Pedem-me: Ajude-nos a fazer a paz" HELENA TECEDEIRO ORLANDO ALMEIDA Entrevista. De passagem por Lisboa, Tony Blair explicou
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Pedem-me: Ajude-nos a fazer a paz" HELENA TECEDEIRO ORLANDO ALMEIDA Entrevista. De passagem por Lisboa, Tony Blair explicou
Pedem-me: Ajude-nos a fazer a paz"
HELENA TECEDEIRO
ORLANDO ALMEIDA
Entrevista. De passagem por Lisboa, Tony Blair explicou que o Médio Oriente vive "um momento de oportunidade", dizendo ao DN que a paz depende de negociações políticas viáveis entre israelitas, palestinianos e comunidade internacional
Quando anda por Jerusalém, as pessoas abordam-no?
Claro. Tenho um gabinete em Jerusalém Oriental e acontece com frequência. Estou muitas vezes com israelitas e palestinianos, não só em Jerusalém, mas na Cisjordânia, em Nablus, em Jenine.
E o que é que lhe pedem?
Dizem: "Ajude-nos a fazer a paz" (ri). Sabem que trabalho para melhorar a capacidade de os palestinianos construirem um Estado e tento desenvolver a sua economia. Isso significa negociar com os israelitas para levantar as restrições.
Benjamin Netanyahu, convidado para formar governo em Israel, é o homem certo para adoptar a solução de dois Estados, israelita e palestiniano?
Tenho de trabalhar com as pessoas que ambos os lados elegerem. Prefiro não comentar os líderes. Mas tenho uma boa relação com Bibi Netanyahu. Quero trabalhar com ele. Garantir que faz as mudanças necessárias para as pessoas poderem viver na Cisjordânia e Faixa de Gaza. E vai ser bom ter um governo israelita formado. Os últimos meses foram difíceis, com a transição em Israel, a transição nos EUA.
Um governo de união nacional palestiniano vai estabilizar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza?
Sim, se for criado nos termos que resultarão em dois Estados. Apesar das dificuldades, este é um momento de oportunidade. Precisamos, primeiro, de uma negociação política viável, segundo, de grandes mudanças na Faixa de Gaza e mais pequenas na Cisjordânia; e terceiro, de abrir Gaza ao mundo. Se fizermos isto, será um grande momento de oportunidade; senão, voltamos à estaca zero.
Quando visitou a Faixa de Gaza após a última campanha israelita disse: "Estas são as pessoas que precisam de estar no centro dos nossos esforços para a paz e progresso." O mundo está a fazer o suficiente?
Está. Empenhou-se em doar mais de quatro mil milhões de dólares [3,15 mil milhões de euros] para Gaza. É muito dinheiro para uma tira de terra com 40 km por dez.
Mas são muitas pessoas...
Um milhão e meio. Mas quatro mil milhões de dólares é muito dinheiro. No entanto, só vai ser útil se os políticos se entenderem, entre si e com a comunidade internacional.
Falar com o Hamas ajudaria?
O Egipto já está a negociar com o Hamas. Acho é que, se encontrarmos uma forma de diálogo construtiva para a paz, devemos avançar. Mas se [o grupo radical que controla Gaza desde meados de 2007] quiser negociar reservando-se, contudo, o direito a disparar rockets sobre civis, é complicado. Já estive em Sderot [cidade israelita mais atingida], onde nos últimos anos caíram milhares de rockets. É um verdadeiro problema para a população, mas também para os políticos israelitas.
Enquanto homem religioso [converteu-se recentemente ao catolicismo], como vê o uso da religião a justificar a guerra?
Usar a religião como identidade e excluir os que tenham uma fé diferente é perigoso. Há extremismo no islão, como no judaísmo ou no cristianismo. O que alguns colonos fazem na Cisjordânia também é extremista e muito perigoso. Tanto como as pessoas que vêem o islão em guerra com o Ocidente. Trabalho para que ambas as partes aceitem que Jerusalém seja uma cidade aberta, onde se possa praticar a religião livremente.
Com a Administração Obama, o Irão pode ser um parceiro no Médio Oriente?
Obama quer que o Irão entenda que não estamos contra ele, que lhe oferecemos uma parceria. Mas este é um acto de amizade. Se o Irão continuar a tentar construir a bomba atómica, não haverá parceria. Se estiver preparado para aceitar que não interferimos nos seus assuntos desde que ele não interfira nos de outros países, tudo bem. O que Obama faz é não confrontar o Irão, mas sem ceder.
HELENA TECEDEIRO
ORLANDO ALMEIDA
Entrevista. De passagem por Lisboa, Tony Blair explicou que o Médio Oriente vive "um momento de oportunidade", dizendo ao DN que a paz depende de negociações políticas viáveis entre israelitas, palestinianos e comunidade internacional
Quando anda por Jerusalém, as pessoas abordam-no?
Claro. Tenho um gabinete em Jerusalém Oriental e acontece com frequência. Estou muitas vezes com israelitas e palestinianos, não só em Jerusalém, mas na Cisjordânia, em Nablus, em Jenine.
E o que é que lhe pedem?
Dizem: "Ajude-nos a fazer a paz" (ri). Sabem que trabalho para melhorar a capacidade de os palestinianos construirem um Estado e tento desenvolver a sua economia. Isso significa negociar com os israelitas para levantar as restrições.
Benjamin Netanyahu, convidado para formar governo em Israel, é o homem certo para adoptar a solução de dois Estados, israelita e palestiniano?
Tenho de trabalhar com as pessoas que ambos os lados elegerem. Prefiro não comentar os líderes. Mas tenho uma boa relação com Bibi Netanyahu. Quero trabalhar com ele. Garantir que faz as mudanças necessárias para as pessoas poderem viver na Cisjordânia e Faixa de Gaza. E vai ser bom ter um governo israelita formado. Os últimos meses foram difíceis, com a transição em Israel, a transição nos EUA.
Um governo de união nacional palestiniano vai estabilizar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza?
Sim, se for criado nos termos que resultarão em dois Estados. Apesar das dificuldades, este é um momento de oportunidade. Precisamos, primeiro, de uma negociação política viável, segundo, de grandes mudanças na Faixa de Gaza e mais pequenas na Cisjordânia; e terceiro, de abrir Gaza ao mundo. Se fizermos isto, será um grande momento de oportunidade; senão, voltamos à estaca zero.
Quando visitou a Faixa de Gaza após a última campanha israelita disse: "Estas são as pessoas que precisam de estar no centro dos nossos esforços para a paz e progresso." O mundo está a fazer o suficiente?
Está. Empenhou-se em doar mais de quatro mil milhões de dólares [3,15 mil milhões de euros] para Gaza. É muito dinheiro para uma tira de terra com 40 km por dez.
Mas são muitas pessoas...
Um milhão e meio. Mas quatro mil milhões de dólares é muito dinheiro. No entanto, só vai ser útil se os políticos se entenderem, entre si e com a comunidade internacional.
Falar com o Hamas ajudaria?
O Egipto já está a negociar com o Hamas. Acho é que, se encontrarmos uma forma de diálogo construtiva para a paz, devemos avançar. Mas se [o grupo radical que controla Gaza desde meados de 2007] quiser negociar reservando-se, contudo, o direito a disparar rockets sobre civis, é complicado. Já estive em Sderot [cidade israelita mais atingida], onde nos últimos anos caíram milhares de rockets. É um verdadeiro problema para a população, mas também para os políticos israelitas.
Enquanto homem religioso [converteu-se recentemente ao catolicismo], como vê o uso da religião a justificar a guerra?
Usar a religião como identidade e excluir os que tenham uma fé diferente é perigoso. Há extremismo no islão, como no judaísmo ou no cristianismo. O que alguns colonos fazem na Cisjordânia também é extremista e muito perigoso. Tanto como as pessoas que vêem o islão em guerra com o Ocidente. Trabalho para que ambas as partes aceitem que Jerusalém seja uma cidade aberta, onde se possa praticar a religião livremente.
Com a Administração Obama, o Irão pode ser um parceiro no Médio Oriente?
Obama quer que o Irão entenda que não estamos contra ele, que lhe oferecemos uma parceria. Mas este é um acto de amizade. Se o Irão continuar a tentar construir a bomba atómica, não haverá parceria. Se estiver preparado para aceitar que não interferimos nos seus assuntos desde que ele não interfira nos de outros países, tudo bem. O que Obama faz é não confrontar o Irão, mas sem ceder.
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Pedem-me: Ajude-nos a fazer a paz" HELENA TECEDEIRO ORLANDO ALMEIDA Entrevista. De passagem por Lisboa, Tony Blair explicou
Usar a religião como identidade e excluir os que tenham uma fé diferente é perigoso. Há extremismo no islão, como no judaísmo ou no cristianismo. O que alguns colonos fazem na Cisjordânia também é extremista e muito perigoso. Tanto como as pessoas que vêem o islão em guerra com o Ocidente. Trabalho para que ambas as partes aceitem que Jerusalém seja uma cidade aberta, onde se possa praticar a religião livremente.
Vitor mango- Pontos : 118178
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