A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
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Vitor mango
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A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
ordânia
A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
16.03.2009 - 00h00 Margarida Santos Lopes
Abdullah II da Jordânia chega hoje a Lisboa para uma visita de Estado, retribuindo a que o Presidente Cavaco Silva efectuou a Amã e a Petra em 2008. Chega com uma delegação de políticos e empresários, na expectativa de reforçar laços bilaterais, sobretudo no sector privado. Acompanha-o também a rainha, Rania, que vai receber, no Parlamento, o Prémio Norte-Sul.
Esta entrevista, em exclusivo para o PÚBLICO, foi feita por e-mail porque a agenda do rei estava “muito preenchida” para nos receber no seu palácio, explicaram os assessores de imprensa, que nos pediram também para encurtar a “muito longa” lista de perguntas.
Ficaram assim sem resposta questões como estas: Por que não há nos Estados árabes sociedades civis fortes e oposições seculares e liberais? A aproximação entre o Ocidente e a Síria (patrono do Hezbollah e do Hamas) vai influenciar a situação no Líbano e na Palestina e alterar a aliança Damasco-Teerão? Os países sunitas ainda temem um Irão nuclear e um “crescente xiita que desestabilize o Golfo Pérsico”?
Abdullah optou por se centrar nos esforços da Liga Árabe para pôr fim ao conflito com Israel e destacar a sua prioridade desde que subiu ao trono em 1999: garantir a sobrevivência do seu reino, sem petróleo e com pouca água. Nem uma só vez fez referência ao seu pai, o defunto rei Hussein.
Como é que o rei que se definiu a si próprio como “um dos líderes mais optimistas do Médio Oriente” olha para a presente situação na região?
Não vejo uma alternativa a ser optimista, determinado e activo ao tentar resolver os problemas da região. Sei que há pessoas que dizem que é inútil fazer seja o que for porque as coisas nunca mudarão... não há esperança. Mas se ficarmos sentados de braços cruzados, as coisas ficarão muito piores. Francamente, não temos o direito ao pessimismo e à inacção; devemos aos nossos jovens fazer tudo o que pudermos para promover a paz e o desenvolvimento na nossa região. É um direito de nascença que eles têm – e também um desejo – o de crescerem e viverem em segurança, terem oportunidades, serem capazes de planear as suas vidas sem se questionarem sobre quando vai eclodir o próximo conflito ou como os vai afectar.
Sim, a situação é difícil. Mas, simplesmente, não temos escolha a não ser procurar uma solução duradoura que liberte a nossa região de um prolongado conflito, que faça emergir o seu potencial e que permita aos nossos povos, sobretudo aos nossos jovens, procurarem um futuro de progressos e conquista, em vez de uma vida de medo e frustração. Os países árabes apresentaram a Iniciativa de Paz Árabe que pode trazer uma paz global e duradoura, na base de uma solução de dois estados. É consistente com a solução que toda a comunidade internacional apoia.
Nós fizemos a nossa escolha: uma paz global e duradoura. Israel tem de fazer também uma escolha: quer permanecer uma fortaleza, isolado na região e responsável pela perpetuação do conflito e da injustiça, ou quer estar integrado na região, viver em paz com os seus vizinhos e contribuir para um novo Médio Oriente orientado para o progresso, desenvolvimento e segurança de todos?
Sentimo-nos encorajados com os sinais positivos que vêm dos Estados Unidos e da Europa. A nova Administração norte-americana prometeu envolver-se activamente nos esforços para conseguir uma solução, e também a Europa tem estado a cooperar com todas as partes para fazer avançar as negociações.
O senhor foi um grande aliado da Administração Bush, mas muitos comentadores políticos avaliam agora que o Médio Oriente se encontra numa situação pior devido às “políticas falhadas”. Qual a sua opinião?
Temos colaborado com sucessivas administrações americanas para tentar oferecer a paz à região e, em particular, para resolver o conflito israelo-palestiniano, que acreditamos ser a principal fonte de instabilidade no Médio Oriente. Vamos continuar a fazê-lo. Temos de olhar em frente e cooperar com a comunidade internacional, os EUA, a Europa e outros, para conseguirmos progressos. O que importa agora é que o conflito ainda persiste, a ocupação ainda persiste e a injustiça ainda persiste. Temos de acabar com tudo isto. E vamos continuar a fazer tudo o que pudermos para darmos aos povos da região a vida digna e pacífica que merecem.
É possível resolver o conflito sem o Hamas?
Não se trata apenas de o conflito poder ou não ser resolvido sem uma ou outra parte. A resolução de conflitos em toda a parte requer o consenso político e a unidade das partes envolvidas; isso aplica-se aos palestinianos e aos israelitas. No que diz respeito aos palestinianos, a Jordânia apoia de todo o coração os esforços na região, especialmente os valiosos esforços egípcios, para ajudar os vários grupos palestinianos a ultrapassarem as suas divergências e a chegarem a um acordo. Acreditamos que a unidade palestiniana é essencial, e é ditada pelos interesses palestinianos. Vamos continuar a apoiar todos os esforços que procuram pôr fim às divergências entre os diferentes campos, e a conceder toda a assistência possível aos palestinianos na construção e consolidação das suas instituições.
Uma solução de dois estados ainda é possível se os palestinianos estão divididos, se Benjamin Netanyahu (encarregado de formar o próximo governo israelita) recusa este compromisso e se a expansão dos colonatos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental continua?
O problema é muito maior do que os colonatos; é a ocupação no seu todo – o estrangulamento diário da vida social, cultural e económica palestiniana. Mais: Gaza vive uma crise humanitária; o sofrimento humano é imenso, a ira e a frustração crescem. O statu quo já não é do interesse de ninguém.
Quero reiterar aqui que não há alternativa a uma solução de dois estados – um Estado palestiniano a viver em paz e em segurança ao lado de Israel. Os palestinianos, os árabes, abraçaram esta solução. Israel tem de fazer o mesmo se procura viver em paz na região. Não podemos desistir e vamos continuar em busca da solução de dois estados, com o apoio da comunidade internacional, e através de negociações que devem ser aceleradas e acarinhadas. A alternativa é mais do mesmo, mais conflito e mais sofrimento. E essa é uma alternativa que nós, simplesmente, não aceitamos.
Há alguma perspectiva de ser apresentado um novo plano de paz árabe ou reformular o que foi apresentado em 2002, mas que foi rejeitado por Israel, por contemplar o direito de retorno dos refugiados palestinianos?
A Iniciativa de Paz Árabe de 2002 exprime a opção estratégica dos Estados árabes de paz, e reflecte a nossa visão colectiva do futuro do Médio Oriente. No futuro, o que vemos é uma região onde todos os estados, incluindo Israel, vivem em paz e em segurança, gozando de relações normais.
Os Estados árabes propuseram um plano vasto sobre como concretizar esta visão que contempla os interesses e as preocupações de todas as partes do conflito: a retirada de Israel de todos os territórios ocupados desde [a guerra de] 1967; a criação de um Estado palestiniano independente; garantias de segurança colectiva e normalização das relações entre Israel e todos os seus vizinhos; e uma solução negociada para o problema dos refugiados palestinianos de acordo com as resoluções da ONU.
Esta proposta é uma base para conversações de paz e não tem precedentes na história do conflito. Foi apoiada, unanimemente, por todos os 22 Estados árabes e tem o apoio de países muçulmanos fora da região com os quais Israel não tem relações políticas ou económicas por causa do conflito.
Disse que a paz é um “imperativo estratégico” para a Jordânia. Porquê? Foi ao encontro das expectativas do reino?
Como referi anteriormente, a paz é uma opção estratégica para todos os Estados árabes, não apenas para a Jordânia. As razões são muitas. Em primeiro lugar, o conflito está a tornar-se cada vez mais perigoso e mais frequente na região. Isso deve-se, em parte, ao facto de a natureza do conflito permitir que estranhos o explorem. Novas e mais armas letais são introduzidas nesta mistura. O statu quo também é um convite ao extremismo, e não preciso de explicar aonde isso conduziu.
A um nível mais prático, os países da região enfrentam vários desafios comuns que não podem ser eficazmente resolvidos enquanto o conflito persistir. De um modo geral, o conflito impediu o desenvolvimento da região como um todo. Sabemos que não podemos concretizar todo o nosso potencial se não houver uma paz global e duradoura na região.
Partindo do princípio que os EUA se retiram de um Iraque estabilizado até 2010, como é que essa estabilização afectará a economia da Jordânia, se a abastada comunidade de exilados iraquianos (os que fugiram depois da guerra do Golfo de 1991, não os refugiados da guerra que derrubou Saddam Hussein) regressar à pátria?
A estabilidade do Iraque é essencial para a estabilidade de toda a região. Os iraquianos na Jordânia têm sido convidados bem-vindos até poderem ou optarem por regressar ao seu país. Muitos contribuíram para a nossa economia. Mas o elevado número de iraquianos que residem na Jordânia também afectou os nossos já escassos recursos, água, educação, sistema de saúde. É do nosso interesse que os iraquianos possam reconstruir o seu país. O Iraque foi o principal parceiro comercial da Jordânia, e a nossa economia beneficiará do crescimento da economia iraquiana, no comércio, no investimento e em muitas outras áreas.
Mas, para além das relações económicas, o Iraque sempre foi um importante país do Médio Oriente, e é do interesse de toda a gente que o Iraque resolva os seus problemas e que os iraquianos sejam capazes de reconstruir o seu país e restaurar o seu papel crucial na região.
A sua determinação em que a Jordânia tenha um programa de energia nuclear está relacionada com as ambições iranianas neste campo?
Não. O nosso programa nuclear pacífico permitir-nos-á gerar energia, lançar projectos de dessalinização da água e pôr fim à nossa dependência de petróleo importado. Contribuirá para o nosso crescimento económico e reduzirá a factura energética do nosso país e dos nossos cidadãos.
Chegou a hora de diversificarmos os nossos recursos de energia para garantir maior segurança energética, ser mais independentes na energia e preservar o ambiente explorando todas as opções de energias alternativas.
Por último, pode dizer-nos se, como rei, ainda tem tempo para ser “homem-rã, piloto e pára-quedista”, apreciar “corridas de automóveis, desportos náuticos, mergulho e coleccionar armas e armamento antigos”, como se lê na sua biografia oficial?
Bem, como podem imaginar, o tempo livre é precioso, por isso tenho de ser mais selectivo como o vou passar. Habitualmente, faço actividades que interessam à minha mulher e aos meus filhos, e de que eles gostam. Todos nós gostamos de desportos náuticos, por isso passamos muito tempo em Aqaba, a andar de barco, a mergulhar e fazer esqui aquático. Também adoramos acampar no deserto de Wadi Rum, e estou feliz porque os meus filhos me acompanham num dos meus passatempos favoritos, ao permitirem que eu lhes ensine a lançamento do arco. Passo o tempo livre com a minha família. Creio que isso nunca é de mais.
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A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
16.03.2009 - 00h00 Margarida Santos Lopes
Abdullah II da Jordânia chega hoje a Lisboa para uma visita de Estado, retribuindo a que o Presidente Cavaco Silva efectuou a Amã e a Petra em 2008. Chega com uma delegação de políticos e empresários, na expectativa de reforçar laços bilaterais, sobretudo no sector privado. Acompanha-o também a rainha, Rania, que vai receber, no Parlamento, o Prémio Norte-Sul.
Esta entrevista, em exclusivo para o PÚBLICO, foi feita por e-mail porque a agenda do rei estava “muito preenchida” para nos receber no seu palácio, explicaram os assessores de imprensa, que nos pediram também para encurtar a “muito longa” lista de perguntas.
Ficaram assim sem resposta questões como estas: Por que não há nos Estados árabes sociedades civis fortes e oposições seculares e liberais? A aproximação entre o Ocidente e a Síria (patrono do Hezbollah e do Hamas) vai influenciar a situação no Líbano e na Palestina e alterar a aliança Damasco-Teerão? Os países sunitas ainda temem um Irão nuclear e um “crescente xiita que desestabilize o Golfo Pérsico”?
Abdullah optou por se centrar nos esforços da Liga Árabe para pôr fim ao conflito com Israel e destacar a sua prioridade desde que subiu ao trono em 1999: garantir a sobrevivência do seu reino, sem petróleo e com pouca água. Nem uma só vez fez referência ao seu pai, o defunto rei Hussein.
Como é que o rei que se definiu a si próprio como “um dos líderes mais optimistas do Médio Oriente” olha para a presente situação na região?
Não vejo uma alternativa a ser optimista, determinado e activo ao tentar resolver os problemas da região. Sei que há pessoas que dizem que é inútil fazer seja o que for porque as coisas nunca mudarão... não há esperança. Mas se ficarmos sentados de braços cruzados, as coisas ficarão muito piores. Francamente, não temos o direito ao pessimismo e à inacção; devemos aos nossos jovens fazer tudo o que pudermos para promover a paz e o desenvolvimento na nossa região. É um direito de nascença que eles têm – e também um desejo – o de crescerem e viverem em segurança, terem oportunidades, serem capazes de planear as suas vidas sem se questionarem sobre quando vai eclodir o próximo conflito ou como os vai afectar.
Sim, a situação é difícil. Mas, simplesmente, não temos escolha a não ser procurar uma solução duradoura que liberte a nossa região de um prolongado conflito, que faça emergir o seu potencial e que permita aos nossos povos, sobretudo aos nossos jovens, procurarem um futuro de progressos e conquista, em vez de uma vida de medo e frustração. Os países árabes apresentaram a Iniciativa de Paz Árabe que pode trazer uma paz global e duradoura, na base de uma solução de dois estados. É consistente com a solução que toda a comunidade internacional apoia.
Nós fizemos a nossa escolha: uma paz global e duradoura. Israel tem de fazer também uma escolha: quer permanecer uma fortaleza, isolado na região e responsável pela perpetuação do conflito e da injustiça, ou quer estar integrado na região, viver em paz com os seus vizinhos e contribuir para um novo Médio Oriente orientado para o progresso, desenvolvimento e segurança de todos?
Sentimo-nos encorajados com os sinais positivos que vêm dos Estados Unidos e da Europa. A nova Administração norte-americana prometeu envolver-se activamente nos esforços para conseguir uma solução, e também a Europa tem estado a cooperar com todas as partes para fazer avançar as negociações.
O senhor foi um grande aliado da Administração Bush, mas muitos comentadores políticos avaliam agora que o Médio Oriente se encontra numa situação pior devido às “políticas falhadas”. Qual a sua opinião?
Temos colaborado com sucessivas administrações americanas para tentar oferecer a paz à região e, em particular, para resolver o conflito israelo-palestiniano, que acreditamos ser a principal fonte de instabilidade no Médio Oriente. Vamos continuar a fazê-lo. Temos de olhar em frente e cooperar com a comunidade internacional, os EUA, a Europa e outros, para conseguirmos progressos. O que importa agora é que o conflito ainda persiste, a ocupação ainda persiste e a injustiça ainda persiste. Temos de acabar com tudo isto. E vamos continuar a fazer tudo o que pudermos para darmos aos povos da região a vida digna e pacífica que merecem.
É possível resolver o conflito sem o Hamas?
Não se trata apenas de o conflito poder ou não ser resolvido sem uma ou outra parte. A resolução de conflitos em toda a parte requer o consenso político e a unidade das partes envolvidas; isso aplica-se aos palestinianos e aos israelitas. No que diz respeito aos palestinianos, a Jordânia apoia de todo o coração os esforços na região, especialmente os valiosos esforços egípcios, para ajudar os vários grupos palestinianos a ultrapassarem as suas divergências e a chegarem a um acordo. Acreditamos que a unidade palestiniana é essencial, e é ditada pelos interesses palestinianos. Vamos continuar a apoiar todos os esforços que procuram pôr fim às divergências entre os diferentes campos, e a conceder toda a assistência possível aos palestinianos na construção e consolidação das suas instituições.
Uma solução de dois estados ainda é possível se os palestinianos estão divididos, se Benjamin Netanyahu (encarregado de formar o próximo governo israelita) recusa este compromisso e se a expansão dos colonatos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental continua?
O problema é muito maior do que os colonatos; é a ocupação no seu todo – o estrangulamento diário da vida social, cultural e económica palestiniana. Mais: Gaza vive uma crise humanitária; o sofrimento humano é imenso, a ira e a frustração crescem. O statu quo já não é do interesse de ninguém.
Quero reiterar aqui que não há alternativa a uma solução de dois estados – um Estado palestiniano a viver em paz e em segurança ao lado de Israel. Os palestinianos, os árabes, abraçaram esta solução. Israel tem de fazer o mesmo se procura viver em paz na região. Não podemos desistir e vamos continuar em busca da solução de dois estados, com o apoio da comunidade internacional, e através de negociações que devem ser aceleradas e acarinhadas. A alternativa é mais do mesmo, mais conflito e mais sofrimento. E essa é uma alternativa que nós, simplesmente, não aceitamos.
Há alguma perspectiva de ser apresentado um novo plano de paz árabe ou reformular o que foi apresentado em 2002, mas que foi rejeitado por Israel, por contemplar o direito de retorno dos refugiados palestinianos?
A Iniciativa de Paz Árabe de 2002 exprime a opção estratégica dos Estados árabes de paz, e reflecte a nossa visão colectiva do futuro do Médio Oriente. No futuro, o que vemos é uma região onde todos os estados, incluindo Israel, vivem em paz e em segurança, gozando de relações normais.
Os Estados árabes propuseram um plano vasto sobre como concretizar esta visão que contempla os interesses e as preocupações de todas as partes do conflito: a retirada de Israel de todos os territórios ocupados desde [a guerra de] 1967; a criação de um Estado palestiniano independente; garantias de segurança colectiva e normalização das relações entre Israel e todos os seus vizinhos; e uma solução negociada para o problema dos refugiados palestinianos de acordo com as resoluções da ONU.
Esta proposta é uma base para conversações de paz e não tem precedentes na história do conflito. Foi apoiada, unanimemente, por todos os 22 Estados árabes e tem o apoio de países muçulmanos fora da região com os quais Israel não tem relações políticas ou económicas por causa do conflito.
Disse que a paz é um “imperativo estratégico” para a Jordânia. Porquê? Foi ao encontro das expectativas do reino?
Como referi anteriormente, a paz é uma opção estratégica para todos os Estados árabes, não apenas para a Jordânia. As razões são muitas. Em primeiro lugar, o conflito está a tornar-se cada vez mais perigoso e mais frequente na região. Isso deve-se, em parte, ao facto de a natureza do conflito permitir que estranhos o explorem. Novas e mais armas letais são introduzidas nesta mistura. O statu quo também é um convite ao extremismo, e não preciso de explicar aonde isso conduziu.
A um nível mais prático, os países da região enfrentam vários desafios comuns que não podem ser eficazmente resolvidos enquanto o conflito persistir. De um modo geral, o conflito impediu o desenvolvimento da região como um todo. Sabemos que não podemos concretizar todo o nosso potencial se não houver uma paz global e duradoura na região.
Partindo do princípio que os EUA se retiram de um Iraque estabilizado até 2010, como é que essa estabilização afectará a economia da Jordânia, se a abastada comunidade de exilados iraquianos (os que fugiram depois da guerra do Golfo de 1991, não os refugiados da guerra que derrubou Saddam Hussein) regressar à pátria?
A estabilidade do Iraque é essencial para a estabilidade de toda a região. Os iraquianos na Jordânia têm sido convidados bem-vindos até poderem ou optarem por regressar ao seu país. Muitos contribuíram para a nossa economia. Mas o elevado número de iraquianos que residem na Jordânia também afectou os nossos já escassos recursos, água, educação, sistema de saúde. É do nosso interesse que os iraquianos possam reconstruir o seu país. O Iraque foi o principal parceiro comercial da Jordânia, e a nossa economia beneficiará do crescimento da economia iraquiana, no comércio, no investimento e em muitas outras áreas.
Mas, para além das relações económicas, o Iraque sempre foi um importante país do Médio Oriente, e é do interesse de toda a gente que o Iraque resolva os seus problemas e que os iraquianos sejam capazes de reconstruir o seu país e restaurar o seu papel crucial na região.
A sua determinação em que a Jordânia tenha um programa de energia nuclear está relacionada com as ambições iranianas neste campo?
Não. O nosso programa nuclear pacífico permitir-nos-á gerar energia, lançar projectos de dessalinização da água e pôr fim à nossa dependência de petróleo importado. Contribuirá para o nosso crescimento económico e reduzirá a factura energética do nosso país e dos nossos cidadãos.
Chegou a hora de diversificarmos os nossos recursos de energia para garantir maior segurança energética, ser mais independentes na energia e preservar o ambiente explorando todas as opções de energias alternativas.
Por último, pode dizer-nos se, como rei, ainda tem tempo para ser “homem-rã, piloto e pára-quedista”, apreciar “corridas de automóveis, desportos náuticos, mergulho e coleccionar armas e armamento antigos”, como se lê na sua biografia oficial?
Bem, como podem imaginar, o tempo livre é precioso, por isso tenho de ser mais selectivo como o vou passar. Habitualmente, faço actividades que interessam à minha mulher e aos meus filhos, e de que eles gostam. Todos nós gostamos de desportos náuticos, por isso passamos muito tempo em Aqaba, a andar de barco, a mergulhar e fazer esqui aquático. Também adoramos acampar no deserto de Wadi Rum, e estou feliz porque os meus filhos me acompanham num dos meus passatempos favoritos, ao permitirem que eu lhes ensine a lançamento do arco. Passo o tempo livre com a minha família. Creio que isso nunca é de mais.
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Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
parte II
Os islamistas são parte integrante do nosso tecido social e corpo político”
Como é que o seu país, dependente dos fornecimentos de petróleo e gás, a enfrentar elevados desemprego, pobreza e dívida pública, está a enfrentar a crise económica global? Que medidas tem adoptado?
Este último ano tem sido muito difícil para os jordanos, tendo em conta não apenas a crise nos mercados financeiros mas também os altos e baixos no mercado petrolífero. Apesar de tudo, a nossa economia teve um bom desempenho o ano passado, com um crescimento de cerca de 6 por cento, e as nossas exportações cresceram também consideravelmente – mais de 35 por cento. A dívida externa, como percentagem do Produto Interno Bruto [PIB] diminuiu também de 46,8 por cento em 2007 para 26,3 por cento no final de 2008. As nossas reservas de divisas permanecem sólidas. Embora não tenhamos sido afectados tão severamente pela crise económica global como outros na região, estamos a tomar as precauções necessárias para assegurar que a nossa economia será capaz de suportar quaisquer consequências que daí advenham.
Sentimos que a melhor maneira de enfrentar estes desafios é avançar com o nosso programa de desenvolvimento da maneira mais abrangente possível. Isso inclui vários e grandes projectos de infra-estruturas [nos sectores] da energia, água e transportes, o que criará empregos a médio prazo e facilitará o crescimento no longo termo.
A pobreza e o desemprego são problemas que estamos a fazer todos os possíveis por enfrentar. Iniciámos reformas que habilitaram a nossa economia para reagir bem em tempos difíceis. Estamos a tentar atrair investimento que possa criar empregos e contribuir para o crescimento económico. Temos muitas vantagens competitivas de que mais e mais investidores estrangeiros tomam conhecimento. A nossa estabilidade, a nossa localização, as nossas leis modernas são mais-valias. Mas, ainda mais importante, temos mão-de-obra altamente qualificada que contribuiu para o desenvolvimento de toda a região.
Uma vez que a classe média e os pobres são os sectores mais afectados pela crise, há o risco de grupos islamistas no reino fomentarem uma sublevação social e, com isso, impedirem a aplicação das reformas que prometeu?
As preocupações com os efeitos sociais da crise económica não se circunscrevem a um ou outro país, a um ou outro grupo político. Por todo o mundo, sociedades inteiras estão sob pressão devido à crise económica. Fomos poupados até certo ponto mas, como eu disse, temos tomado precauções necessárias para assegurar que a nossa economia está protegida o mais possível desta crise global. É claro que as nossas políticas económicas se têm centrado nos desprivilegiados, com vista a melhorar as suas condições. Também seguimos políticas para proteger e expandir a nossa classe média. O governo adoptou várias medidas para assegurar que os padrões de vida não se deterioram.
Quanto à questão dos islamistas, eles são parte integrante do nosso tecido social e do nosso corpo político. Como todos os jordanos, eles exercem os seus direitos políticos e participam na vida pública. Somos um país estável governado pela nossa Constituição e pelas nossas leis. E encorajamos todos os jordanos a contribuir para a vida política no país. Queremos o melhor para o nosso povo, e estamos empenhados em reformas nacionais que melhorem as condições para todos, e assegurem que o povo participará mais na decisão do seu futuro. Em breve, o governo vai encetar um grande projecto de descentralização que dará ao povo mais expressão na tomada das suas decisões e definição do seu futuro.
Qual foi o seu maior desafio desde que sucedeu ao rei Hussein?
Sempre disse que a minha prioridade número um é garantir e melhorar os padrões de vida das famílias jordanas. A Jordânia não tem a abundância de recursos naturais de muitos dos seus vizinhos. Não temos petróleo e somos um país com escassez de água. Temos uma população muito jovem, e bastante pobreza e desemprego. Por isso, o governo e eu temos centrado a nossa atenção em apoiar, em primeiro lugar, os mais vulneráveis na sociedade alargando a rede de segurança social e o acesso a cuidados de saúde, tentando garantir que todos têm um lar acessível e seguro.
Em segundo lugar, as nossas políticas sócio-económicas são concebidas para criar oportunidades dirigidas aos jovens. Isso significa que nos centrámos imenso em promover os sectores da educação e formação profissional, para que os jordanos sejam, globalmente, candidatos competitivos ao emprego.
Simultaneamente, abrimos o nosso país, em termos de comércio e investimento, e procuramos constantemente expandir ambos com o objectivo de criar oportunidades de emprego. Por este meio, esperamos fortalecer a nossa classe média, que é, na realidade, o núcleo central da nossa economia.
Finalmente, procuramos garantir que todo o país prospera através de programas que estabelecem, em cada área, zonas de desenvolvimento especial. Tentámos isso na nossa cidade portuária, Aqaba, e há dois anos começámos a aplicar o modelo a nível nacional. O desafio é poder fornecer aos nossos cidadãos o melhor da vida e certificarmo-nos que o país progride. Esta tem sido a minha prioridade, e continuará a ser.
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Portugal já está a desempenhar um valioso papel no Médio Oriente
Já alguma vez esteve Portugal, a nível pessoal ou oficial, ou esta é a sua primeira visita?
Esta é a minha primeira visita oficial a Portugal e há muito que eu e [a rainha] Rania ansiávamos por ela. O Presidente Cavaco Silva honrou-nos com a sua visita à Jordânia o ano passado, e espero poder encontrar-me de novo com ele e com vários outros dirigentes portugueses e membros do Parlamento. Temos uma agenda muito preenchida durante esta visita, e o nosso principal foco não é apenas fazer progredir as relações bilaterais, mas também ajudar a estabelecer contactos entre os sectores privados jordano e português. A delegação que me acompanha a Lisboa inclui vários responsáveis jordanos e representantes do sector privado. Eles vão encontrar-se com os seus homólogos portugueses durante um fórum de negócios organizado pelo Jordan Investment Board, e espero que isto seja uma plataforma para mais comércio e investimento entre os nossos países.
Está familiarizado com as raízes árabes de Portugal?
Sim estou, tal como muitos jordanos – e muitos árabes – estão familiarizados com a herança árabe de Portugal, porque é também a nossa herança, da qual temos muito orgulho pelo contributo que os árabes e os muçulmanos deram para o desenvolvimento sócio-económico, o progresso cultural, as ciências, as artes, etc. Espero que esta herança comum nos ajude a construir melhores pontes de cooperação e compreensão. Deve inspirar-nos a aceitar-nos uns aos outros, a abraçar o que é comum e a respeitar as diferenças, e a superar todos os preconceitos.
Como avalia as relações entre a Jordânia e Portugal e o que pode ser feito para melhorar a cooperação bilateral. Registaram-se progressos significativos que possam ser realçados desde a visita do Presidente Cavaco Silva a Amã, em 2008?
As nossas relações bilaterais são muito afectuosas e amigáveis, mas na Jordânia, acreditamos que há um espaço ainda vasto para cooperação a nível oficial e mais além, sendo necessário definir os parâmetros a nível de liderança. Este processo começou a com a visita do Presidente Cavaco Silva à Jordânia, o ano passado, durante a qual foram assinados cinco diferentes acordos, sobretudo no que diz respeito à cooperação económica e cultural. Desde essa altura, vários acordos foram propostos e espero que venham a estar na agenda para discussão durante esta visita. Estou interessado em explorar todos os tipos de possibilidades para reforçar as nossas relações, e não apenas as económicas, mas também as políticas e as culturais. Sim temos relações excelentes, mas tenho a certeza de que as podemos consolidar ainda mais.
Sendo um país que mantém boas relações com países árabes e muçulmanos e com Israel, que papel poderá Portugal desempenhar no Médio Oriente, e em que contexto?
Através da sua participação na UNIFIL [Força Interina das Nações Unidas no Sul do Líbano], a sua contribuição com fundos, pessoal e treino para a reconstrução do Iraque, e o apoio que dá a uma solução negociada do conflito israelo-palestiniano, Portugal já está a desempenhar um valioso papel na nossa região, e espero que continue a fazê-lo, como vizinho próximo da nossa região com o qual partilhamos laços culturais e históricos e como voz proeminente na União Europeia. Neste ponto, tenho de expressar a gratidão da Jordânia pela posição firme de Portugal no recente conflito em Gaza, assim como os esforços de Portugal no sentido de a Europa manter a ajuda humanitária ao povo de Gaza, e a promessa portuguesa de responder ao apelo de emergência da UNRWA [agência da ONU de auxílio aos refugiados].
Os islamistas são parte integrante do nosso tecido social e corpo político”
Como é que o seu país, dependente dos fornecimentos de petróleo e gás, a enfrentar elevados desemprego, pobreza e dívida pública, está a enfrentar a crise económica global? Que medidas tem adoptado?
Este último ano tem sido muito difícil para os jordanos, tendo em conta não apenas a crise nos mercados financeiros mas também os altos e baixos no mercado petrolífero. Apesar de tudo, a nossa economia teve um bom desempenho o ano passado, com um crescimento de cerca de 6 por cento, e as nossas exportações cresceram também consideravelmente – mais de 35 por cento. A dívida externa, como percentagem do Produto Interno Bruto [PIB] diminuiu também de 46,8 por cento em 2007 para 26,3 por cento no final de 2008. As nossas reservas de divisas permanecem sólidas. Embora não tenhamos sido afectados tão severamente pela crise económica global como outros na região, estamos a tomar as precauções necessárias para assegurar que a nossa economia será capaz de suportar quaisquer consequências que daí advenham.
Sentimos que a melhor maneira de enfrentar estes desafios é avançar com o nosso programa de desenvolvimento da maneira mais abrangente possível. Isso inclui vários e grandes projectos de infra-estruturas [nos sectores] da energia, água e transportes, o que criará empregos a médio prazo e facilitará o crescimento no longo termo.
A pobreza e o desemprego são problemas que estamos a fazer todos os possíveis por enfrentar. Iniciámos reformas que habilitaram a nossa economia para reagir bem em tempos difíceis. Estamos a tentar atrair investimento que possa criar empregos e contribuir para o crescimento económico. Temos muitas vantagens competitivas de que mais e mais investidores estrangeiros tomam conhecimento. A nossa estabilidade, a nossa localização, as nossas leis modernas são mais-valias. Mas, ainda mais importante, temos mão-de-obra altamente qualificada que contribuiu para o desenvolvimento de toda a região.
Uma vez que a classe média e os pobres são os sectores mais afectados pela crise, há o risco de grupos islamistas no reino fomentarem uma sublevação social e, com isso, impedirem a aplicação das reformas que prometeu?
As preocupações com os efeitos sociais da crise económica não se circunscrevem a um ou outro país, a um ou outro grupo político. Por todo o mundo, sociedades inteiras estão sob pressão devido à crise económica. Fomos poupados até certo ponto mas, como eu disse, temos tomado precauções necessárias para assegurar que a nossa economia está protegida o mais possível desta crise global. É claro que as nossas políticas económicas se têm centrado nos desprivilegiados, com vista a melhorar as suas condições. Também seguimos políticas para proteger e expandir a nossa classe média. O governo adoptou várias medidas para assegurar que os padrões de vida não se deterioram.
Quanto à questão dos islamistas, eles são parte integrante do nosso tecido social e do nosso corpo político. Como todos os jordanos, eles exercem os seus direitos políticos e participam na vida pública. Somos um país estável governado pela nossa Constituição e pelas nossas leis. E encorajamos todos os jordanos a contribuir para a vida política no país. Queremos o melhor para o nosso povo, e estamos empenhados em reformas nacionais que melhorem as condições para todos, e assegurem que o povo participará mais na decisão do seu futuro. Em breve, o governo vai encetar um grande projecto de descentralização que dará ao povo mais expressão na tomada das suas decisões e definição do seu futuro.
Qual foi o seu maior desafio desde que sucedeu ao rei Hussein?
Sempre disse que a minha prioridade número um é garantir e melhorar os padrões de vida das famílias jordanas. A Jordânia não tem a abundância de recursos naturais de muitos dos seus vizinhos. Não temos petróleo e somos um país com escassez de água. Temos uma população muito jovem, e bastante pobreza e desemprego. Por isso, o governo e eu temos centrado a nossa atenção em apoiar, em primeiro lugar, os mais vulneráveis na sociedade alargando a rede de segurança social e o acesso a cuidados de saúde, tentando garantir que todos têm um lar acessível e seguro.
Em segundo lugar, as nossas políticas sócio-económicas são concebidas para criar oportunidades dirigidas aos jovens. Isso significa que nos centrámos imenso em promover os sectores da educação e formação profissional, para que os jordanos sejam, globalmente, candidatos competitivos ao emprego.
Simultaneamente, abrimos o nosso país, em termos de comércio e investimento, e procuramos constantemente expandir ambos com o objectivo de criar oportunidades de emprego. Por este meio, esperamos fortalecer a nossa classe média, que é, na realidade, o núcleo central da nossa economia.
Finalmente, procuramos garantir que todo o país prospera através de programas que estabelecem, em cada área, zonas de desenvolvimento especial. Tentámos isso na nossa cidade portuária, Aqaba, e há dois anos começámos a aplicar o modelo a nível nacional. O desafio é poder fornecer aos nossos cidadãos o melhor da vida e certificarmo-nos que o país progride. Esta tem sido a minha prioridade, e continuará a ser.
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Portugal já está a desempenhar um valioso papel no Médio Oriente
Já alguma vez esteve Portugal, a nível pessoal ou oficial, ou esta é a sua primeira visita?
Esta é a minha primeira visita oficial a Portugal e há muito que eu e [a rainha] Rania ansiávamos por ela. O Presidente Cavaco Silva honrou-nos com a sua visita à Jordânia o ano passado, e espero poder encontrar-me de novo com ele e com vários outros dirigentes portugueses e membros do Parlamento. Temos uma agenda muito preenchida durante esta visita, e o nosso principal foco não é apenas fazer progredir as relações bilaterais, mas também ajudar a estabelecer contactos entre os sectores privados jordano e português. A delegação que me acompanha a Lisboa inclui vários responsáveis jordanos e representantes do sector privado. Eles vão encontrar-se com os seus homólogos portugueses durante um fórum de negócios organizado pelo Jordan Investment Board, e espero que isto seja uma plataforma para mais comércio e investimento entre os nossos países.
Está familiarizado com as raízes árabes de Portugal?
Sim estou, tal como muitos jordanos – e muitos árabes – estão familiarizados com a herança árabe de Portugal, porque é também a nossa herança, da qual temos muito orgulho pelo contributo que os árabes e os muçulmanos deram para o desenvolvimento sócio-económico, o progresso cultural, as ciências, as artes, etc. Espero que esta herança comum nos ajude a construir melhores pontes de cooperação e compreensão. Deve inspirar-nos a aceitar-nos uns aos outros, a abraçar o que é comum e a respeitar as diferenças, e a superar todos os preconceitos.
Como avalia as relações entre a Jordânia e Portugal e o que pode ser feito para melhorar a cooperação bilateral. Registaram-se progressos significativos que possam ser realçados desde a visita do Presidente Cavaco Silva a Amã, em 2008?
As nossas relações bilaterais são muito afectuosas e amigáveis, mas na Jordânia, acreditamos que há um espaço ainda vasto para cooperação a nível oficial e mais além, sendo necessário definir os parâmetros a nível de liderança. Este processo começou a com a visita do Presidente Cavaco Silva à Jordânia, o ano passado, durante a qual foram assinados cinco diferentes acordos, sobretudo no que diz respeito à cooperação económica e cultural. Desde essa altura, vários acordos foram propostos e espero que venham a estar na agenda para discussão durante esta visita. Estou interessado em explorar todos os tipos de possibilidades para reforçar as nossas relações, e não apenas as económicas, mas também as políticas e as culturais. Sim temos relações excelentes, mas tenho a certeza de que as podemos consolidar ainda mais.
Sendo um país que mantém boas relações com países árabes e muçulmanos e com Israel, que papel poderá Portugal desempenhar no Médio Oriente, e em que contexto?
Através da sua participação na UNIFIL [Força Interina das Nações Unidas no Sul do Líbano], a sua contribuição com fundos, pessoal e treino para a reconstrução do Iraque, e o apoio que dá a uma solução negociada do conflito israelo-palestiniano, Portugal já está a desempenhar um valioso papel na nossa região, e espero que continue a fazê-lo, como vizinho próximo da nossa região com o qual partilhamos laços culturais e históricos e como voz proeminente na União Europeia. Neste ponto, tenho de expressar a gratidão da Jordânia pela posição firme de Portugal no recente conflito em Gaza, assim como os esforços de Portugal no sentido de a Europa manter a ajuda humanitária ao povo de Gaza, e a promessa portuguesa de responder ao apelo de emergência da UNRWA [agência da ONU de auxílio aos refugiados].
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Os Estados árabes propuseram um plano vasto sobre como concretizar esta visão que contempla os interesses e as preocupações de todas as partes do conflito: a retirada de Israel de todos os territórios ocupados desde [a guerra de] 1967; a criação de um Estado palestiniano independente; garantias de segurança colectiva e normalização das relações entre Israel e todos os seus vizinhos; e uma solução negociada para o problema dos refugiados palestinianos de acordo com as resoluções da ONU.
Esta proposta é uma base para conversações de paz e não tem precedentes na história do conflito. Foi apoiada, unanimemente, por todos os 22 Estados árabes e tem o apoio de países muçulmanos fora da região com os quais Israel não tem relações políticas ou económicas por causa do conflito.
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
ESTADO PALESTINO? A JORDANIA. Mas o REI nao quer la os PALESTINOS!!
THUNDER- Pontos : 283
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
nem judeusTHUNDER escreveu:ESTADO PALESTINO? A JORDANIA. Mas o REI nao quer la os PALESTINOS!!
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Vitor mango escreveu:Os Estados árabes propuseram um plano vasto sobre como concretizar esta visão que contempla os interesses e as preocupações de todas as partes do conflito: a retirada de Israel de todos os territórios ocupados desde [a guerra de] 1967; a criação de um Estado palestiniano independente; garantias de segurança colectiva e normalização das relações entre Israel e todos os seus vizinhos; e uma solução negociada para o problema dos refugiados palestinianos de acordo com as resoluções da ONU.
Esta proposta é uma base para conversações de paz e não tem precedentes na história do conflito. Foi apoiada, unanimemente, por todos os 22 Estados árabes e tem o apoio de países muçulmanos fora da região com os quais Israel não tem relações políticas ou económicas por causa do conflito.
Este é um extracto de uma entrevista ao Rei jordano publicada hoje no jornal PÚBLICO.
Este extracto é deveras interessante, só não percebo porque é que o Mango o destacou da entrevista. Porquê? eu explico.
Tenho defendido neste fórum e no Eco, as ideias aqui explanadas por Abdullah II por me parecer que será a solução mais apropriada ao fim do conflito. Esta minha posição tem sido combatida pelo Mango, de acordo com o princípio de que Israel deve ser riscado do mapa, enquanto Estado independente localizado no espaço territorial aonde actualmente se encontra.
O que fez dar a volta à cabeça do Mango? Foi a rapariga bonita que as televisões mostram?
Vagueante- Pontos : 1698
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Vagueante escreveu:Vitor mango escreveu:Os Estados árabes propuseram um plano vasto sobre como concretizar esta visão que contempla os interesses e as preocupações de todas as partes do conflito: a retirada de Israel de todos os territórios ocupados desde [a guerra de] 1967; a criação de um Estado palestiniano independente; garantias de segurança colectiva e normalização das relações entre Israel e todos os seus vizinhos; e uma solução negociada para o problema dos refugiados palestinianos de acordo com as resoluções da ONU.
Esta proposta é uma base para conversações de paz e não tem precedentes na história do conflito. Foi apoiada, unanimemente, por todos os 22 Estados árabes e tem o apoio de países muçulmanos fora da região com os quais Israel não tem relações políticas ou económicas por causa do conflito.
Este é um extracto de uma entrevista ao Rei jordano publicada hoje no jornal PÚBLICO.
Este extracto é deveras interessante, só não percebo porque é que o Mango o destacou da entrevista. Porquê? eu explico.
Tenho defendido neste fórum e no Eco, as ideias aqui explanadas por Abdullah II por me parecer que será a solução mais apropriada ao fim do conflito. Esta minha posição tem sido combatida pelo Mango, de acordo com o princípio de que Israel deve ser riscado do mapa, enquanto Estado independente localizado no espaço territorial aonde actualmente se encontra.
O que fez dar a volta à cabeça do Mango? Foi a rapariga bonita que as televisões mostram?
Mango vagueante
SEmpre defendi isto
Sempreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
O que eu nao defendo e jamais defenderei é um estado Judaico
Suponho que a sua confusao esta aí
Desejo a todos que nascerem em Israel a liberdade de vestirem ceroulas kuekas ou gabarnine e nao serem obrigados a mei prfotecçao da tola
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
eu QUE VICO NOS usa, TENHO MUITO MAIS PREOCUPACAO DO QUE SE PASSA EM PORTUGAL!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Vitor mango escreveu:Vagueante escreveu:Vitor mango escreveu:Os Estados árabes propuseram um plano vasto sobre como concretizar esta visão que contempla os interesses e as preocupações de todas as partes do conflito: a retirada de Israel de todos os territórios ocupados desde [a guerra de] 1967; a criação de um Estado palestiniano independente; garantias de segurança colectiva e normalização das relações entre Israel e todos os seus vizinhos; e uma solução negociada para o problema dos refugiados palestinianos de acordo com as resoluções da ONU.
Esta proposta é uma base para conversações de paz e não tem precedentes na história do conflito. Foi apoiada, unanimemente, por todos os 22 Estados árabes e tem o apoio de países muçulmanos fora da região com os quais Israel não tem relações políticas ou económicas por causa do conflito.
Este é um extracto de uma entrevista ao Rei jordano publicada hoje no jornal PÚBLICO.
Este extracto é deveras interessante, só não percebo porque é que o Mango o destacou da entrevista. Porquê? eu explico.
Tenho defendido neste fórum e no Eco, as ideias aqui explanadas por Abdullah II por me parecer que será a solução mais apropriada ao fim do conflito. Esta minha posição tem sido combatida pelo Mango, de acordo com o princípio de que Israel deve ser riscado do mapa, enquanto Estado independente localizado no espaço territorial aonde actualmente se encontra.
O que fez dar a volta à cabeça do Mango? Foi a rapariga bonita que as televisões mostram?
Mango vagueante
SEmpre defendi isto
Sempreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
O que eu nao defendo e jamais defenderei é um estado Judaico
Suponho que a sua confusao esta aí
Desejo a todos que nascerem em Israel a liberdade de vestirem ceroulas kuekas ou gabarnine e nao serem obrigados a mei prfotecçao da tola
Não há confusão nenhuma.
Se eu sei alguma coisa de português, devo entender que ao não defender (falta aqui a palavra EXISTÊNCIA de) um Estado judaico, devo inferir que defende a sua destruíção/desaparecimento.
Ora, não é isso que diz Abdullah II.
Abdullah II, defende a existência de DOIS ESTADOS e cita mesmo o nome ISRAEL.
Talvez seja bom voltar a ler a entrevista.
Vagueante- Pontos : 1698
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Aqui nos USA, nao teem nem .0004% da OBCESSECAO com esse problema!!!!!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
assim como nao defendo um estado Portugues Cristao nao quer dizer que ....
Ou seja
Acho e entendo que a religião deve ser desligada do Poder Politico
Senao temos ai de novo Cruzadas para ir combater os infieis na Palestina
Ou seja
Acho e entendo que a religião deve ser desligada do Poder Politico
Senao temos ai de novo Cruzadas para ir combater os infieis na Palestina
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Vitor mango escreveu:assim como nao defendo um estado Portugues Cristao nao quer dizer que ....
Ou seja
Acho e entendo que a religião deve ser desligada do Poder Politico
Senao temos ai de novo Cruzadas para ir combater os infieis na Palestina
Tem toda a razão.
Mas Israel existe como Estado confessional no meio de outros Estados confessionais. Como tal, enquanto todos esses Estados não perceberem que a religião não deve estar acima dos governos, enquanto não perceberem que os outros povos não têm que se sujeitar às suas idiosincracias religiosas, enquanto todos eles não forem capazes de aceitar as diferenças, não haverá paz na região.
O nosso dever, enquanto cidadãos de um país que já sofreu muito com a religião, não deve ser defender um em desfavor do outro. Ambos estão errados.
Vagueante- Pontos : 1698
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
O nosso dever, enquanto cidadãos de um país que já sofreu muito com a religião, não deve ser defender um em desfavor do outro. Ambos estão errados.
o Drama caro vagueante nao é ambos estarem errados ( ai dou o meu OK )
O Drama é os EUA apoiarem uma das partes
E porque ?
Porque os americanos teem traumas do tempo do Mayflower em que " Cristaos " bla bla
e eles cristaos acham que os judeus defendem os lugares sagrados da cristandade
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Vitor mango escreveu:O nosso dever, enquanto cidadãos de um país que já sofreu muito com a religião, não deve ser defender um em desfavor do outro. Ambos estão errados.
o Drama caro vagueante nao é ambos estarem errados ( ai dou o meu OK )
O Drama é os EUA apoiarem uma das partes
E porque ?
Porque os americanos teem traumas do tempo do Mayflower em que " Cristaos " bla bla
e eles cristaos acham que os judeus defendem os lugares sagrados da cristandade
Parece-me haver aqui alguma confusão.
O que tem o Mayflower a ver com isto? Penso que os passageiros do Mayflower não eram judeus. Logo, que razão teriam esses passageiros e aqueles que os seguiram para defender os judeus que se instalaram noutro local? Se eles até nem gostavam dos judeus! Se eles perseguiam os judeus na Europa!
Já quanto aos lugares sagrados da cristandade, desde Saladino que os muçulmanos os protegem, tanto mais que para eles, Jesus Cristo foi um profeta. Já viu a veneração que eles têm por Maria?
Vagueante- Pontos : 1698
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Mayflower nada a ver com judeus mas a logica era seguir esses fugidos de uma europa terrivelmente e fanaticamente Papal em demanda de novos horizontes
leia o livro as
cruzadas vistas pelo lado oposto
Saladino foi na verdade um habil e sabio comandante
Leia a parte no que toca aos Judeus e o avanço dos " Turcos " em Granada que deu depois como sabe á inquisiçao
Aonde eu quero citar e carregar é na ferida religiosa
Não !
Fugir dos fanatismos religiosos
Todos e se tiverem o apoio ilogico dos americanos aí estamos todos ******
leia o livro as
cruzadas vistas pelo lado oposto
Saladino foi na verdade um habil e sabio comandante
Leia a parte no que toca aos Judeus e o avanço dos " Turcos " em Granada que deu depois como sabe á inquisiçao
Aonde eu quero citar e carregar é na ferida religiosa
Não !
Fugir dos fanatismos religiosos
Todos e se tiverem o apoio ilogico dos americanos aí estamos todos ******
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Eu hoje sobre a Palestina abstenho-me. Para manter a imagem da rainha da Jordânia. Porra!!! Um gajo habituado á D. Manela todos os dias...
Viriato- Pontos : 16657
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Viriato escreveu:Eu hoje sobre a Palestina abstenho-me. Para manter a imagem da rainha da Jordânia. Porra!!! Um gajo habituado á D. Manela todos os dias...
altita é ela
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
Pois é. Mas um gajo ágil amanhava-se. Depois, na horizontal, tudo se simplifica. Eu, para limpar uns judeus, prescindia das minhas 30 virgens. Ficava-me por ali...
Viriato- Pontos : 16657
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
O REI deve "ACABAR-SE ,COM ELA" . gostosa!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: A paz com Israel e uma solução de dois estados são opções estratégicas de todos os árabes
enquanto voces lambem os beiços de inveja esqueceram-se dos tomates da Rainha
Ela é um simbolo e com tomates para se atirar aos talibans e bolorentos Islamistas
O pessoal diz que o mango se bate contra os smokingo dos judeus e que nada diz dos Isloes
Ora nada demais errado
os judeus estao agarrados pelos tomates aos cristaos dado que Jesus Cristo revolucionou toda a judiaria abrindo os ensinantos de uma religião baseada num Unico Deus ao Mundo inteiro
os Judeus ortodoxos ficaram agarrados ao Smoking e áos bolores da historia
os CDristao evoluiram em multiplas igrejas aperfeiçoando-se em escalas sociais
Os maomés apesar de virem 600 anos depois teem pecados que nada teem a ver com o ocidente baseando-se a sua religião em teorias que nada teem de ocidentais e em que a Mulher tem um lugar secundario
Ora esta rainha soube dizer e gritar bem alto esse facto
Ela é um simbolo e com tomates para se atirar aos talibans e bolorentos Islamistas
O pessoal diz que o mango se bate contra os smokingo dos judeus e que nada diz dos Isloes
Ora nada demais errado
os judeus estao agarrados pelos tomates aos cristaos dado que Jesus Cristo revolucionou toda a judiaria abrindo os ensinantos de uma religião baseada num Unico Deus ao Mundo inteiro
os Judeus ortodoxos ficaram agarrados ao Smoking e áos bolores da historia
os CDristao evoluiram em multiplas igrejas aperfeiçoando-se em escalas sociais
Os maomés apesar de virem 600 anos depois teem pecados que nada teem a ver com o ocidente baseando-se a sua religião em teorias que nada teem de ocidentais e em que a Mulher tem um lugar secundario
Ora esta rainha soube dizer e gritar bem alto esse facto
Admin- Admin
- Pontos : 5709
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