Godot Obama Veio
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Godot Obama Veio
11/04/2009 - 19:24 - Nahum Sirotsky, correspondente iG em Israel
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Ayman El-Amir, ex-correspondente do “Al Ahram”, o maior e mais influente conglomerado egípcio nos Estados Unidos, é jornalista conceituado. Chegou a diretor dos serviços de rádio e televisão das Nações Unidas em Nova Iorque. Na edição 942 da revista do Al Ahram ele escreve sobre a visita de Obama à Turquia. Em “Esperando Obama”, ele diz que o presidente realizou “hábil construção de pontes destruídas pelo seu predecessor apesar do verdadeiro trabalho ainda estar por ser feito”.
Obama, diz, “prepara a Turquia, membro da OTAN, e com diversidade de relações regionais, para ser um mediador confiável nos intratáveis problemas do Oriente Médio”. Os turcos tem boas relações com todos, inclusive Israel. E claro, destacou a mensagem de Obama ao bilhão e 500 milhões de muçulmanos “que os Estados Unidos não estão em guerra com o Islã”, a religião. E lembra que Obama elogiou Turquia “como uma democracia secular vibrante e forte”, uma república respeitada. E, na prática, modelo aos outros países muçulmanos do Oriente Médio que "são regidos por regimes teocráticos ou autocráticos". Aproveita a oportunidade para falar de questões que complicam o Oriente Médio, dizendo não serem ignoradas pelo presidente americano. Escrever como escreveu não é comum na região.
No caso de Israel disse que “apesar do seu forte e reiterado compromisso com a fórmula de dois países para o conflito israelense-palestino, Obama defronta-se com um governo da ala direita de Israel que não concorda com ela”. Mas a referência a “a governo” evita generalizar, incluir a todos os israelenses quando a tradição é a de críticas e restrições ao país. Algo novo. E é duríssimo de um “mundo árabe dividido por dirigentes mesquinhos e reacionários, um movimento palestino dividido em conflito. Um Iraque em lenta cura, um Irã suspeito das intenções americanas de convidá-lo a conversar, governos árabes medievais que estrangulam (choke) seus povos”.
El-Amir opina que não há solução militar para violência. E que o mais sério desafio que Obama enfrenta é o de pressionar os governos autocráticos a realizarem as reformas desejadas pelos povos ao risco de que explodam em revoltas. O ambiente naqueles países é campo fértil para o ódio e o terrorismo, lembra. Mas discorda do sustentado apoio americano a Israel que acusa “de sempre se justificar com o direito de autodefesa”.
Abu Mazen, o presidente da Autoridade Palestina em conflito com o Hamas da Faixa de Gaza, declarou há horas que sem que o atual governo aceite a fórmula de dois países não volta a negociar. Acontece que na situação atual existem a Palestina da Cisjordania e Abu Mazen e a Palestina do Hamas, a Frente de Resistência islâmica que, negando-se a reconhecer a legalidade da existência de Israel, justifica a lentidão das negociações. São duas entidades diferentes com o Hamas com o compromisso de destruir Israel.
Obama, como amplamente divulgado, foi claríssimo: vai se empenhar na solução do conflito que implica em se proclamar um estado palestino ao lado de Israel.
Existe discordância entre Obama e Bibi Netsnyahu? O ministro dos transportes do novo governo israelense, declarou na rádio de Israel, no sábado, que as diferenças são semânticas, no entendimento de posições. “Nossas políticas vão convergir”, previu Israel Katz, do partido Likud, do chefe de governo de Benjamin Bibi Netanyahu El-Amir conclui seu texto afirmando que com Obama as coisas mudaram. “Ao contrário de “Esperando Godot que nunca vem, Obama veio”.
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Re: Godot Obama Veio
No caso de Israel disse que “apesar do seu forte e reiterado compromisso com a fórmula de dois países para o conflito israelense-palestino, Obama defronta-se com um governo da ala direita de Israel que não concorda com ela”. Mas a referência a “a governo” evita generalizar, incluir a todos os israelenses quando a tradição é a de críticas e restrições ao país. Algo novo. E é duríssimo de um “mundo árabe dividido por dirigentes mesquinhos e reacionários, um movimento palestino dividido em conflito. Um Iraque em lenta cura, um Irã suspeito das intenções americanas de convidá-lo a conversar, governos árabes medievais que estrangulam (choke) seus povos”.
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