Lula diz esperar que netos não tenham vergonha da reunião do G20 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, em Londres (Ricardo Stuckert/PR)
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Lula diz esperar que netos não tenham vergonha da reunião do G20 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, em Londres (Ricardo Stuckert/PR)
Lula diz esperar que netos não tenham vergonha da reunião do G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, em Londres (Ricardo Stuckert/PR)
Lula foi à Londres participar da reunião de cúpula do G20
Em entrevista à BBC nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse esperar que a reunião do G20, em Londres, que traçou planos para conter a crise econômica, não seja motivo de vergonha para as futuras gerações.
"Peço a Deus para que os meus netos não tenham vergonha dessa reunião daqui a 15 ou 20 anos", disse ele.
As declarações foram feitas após uma pergunta sobre como a cúpula desta quinta-feira será enxergada no futuro. Esquivando-se de fazer previsões, o presidente também aproveitou para criticar o protecionismo dos países ricos.
"Agora é que precisamos lutar contra o protecionismo, agora é que precisamos fazer o livre comércio. O protecionismo é como uma droga, ela pode fazer efeito imediato, mas depois vem a depressão, a recessão, e depois o caos".
O presidente, no entanto, avaliou o encontro de forma positiva. Segundo ele, a cúpula do G20 foi boa não apenas para o Brasil ou algum país individualmente, mas para "a esperança e o futuro da humanidade".
"A reunião foi boa porque os países ricos estavam diante dos países em desenvolvimento em igualdade de condições e sabendo que países como Brasil e China, embora vivam a mesma a crise, têm economias muito mais sólidas, porque temos menos déficit fiscal, dívida pública e estamos fazendo fortes investimentos em infraestrutura, o que gera empregos", disse.
Leia também na BBC Brasil: G20 anuncia investimento de US$ 1,1 tri para 'encurtar recessão'
Nova ordem
O presidente brasileiro afirmou acreditar que uma das possíveis consequências do encontro será a criação uma nova ordem econômica mundial.
"Penso que é inexorável, vamos ter uma nova ordem econômica mundial. Porque todos se deram conta de que não é possível coexistir uma política de desenvolvimento produtiva, que precisa gerar empregos, com uma política financeira vivendo de especulação", disse ele.
Para Lula, o setor financeiro tem que estar ligado ao setor produtivo.
"Cada financiamento tem que gerar um sapato, uma camisa, um parafuso, um carro. Nunca na vida vi alguém ganhar bônus por dar prejuízo", disse.
"Pode demorar mais um, dois anos, ou até mais. Mas virá outra ordem econômica."
Para Lula, a crise deve também apressar o surgimento de uma nova ordem política global.
"Queremos que o mundo do século 21 seja representado pela força política que ele tem hoje, e não a que tinha na década de 40 do século 20", disse ele.
"O que explica a Alemanha e o Japão estarem fora (do Conselho de Segurança da ONU)? Queremos compor uma nova geografia política pra que a ONU tenha mais representatividade.
"Se a ONU estivesse mais forte, essa reunião do G20 poderia ter sido convocada pela ONU e todos os países participariam", disse.
Comércio
O presidente brasileiro disse ainda que acredita que a reunião em Londres vai apressar a resolução da rodada de Doha de liberalização do comércio.
"Eu digo há anos que a rodada de Doha só seria resolvida quando os líderes políticos assumissem a responsabilidade de discuti-la. Hoje concordamos que os líderes vão discuti-la", disse ele.
"Defendo a rodada de Doha porque o que precisamos é que os produtos dos países pobres da América Central, Latina e África possam chegar à Europa e aos EUA em condições mais justas. Não são possíveis subsídios para produtos agrícolas como temos hoje."
"O que o mundo precisa é de oportunidade e não favor. Que os países pobres tenham o direito de crescer. E só vão crescer se o comércio for realmente livre", disse ele.
"Essa reunião é um alento de que o mundo pode mudar se quisermos que ele mude"
Leia também na BBC Brasil: Lula diz querer ser 1º presidente do Brasil a emprestar ao FMI
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, em Londres (Ricardo Stuckert/PR)
Lula foi à Londres participar da reunião de cúpula do G20
Em entrevista à BBC nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse esperar que a reunião do G20, em Londres, que traçou planos para conter a crise econômica, não seja motivo de vergonha para as futuras gerações.
"Peço a Deus para que os meus netos não tenham vergonha dessa reunião daqui a 15 ou 20 anos", disse ele.
As declarações foram feitas após uma pergunta sobre como a cúpula desta quinta-feira será enxergada no futuro. Esquivando-se de fazer previsões, o presidente também aproveitou para criticar o protecionismo dos países ricos.
"Agora é que precisamos lutar contra o protecionismo, agora é que precisamos fazer o livre comércio. O protecionismo é como uma droga, ela pode fazer efeito imediato, mas depois vem a depressão, a recessão, e depois o caos".
O presidente, no entanto, avaliou o encontro de forma positiva. Segundo ele, a cúpula do G20 foi boa não apenas para o Brasil ou algum país individualmente, mas para "a esperança e o futuro da humanidade".
"A reunião foi boa porque os países ricos estavam diante dos países em desenvolvimento em igualdade de condições e sabendo que países como Brasil e China, embora vivam a mesma a crise, têm economias muito mais sólidas, porque temos menos déficit fiscal, dívida pública e estamos fazendo fortes investimentos em infraestrutura, o que gera empregos", disse.
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Nova ordem
O presidente brasileiro afirmou acreditar que uma das possíveis consequências do encontro será a criação uma nova ordem econômica mundial.
"Penso que é inexorável, vamos ter uma nova ordem econômica mundial. Porque todos se deram conta de que não é possível coexistir uma política de desenvolvimento produtiva, que precisa gerar empregos, com uma política financeira vivendo de especulação", disse ele.
Para Lula, o setor financeiro tem que estar ligado ao setor produtivo.
"Cada financiamento tem que gerar um sapato, uma camisa, um parafuso, um carro. Nunca na vida vi alguém ganhar bônus por dar prejuízo", disse.
"Pode demorar mais um, dois anos, ou até mais. Mas virá outra ordem econômica."
Para Lula, a crise deve também apressar o surgimento de uma nova ordem política global.
"Queremos que o mundo do século 21 seja representado pela força política que ele tem hoje, e não a que tinha na década de 40 do século 20", disse ele.
"O que explica a Alemanha e o Japão estarem fora (do Conselho de Segurança da ONU)? Queremos compor uma nova geografia política pra que a ONU tenha mais representatividade.
"Se a ONU estivesse mais forte, essa reunião do G20 poderia ter sido convocada pela ONU e todos os países participariam", disse.
Comércio
O presidente brasileiro disse ainda que acredita que a reunião em Londres vai apressar a resolução da rodada de Doha de liberalização do comércio.
"Eu digo há anos que a rodada de Doha só seria resolvida quando os líderes políticos assumissem a responsabilidade de discuti-la. Hoje concordamos que os líderes vão discuti-la", disse ele.
"Defendo a rodada de Doha porque o que precisamos é que os produtos dos países pobres da América Central, Latina e África possam chegar à Europa e aos EUA em condições mais justas. Não são possíveis subsídios para produtos agrícolas como temos hoje."
"O que o mundo precisa é de oportunidade e não favor. Que os países pobres tenham o direito de crescer. E só vão crescer se o comércio for realmente livre", disse ele.
"Essa reunião é um alento de que o mundo pode mudar se quisermos que ele mude"
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