Especialista do Canadá visita doentes que cegaram

Especialista do Canadá visita doentes que cegaram
O director do serviço de Oftalmologia do Hospital de Santa Maria recebe hoje um especialista do Canadá que irá apreciar com a equipa clínica a evolução da situação dos doentes que cegaram após um tratamento oftalmológico


Segundo fonte do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que inclui o Hospital de Santa Maria, o professor Miguel N. Burnier Jr., da Universidade McGill do hospital Royal Victoria do Canadá (Montreal), desloca-se hoje a Lisboa, a pedido do director do serviço de oftalmologia, Manuel Monteiro Grillo.

No mais recente ponto de situação dos seis doentes que a 17 de Julho cegaram devido a complicações numa intervenção oftalmológica, o Hospital de Santa Maria informou segunda-feira que uma paciente teria alta nesse dia.

O doente intervencionado no dia 25 de Julho de 2009 apresenta, segundo o relatório, «melhoria estrutural significativa, reforçando a convicção de uma possível recuperação funcional».

Também os doentes que já registavam «melhoria clínica, estrutural e funcional» continuam a ter uma evolução favorável, enquanto numa das doentes que tinha prognóstico reservado se «consolidou a melhoria estrutural anatómica associada a uma marcada melhoria funcional da visão».

Na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa abriu um inquérito-crime sobre as circunstâncias que causaram cegueira nos seis pacientes no Hospital de Santa Maria.

A instauração deste processo pretende apurar a existência de um eventual crime de erro em intervenções e tratamentos médicos e/ou crimes de corrupção de substâncias médicas.

Além da investigação determinada pelo DIAP, estão em curso outras duas investigações ao caso: uma da responsabilidade da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), para verificar em termos laboratoriais o medicamento aplicado aos doentes, e outra da iniciativa da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), para apurar o que realmente se passou relativamente a este caso.

Lusa / SOL