Deputados criticam grupos de risco e recusam vacina
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Deputados criticam grupos de risco e recusam vacina
Deputados criticam grupos de risco e recusam vacina
por PATRÍCIA JESUS
Hoje
A inclusão dos parlamentares no primeiro grupo de prioritários, ainda antes de doentes crónicos, por exemplo, não é consensual na Assembleia.
Há deputados que vão recusar a vacina contra a gripe A (H1N1) por defenderem que não faz sentido proteger os parlamentares antes dos grupos em risco, como grávidas ou doentes. É o caso de Miguel Macedo. O social-democrata foi inquirido pelos serviços da Assembleia esta quinta-feira, tal como os colegas, para saber se quer ser vacinado, mas a decisão já estava tomada. "Não percebo a lógica. Não percebo porque é que recebo a vacina antes da minha filha", disse ao DN.
Em Portugal, o Governo incluiu trabalhadores indispensáveis e titulares de órgãos de soberania no primeiro grupo a vacinar, ao contrário de países como EUA e Reino Unido, onde só estão contempladas grávidas, doentes de risco e pessoal médico. Aliás, o próprio Barack Obama afirmou que só será vacinado quando "chegar a sua vez", já que o país pediu vacina para quase toda a população.
Miguel Macedo concorda que o Presidente, o primeiro-ministro e os ministros devem ter prioridade, mas não compreende porque é que esta foi alargada aos 230 deputados da Assembleia nacional e aos 104 dos Parlamentos regionais. Sobretudo nas próximas duas semanas, quando só há 54 mil doses disponíveis.
O vice-presidente da bancada laranja, Agostinho Branquinho, ainda não decidiu se vai tomar a vacina. "Acho que um doente com insuficiência cardíaca ou uma grávida depois do primeiro trimestre é mais prioritária do que os deputados", disse.
Nuno Magalhães, do CDS, e Clara Carneiro, do PSD, também recusaram por não fazerem parte dos grupos de risco. "Não tenho nenhuma doença que o justifique", explicou a deputada. No entanto, salienta que aprova a forma como processo tem sido conduzido. Já o ex-secretário de Estado da Saúde, Adão Silva, do PSD, não quer a vacina porque tem dúvidas a sobre sua "eficácia ".
Opinião radicalmente diferente tem o bloquista João Semedo, médico de profissão. "Não acompanho a inquietação que há relativamente à vacina. Há dúvidas que surgem da ignorância", remata. Por isso, e porque não considera que seja "um privilégio indevido", tenciona ser vacinado. Os deputados estão entre os grupos necessários para evitar o colapso do funcionamento da sociedade em caso de pandemia, diz.
Uma visão partilhada pelos socialistas José Lello e Maria Antónia de Almeida Santos, e pelo líder da bancada do BE, José Manuel Pureza. Também a centrista Assunção Cristas decidiu seguir as indicações das autoridades. "Sou advogada e não médica, por isso segui as indicações de quem tem responsabilidades na matéria", lembra. Helena Pinto, do BE, e Bruno Dias, do PCP, por seu lado, ainda não decidiram o que vão fazer.
DN
por PATRÍCIA JESUS
Hoje
A inclusão dos parlamentares no primeiro grupo de prioritários, ainda antes de doentes crónicos, por exemplo, não é consensual na Assembleia.
Há deputados que vão recusar a vacina contra a gripe A (H1N1) por defenderem que não faz sentido proteger os parlamentares antes dos grupos em risco, como grávidas ou doentes. É o caso de Miguel Macedo. O social-democrata foi inquirido pelos serviços da Assembleia esta quinta-feira, tal como os colegas, para saber se quer ser vacinado, mas a decisão já estava tomada. "Não percebo a lógica. Não percebo porque é que recebo a vacina antes da minha filha", disse ao DN.
Em Portugal, o Governo incluiu trabalhadores indispensáveis e titulares de órgãos de soberania no primeiro grupo a vacinar, ao contrário de países como EUA e Reino Unido, onde só estão contempladas grávidas, doentes de risco e pessoal médico. Aliás, o próprio Barack Obama afirmou que só será vacinado quando "chegar a sua vez", já que o país pediu vacina para quase toda a população.
Miguel Macedo concorda que o Presidente, o primeiro-ministro e os ministros devem ter prioridade, mas não compreende porque é que esta foi alargada aos 230 deputados da Assembleia nacional e aos 104 dos Parlamentos regionais. Sobretudo nas próximas duas semanas, quando só há 54 mil doses disponíveis.
O vice-presidente da bancada laranja, Agostinho Branquinho, ainda não decidiu se vai tomar a vacina. "Acho que um doente com insuficiência cardíaca ou uma grávida depois do primeiro trimestre é mais prioritária do que os deputados", disse.
Nuno Magalhães, do CDS, e Clara Carneiro, do PSD, também recusaram por não fazerem parte dos grupos de risco. "Não tenho nenhuma doença que o justifique", explicou a deputada. No entanto, salienta que aprova a forma como processo tem sido conduzido. Já o ex-secretário de Estado da Saúde, Adão Silva, do PSD, não quer a vacina porque tem dúvidas a sobre sua "eficácia ".
Opinião radicalmente diferente tem o bloquista João Semedo, médico de profissão. "Não acompanho a inquietação que há relativamente à vacina. Há dúvidas que surgem da ignorância", remata. Por isso, e porque não considera que seja "um privilégio indevido", tenciona ser vacinado. Os deputados estão entre os grupos necessários para evitar o colapso do funcionamento da sociedade em caso de pandemia, diz.
Uma visão partilhada pelos socialistas José Lello e Maria Antónia de Almeida Santos, e pelo líder da bancada do BE, José Manuel Pureza. Também a centrista Assunção Cristas decidiu seguir as indicações das autoridades. "Sou advogada e não médica, por isso segui as indicações de quem tem responsabilidades na matéria", lembra. Helena Pinto, do BE, e Bruno Dias, do PCP, por seu lado, ainda não decidiram o que vão fazer.
DN
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