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CAPITALISMO NAO ESTA AGONIZANTE...............JERONIMO DE SOUZA

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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Sáb Abr 11, 2009 11:13 am


"Capitalismo não está agonizante"



00h30m




A crise económica põe em causa o modelo capitalista?
Há uma crise do capitalismo que caracterizamos como sistémica e estrutural. Não resulta apenas da bolha especulativa do imobiliário nos EUA. É uma crise que ainda não terminou e tende a aprofundar-se, particularmente em países com economias mais vulneráveis, como o nosso. Ocorreu a falência do neo-liberalismo. A financiarização da economia teve consequências tremendas. A desvalorização do poder aquisitivo das massas e a facilitação do acesso ao crédito e ao endividamento levanta um problema de fundo. A crise revela o sentido dos limites do capitalismo, mas até pelo seu poderio militar, pelos meios de que ainda dispõe, dizer que o capitalismo está agonizante seria subestimar a realidade.
O PCP não se ilude sobre isso.
Não. Nós previmos. E até ficámos um pouco aquém, na previsão da crise. Sócrates, na AR, com aquele estilo arrogante, desmentia-nos. Dizia que o país não iria sentir a crise. Nós previmo-la, mas não subestimamos é a força do capital.
Também porque não há hoje uma alternativa política?
Entre as teses do nosso congresso, há uma que considero central: olhando para o Mundo, coloca-se a questão dos perigos e das potencialidades. Perigos reais, porque o capitalismo não vai morrer de suicídio. Mas num quadro de dificuldades do sistema, pode recorrer à violência.
Há esse perigo?
Sem dúvida. Oxalá não aconteça, mas é uma possibilidade real.
A acentuação de conflitos sociais?
Não quero fazer a História da Humanidade, mas tendo em conta os meios militares, já não se trata de, aqui ou acolá, provocar um conflito. Hoje, é a Humanidade que está em causa. É um perigo, mas também representa potencialidades. Apesar desta relação de forças desfavorável aos trabalhadores e às forças progressistas, há povos que resistem e até conquistam.
Como reparte as culpas, entre a crise internacional e as políticas do Governo?
Não somos imunes à crise internacional. Há consequências para o nosso país, mas isso não invalida a necessidade de reconhecer culpas internas, que resultam das políticas praticadas designadamente nos últimos quatro anos. O Governo sacralizou o combate ao défice como o problema dos problemas. Nós tivemos sempre uma concepção diferente. Era um problema, mas a nossa questão de fundo era a necessidade de crescimento económico.
Não reconhece que se não se tivesse atacado o défice, hoje não teríamos esta almofada para ir ajudando os que mais precisam?
Podia ter-se combatido o défice de outras formas, pela via do crescimento económico, do aumento da receita. As medidas tomadas, designadamente o corte no investimento, levaram à destruição do nosso aparelho produtivo - ou pelo menos a sua desvalorização. Foi quase como manteiga em nariz de cão: baixámos o défice, mas ele está outra vez a disparar. Se passarmos a crise - oxalá passemos! - voltará outra vez a conversa dos sacrifícios em nome do défice. O ministro das Finanças já vem anunciando isso.
O Governo também defende o investimento como receita para sair da crise.
Quantos anos não passou a negar isso! Em relação a mais despesa: não é pior despesa hoje a falência das empresas e o atirar para a Segurança Social milhares de trabalhadores?
Acontece em todo o Mundo.
Sim, claro. A crise afecta todos, mas afecta mais uns do que outros. As economias que tiverem aparelho produtivo serão aquelas que mais rapidamente vão sair da crise. Ao contrário do que está a acontecer em Portugal.
Entre as receitas para a crise podem figurar, na sua óptica, mais nacionalizações?
Sim. Nós defendemos não a nacionalização de prejuízos, como ocorre hoje um pouco por todo o Mundo, mas a necessidade de o Estado deter as alavancas económicas e financeiras fundamentais, numa perspectiva de desenvolvimento. A banca comercial, os seguros (digo banca comercial, para não haver confusões em relação ao que propomos) e outros sectores fundamentais se estivessem nas mãos do Estado poderiam ajudar ao desenvolvimento.
Que empresas nacionalizava? EDP, Galp, PT?
Sim. Respeitando interesses próprios, mas pensando na economia nacional. Aliás, essas empresas já foram públicas. A pergunta que coloco é: a quem serviu a privatização? Da Galp, de certeza, ao Amorim, de certeza a um grupo espanhol, a um grupo italiano...
Os serviços são hoje de muito maior qualidade do que na altura da nacionalização, tem de reconhecer isso. Claro que as empresas existem para ganhar dinheiro. Só podem manter a qualidade do serviço se forem lucrativas.



RONALDO ALMEIDA
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