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Sintra proíbe touradas e espectáculos de circo com animais

3 participantes

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Mensagem por Vitor mango Ter Abr 28, 2009 1:22 am

Sintra proíbe touradas e espectáculos de circo com animais
27.04.2009 - 16h58 Romana Borja-Santos
Se for a Sintra e assistir a uma tourada ou a um espectáculo de circo onde entrem animais é porque a lei está a ser violada. A Assembleia Municipal decidiu proibir, na última reunião, este tipo de espectáculos, na sequência da aprovação do Regulamento de Animais de Sintra.

A medida, tomada na última quinta-feira, contou com os votos favoráveis do Bloco de Esquerda e da maioria do PS e da coligação “Mais Sintra”. Já a CDU e alguns deputados do PS e da coligação votaram contra.

Para Miguel Moutinho, Presidente da Animal, “o ano de 2009 está a ser absolutamente histórico para o progresso político da protecção dos animais em Portugal. Ao fim de muitos anos de luta com importantes consequências sociais mas sem consequências políticas a favor dos animais, a Animal está finalmente a testemunhar a concretização de medidas importantíssimas para os animais de Portugal, nomeadamente as tomadas em Viana do Castelo, Braga, Cascais e, agora, Sintra”.

E acrescenta, em comunicado: “Com a continuação do trabalho até aqui desenvolvido, reforça-se a convicção da Animal de que não tardará muito até que Portugal seja um país livre da tortura de animais em touradas e da brutalização e subjugação de animais em circos”.

Recorde-se que, no início do ano, Viana do Castelo foi a primeira a dar um passo no sentido de se declarar uma “cidade anti-touradas”. Depois, os presidentes da Câmara de Braga e de Cascais anunciaram a proibição de touradas nos seus concelhos, sendo que este último também não permitirá espectáculos de circo com animais em estruturas desmontáveis.

De acordo com uma sondagem citada pela Animal, feita em Março de 2007, 61,1 por cento dos habitantes do norte do país declaram querer que as touradas sejam proibidas por lei em todo o país e 64,5 por cento que declaram querer que as cidades e vilas em que residem sejam declaradas cidades e vilas anti-touradas.
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Mensagem por Vitor mango Ter Abr 28, 2009 1:25 am

Raramente falho pelo olfacto

Quando da morte dos touros em Barrrancos avisei
Tudo isto vai esticvar-se ao longos de fartas discussoes e vai atingir a essencia das touradas ate á sua proibiçao

E porque ?
1º Porque nao havia touros de morte em Portugal logo nada tinhamos a ver com espanha em que o animal morre vazio de sangue e a morte como espetaculo é deprimente
Logo havia uma separação de aguas entre duas culturas
A portuguesa e a espanhola

Depois porque a comunidade mundial se torna cada vez mais " Ecologistas "
Vitor mango
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Ter Abr 28, 2009 7:38 am

Tourada, Fados, Futebol, Religiao, SAO ameacas eminentes AS liberdades E democracia. Essa a missao do SOCIALISMO. DESTRUIR as TRADICOES dos PORTUGUESES!!
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Mensagem por Viriato Ter Abr 28, 2009 8:09 am

Um dia deus encontrou pela frente o seu colega Boi Ápis (conhecido deus egípcio). Zombateiro, deus, provoca. Ei!!! touro lindo!!!! E Ápis, que era boi mas não gostava que o tratassem assim, investiu, marrou e o seu colega deus ficou bastante maltratado. Resultado:

Ápis 1 - deus 0

Que eu saiba, nunca mais a igreja se meteu nisso. Touro é touro, religião é religião.
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Ter Abr 28, 2009 8:18 am

EU ADORO, DEUS, FADO,FUTEBOL,TOURADA!!!! eu SOU UM homem DO POVO!!!! UM PORTUGUES!!!
RONALDO ALMEIDA
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Mensagem por Viriato Qua Abr 29, 2009 2:21 am

Vitor mango escreveu:Raramente falho pelo olfacto

Quando da morte dos touros em Barrrancos avisei
Tudo isto vai esticvar-se ao longos de fartas discussoes e vai atingir a essencia das touradas ate á sua proibiçao

E porque ?
1º Porque nao havia touros de morte em Portugal logo nada tinhamos a ver com espanha em que o animal morre vazio de sangue e a morte como espetaculo é deprimente
Logo havia uma separação de aguas entre duas culturas
A portuguesa e a espanhola

Depois porque a comunidade mundial se torna cada vez mais " Ecologistas "

Esse fenómeno de rejeição não é novo. Já Marquês de Pombal, talvez o governante mais visionário da nossa história (que acumulava também com outros defeitos), se opunha a esse circo. Vejamos:

ÚLTIMA CORRIDA DE TOUROS EM SALVATERRA

.

Correram-se as cortinas da tribuna real. Rompem as músicas. Chegou el-rei, e logo depois entra pelos camarotes o vistoso cortejo, e vê-se ondear um oceano de cabeças e de plumas. Na praça ressoam com brava alegria as trombetas, as charamelas e os timbales. Aparecem os cavaleiros, fidalgos distintos, todos, com o conto das lanças nos estribos, e os brasões bordados no veludo das gualdrapas dos cavalos. As plumas dos chapéus debruçam-se em matizados cocares; e as espadas em bainhas lavradas pendem de soberbos talins. Os capinhas e os forcados vestem com garbo à castelhana antiga. No semblante de todos brilha o ardor e o entusiasmo.
O conde dos Arcos, entre os cavaleiros, era quem dava mais na vista. O seu trajo, cortado à moda da corte de Luís XV, de veludo preto, fazia realçar a elegância do corpo. Na gola da capa e no corpete, sobressaíam as finas rendas da gravata e dos punhos. Nos joelhos, as ligas bordadas deixavam escapar com artifício os tufos de cambraieta alvíssima. O conde não excedia a estatura ordinária, mas, esbelto e proporcionado, todos os seus movimentos eram graciosos. As faces eram talvez pálidas de mais, porém animadas de grande expressão, e o fulgor das pupilas negras fuzilava tão vivo e, por vezes, tão recobrado, que se tornava irresistível. Filho do marquês de Marialva e discípulo querido de seu pai, o melhor cavaleiro de Portugal, e talvez da Europa, a cavalo, a nobreza e a naturalidade do seu porte enlevavam os olhos. Ele e o corcel, como que ajustados em uma só peça, realizavam a imagem do centauro antigo.
A bizarria com que percorreu a praça, domando sem esforço o fogoso corcel arrancou prolongados e repetidos aplausos. Na terceira volta, obrigando o cavalo quase a ajoelhar diante de um camarote, fez que uma dama escondesse turvada no lenço as rosas vivíssimas do rosto, que decerto descobririam o melindroso segredo da sua alma, se, em momentos rápidos como o faiscar do relâmpago, pudesse alguém adivinhar o que só dois sabiam.
El-rei, quando o mancebo o cumprimentou pela última vez, sorriu-se, e disse voltando-se:
— Porque virá o conde quase de luto à festa?
Principiou o combate.
Não é propósito nosso descrevermos uma corrida de touros. Todos têm assistido a ela, e sabem de memória o que o espectáculo oferece de notável. Diremos só que a raça dos bois era apurada, e que os touros se corriam desembolados, à espanhola. Nada diminuía, portanto, as probabilidades do perigo e a poesia da luta.
Tinham-se picado alguns bois. Abriu-se de novo a porta do curro, e um touro preto investiu com a praça. Era um verdadeiro boi de circo. Armas compridas e reviradas nas pontas, pernas delgadas e nervosas, indicio de grande ligeireza, e movimentos rápidos e súbitos, sinal de força prodigiosa. Apenas locara o centro da praça, estacou como deslumbrado, sacudiu a fronte e, escarvando a terra, impaciente, soltou um mugido feroz no meio do silêncio que sucedera às palmas e gritos dos espectadores. Dentro em pouco, os capinhas, salvando a pulos as trincheiras, fugiam à velocidade espantosa do animal, e dois ou três cavalos expirantes denunciavam a sua fúria.
Nenhum dos cavaleiros se atreveu a sair contra ele. Fez-se uma pausa. O touro pisava a arena ameaçador e parecia desafiar em vão um contendor. De repente, viu-se o conde dos Arcos, firme na sela, provocar o ímpeto da fera, e a haste flexível do rojão ranger e estalar, embebendo o ferro no pescoço musculoso do boi. Um rugido tremendo, uma aclamação imensa do anfiteatro inteiro, e as vozes triunfais das trombetas e charamelas encerraram esta sorte brilhante. Quando o nobre mancebo passou a galope por baixo do camarote, diante do qual pouco antes fizera ajoelhar o cavalo, a mão alva e breve de uma dama deixou cair uma rosa, e o conde, curvando-se com donaire sobre os arções, apanhou a flor do chão, sem afrouxar a carreira, levou-a aos lábios e meteu-a no peito. Investindo depois com o touro tornado imóvel com a raiva concentrada, rodeou-o estreitando em volta dele os círculos, até chegar quase a pôr-lhe a mão na anca.
O mancebo desprezava o perigo e, pago até da morte pelos sorrisos que seus olhos furtavam de longe, levou o arrojo a arrepiar a testa do touro com a ponta da lança. Precipitou-se então o animal com fúria cega e irresistível. O cavalo baqueou trespassado, e o cavaleiro, ferido na perna, não pôde levantar-se. Voltando sobre ele, o boi, enraivecido, arremessou-o aos ares, esperou-lhe a queda nas armas e não se arredou senão quando, assentando-lhe as patas sobre o peito, conheceu que o seu inimigo era um cadáver.
Este doloroso lance ocorreu com a velocidade do raio. Estava já consumada a tragédia, e não havia expirado ainda o eco dos últimos aplausos.
De repente, um silêncio em que se conglobavam milhares de agonias, emudeceu o circo. Rei, vassalos e damas, meio corpo fora dos camarotes, fitavam a praça sem respirar, e erguiam logo depois a vista ao céu, como para seguir a alma que para lá voava envolta em sangue.
Quando o mancebo, dobado no ar, exalava a vida antes de tocar o chão, um gemido agudo, composto de soluços e choro, caiu sobre o cadáver como uma lágrima de fogo. Uma dama, desmaiada nos braços de outras senhoras, soltara aquele grito estridente, derradeiro ai do coração ao rebentar no peito.
El-rei D. José, com as mãos no rosto, parecia petrificado.
A corte, desta vez, acompanhava-o sinceramente na sua dor.
Mas o drama ainda não tinha concluído. Quem sabe?! O terror e a piedade iam cortar de novas mágoas o peito a todos.
O marquês de Marialva assistira a tudo do seu lugar. Revendo-se na gentileza do filho, seus olhos seguiam-lhe os movimentos, brilhando radiosos a cada sorte feliz. Logo que entrou o touro preto, carregou-se de uma nuvem o semblante do ancião. Quando o conde dos Arcos saiu a farpeá-lo, as feições do pai contraíram-se e a sua vista não se despregou mais da arriscada luta.
De repente, o velho soltou um grito sufocado e cobriu os olhos, apertando depois as mãos na cabeça. Os seus receios haviam-se realizado. Cavalo e cavaleiro rolavam na arena, e a esperança pendia de um fio ténue! Cortou-lho rapidamente a morte, e o marquês, perdido o filho, luz da sua alma e ufania de suas cãs, não proferiu uma palavra, não derramou uma lágrima; mas os joelhos fugiam-lhe trémulos, e a elevada estatura inclinou-se, vergando ao peso da mágoa excruciante.
Volveu, porém, em si, decorridos momentos. A lívida palidez do rosto tingiu-se de vermelhidão febril, subitamente. Os cabelos desgrenhados e hirtos revolveram-se-lhe na fronte inundada de suor frio como as sedas da juba de um leão irritado. Nos olhos amortecidos faiscou, instantâneo mas terrível, o sombrio clarão de uma cólera em que todas as ânsias insofridas da vingança se acumulavam.
Em um ímpeto, a presença reassumiu as proporções majestosas e erectas, como se lhe corresse nas veias o sangue do mancebo que perdera. Levando por acto instintivo a mão ao lado, para arrancar a espada, meneou tristemente a cabeça. A sua boa espada cingira-a ele ao próprio filho, neste dia que se convertera para a sua casa em dia de eterno luto!
Sem querer ouvir nada, desceu os degraus do anfiteatro, seguro e resoluto, como se as neves de setenta anos lhe não branqueassem a cabeça.
— Sua Majestade ordena ao marquês de Marialva que aguarde as suas ordens disse um camarista, detendo-o pelo braço.
O velho fidalgo estremeceu, como se acordasse sobressaltado, e cravou no interlocutor os olhos desvairados, em que reluzia o fulgor concentrado de um pensamento imutável. Desviando depois a mão que o suspendia, baixou mais dois degraus.
— Sua Majestade entende que este dia foi já bastante desgraçado e não quer perder nele dois vassalos... O marquês desobedece às ordens de el-rei?!...
— El-rei manda nos vivos, e eu vou morrer! — atalhou o ancião em voz áspera, mas sumida. — Aquele é o corpo de meu filho! — e apontava para o cadáver. «Está ali! Sua Majestade pode tudo, menos desarmar o braço do pai, menos desonrar os cabelos brancos do criado que o serve há tantos anos. Deixe-me passar, e diga isto».
D. José vira o marquês levantar-se e percebera a sua resolução. Amava no estribeiro-mor as virtudes e a lealdade nunca desmentidas. Sabia que da sua boca não ouvia senão a verdade, e a ideia de o perder assim era-lhe insuportável. Apenas lhe constou que ele não acedia à sua vontade, fez-se branco, cerrou os dentes convulso e, debruçado para fora da tribuna, aguardou em ansioso silêncio o desfecho da catástrofe.
A esse tempo já o marquês pisava a praça, firme e intrépido, como os antigos Romanos diante da morte. Dentro do peito o seu coração chorava, mas os olhos áridos queimavam as lágrimas, quando subiam a rebentar por eles. Primeiro do que tudo queria a vingança.
Por impulso instantâneo, todo o ajuntamento se pôs de pé. Os semblantes consternados e os olhos arrasados de água exprimiam aquela dolorosa contenção do espírito, em que um sentido parece concentrar todos.
Deixai-o ir, ao velho fidalgo! A mágoa que o trespassa não tem igual. O fogo, que lhe presta vida e forças, é a desesperação. Deixai-o ir, e de joelhos!: Saudai a majestade do infortúnio!
O pai angustiado ajoelhou junto do corpo do filho e pousou-lhe um ósculo na fronte. Desabrochou-lhe depois o talim e cingiu-o, levantou-lhe do chão a espada e correu-lhe a vista pelo fio e pela ponta de dois gumes. Passou depois a capa no braço e cobriu-se. Decorridos instantes, estava no meio da praça e devorava o touro com a vista chamejante, provocando-o para o combate.
Cortado de comoções tão cruéis, não lhe tremia o braço, e os pés arreigavam-se na arena, como se um poder oculto e superior lhos tivesse ligado repentinamente à terra.
Fez-se no circo um silêncio gélido, tremendo e tão profundo, que poderiam ouvir-se até as pulsações do coração do marquês, se naquela alma de bronze o coração valesse mais do que a vontade.
O touro arremete contra ele... Uma e muitas vezes o investe cego e irado, mas a destreza do marquês esquiva sempre a pancada.
Os ilhais da fera arfam de fadiga, a espuma franja-lhe a boca, as pernas vergam e resvalam, e os olhos amortecem de cansaço. O ancião zomba da sua fúria. Calculando as distâncias, frustra-lhe todos os golpes sem recuar um passo.
O combate demora-se.
A vida dos espectadores resume-se nos olhos.
Nenhum ousa desviar a vista de cima da praça.
A imensidade da catástrofe imobiliza todos.
De súbito, solta el-rei um grito e recolhe-se para dentro da tribuna. O velho aparava, a peito descoberto, a marrada do touro, e quase todos ajoelharam para rezarem por alma do último marquês de Marialva.
A aflitiva pausa apenas durou momentos. Por entre as névoas de que a pupila trémula se embaciava, viu-se o homem crescer para a fera, a espada fuzilar nos ares e, logo após, sumir-se até aos copos entre a nuca do animal. Um bramido, que atroou o circo, e o baque do corpo agigantado na arena encerraram o extremo acto do funesto drama.
Clamores uníssonos saudaram a vitória. O marquês, que tinha dobrado o joelho com a força do golpe, levantava-se mais branco do que um cadáver. Sem fazer caso dos que o rodeavam, tornou a abraçar-se com o corpo do filho, banhando-o de lágrimas e cobrindo-o de beijos.
O touro ergueu-se e, cambaleando com a sezão da morte, veio apalpar o sítio onde queria expirar. Ajuntou ali os membros, e deixou-se cair sem vida ao lado do cavalo do conde dos Arcos.
Nesse momento os espectadores, olhando para a tribuna real, estremeceram. El-rei, de pé e muito pálido, tinha junto de si o marquês de Pombal coberto de pó e com sinais de ter viajado depressa.
Sebastião José de Carvalho voltava de propósito as costas à praça, falando com o monarca. Punia assim a barbaridade do circo.
— Temos guerra com a Espanha, Senhor. É inevitável. Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem o tempo e os vassalos! Se continuássemos neste caminho... cedo iria Portugal à vela.
— Foi a última corrida, marquês. A morte do conde dos Arcos acabou com os touros reais, enquanto eu reinar.— Assim o espero da sabedoria de Vossa Majestade. Não há tanta gente nos seus reinos, que possa dar-se um homem por um touro. El-rei consente que vá em seu nome consolar o marquês de Marialva?
— Vá! É pai. Sabe o que há-de dizer-lhe...
— O mesmo que ele me diria a mim, se Henrique estivesse como está o conde. El-rei saiu da tribuna, e o marquês de Pombal, entrando na praça em toda a majestade da sua elevada estatura, levantou nos braços o velho fidalgo, dizendo-lhe com voz meiga e triste:
— Senhor marquês! Os Portugueses como vossa excelência são para dar exemplos de grandeza d'alma e não para os receberem. Tinha um filho e Deus levou-lho. Altos juízos Seus. A Espanha declara-nos guerra, e el-rei, meu amo e meu senhor, precisa do conselho e da espada de vossa excelência.
E travando-lhe da mão, levou-o quase nos braços, até o meterem na carruagem. D. José I cumpriu a palavra dada ao seu ministro. No seu remado nunca mais se picaram touros em Salvaterra.

REBELO DA SILVA (1822-1871), in Última Corrida de Touros em Salvaterra

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