Muito íntimos da realeza
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Muito íntimos da realeza
Condes de Margaride
Muito íntimos da realeza
O 1.º conde de Margaride foi um dos melhores amigos do rei D. Luís. Eram sumptuosos os jantares que oferecia ao seu amigo monarca
Eram tão próximos dos reis que cada vez que a família real se deslocava ao Norte era na Casa do Carmo (Guimarães) que ficava instalada. Numa carta régia, D. Luís referia o conde de Margaride como "aquele que amo". Os dois eram unha e carne: confidenciavam segredos, partilhavam alegrias e preocupações. O conde era um irrepreensível anfitrião e quando o seu amigo o visitava esmerava-se ainda mais. A propósito de uma das visitas do rei à Casa do Carmo, escreveu o Comércio do Porto (4 de Julho de 1872): "O almoço foi servido em baixela de prata e o jantar e café com baixela de ouro." Acrescentava que a "riqueza" a "boa ordem" e "o delicado gosto" com que tudo estava preparado mereceram " lisonjeiro reparo" por parte dos familiares da Casa Real.
A origem desta família aristocrática começa com um senhor praticamente desconhecido chamado Gonçalo Annes, senhor do Casal de Paçô, em São Romão de Mesão Frio, Guimarães, no século XVI. Vivia bem, dos rendimentos, bens e fazendas agrícolas, mas não era um nobre nem aspirava a tal. Entre os seus descendentes, Gonçalo Annes deixou figuras que se foram destacando ao longo dos séculos: uns foram feitos cavaleiros da Ordem de Cristo, capitães- -mor, fidalgos. Mas foi apenas no séc. XIX que surgiu a personalidade que mais se destacou na família: Luís Cardoso Martins da Costa Macedo - 1.º conde de Margaride, que ao longo da sua vida angariou diversos títulos e distinções. Nasceu num meio privilegiado com muitas propriedades e alguns rendimentos. Formado em Filosofia em Coimbra, foi governador civil de Braga e do Porto, presidente da Câmara de Guimarães, entre muitos outros lugares que ocupou. Era um fervoroso monárquico e um católico dedicado. Ramalho Ortigão falava dele no 1.º volume d' As Farpas. Camilo Castelo Branco escreveu várias vezes sobre as "vitualhas do nobre conde" e também na " reabilitação do visconde de Margaride", incluído nas Noites de Insónias, de 1874, como escreve Luís Miguel Pulido Garcia Cardozo de Menezes no livro Os Condes de Margaride e Sua Descendência. O conde também alimentou ódios, especialmente enquanto presidente da Câmara de Guimarães, incrementando a velha rivalidade entre a cidade e Braga. Num Carnaval de Braga, um boneco com a cara do conde de Margaride foi atirado ao rio no fim dos festejos. Politicamente activo, fez em 1892 um discurso memorável na Câmara dos Pares sobre os problemas de Portugal: "Nós não enfrentamos só um défice, mas três: défice de juízo, défice de moralidade e, como consequência, deficit de dinheiro."
O segundo conde de Margaride - Henrique Cardoso de Macedo Martins e Menezes - foi igualmente um monárquico dos quatro costados. Formado em Direito, foi chefe do Partido Regenerador-Liberal, em Guimarães, e fez carreira como juiz. Manteve uma lealdade inabalável para com a casa real, apesar dos tempos conturbados do final da monarquia. Ainda nos tempos de estudante em Coimbra, ficou para a história o episódio em que defendeu o rei numa situação violenta. Numa deslocação ao Norte, D. Carlos I parou em Coimbra, onde um grupo de estudantes monárquicos confrontou um grupo republicano. Apesar dos tumultos, o rei, nervoso, quis discursar na gare. Foi o jovem conde, ainda estudante, que salvou a situação: pediu licença para pegar no príncipe D. Luís e mostrou-o à multidão, entusiasmada, acalmando os ânimos mais exaltados.
Com a república implementada, o conde de Margaride foi preso devido aos seus ideias monárquicos, mas também porque se opôs à confiscação dos bens da Igreja. Era tão popular que quando foi libertado em Braga o povo recebeu-o com vivas. Em 1923, teve um ataque cerebral que o deixou com uma hemiplegia do lado direito durante dez anos. Morreu em 1933. Desde então, o poder dos Margaride, que teve o seu auge entre o séc. XVIII e XIX, nunca mais foi o mesmo.
DN
Muito íntimos da realeza
O 1.º conde de Margaride foi um dos melhores amigos do rei D. Luís. Eram sumptuosos os jantares que oferecia ao seu amigo monarca
Eram tão próximos dos reis que cada vez que a família real se deslocava ao Norte era na Casa do Carmo (Guimarães) que ficava instalada. Numa carta régia, D. Luís referia o conde de Margaride como "aquele que amo". Os dois eram unha e carne: confidenciavam segredos, partilhavam alegrias e preocupações. O conde era um irrepreensível anfitrião e quando o seu amigo o visitava esmerava-se ainda mais. A propósito de uma das visitas do rei à Casa do Carmo, escreveu o Comércio do Porto (4 de Julho de 1872): "O almoço foi servido em baixela de prata e o jantar e café com baixela de ouro." Acrescentava que a "riqueza" a "boa ordem" e "o delicado gosto" com que tudo estava preparado mereceram " lisonjeiro reparo" por parte dos familiares da Casa Real.
A origem desta família aristocrática começa com um senhor praticamente desconhecido chamado Gonçalo Annes, senhor do Casal de Paçô, em São Romão de Mesão Frio, Guimarães, no século XVI. Vivia bem, dos rendimentos, bens e fazendas agrícolas, mas não era um nobre nem aspirava a tal. Entre os seus descendentes, Gonçalo Annes deixou figuras que se foram destacando ao longo dos séculos: uns foram feitos cavaleiros da Ordem de Cristo, capitães- -mor, fidalgos. Mas foi apenas no séc. XIX que surgiu a personalidade que mais se destacou na família: Luís Cardoso Martins da Costa Macedo - 1.º conde de Margaride, que ao longo da sua vida angariou diversos títulos e distinções. Nasceu num meio privilegiado com muitas propriedades e alguns rendimentos. Formado em Filosofia em Coimbra, foi governador civil de Braga e do Porto, presidente da Câmara de Guimarães, entre muitos outros lugares que ocupou. Era um fervoroso monárquico e um católico dedicado. Ramalho Ortigão falava dele no 1.º volume d' As Farpas. Camilo Castelo Branco escreveu várias vezes sobre as "vitualhas do nobre conde" e também na " reabilitação do visconde de Margaride", incluído nas Noites de Insónias, de 1874, como escreve Luís Miguel Pulido Garcia Cardozo de Menezes no livro Os Condes de Margaride e Sua Descendência. O conde também alimentou ódios, especialmente enquanto presidente da Câmara de Guimarães, incrementando a velha rivalidade entre a cidade e Braga. Num Carnaval de Braga, um boneco com a cara do conde de Margaride foi atirado ao rio no fim dos festejos. Politicamente activo, fez em 1892 um discurso memorável na Câmara dos Pares sobre os problemas de Portugal: "Nós não enfrentamos só um défice, mas três: défice de juízo, défice de moralidade e, como consequência, deficit de dinheiro."
O segundo conde de Margaride - Henrique Cardoso de Macedo Martins e Menezes - foi igualmente um monárquico dos quatro costados. Formado em Direito, foi chefe do Partido Regenerador-Liberal, em Guimarães, e fez carreira como juiz. Manteve uma lealdade inabalável para com a casa real, apesar dos tempos conturbados do final da monarquia. Ainda nos tempos de estudante em Coimbra, ficou para a história o episódio em que defendeu o rei numa situação violenta. Numa deslocação ao Norte, D. Carlos I parou em Coimbra, onde um grupo de estudantes monárquicos confrontou um grupo republicano. Apesar dos tumultos, o rei, nervoso, quis discursar na gare. Foi o jovem conde, ainda estudante, que salvou a situação: pediu licença para pegar no príncipe D. Luís e mostrou-o à multidão, entusiasmada, acalmando os ânimos mais exaltados.
Com a república implementada, o conde de Margaride foi preso devido aos seus ideias monárquicos, mas também porque se opôs à confiscação dos bens da Igreja. Era tão popular que quando foi libertado em Braga o povo recebeu-o com vivas. Em 1923, teve um ataque cerebral que o deixou com uma hemiplegia do lado direito durante dez anos. Morreu em 1933. Desde então, o poder dos Margaride, que teve o seu auge entre o séc. XVIII e XIX, nunca mais foi o mesmo.
DN
LJSMN- Pontos : 1769
Re: Muito íntimos da realeza
O miguel Sousda Tavares no seu romance ..bla bla faz descriçoes muito interessantes das patuscadas do King of Portugal no Alentejo
Vitor mango- Pontos : 117530
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