Oposição radicaliza protestos contra regime de Ahmadinejad
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Oposição radicaliza protestos contra regime de Ahmadinejad
Oposição radicaliza protestos contra regime de Ahmadinejad
por ABEL COELHO DE MORAIS
Hoje
Adversários do Presidente, a quem chamam "ditador", apropriaram-se de palavras de ordem anti- -americanas para criticarem a Rússia, aliada de Teerão.
O dia que devia marcar uma das datas de maior valor simbólico para o regime iraniano transformou ontem em campo de batalha muitas das avenidas centrais de Teerão. Ao contrário de há 30 anos, quando os estudantes tomaram de assalto a embaixada dos Estados Unidos na capital iraniana, com o "cordeiro" iraniano a desafiar o "lobo" americano, como referiu na época o ayatollah Khomeini, os confrontos de ontem revelaram a dimensão da ruptura entre a oposição e o Governo do Presidente Mahmud Ahmadinejad.
Aproveitando a data do 30.º aniversário do assalto à representação dos EUA em Teerão, e a coberto das manifestações oficiais, milhares de elementos da oposição ocuparam durante a manhã e início da tarde algumas das principais praças e avenidas da cidade, resistindo às tentativas das forças de segurança e das milícias Baseej para os dispersarem.
Imagens de videoamadores e de telemóvel registaram a violência dos confrontos, com as forças de segurança a recorrerem a bastões e gás lacrimogéneo. As fotos das agências, actualmente sujeitas a censura, evidenciavam também, ainda que de forma mitigada, a dimensão da repressão.
Pela primeira vez, de fonte credível segundo as agências, houve registo de manifestações noutras cidades do país, como Ahvaz, Mashhad, Tabriz e Rasht.
A oposição, que continua a contestar a reeleição de Ahmadinejad nas presidenciais de 12 de Junho, e a quem chama "ditador", saiu ontem às ruas pela primeira vez desde 18 de Setembro.
Também pela primeira vez notou-se, segundo as agências, uma ruptura ideológica clara entre oposição e partidários de Ahmadinejad. Assim, enquanto estes entoavam os clássicos "Abaixo a América" e "Morte a Israel", os primeiros gritavam "Morte à Rússia", referência ao país que passa por ser - e, em larga medida, é de facto - o principal aliado de Teerão no plano internacional. Outras palavras de ordem da oposição, parafraseando clichés do regime dirigidos aos EUA, foram gritadas contra a Rússia.
Este desenvolvimento indica que parte da opinião pública iraniana considera ultrapassada a agenda diplomática do regime, que privilegia o antagonismo com os EUA e procura aliados entre inimigos de Washington. Alguns sectores entendem que aquilo que teve razão de ser geopolítica, histórica e ideológica nos anos 80, está hoje ultrapassado pela conjuntura internacional. E que Teerão tem de ultrapassar o complexo do "lobo" e do "cordeiro".
O nível da violência reflecte ainda o agravamento das divergências entre Governo e oposição. Um dos seus líderes, e candidato derrotado nas eleições de 12 de Junho, Mehdi Karrubi, foi agredido por partidários do regime.
O sucedido em Teerão motivou comentários de Washington e Paris. Enquanto Barack Obama afirmava, a propósito do assalto à embaixada do seu país em 1979, que o Irão tem de "escolher" entre ficar preso ao passado ou escolher "mais oportunidades, mais prosperidade e justiça", o seu porta-voz na Casa Branca, Robert Gibbs, manifestava preocupação pelo recrudescimento da violência.
Idêntica preocupação foi expressa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, que considerou "não ser de bom agoiro" um Governo "que reprime no seu país e recusa o diálogo no exterior". Esta referência prende-se com a questão nuclear. Teerão continua a insistir em discussões suplementares, após a Agência Internacional de Energia Atómica ter apresentado há duas semanas uma proposta que permitia ao Irão enriquecer urânio no exterior, envolvendo a Rússia e a França. Após alguns sinais positivos, Teerão tem protelado uma resposta definitiva. Kouchner deixou claro que estar-se à beira da "ruptura" e suas consequências: novas sanções .
DN
por ABEL COELHO DE MORAIS
Hoje
Adversários do Presidente, a quem chamam "ditador", apropriaram-se de palavras de ordem anti- -americanas para criticarem a Rússia, aliada de Teerão.
O dia que devia marcar uma das datas de maior valor simbólico para o regime iraniano transformou ontem em campo de batalha muitas das avenidas centrais de Teerão. Ao contrário de há 30 anos, quando os estudantes tomaram de assalto a embaixada dos Estados Unidos na capital iraniana, com o "cordeiro" iraniano a desafiar o "lobo" americano, como referiu na época o ayatollah Khomeini, os confrontos de ontem revelaram a dimensão da ruptura entre a oposição e o Governo do Presidente Mahmud Ahmadinejad.
Aproveitando a data do 30.º aniversário do assalto à representação dos EUA em Teerão, e a coberto das manifestações oficiais, milhares de elementos da oposição ocuparam durante a manhã e início da tarde algumas das principais praças e avenidas da cidade, resistindo às tentativas das forças de segurança e das milícias Baseej para os dispersarem.
Imagens de videoamadores e de telemóvel registaram a violência dos confrontos, com as forças de segurança a recorrerem a bastões e gás lacrimogéneo. As fotos das agências, actualmente sujeitas a censura, evidenciavam também, ainda que de forma mitigada, a dimensão da repressão.
Pela primeira vez, de fonte credível segundo as agências, houve registo de manifestações noutras cidades do país, como Ahvaz, Mashhad, Tabriz e Rasht.
A oposição, que continua a contestar a reeleição de Ahmadinejad nas presidenciais de 12 de Junho, e a quem chama "ditador", saiu ontem às ruas pela primeira vez desde 18 de Setembro.
Também pela primeira vez notou-se, segundo as agências, uma ruptura ideológica clara entre oposição e partidários de Ahmadinejad. Assim, enquanto estes entoavam os clássicos "Abaixo a América" e "Morte a Israel", os primeiros gritavam "Morte à Rússia", referência ao país que passa por ser - e, em larga medida, é de facto - o principal aliado de Teerão no plano internacional. Outras palavras de ordem da oposição, parafraseando clichés do regime dirigidos aos EUA, foram gritadas contra a Rússia.
Este desenvolvimento indica que parte da opinião pública iraniana considera ultrapassada a agenda diplomática do regime, que privilegia o antagonismo com os EUA e procura aliados entre inimigos de Washington. Alguns sectores entendem que aquilo que teve razão de ser geopolítica, histórica e ideológica nos anos 80, está hoje ultrapassado pela conjuntura internacional. E que Teerão tem de ultrapassar o complexo do "lobo" e do "cordeiro".
O nível da violência reflecte ainda o agravamento das divergências entre Governo e oposição. Um dos seus líderes, e candidato derrotado nas eleições de 12 de Junho, Mehdi Karrubi, foi agredido por partidários do regime.
O sucedido em Teerão motivou comentários de Washington e Paris. Enquanto Barack Obama afirmava, a propósito do assalto à embaixada do seu país em 1979, que o Irão tem de "escolher" entre ficar preso ao passado ou escolher "mais oportunidades, mais prosperidade e justiça", o seu porta-voz na Casa Branca, Robert Gibbs, manifestava preocupação pelo recrudescimento da violência.
Idêntica preocupação foi expressa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, que considerou "não ser de bom agoiro" um Governo "que reprime no seu país e recusa o diálogo no exterior". Esta referência prende-se com a questão nuclear. Teerão continua a insistir em discussões suplementares, após a Agência Internacional de Energia Atómica ter apresentado há duas semanas uma proposta que permitia ao Irão enriquecer urânio no exterior, envolvendo a Rússia e a França. Após alguns sinais positivos, Teerão tem protelado uma resposta definitiva. Kouchner deixou claro que estar-se à beira da "ruptura" e suas consequências: novas sanções .
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