórios do partido, de cor de rosa. Muitas ruas nesta pequena cidade empoeirada não são pavimentadas, e formam poças profundas durante as chuvas pesadas.
Hugo de los Reyes Chávez e sua mulher viveram aqui com seus dois filhos mais velhos até mudarem-se para Barinas, no final dos anos 60. "Hugo, o segundo filho, era o mais elegante dos filhos", diz o antigo vizinho Bastidas. "Ele era fascinado por armas interessado em história".
Hugo pai era membro do Partido Cristão Social da Venezuela, mas seus filhos se rebelaram contra o que chamaram de "elite podre da Venezuela" e a "ditadura do partido", que eles acreditavam dominar o país até a vitória de Chávez nas eleições em 1998. Dona Elena manteve a família unida com mão de ferro.
O professor primário e sua mulher eram pessoas modestas. Hoje, seu salário de governador é um segredo de Estado, e Dona Elena não faz esforço para esconder seu gosto caro por jóias. Barinas está cheia de rumores sobre como o clã adquiriu esse dinheiro. Duas investigações por enriquecimento ilícito estão suspensas no escritório do promotor do Estado.
Moradores locais ficam especialmente indignados com a história do estádio de futebol de La Carolina. Supostamente, seria inaugurado durante a Copa América do ano passado, mas a estrutura ainda está sob construção hoje. Apenas um jogo - entre EUA e Paraguai - aconteceu ali no local de construção, durante o dia, porque ainda não havia luzes. Adelis Chávez é o responsável pelo financiamento do projeto gigantesco.
Há outras histórias da corrupção na família de Chávez. O presidente já inaugurou uma refinaria de açúcar da estatal Caaez, um projeto de US$ 100 milhões (cerca de R$200 milhões) perto de Sabaneta, três vezes, e a construção ainda está pela metade. Outra história é bem delicada para os agricultores da região, que costumavam plantar milho e arroz. Chávez convenceu-os a plantar cana-de-açúcar, mas agora eles são forçados a queimar metade de sua colheita porque não há refinaria para processar a cana. "O presidente enganou o povo", diz David Hernandez, outro antigo partidário de Chávez.
O presidente e sua família não são nem populares entre os moradores de Sabaneta. Oito manifestantes e três policiais ficaram feridos há três semanas, quando protestos de estudantes se tornaram violentos. Hernandez, um dissidente, foi convocado pela polícia secreta duas vezes. Ele recebe ameaças de morte ocasionais e tem medo de sair à noite sem guarda-costas.
Chávez nunca comentou as maquinações da família publicamente, mas aparentemente reclamou em um evento de família do enriquecimento indevido dos parentes. Há rumores em Barinas que ele destruiu a Hummer ostentadora de seu irmão Argenis com um bastão de beisebol e que a mãe teve que intervir.
Argenis, inicialmente, deveria suceder o pai como governador, mas como ele está envolvido em escândalos demais, o presidente removeu-o da linha de fogo. "Chávez não quer arriscar a segurança da família", diz o candidato da oposição Jimenez.
Adan, o mais velho, que agora está concorrendo ao governo, tem sido generoso com as doações de campanha, esperando melhorar suas perspectivas com os eleitores, apesar de tudo. Em um bairro pobre de Barinas, os cabos eleitorais de Chávez vendem porco, refrigeradores e outros artigos a preços artificialmente baixos. O café venezuelano -"100% nacional"- é especialmente popular, por 5 bolívares por libra. É raro encontrar café no supermercado devido à má administração socialista da economia.
Enquanto isso, os médicos cubanos enviados à Venezuela por Fidel Castro em troca de petróleo barato estão dando receitas para óculos e medicamentos de graça. "Estamos todos votando em Adan", diz Alberto Bueno, carpinteiro na fila para ganhar a óculos no bairro de Mi Jardin II.
O Partido Socialista Unido Venezuelano do presidente organizou um "concerto para a juventude" no subúrbio da cidade. O público foi levado ao local em ônibus, mas o espaço era grande demais.
O irmão de Chávez Adan acena para o público, mas evita fazer um discurso. O espaço VIP onde seus pais estão sentados é tão vermelho quanto a camiseta que sua mãe veste. Dona Elena parece determinada, levantando seu pulso em um gesto de desafio.
Ela planeja participar da missa, como sempre, antes das eleições no domingo. E ela pretende rezar por seus filhos.
1996-2009 UOL - O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
As ligações perigosas da dinastia Bush ao dinheiro do Médio Oriente
Data: Sexta, 02.Abril.2004
Já no distante ano de 1964, George H. W. Bush, candidato ao Senado dos Estados Unidos pelo Texas, era apontado pelo adversário democrata Ralph Yarborough como uma marioneta do xeque do Kuwait, para quem a companhia de Bush fazia prospecção "offshore" de petróleo. Nas quatro décadas desde então, os Bush tornaram-se o primeiro clã político dos EUA a misturar-se completamente com famílias reais do Médio Oriente e com o dinheiro do petróleo.
Entender como é que estas relações invulgares influenciaram mesmo o "11 de Setembro" e distorceram depois a resposta dos EUA ao terrorismo islâmico exige que se pense na família Bush como uma dinastia.
O primeiro membro da família atraído pela riqueza do petróleo do Médio Oriente foi o bisavô de George W. Bush, George H. Walker, um especulador que era presidente da W.A. Harriman & Co., com sede em Wall Street. Nos anos 20, Walker e a sua empresa participaram na reconstrução dos campos petrolíferos de Bacu, a apenas algumas centenas de quilómetros do que é hoje o Iraque. Como membro da direcção das Dresser Industries (hoje parte da Halliburton), o genro de Walker, Prescott Bush (avô de George W. Bush) envolveu-se com o Médio Oriente a seguir à Segunda Guerra Mundial. Mas foi George H. W. Bush, o pai do actual Presidente, que forjou os mais fortes laços da dinastia com a região.
George H.W. Bush foi o primeiro director da CIA vindo da indústria do petróleo. Tornou-se depois o primeiro vice-Presidente - e, a seguir, o primeiro Presidente - a ter uma relação anterior quer com o petróleo quer com a CIA. Isto ajuda a explicar o seu interesse persistente no Médio Oriente, em operações clandestinas e em bancos duvidosos como o Banco Internacional de Crédito e Comércio, ou BCCI na sigla em inglês, com sede em Abu Dhabi, que se tornou mais conhecido como "Banco Internacional de Charlatães e Criminosos". Em cada um dos postos governamentais que ocupou, encorajou o envolvimento da CIA no Irão, Paquistão, Afeganistão e outros países da região e tomou decisões que ajudaram a tornar o Médio Oriente o destino principal em todo o mundo para carregamentos de armas.
Ao tomar as rédeas da CIA em Janeiro de 1976, Bush cimentou relações fortes com os serviços de espionagem tanto da Arábia Saudita como do Xá do Irão. Trabalhou de perto com Kamal Adham, o chefe da espionagem saudita, cunhado do rei Faiçal e um homem com ligações estreitas ao BCCI. Depois de deixar a CIA, em Janeiro de 1977, Bush tornou-se presidente da comissão executiva do First International Bancshares e da sua subsidiária britânica, onde, de acordo com os jornalistas Peter Truell e Larry Gurwin, no seu livro de 1992 "False Profits", Bush "viajou em representação do banco (...) até bancos internacionais em Londres, incluindo várias instituições do Médio Oriente".
Uma vez na Casa Branca, primeiro como vice de Ronald Reagan e depois como Presidente, Bush esteve ligado a pelo menos dois escândalos com laços ao Médio Oriente. Nunca ficou inteiramente clara qual a sua relação no caso Irão-Contras, em que carregamentos clandestinos de armas para o Irão, alguns financiados pelo BCCI, ajudaram a financiar ilegalmente as operações dos rebeldes Contra, que combatiam o regime sandinista na Nicarágua. Mas, em 1982, o procurador especial Lawrence E. Walsh assegurou que Bush, apesar dos seus protestos de inocência, tinha de facto estado no meio de múltiplos actos ilegais.
Muito mais claro foi o papel central que teve, como vice e como Presidente, no chamado "Iraquegate" - a ajuda clandestina fornecida pelos EUA e pelos seus militares ao Iraque de Saddam Hussein durante a guerra com o Irão na década de 80. Sabe-se que Washington forneceu ao regime, além de armas convencionais, tanto culturas biológicas que podiam ter sido usadas em armas como "know how" nuclear.
Durante estes anos, os quatro filhos de George H.W. Bush - George W, Jeb, Neil e Marvin - seguiam as pisadas familiares, fazendo negócios com financeiros da Arábia Saudita, do Kuwait e do Bahrain e relacionando-se com o BCCI. O Médio Oriente tornava-se uma conveniente fonte de dinheiro para a família.
O filho mais velho, George W., estabeleceu a sua primeira ligação com a região no fim da década de 70, através de James Bath, um homem de negócios do Texas que era o representante na América do Norte de dois sauditas ricos (e familiares de Osama bin Laden) - o multimilionário Salem bin Laden e o banqueiro e investidor do BCCI Khalid bin Mafouz. Bath pôs 50 mil dólares na sociedade Arbusto, montada em 1979 por Bush; provavelmente era dinheiro dos dois sauditas.
No fim da década de 80, depois de vários empreendimentos petrolíferos falhados, o futuro 43º Presidente deixou que a débil companhia de petróleo em que era accionista maioritário e presidente fosse comprada por outra empresa com influências estrangeiras, a Harken Energy. Em 1991, o "Wall Street Journal" comentava: "O mosaico das ligações ao BCCI que rodeia a Harken Energy pode não provar nada mais do que a multiplicidade dos laços do banco escroque. Mas o número de pessoas ligadas ao BCCI que tinham conexões com a Harken - todas desde que George W. Bush subiu a bordo - levanta a questão de elas poderem mascarar a tentativa de agradar a um filho presidencial".
Outros fumos de hipotética corrupção surgiram em 1990 quando a Harken, uma empresa sem experiência, conseguiu um importante contrato com o governo do Bahrain para efectuar perfurações no Golfo Pérsico. Os jornalistas da "Time" Jonathan Beaty e S.C. Gwynne, no seu livro "The Outlaw Bank", concluíram que "Mahfouz, ou outros actores do BCCI, devem ter tido influência ao conseguirem o contrato para o filho do presidente". A rede que rodeia as presidências Bush já estava a ser tecida.
O segundo dos irmãos, Jeb Bush, agora governador da Florida, passou a maior parte do tempo no início e meados da década de 80 com ex-agentes da espionagem cubana, Contras nicaraguenses e outros operadores que actuavam na lucrativa órbita de grupos de Miami controlados pela CIA. Mas também tinha ligações ao Médio Oriente. Dois dos seus sócios, Guillermo Hernandez-Cartaya e Camilo Padreda, ambos acusados de negócios financeiros ilícitos, andavam associados havia muito a Adnan Kashoggi, negociante de armas do Médio Oriente, investidor do BCCI e figura envolvida no escândalo Irão-Contras. A acusação retirou as queixas contra os dois, e um juiz determinou que o nome de Padreda fosse retirado do processo. Mas, alguns anos depois, Padreda, um ex-tesoureiro do Partido Republicano na área de Miami, foi condenado por fraude por causa de um projecto imobiliário envolvendo dinheiros do governo federal e que Jeb Bush tinha ajudado a facilitar.
Neil Bush, mais famoso pelo escândalo de corrupção na Caixa de Poupança Silverado, no Colorado, onde foi director na década de 1980, também teve laços com o Golfo Pérsico. Em 1993, depois de o pai ter deixado a Casa Branca, Neil foi ao Kuwait com os pais, com o irmão Marvin e com o ex-secretário de Estado James Baker. O pai regressou, mas Neil ficou no emirado a tratar de negócios e quando voltou envolveu-se em relações lucrativas com o sírio-americano Jamal Daniel. Uma das suas empresas, a "Ignite!", especializada em software educativo, incluía representantes de pelo menos três famílias reinantes no Golfo Pérsico.
O interesse comercial dos Bush pelo Médio Oriente tem outro exemplo em Marvin, o irmão mais novo do actual Presidente. Entre 1993 e 2000 foi um accionista importante, juntamente com Mishal Youssef Saud al Sabah, membro da família real kuwaitiana, da Kuwait-American Corp., com interesses em companhias norte-americanas de defesa, aviação e segurança industrial.
As próprias relações de George H.W. Bush com o Golfo continuaram em expansão. Quando estava na Casa Branca com Reagan era conhecido no Médio Oriente como "o vice-Presidente saudita"; o ano passado, um artigo na revista "New Yorker" descrevia o embaixador saudita nos EUA como sendo "quase um membro da família" Bush. Muitos viram a Guerra do Golfo de 1991 para expulsar o Iraque do Kuwait como uma consequência dos estreitos laços de Bush à indústria petrolífera e às famílias reais do Golfo, que se sentiam ameaçadas pelo expansionismo de Saddam.
Depois de derrotado na tentativa de conseguir um segundo mandato presidencial, Bush juntou-se em 1993 ao Carlyle Group, com sede em Washington. Sob a chefia de ex-responsáveis da Administração como Baker e o ex-secretário da Defesa Frank Carlucci, o Carlyle tornou-se especialista em comprar empresas ligadas à segurança e em duplicar ou quadruplicar o seu valor.
O ex-Presidente não só se tornou um investidor do Carlyle mas também consultor da empresa para a Ásia e especialista em atrair investidores. Doze ricas famílias sauditas, incluindo a de bin Laden, estavam entre eles. Em 2002, noticiou o "Washington Post", "sauditas próximos do príncipe Sultan, o ministro saudita da Defesa... foram encorajados a investir no Carlyle como favor ao mais velho dos Bush". Em Outubro passado, Bush abandonou a empresa; Baker, que agora tenta convencer os aliados dos EUA a perdoarem a dívida iraquiana, ainda é conselheiro sénior do grupo.
Se a guerra de 1991 e as suas consequências cimentaram os laços de Bush com a elite do petróleo e a realeza do Médio Oriente, também irritaram os crentes e os radicais islâmicos. No fim dos anos 90, muitos dos combatentes islâmicos que tinham sido mobilizados pela CIA e por outros para expulsar os soviéticos do Afeganistão tornavam-se cada vez mais anti-americanos. Encontraram-se em sintonia com Osama bin Laden, renegado pela sua família milionária, que estava irado com a presença dos EUA na Arábia Saudita.
Quando Washington desencadeou o ano passado uma segunda guerra contra o Iraque, sem encontrar armas de destruição maciça, sondagens internacionais, em especial as realizadas pelo Pew Center, de Washington, registaram um crescimento flagrante do sentimento anti-Bush e anti-americano no mundo muçulmano - uma atmosfera perfeita para recrutar terroristas. Mesmo antes da guerra, alguns cínicos argumentaram que o Iraque fora eleito como alvo para desviar a atenção do falhanço da administração em apanhar Osama.
Críticos mais ferozes sugeriram que Bush tinha procurado desviar a atenção de como os laços da família com os bin Laden e com elementos renegados do Médio Oriente tinham prejudicado o trabalho da espionagem norte-americana antes de 11 de Setembro. O senador democrata Charles E. Schumer queixou-se de que mesmo quando o Congresso divulgou, em meados do ano passado, relatórios da espionagem sobre as origens do ataque de 2001, a administração Bush reeditou fortemente um capítulo de 28 páginas sobre os sauditas e outros governos estrangeiros, concluindo: "Parece existir uma estratégia sistemática de apaziguamento e encobrimento quando se chega aos sauditas".
Não existem provas que sugiram que o "11 de Setembro" podia ter sido evitado ou descoberto se alguém que não um Bush estivesse na Presidência. Mas há certamente argumentos suficientes para sugerir que as muitas décadas de envolvimento e negócios da dinastia Bush no Médio Oriente criaram um conflito de interesses importante que merece estar no debate político em 2004. Nenhuma presidência anterior teve algo sequer remotamente parecido. Nem uma.
Kevin Phillips é autor de mais de uma dezena de livros especialmente relacionados com a influência do capital na política e no eleitorado dos Estados Unidos. O mais recente chama-se "American Dynasty: Aristocracy, Fortune and the Politics of Deceit in the House of Bush" e acaba de ser publicado nos Estados Unidos pela Viking Penguin.
Já no distante ano de 1964, George H. W. Bush, candidato ao Senado dos Estados Unidos pelo Texas, era apontado pelo adversário democrata Ralph Yarborough como uma marioneta do xeque do Kuwait, para quem a companhia de Bush fazia prospecção "offshore" de petróleo. Nas quatro décadas desde então, os Bush tornaram-se o primeiro clã político dos EUA a misturar-se completamente com famílias reais do Médio Oriente e com o dinheiro do petróleo.
Entender como é que estas relações invulgares influenciaram mesmo o "11 de Setembro" e distorceram depois a resposta dos EUA ao terrorismo islâmico exige que se pense na família Bush como uma dinastia.
O primeiro membro da família atraído pela riqueza do petróleo do Médio Oriente foi o bisavô de George W. Bush, George H. Walker, um especulador que era presidente da W.A. Harriman & Co., com sede em Wall Street. Nos anos 20, Walker e a sua empresa participaram na reconstrução dos campos petrolíferos de Bacu, a apenas algumas centenas de quilómetros do que é hoje o Iraque. Como membro da direcção das Dresser Industries (hoje parte da Halliburton), o genro de Walker, Prescott Bush (avô de George W. Bush) envolveu-se com o Médio Oriente a seguir à Segunda Guerra Mundial. Mas foi George H. W. Bush, o pai do actual Presidente, que forjou os mais fortes laços da dinastia com a região.
George H.W. Bush foi o primeiro director da CIA vindo da indústria do petróleo. Tornou-se depois o primeiro vice-Presidente - e, a seguir, o primeiro Presidente - a ter uma relação anterior quer com o petróleo quer com a CIA. Isto ajuda a explicar o seu interesse persistente no Médio Oriente, em operações clandestinas e em bancos duvidosos como o Banco Internacional de Crédito e Comércio, ou BCCI na sigla em inglês, com sede em Abu Dhabi, que se tornou mais conhecido como "Banco Internacional de Charlatães e Criminosos". Em cada um dos postos governamentais que ocupou, encorajou o envolvimento da CIA no Irão, Paquistão, Afeganistão e outros países da região e tomou decisões que ajudaram a tornar o Médio Oriente o destino principal em todo o mundo para carregamentos de armas.
Ao tomar as rédeas da CIA em Janeiro de 1976, Bush cimentou relações fortes com os serviços de espionagem tanto da Arábia Saudita como do Xá do Irão. Trabalhou de perto com Kamal Adham, o chefe da espionagem saudita, cunhado do rei Faiçal e um homem com ligações estreitas ao BCCI. Depois de deixar a CIA, em Janeiro de 1977, Bush tornou-se presidente da comissão executiva do First International Bancshares e da sua subsidiária britânica, onde, de acordo com os jornalistas Peter Truell e Larry Gurwin, no seu livro de 1992 "False Profits", Bush "viajou em representação do banco (...) até bancos internacionais em Londres, incluindo várias instituições do Médio Oriente".
Uma vez na Casa Branca, primeiro como vice de Ronald Reagan e depois como Presidente, Bush esteve ligado a pelo menos dois escândalos com laços ao Médio Oriente. Nunca ficou inteiramente clara qual a sua relação no caso Irão-Contras, em que carregamentos clandestinos de armas para o Irão, alguns financiados pelo BCCI, ajudaram a financiar ilegalmente as operações dos rebeldes Contra, que combatiam o regime sandinista na Nicarágua. Mas, em 1982, o procurador especial Lawrence E. Walsh assegurou que Bush, apesar dos seus protestos de inocência, tinha de facto estado no meio de múltiplos actos ilegais.
Muito mais claro foi o papel central que teve, como vice e como Presidente, no chamado "Iraquegate" - a ajuda clandestina fornecida pelos EUA e pelos seus militares ao Iraque de Saddam Hussein durante a guerra com o Irão na década de 80. Sabe-se que Washington forneceu ao regime, além de armas convencionais, tanto culturas biológicas que podiam ter sido usadas em armas como "know how" nuclear.
Negócios com os Bin Laden
Durante estes anos, os quatro filhos de George H.W. Bush - George W, Jeb, Neil e Marvin - seguiam as pisadas familiares, fazendo negócios com financeiros da Arábia Saudita, do Kuwait e do Bahrain e relacionando-se com o BCCI. O Médio Oriente tornava-se uma conveniente fonte de dinheiro para a família.
O filho mais velho, George W., estabeleceu a sua primeira ligação com a região no fim da década de 70, através de James Bath, um homem de negócios do Texas que era o representante na América do Norte de dois sauditas ricos (e familiares de Osama bin Laden) - o multimilionário Salem bin Laden e o banqueiro e investidor do BCCI Khalid bin Mafouz. Bath pôs 50 mil dólares na sociedade Arbusto, montada em 1979 por Bush; provavelmente era dinheiro dos dois sauditas.
No fim da década de 80, depois de vários empreendimentos petrolíferos falhados, o futuro 43º Presidente deixou que a débil companhia de petróleo em que era accionista maioritário e presidente fosse comprada por outra empresa com influências estrangeiras, a Harken Energy. Em 1991, o "Wall Street Journal" comentava: "O mosaico das ligações ao BCCI que rodeia a Harken Energy pode não provar nada mais do que a multiplicidade dos laços do banco escroque. Mas o número de pessoas ligadas ao BCCI que tinham conexões com a Harken - todas desde que George W. Bush subiu a bordo - levanta a questão de elas poderem mascarar a tentativa de agradar a um filho presidencial".
Outros fumos de hipotética corrupção surgiram em 1990 quando a Harken, uma empresa sem experiência, conseguiu um importante contrato com o governo do Bahrain para efectuar perfurações no Golfo Pérsico. Os jornalistas da "Time" Jonathan Beaty e S.C. Gwynne, no seu livro "The Outlaw Bank", concluíram que "Mahfouz, ou outros actores do BCCI, devem ter tido influência ao conseguirem o contrato para o filho do presidente". A rede que rodeia as presidências Bush já estava a ser tecida.
O segundo dos irmãos, Jeb Bush, agora governador da Florida, passou a maior parte do tempo no início e meados da década de 80 com ex-agentes da espionagem cubana, Contras nicaraguenses e outros operadores que actuavam na lucrativa órbita de grupos de Miami controlados pela CIA. Mas também tinha ligações ao Médio Oriente. Dois dos seus sócios, Guillermo Hernandez-Cartaya e Camilo Padreda, ambos acusados de negócios financeiros ilícitos, andavam associados havia muito a Adnan Kashoggi, negociante de armas do Médio Oriente, investidor do BCCI e figura envolvida no escândalo Irão-Contras. A acusação retirou as queixas contra os dois, e um juiz determinou que o nome de Padreda fosse retirado do processo. Mas, alguns anos depois, Padreda, um ex-tesoureiro do Partido Republicano na área de Miami, foi condenado por fraude por causa de um projecto imobiliário envolvendo dinheiros do governo federal e que Jeb Bush tinha ajudado a facilitar.
Neil Bush, mais famoso pelo escândalo de corrupção na Caixa de Poupança Silverado, no Colorado, onde foi director na década de 1980, também teve laços com o Golfo Pérsico. Em 1993, depois de o pai ter deixado a Casa Branca, Neil foi ao Kuwait com os pais, com o irmão Marvin e com o ex-secretário de Estado James Baker. O pai regressou, mas Neil ficou no emirado a tratar de negócios e quando voltou envolveu-se em relações lucrativas com o sírio-americano Jamal Daniel. Uma das suas empresas, a "Ignite!", especializada em software educativo, incluía representantes de pelo menos três famílias reinantes no Golfo Pérsico.
O interesse comercial dos Bush pelo Médio Oriente tem outro exemplo em Marvin, o irmão mais novo do actual Presidente. Entre 1993 e 2000 foi um accionista importante, juntamente com Mishal Youssef Saud al Sabah, membro da família real kuwaitiana, da Kuwait-American Corp., com interesses em companhias norte-americanas de defesa, aviação e segurança industrial.
Os sauditas são "quase da família"
As próprias relações de George H.W. Bush com o Golfo continuaram em expansão. Quando estava na Casa Branca com Reagan era conhecido no Médio Oriente como "o vice-Presidente saudita"; o ano passado, um artigo na revista "New Yorker" descrevia o embaixador saudita nos EUA como sendo "quase um membro da família" Bush. Muitos viram a Guerra do Golfo de 1991 para expulsar o Iraque do Kuwait como uma consequência dos estreitos laços de Bush à indústria petrolífera e às famílias reais do Golfo, que se sentiam ameaçadas pelo expansionismo de Saddam.
Depois de derrotado na tentativa de conseguir um segundo mandato presidencial, Bush juntou-se em 1993 ao Carlyle Group, com sede em Washington. Sob a chefia de ex-responsáveis da Administração como Baker e o ex-secretário da Defesa Frank Carlucci, o Carlyle tornou-se especialista em comprar empresas ligadas à segurança e em duplicar ou quadruplicar o seu valor.
O ex-Presidente não só se tornou um investidor do Carlyle mas também consultor da empresa para a Ásia e especialista em atrair investidores. Doze ricas famílias sauditas, incluindo a de bin Laden, estavam entre eles. Em 2002, noticiou o "Washington Post", "sauditas próximos do príncipe Sultan, o ministro saudita da Defesa... foram encorajados a investir no Carlyle como favor ao mais velho dos Bush". Em Outubro passado, Bush abandonou a empresa; Baker, que agora tenta convencer os aliados dos EUA a perdoarem a dívida iraquiana, ainda é conselheiro sénior do grupo.
Se a guerra de 1991 e as suas consequências cimentaram os laços de Bush com a elite do petróleo e a realeza do Médio Oriente, também irritaram os crentes e os radicais islâmicos. No fim dos anos 90, muitos dos combatentes islâmicos que tinham sido mobilizados pela CIA e por outros para expulsar os soviéticos do Afeganistão tornavam-se cada vez mais anti-americanos. Encontraram-se em sintonia com Osama bin Laden, renegado pela sua família milionária, que estava irado com a presença dos EUA na Arábia Saudita.
Quando Washington desencadeou o ano passado uma segunda guerra contra o Iraque, sem encontrar armas de destruição maciça, sondagens internacionais, em especial as realizadas pelo Pew Center, de Washington, registaram um crescimento flagrante do sentimento anti-Bush e anti-americano no mundo muçulmano - uma atmosfera perfeita para recrutar terroristas. Mesmo antes da guerra, alguns cínicos argumentaram que o Iraque fora eleito como alvo para desviar a atenção do falhanço da administração em apanhar Osama.
Críticos mais ferozes sugeriram que Bush tinha procurado desviar a atenção de como os laços da família com os bin Laden e com elementos renegados do Médio Oriente tinham prejudicado o trabalho da espionagem norte-americana antes de 11 de Setembro. O senador democrata Charles E. Schumer queixou-se de que mesmo quando o Congresso divulgou, em meados do ano passado, relatórios da espionagem sobre as origens do ataque de 2001, a administração Bush reeditou fortemente um capítulo de 28 páginas sobre os sauditas e outros governos estrangeiros, concluindo: "Parece existir uma estratégia sistemática de apaziguamento e encobrimento quando se chega aos sauditas".
Não existem provas que sugiram que o "11 de Setembro" podia ter sido evitado ou descoberto se alguém que não um Bush estivesse na Presidência. Mas há certamente argumentos suficientes para sugerir que as muitas décadas de envolvimento e negócios da dinastia Bush no Médio Oriente criaram um conflito de interesses importante que merece estar no debate político em 2004. Nenhuma presidência anterior teve algo sequer remotamente parecido. Nem uma.
Kevin Phillips é autor de mais de uma dezena de livros especialmente relacionados com a influência do capital na política e no eleitorado dos Estados Unidos. O mais recente chama-se "American Dynasty: Aristocracy, Fortune and the Politics of Deceit in the House of Bush" e acaba de ser publicado nos Estados Unidos pela Viking Penguin.
Exclusivo PÚBLICO/ "Los Angeles Times"
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
E o Eduardo dos Santos?? A quem vende ele o pitrol?
E um tal de Noriega??
E um tal de Noriega??
Viriato- Pontos : 16657
Re: A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
OS SRS. , VOCE, CAVACO, SOCRATES, PS E PSD, sao uma CANBADA DE HIPOCRITAS. JOSE EDUARDO DOS SANTOS E UM CORRUPTO, DITADOR. So porque estao la PORTUGUESES, VENDEM-SE AO DIABO!!
UM homem da paz COMO O DALAI LAMA, o PALHACO SOCIALISTA SOCRATES, NAO RECEBE.
Sao uns PALHACOS, uns HIPOCRITAS!!! RECEBER ESSES CORRUPTO EM PORTUGAL e NADA MAIS NADA MENOS DO QUE contribuir para LAVAGEM DE DINHEIRO. SE CALHAR, nao me admiraria se , nao estao a receber $ debaixo da mesa!!! NAO ME ADMIRARIA NADA!!! CORUPCAO E LAVAGEM DE DINHEIRO !! CONTRA todas as LEIS E NORMAS da u.e. E DOS paises civilizados. o ps TORNOU O pais , NUMA REPUBLICA DE BANANAS , SUL AMERICANA!!!
UM homem da paz COMO O DALAI LAMA, o PALHACO SOCIALISTA SOCRATES, NAO RECEBE.
Sao uns PALHACOS, uns HIPOCRITAS!!! RECEBER ESSES CORRUPTO EM PORTUGAL e NADA MAIS NADA MENOS DO QUE contribuir para LAVAGEM DE DINHEIRO. SE CALHAR, nao me admiraria se , nao estao a receber $ debaixo da mesa!!! NAO ME ADMIRARIA NADA!!! CORUPCAO E LAVAGEM DE DINHEIRO !! CONTRA todas as LEIS E NORMAS da u.e. E DOS paises civilizados. o ps TORNOU O pais , NUMA REPUBLICA DE BANANAS , SUL AMERICANA!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
Presidente visita Israel e assina acordos de cooperação
A convite do presidente Moshe Katsav, o presidente José Eduardo dos Santos visitou Israel em Julho último, quando foram assinados três acordos de cooperação entre Angola e Israel, nos setores de agricultura, saúde e comércio.
O acordo de cooperação agrícola permitirá treinamento técnico de angolanos e pesquisa agropecuária e veterinária, segundo explicou um dos membros da comitiva do presidente, o ministro da Agricultura, Gilberto Buta Lutukuta.
O acordo de cooperação econômica e comercial visa a reforçar as bases de um entendimento já celebrado pelos dois países em 1992, como informou o diretor adjunto da Direção de Cooperação Bilateral do ministério angolano das Relações Exteriores, Simão Pedro.
Em Jerusalém, o presidente angolano reuniu-se com o primeiro-ministro Ariel Sharon e o presidente israelense Moshe Katsav, com os quais abordou questões relativas à paz e à estabilidade na África, no Oriente Médio e no mundo em geral.
Na residência oficial de Moshe Katsav, José Eduardo dos Santos manifestou apoio incondicional de Angola às negociações entre Israel e os palestinos. Angola, segundo o presidente José Eduardo, "defende a solução de todos os conflitos através do diálogo e de concessões mútuas, porque acredita que é impossível um país desenvolver-se e garantir a segurança dos seus cidadãos num estado de permanente instabilidade".
Em discurso proferido no jantar oferecido pelo anfitrião, o presidente angolano apelou por financiamento externo para projetos ligados à recuperação da infra-estrutura destruída durante a guerra civil. Disse que "precisamos, igualmente, de encontrar parceiros empenhados em associar-se a nós, no aproveitamento e valorização das nossas riquezas, com vista a assegurar o progresso e o bem-estar do nosso povo", afirmou.
O presidente José Eduardo reconheceu a eficácia do apoio técnico-militar de Israel para o fim da guerra civil em Angola. Segundo ele, a forma realista e pragmática da cooperação bilateral iniciada há cerca de 13 anos foi determinante para Angola encontrar a estabilidade necessária ao desenvolvimento sustentável. "Hoje vivemos num clima de paz, consolidando a cada dia que passa a reconciliação e a harmonia entre os contendores do passado", disse o presidente angolano, para quem a nova realidade dos dois países favorece o reforço da cooperação bilateral e permite até ampliá-la além dos setores já contemplados, como os das telecomunicações, saúde e agricultura.
"A atual cooperação nos setores de petróleo, diamantes, agricultura, saúde e técnico-militar pode perfeitamente, com vantagens recíprocas, ser alargada a outras áreas", acrescentou, informando ainda aos potenciais investidores israelenses que "a nova legislação angolana é bastante flexível e permite a proteção dos investimentos efetuados. Por todas estas razões, a nossa cooperação poderá atingir novos patamares e tornar-se mesmo privilegiada, dado o perfeito entendimento que tem presidido as nossas relações".
www.fesa.org.br/.../2005/Jul-Ago/img/presid2.jpg
A convite do presidente Moshe Katsav, o presidente José Eduardo dos Santos visitou Israel em Julho último, quando foram assinados três acordos de cooperação entre Angola e Israel, nos setores de agricultura, saúde e comércio.
O acordo de cooperação agrícola permitirá treinamento técnico de angolanos e pesquisa agropecuária e veterinária, segundo explicou um dos membros da comitiva do presidente, o ministro da Agricultura, Gilberto Buta Lutukuta.
O acordo de cooperação econômica e comercial visa a reforçar as bases de um entendimento já celebrado pelos dois países em 1992, como informou o diretor adjunto da Direção de Cooperação Bilateral do ministério angolano das Relações Exteriores, Simão Pedro.
Em Jerusalém, o presidente angolano reuniu-se com o primeiro-ministro Ariel Sharon e o presidente israelense Moshe Katsav, com os quais abordou questões relativas à paz e à estabilidade na África, no Oriente Médio e no mundo em geral.
Na residência oficial de Moshe Katsav, José Eduardo dos Santos manifestou apoio incondicional de Angola às negociações entre Israel e os palestinos. Angola, segundo o presidente José Eduardo, "defende a solução de todos os conflitos através do diálogo e de concessões mútuas, porque acredita que é impossível um país desenvolver-se e garantir a segurança dos seus cidadãos num estado de permanente instabilidade".
Em discurso proferido no jantar oferecido pelo anfitrião, o presidente angolano apelou por financiamento externo para projetos ligados à recuperação da infra-estrutura destruída durante a guerra civil. Disse que "precisamos, igualmente, de encontrar parceiros empenhados em associar-se a nós, no aproveitamento e valorização das nossas riquezas, com vista a assegurar o progresso e o bem-estar do nosso povo", afirmou.
O presidente José Eduardo reconheceu a eficácia do apoio técnico-militar de Israel para o fim da guerra civil em Angola. Segundo ele, a forma realista e pragmática da cooperação bilateral iniciada há cerca de 13 anos foi determinante para Angola encontrar a estabilidade necessária ao desenvolvimento sustentável. "Hoje vivemos num clima de paz, consolidando a cada dia que passa a reconciliação e a harmonia entre os contendores do passado", disse o presidente angolano, para quem a nova realidade dos dois países favorece o reforço da cooperação bilateral e permite até ampliá-la além dos setores já contemplados, como os das telecomunicações, saúde e agricultura.
"A atual cooperação nos setores de petróleo, diamantes, agricultura, saúde e técnico-militar pode perfeitamente, com vantagens recíprocas, ser alargada a outras áreas", acrescentou, informando ainda aos potenciais investidores israelenses que "a nova legislação angolana é bastante flexível e permite a proteção dos investimentos efetuados. Por todas estas razões, a nossa cooperação poderá atingir novos patamares e tornar-se mesmo privilegiada, dado o perfeito entendimento que tem presidido as nossas relações".
www.fesa.org.br/.../2005/Jul-Ago/img/presid2.jpg
Viriato- Pontos : 16657
Re: A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
TOQUEI MAIS UM NERVO!!!!!!!!!!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
RONALDO ALMEIDA escreveu:TOQUEI MAIS UM NERVO!!!!!!!!!!!!
Viriato- Pontos : 16657
Re: A CORRUPCAO DA FAMILIA CHAVEZ DA VENEZUELA
NAO HA CORRUPTO OU BANDIDO OU DITADOR que voce, nao goste. CHAVEZ ALMIJADO, MAHAS HEZBOLAH,CASTRO, J E SANTOS!! tipico!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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