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JOHN ROBERTS
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Mensagem por BUFFA General Aladeen Sáb Set 05, 2009 12:41 am

Caso TVI

PS aponta "cilada" no caso do Jornal nacional da TVI



Dirigentes do PS sugerem que o cancelamento do espaço noticioso de sexta-feira de Manuela Moura Guedes foi feito com a intenção de prejudicar os socialistas, a três semanas das eleições legislativas. E disparam em várias direcções.

O PS jura a pés juntos que não teve qualquer interferência no caso do Jornal Nacional da TVI e há quem fale numa "cilada" para prejudicar o partido, a três semanas das eleições legislativas. Os socialistas apoiam-se no argumento de que a notícia do cancelamento do espaço noticioso de Manuela Moura Guedes prejudica José Sócrates, pelo que não faria sentido que fosse o primeiro-ministro a pressionar este desfecho.

"É como nos crimes, tem que se procurar quem é que beneficia com o crime para encontrar o criminoso", afirmou ontem ao DN Renato Sampaio, líder da federação do PS do Porto. "Houve aqui uma montagem para criar um facto que prejudica o PS", sustenta o dirigente, apontando baterias a Manuela Moura Guedes, sem poupar a oposição pelo caminho. "Isto surge após um conjunto de declarações da senhora jornalista, em entrevistas que deu. Leva-me a pensar que houve uma cilada montada para dar este resultado, sabendo que prejudicaria o PS." Renato Sampaio acrescenta que Moura Guedes "foi deputada do CDS, tem tudo a ver com os partidos de direita, está a fazer o jogo da direita". Questionado sobre se os partidos terão alguma coisa a ver com o caso, responde assim: "Não sei se não têm".

José Junqueiro, líder do PS/Viseu, fala num acto feito com a "intenção" de prejudicar os socialistas. "Aquilo que o primeiro-ministro disse resolve a questão: isto é algo que pretende atingir o PS. A intenção ou a consequência é tentar passar a ideia que houve intervenção do PS". Junqueiro diz acreditar que tal não acontecerá - "A intenção de quem eventualmente promoveu isto pode ser essa, mas as pessoas são inteligentes". "São armas que não se utilizam", acusa, criticando a oposição por ter reagido "de forma caótica em termos morais".

Vítor Baptista, líder do PS/Coimbra, e Vítor Ramalho, ex-deputado, coincidem num mesmo comentário: "Não acredito em bruxas, mas que as há, há". "Não sei as razões que levaram a Prisa a tomar esta decisão, mas tomou-a contra o PS", diz Ramalho. Para acrescentar um dado que diz não ser "dispiciendo" : "Ao contrário do que se faz crer, a Prisa tem uma relação de grande tensão com o PSOE [o partido socialista espanhol de Zapatero]". O ex-deputado acrescenta ainda que "não sendo isto do interesse do PS aproveita objectivamente à oposição", mas acrescenta que o povo português é "sapiente".

Vítor Baptista refere que tudo isto é "estranho": "Se a TVI desejava ter uma nova linha editorial, devia ter esperado por outro momento". "A escassas três semanas das eleições é inacreditável", defende, admitindo que se a polémica não for esclarecida poderá resultar numa penalização para o PS. Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS alinha pela mesma ideia. E acrescenta que em política "os acasos são poucos. Não dá jeito nenhum ao PS este acontecimento neste momento". Já José Lello, membro do secretariado nacional do PS , acredita que quem tomou a decisão de suspensão fê-lo por "critérios empresariais". Sendo que "não é propriamente uma pessoa muito arguta - "A opção é absolutamente inaceitável, estamos a 24 dias das eleições".

Ontem, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, aconselhou "outros poderes fácticos" a não "interferirem na campanha eleitoral". "Em Fevereiro de 2005, em período eleitoral, foi posta a circular uma falsidade, em que foi fabricada uma carta falsamente anónima, para prejudicar eleitoralmente o PS. Hoje, começamos a assistir ao mesmo filme", afirmou.


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Mensagem por JOHN ROBERTS Sáb Set 05, 2009 12:44 am

JA NINGUEM ACREDITA no PS , neste GOVERNO nem em PINOCRATES! Quanto mais se defendem, mais se enterram! CILADA e SUICIDIO ECONOMICO foi o que os PORTUGUESES FIZERAM EM fevereiro 4 anos atraz!
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Mensagem por BUFFA General Aladeen Sáb Set 05, 2009 12:59 am


O importante no caso da TVI

por João Marcelino




1. Quando, há uns anos, a Prisa decidiu comprar a TVI a Paes do Amaral, eu entendi, e escrevi, que isso não era bom para os interesses nacionais. O Governo deve ter achado o contrário, ou pelo menos não se incomodou. Sócrates recebeu Cebrián e Polanco. Pina Moura apareceu a presidir à Media Capital reconhecendo, ao Expresso que o convite tinha "um pressuposto ideológico". Estávamos no tempo em que José Eduardo Moniz não duvidava em socializar em São Bento com o primeiro-ministro e o "cardeal" (a alcunha que Pina Moura ganhou pela influência que teve no Governo de António Guterres). Estava tudo bem. Negociava-se o aparecimento de outro canal, entretanto congelado pela crise. O País vivia em liberdade. Nem a TVI era um perigoso órgão subversivo nem Sócrates a cabeça do "polvo" que agora atormenta Moniz. Pina Moura também não andava desnorteado ao ponto de dar entrevistas polémicas a reconhecer que o programa eleitoral do PSD "é clarificador", "divisor de águas" e "mais duro e mais focado" do que o do PS.

Sobretudo, ainda não havia "aquele" Jornal Nacional.

2. A minha preocupação neste caso nunca andou a reboque da conjuntura, nem de programas específicos em antena. Tinha, e tem, a ver com o facto de acreditar que o Poder não analisou com profundidade o interesse nacional. Da acção de todos os governos desde o 25 de Abril, do PS e/ou do PSD, sei o suficiente para não aceitar o argumento hipócrita de que estamos numa economia aberta ou explicações sobre o que é uma interferência.

O ponto é este: um poderoso grupo económico estrangeiro avançou para a compra do canal de televisão com maior audiência no País e o Governo quis-nos fazer acreditar que entendia que se tratava de uma simples operação económica, sujeita às leis do mercado, e que não havia lugar a complexos proteccionistas nem a pesar necessidades estratégicas.

Desconheço, claro, se houve, ou não, cálculo político. Mas os factos concretos são também os seguintes: em Portugal e Espanha o Governo era, e é, socialista - e a Prisa era, que já não é, a mão de Zapatero na comunicação social.

3. Em Espanha muito mudou desde então. Cebrián incompatibilizou-se com Zapatero. Por um capricho do mercado, veja-se a coincidência, surgiu um outro grupo de media socialista que canibalizou os interesses da Prisa. Em crise profunda, o grupo espanhol até se deve ter sentido prejudicado com o negócio que recentemente deixou de fazer com a PT, vetado pelo Governo face às dúvidas da oposição.

Todos estes dados devem servir de aviso. Num país há sectores estratégicos. Os negócios de ocasião, ditados por interesses conjunturais de família ideológica, podem não valer um programa de Manuela Moura Guedes.

Do ponto de vista jornalístico e deontológico já escrevi aqui sobre o Jornal Nacional da TVI que havia às sextas-feiras. Não gosto das circunstâncias que rodeiam o seu desaparecimento. Fico desconfiado. Mas não lamento a saída de antena daquele programa pseudo-informativo. Deixo esse exclusivo à hipocrisia de uma grande parte da corporação e à necessidade dos políticos em campanha.



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Mensagem por BUFFA General Aladeen Sáb Set 05, 2009 1:07 am

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Mensagem por BUFFA General Aladeen Sáb Set 05, 2009 1:15 am

Problemas de empresa espanhola causam terramoto político em Portugal


Ninguém quer assumir o fim do Jornal de Moura Guedes


05.09.2009 - 07h56

O terramoto político causado pelo fim do Jornal Nacional de Sexta (JN6) de Manuela Moura Guedes pela administração da TVI continua a provocar réplicas, mas ainda não foi identificado o seu epicentro. Depois de na quinta-feira ter remetido todas as explicações para a Media Capital, a Prisa negou ontem qualquer interferência na decisão e insistiu nas responsabilidades em solo português.

O pingue-pongue entre a empresa-mãe (Prisa) e a sua subsidiária nacional (Media Capital) mantém-se. Fonte da Prisa precisou à Lusa que foi uma decisão "da direcção" do canal" e "com o envolvimento da direcção-geral da Media Capital". Mas na véspera a Media Capital atirava a responsabilidade para a Prisa e ontem nada quis acrescentar.

O PÚBLICO confirmou, no entanto, que a decisão foi comunicada na segunda-feira por Juan Luis Cebrián (administrador não-executivo da Media Capital e presidente executivo da Prisa) a Bernardo Bairrão. O administrador-delegado da Media Capital, que acumula o cargo de director-geral desde que José Eduardo Moniz saiu há um mês, explicou a Cebrián que o timing não era o adequado, por ser em vésperas do regresso do programa e pela promiximidade das eleições.

Na terça, Bairrão comunicou a decisão ao director de informação, pedindo segredo para tentar demover Espanha. Quarta-feira, derrotado, informou a direcção de que não havia retorno. Anteontem veio a decisão irrevogável que serviu de rastilho ao incêndio: a direcção de informação, de que Moura Guedes é subdirectora, pediu demissão e a equipa de editores seguiu-lhe o exemplo. E tudo o que se segue não tem segredo.

A notícia provocou ondas de choque e entrou na pré-campanha eleitoral. As suspeitas de interferência do Governo PS, que durante meses manteve uma relação conflituosa com a TVI, foram invocadas pela oposição e por vários analistas, enquanto os socialistas e o primeiro-ministro rejeitaram a suspeição e consideraram que eram eles as principais vítimas.

Ontem à tarde, o Presidente da República comentou o assunto. "A liberdade de expressão e de informação foi um bem precioso que conquistámos no 25 de Abril e penso que todos os portugueses desejam que seja preservado", afirmou Cavaco Silva em Lisboa. Questionado insistentemente sobre se foi posto em causa esse "bem precioso", Cavaco afirmou: "Espero que não, espero que não".

Em Berlim, onde se reuniu com a chanceler Asngela Merkel, a presidente do PSD confessou estar muito preocupada com o caso e prometeu tomar uma posição no regresso a Lisboa.

Media Capital à venda

Na Prisa e na Media Capital não se desconhece que a saída de Moura Guedes da apresentação do JN6, em tempo eleitoral, marca a pré-campanha. Contudo, os gestores insistem que os seus timings são empresariais. Isto num momento em que o grupo atravessa sérias dificuldades financeiras e de relacionamento com o Governo espanhol.

Depois de anos de bom entendimento com os socialistas de Felipe González, a chegada à liderança do PSOE por José Luís Zapatero marcou um progressivo distanciamento. O facto de Zapatero ter apoiado a criação de um novo grupo de comunicação, a Mediapro, que controla o canal televisivo La Sexta e o diário espanhol Público, agravaram a situação.

O mais recente episódio aconteceu no Conselho de Ministros extraordinário de 13 de Agosto, quando o executivo avançou com o decreto da televisão digital terrestre (TDT) por subscrição. Uma hora depois, a Mediapro anunciou o início das emissões de Gol TV, o seu canal por subscrição de TDT.

"A suspeita de que a verdadeira urgência para aprovação do decreto-lei é favorecer os interesses de uma empresa cujos proprietários estão ligados por laços de amizade ao poder foi sugerida inclusivamente por quem aplaudiu a medida", escreveu no El País Juan Luís Cebrián. Em entrevista à Cadena SER, a rádio do seu grupo, o CEO da Prisa foi mais longe: "Preocupa-me a qualidade democrática do nosso Governo, estar no poder não o autoriza para governar de forma caprichosa e arbitrária".

Certo é que o grupo Prisa necessita de uma injecção de capital de pelo menos 300 milhões de euros até Outubro, para responder à pressão financeira dos bancos que concederam à empresa um adiamento nos empréstimos actuais, segundo a imprensa espanhola citada pela Lusa. O portal espanhol El Confidencial, que cita fontes da empresa, refere que a Prisa está a investir em várias alternativas para vender parte dos seus activos, numa altura em que a dívida total da empresa ultrapassa os cinco mil milhões de euros.

Recorde-se que os bancos credores da Prisa, com destaque para o Santander, concederam em Maio um empréstimo de 1950 milhões de euros, que se vence em Março de 2010, com "duras condições" que a empresa terá que cumprir. Para isso, a Prisa está envolvida em várias negociações paralelas, sendo que uma das mais importantes se relaciona com a venda de 40 por cento da Digital Plus, a sua plataforma de televisão paga. Em curso está também a operação para venda de parte da Media Capital. Ao que o PÚBLICO apurou, o Natexis, banco de investimento francês, delegou no Financia, banco de investimento português, a tarefa de procurar um comprador da Media Capital.


TVI volta ao Freeport

Na estação de Queluz, o ambiente durante o dia foi de profunda tensão, com a ainda subdirectora de informação Manuela Moura Guedes a impedir que o trabalho da sua equipa fosse para o ar, permitindo apenas a transmissão de duas peças sobre o caso Freeport. O JN6 acabou por abrir com uma peça que dá conta de que a investigação judicial segue agora a pista de outro primo do primeiro-ministro José Sócrates, José Paulo Bernardo Pinto de Sousa, informações ontem também publicadas pelo semanário Sol.

Na segunda peça afirma-se que o secretário nacional adjunto do PS, André Figueiredo, já foi "interrogado" pelos investigadores, acrescentando que Pedro da Silva Pereira, ministro da Presidência e antigo secretário de Estado, também será ouvido no âmbito do processo, mas apenas depois das eleições.


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Mensagem por LJSMN Sáb Set 05, 2009 1:58 am

BUFFA escreveu:
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Os Anjos de Charlie

lol! lol! lol! lol! lol! lol!

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Mensagem por LJSMN Sáb Set 05, 2009 2:02 am


O Charlie?

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lol!

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Mensagem por Admin Sáb Set 05, 2009 2:52 am

POISSSSSSSSSSSS


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Mensagem por Terminator Sáb Set 05, 2009 7:34 am

Sam escreveu:

O Charlie?


lol!

o charlie !!!

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Mensagem por Vitor mango Sáb Set 05, 2009 10:01 am

TVI: "Vigília" de solidariedade a Moura Guedes reúne 30 pessoas em frente aos estúdios de Queluz
05.09.2009 - 09h11 Lusa
Cerca de três dezenas de cidadãos "preocupados" com a liberdade de expressão manifestaram ontem à noite a sua solidariedade à jornalista Manuela Moura Guedes, em frente dos estúdios da TVI em Queluz.

A concentração, descrita como "espontânea" por alguns dos apoiantes de Moura Guedes, surgiu na sequência da suspensão do Jornal de Sexta decidida quinta-feira pela administração da TVI.

A escassa presença de cartazes e palavras de ordem dominou a concentração, que contou com a presença de alguns cidadãos anónimos, professores, jornalistas e um representante de um partido político.

"Silenciamento do Jornal Nacional - lei da rolha, lembrava, entre outras palavras de ordem, o cartaz de Arménio França, do partido Socialista Social-Democrata "Minha Pátria Amada", numa "vigília" pouco "colorida".

A professora Cristina Riba, do blogue ProfAvaliação justificou à Agência Lusa a sua presença na concentração pela necessidade de "salvaguardar a liberdade de expressão". "Não podemos permitir que Portugal seja vítima de ´pequenas pessoas´", disse, aludindo à decisão da administração da TVI.

Luís Mário, outro dos professores presentes, lembrou que também os docentes "sentiram na pele a falta de liberdade".

"Eles fazem passar que tudo vai bem mas tudo vai mal", vincou.

Ilídio Trindade, do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP), fez questão de vincar: "Estamos aqui para condenar a falta de liberdade de expressão". Trindade aproveitou a presença dos jornalistas para anunciar "professores na rua já no dia 19".

Alguns dos participantes na vigília saudaram o facto de Moura Guedes ter aparecido para um breve agradecimento acompanhada pela jornalista Ana Leal, manifestando compreensão por a apresentadora "não ter falado mais".

30 ena tantoooooooooooooooooooooooooooos
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Mensagem por Terminator Sáb Set 05, 2009 10:07 am

Um governo desrespeitado

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A relação que este governo cultivou com os media irá ficar para a história da politica portuguesa como um verdadeiro manual erros em lidar com a imprensa. O terramoto político causado pelo afastamento de Manuela Moura Guedes foi apenas um culminar de uma estratégia errada, que visou controlar e manipular a informação até níveis nunca antes vistos na democracia portuguesa. Se no passado, os governos eram acusados de controlar os meios de comunicação públicos, este executivo tentou estender esse controlo aos órgãos de comunicação social privados. E até metade do mandato pode-se dizer que tiveram sucesso, com um estado de graça mantido muito às custas de uma imprensa benigna. A verdade é que também houve uma gestão rigorosa da informação por parte do governo.

Mas tudo começou a mudar quando explodiu o caso da licenciatura de José Sócrates. Nessa altura, o país assistiu a uma tentativa despudorada de silenciamento da imprensa, com telefonemas do próprio Primeiro-ministro para directores de jornais e rádios e pressões do seu gabinete para alterar o rumo da cobertura, que iniciaram um longo processo de ataque à liberdade de expressão liderado por São Bento.

Mais tarde surgiu o furacão Freeport, e nunca mais este governo soube lidar com a imprensa. Assumindo que a comunicação social era responsável por este caso, o PS sentiu-se no direito de lançar na opinião pública a tese das forças ocultas e da campanha negra, onde os media estariam a ser marionetes nas mãos da oposição para prejudicar o governo. O próprio Primeiro-ministro nomeia um director de jornal e uma estação de televisão privada como os seus grandes opositores.

Mais tarde, assume também uma oposição infame contra o jornal nacional da TVI, criticando um programa que lhe era critico. Numa tentativa óbvia de silenciamento, o país descobre que a PT se preparava para adquirir parte da Media Capital, com cobertura do governo. Sócrates, assustado com a reacção da opinião pública, recua e veta o negócio, que antes considerara um assunto de privados. Em plena campanha eleitoral, e talvez fora de tempo, Manuela Moura Guedes é retirada do ar, já depois de José Eduardo Moniz ter saído da TVI. O Partido Socialista, que há muito lutava para que este cenário se concretizasse, reage como virgem ofendida, como se nada tivesse feito para isso acontecer. Pelo meio, regressam as teorias das forças ocultas, que estariam a fazer tudo isto para prejudicar o governo.


Como tem vindo a ser apontado por personalidades de vários quadrantes, o Partido Socialista é, no mínimo, co-responsável por esta decisão, depois de ter considerado um órgão de informação como sua opositora pública.


Um futuro governo irá de certeza apreender os erros de José Sócrates. A convivência com uma imprensa hostil faz parte da vida democrática, e quem vai para o governo tem de ter o estômago para saber lidar com ela. A tentativa de a controlar ou manipular acabará sempre por ser desmacarada, trazendo para os seus autores o desrespeito das pessoas.



Nuno Gouveia
31 da Armada

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Mensagem por JOHN ROBERTS Sáb Set 05, 2009 10:11 am

JA SO FALTAM 22 DIAS!
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Mensagem por Terminator Sáb Set 05, 2009 10:13 am

O que interessa

O problema não é Manuela Moura Guedes. O problema é saber se por trás da suspensão do Jornal de sexta-feira está o que parece estar. Moura Guedes não merece especial atenção. Apenas caiu como subiu. Mas a liberdade de imprensa e a independência da comunicação social em relação ao poder merecem toda. Mesmo quando não se gosta do que se está a defender. Ainda mais quando não se gosta.


Daniel Oliveira
in Arrastão

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Mensagem por BUFFA General Aladeen Seg Set 07, 2009 11:51 am

Da guerra aberta da Prisa ao PSOE até à falsa rentabilidade do Jornal de 6ª da TVI


Assente alguma poeira, importa reflectir sobre alguns absurdos e mentiras argumentativas que caracterizaram a tentativa de associar o PS e José Sócrates ao processo de afastamento de Manuela Moura Guedes do Jornal Nacional da TVI. O argumento base assentou sempre em dois vectores, dados por adquiridos mas nunca demonstrados: o PS terá pressionado a Prisa pela sua ligação directa ao PSOE; não teria racionalidade acabar com o produto informativo de maior audiência da TVI, sendo mesmo uma má decisão empresarial. O que se demonstra de seguida é que não só está a PRISA em guerra aberta com o PSOE, particularmente com Zapatero, como as audiências do JN6ª estavam em queda livre, levantando sérias dúvidas sobre a rentabilidade de um produto com custos autónomos, num contexto em que a Prisa tem invulgares dificuldades financeiras.


1. Peguemos no primeiro ponto. A desonestidade intelectual advém dele ter sido difundido por pessoas que têm obrigação de saber que o PSOE e a Prisa estão desavindos há bastante tempo. Valha a essa respeito a honestidade de Carlos Barbosa Oliveira, uma das raras vozes a dar eco disto que vi na blogosfera. Tal como Ana Matos Pires.

A esse respeito, vale a pena recordar o que são os factos. E nada melhor que pegar num jornal insuspeito de simpatias pelo PS, o Público. Diz-se aí que:


"Depois de anos de bom entendimento com os socialistas de Felipe González, a chegada à liderança do PSOE por José Luís Zapatero marcou um progressivo distanciamento. O facto de Zapatero ter apoiado a criação de um novo grupo de comunicação, a Mediapro, que controla o canal televisivo La Sexta e o diário espanhol Público, agravaram a situação.

O mais recente episódio aconteceu no Conselho de Ministros extraordinário de 13 de Agosto, quando o executivo avançou com o decreto da televisão digital terrestre (TDT) por subscrição. Uma hora depois, a Mediapro anunciou o início das emissões de Gol TV, o seu canal por subscrição de TDT."


Se pensarmos que Zapatero está no poder em Espanha desde Março de 2004, parece pouco desculpável que tanto jornalista e comentador insista, passados 5 anos, em vislumbrar simpatias socialistas entre a Moncloa e a Prisa. Ademais, o tal Conselho de Ministros extraordinário foi a 13 de Agosto de 2009, há menos de um mês, e motivou esta reacção de Juan Luís Cebrían, o Presidente Executivo da Prisa num dos jornais do grupo, o El Pais:


"A suspeita de que a verdadeira urgência para aprovação do decreto-lei é favorecer os interesses de uma empresa cujos proprietários estão ligados por laços de amizade ao poder foi sugerida inclusivamente por quem aplaudiu a medida". E em entrevista à Cadena SER, do mesmo grupo foi mais longe: "Preocupa-me a qualidade democrática do nosso Governo, estar no poder não o autoriza para governar de forma caprichosa e arbitrária".

Segundo relata o El País de 21 de Agosto, nessa entrevista, Cébrian acusou o Governo do PSOE de ter tomado a decisão sobre a TDT de forma a condicionar os media independentes e isentos, como se presume ele achasse que fossem os seus, claramente prejudicados na decisão do PSOE.


Em suma, não parece colher a tese dos que se apressaram a apontar o dedo às cumplicidades do ex-franquista Cébrian numa cabala do socialismo ibérico. No estado actual de coisas das relações entre a Prisa e Zapatero, alguém pode legitimamente continuar a afirmar que Cébrian tinha interesses em agradar a Zapatero afastando Manuela Moura Guedes? A guerra entre os dois é aberta, em Espanha. Os Políticos da Verdade deviam saber disso.


2. Com relação ao segundo ponto, o alegado "produto mais rentável da grelha informativa da TVI" estava longe de corresponder a esse suposto mérito. A rentabilidade é uma relação entre custos e proveitos. E o que se sabe dos custos, como foi revelado pela imprensa do fim de semana, é que o jornal de Moura Guedes tinha uma equipa própria, de 11 pessoas, que trabalhavam ao seviço das suas directivas, o que só é um exemplo de mau jornalismo. Mas falando de rentabilidade, a inexistência de sinergias entre a redacção da TVI e o Jornal de Nacional de Sexta resultava em que este fosse um produto autónomo que tinha que se justificar em termos de proveitos próprios, pois tinha custos próprios.


As receitas de um qualquer programa televisivo têm a ver com a procura de publicidade que ele gera nos períodos contíguos e nos seus intervalos. O Jornal Nacional de 6ª, que a Direita berra que era um produto rentável, geraria receitas ou não consoante as suas audiências. E se quisessem ter uma discussão honesta, os nossos amigos do PSD e do PP teriam ido analisar isso antes de falar. Os dados da Marktest são públicos. E o que mostram?


1) Que na grelha dos 20 programas mais vistos por mês, em 2009 o Jornal Nacional de Sexta aparece quase sempre atrás do Jornal Nacional dos outros dias. O JN6ª mais visto teve em regra menos audiências que o Jornal Nacional mais visto.

2) Desde Maio, incusivé, as audiências do Jornal Nacional de 6ª mais visto em cada mês estavam em queda.


Para um produto autónomo, com meios próprios, e reduzida capacidade de gerar sinergias com a estação, o que não era racional era manter o jornal no ar. Os liberais de mercado que pululam à direita deviam perceber isto. Ademais, num contexto conhecido de dificuldades financeiras da Prisa.

Como se pode ler no Público:


"Certo é que o grupo Prisa necessita de uma injecção de capital de pelo menos 300 milhões de euros até Outubro, para responder à pressão financeira dos bancos que concederam à empresa um adiamento nos empréstimos actuais, segundo a imprensa espanhola citada pela Lusa. O portal espanhol El Confidencial, que cita fontes da empresa, refere que a Prisa está a investir em várias alternativas para vender parte dos seus activos, numa altura em que a dívida total da empresa ultrapassa os cinco mil milhões de euros."

"Recorde-se que os bancos credores da Prisa, com destaque para o Santander, concederam em Maio um empréstimo de 1950 milhões de euros, que se vence em Março de 2010, com "duras condições" que a empresa terá que cumprir. Para isso, a Prisa está envolvida em várias negociações paralelas, sendo que uma das mais importantes se relaciona com a venda de 40 por cento da Digital Plus, a sua plataforma de televisão paga. Em curso está também a operação para venda de parte da Media Capital. Ao que o PÚBLICO apurou, o Natexis, banco de investimento francês, delegou no Financia, banco de investimento português, a tarefa de procurar um comprador da Media Capital."


Para vender um produto como a Media Capital, qualquer analisa financeiro reconhecerá que importava melhorar as contas da empresa. E o desaparecimento de um produto de rentabilidade questionável e em queda era a melhor forma de o fazer. A isto, julgava eu, que chamavam eles Economia de Mercado.




NOTA - o texto tem vários link's importantes, mas eu sinceramente ... não tive pachorra .....

vão a este blog

http://camaradecomuns.blogs.sapo.pt/1684514.html
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