Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai

Ir para baixo

Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai Empty Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai

Mensagem por Viriato Sex Nov 27, 2009 3:04 am

Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai

Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai 500x500 Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai 500x500 Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai 500x500 Os 4 Cavaleiros do Apocalipse e o Cisne que vem do Dubai 500x500


As práticas políticas são por vezes contrárias às orientações estratégicas definidas a priori. Mais raro, contudo, é um discurso comum de quatro partidos da oposição parlamentar ser negado numa acção concertada, sem nenhum dos partidos se aperceber que está a ser manifestamente incoerente. O que revela falta de consistência política em todos. A coligação negativa, que a imprensa avança para hoje, no parlamento, é um exemplo que poderá tornar-se clássico.

O que pode unir Paulo Portas e Manuela Ferreira Leite a Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã? Numa matéria como o Código Contributivo, onde o diferenciar das prioridades de esquerda e direita são claras? O mero jogo táctico. Os partidos à esquerda do PS terão a noção, seguramente, que o código tem inscrito na sua matriz a discriminação positiva das empresas que empregarem trabalhadores com contrato a termo certo. E a penalização das que realizarem contratos a prazo. São sinais que se transmitem no sentido de combater as formas precárias de trabalho: com um objectivo ideal de exterminar o trabalho precário no futuro. Poderão existir interpretações diferentes sobre o modo de o fazer, mas quem se diga de esquerda, teria de votar a favor de um código de combate à precariedade do trabalho. E de combate a formas dissimuladas de emprego, em que parte do vencimentoé paga a recibo verde, para diminuir a base de incidência da taxa social única. O trabalho precário é um entrave grande na vida dos trabalhadores, e a esquerda sabe disso.



O que leva então à votação em uníssono dos 4 partidos da oposição contra o Código Contributivo. Os partidos à esquerda do PS escondem-se na questão da sustentabilidade da segurança social. Alegam que a parcela de discriminação positiva se traduz em menor recita para a SS. Terão razão? Porventura. Mas, num momento em que o principal défice português é social e corresponde à chaga do desemprego e do trabalho precário, há que estabelecer prioridades. A deste governo é o emprego com segurança. A tal discriminação positiva facilita a contratação, mas a contratação que interessa, traduzida numa relação laboral sem termo definido.

De onde vem o erro? Todos os líderes nas fotos acima já disseram que a estratégia do governo seria a vitimização Erraram foi na palavra. Não seria estratégia nenhuma. A confirmar-se a coligação negativa, eles estão efectivamente a mostrar ao país como se podem unir para não deixar o governo legislar. Sem outro propósito, consideram esta votação, como se lê em alguma imprensa, uma derrota política do governo. Quando muito será uma derrota parlamentar, mas a percepção que resulta da união de figuras tão díspares é a aquilo que Cavaco Silva chamava uma força de bloqueio. Estão fazer de Sócrates a vítima que o acusam de tentar ser.

Aparentemente, a extinção do Pagamento Especial por Conta também pode gerar uma aliança de quem já se propõe votar contra, com o CDS, que em coerência com o discurso de baixa de impostos, o deverá fazer também. O que não percebo é onde fica a coerência do PSD, depois de um discurso de meses da líder sobre o défice. Remover o PEC, sejamos claros, é cortar ainda mais a receita fiscal. Se o aceitarem fazer como medida anti-crise, o PSD está a sinalizar que aprofundamento de falhas nas contas do Estado, por necessidade de medidas anti-crise, são aceitáveis.

Perspectiva-se que Jerónimo faça ainda uma tempestade do episódio dos jornalistas no ministério da educação, na esteira da última, mas de sinal contrário: defendendo que se tratou de violação de privacidade, posição que muda de figura quando o que está em causa é a decisão do Supremo, que deve ser acatada, de destruição das gravações dos telefonemas entre Vara e o PM . Pedro Adão e Silva retrata na perfeição, na sua crónica de hoje, a inconsistência do PCP nesta matéria.

Percebe-se que Manuela Ferreira Leite esteja tão submersa nas guerras internas do partido, agora com Paula Teixeira da Cruz, que nem sabe bem como o partido vota. Percebe-se pior a incoerência de Jerónimo.

Portas terá, nas notícias do dia a um alegado pretexto para uma das suas causastalismã: a crítica sistemática ao Governador do Banco de Portugal. Louçã será, como de costume o grande pregador do regime, abanando a bandeira da Justiça e da liberdade de informação. Ironicamente, a propósito do Arquitecto Saraiva.

A qualidade geral é tão débil, que Pulido Valente prefere escrever sobre Obama e o Hindu Kush. Da perspectiva de Krugman sobre a necessidade de reforçar financeiramente o combate à crise, ninguém falará. E Krugman ainda não sabia do cisne negro que veio do Dubai. Já ontem abordei aqui o carácter potencialmente sistémico que o incumprimento do Dubai teria para o sistema bancário europeu. O impacto em Portugal seria transmitidpo pelo terramoto financeiro, e não pela via do comércio bilateral. As primeiras notícias de hoje, referem um fecho de Tóquio a perder 3,22%, e Lisboa a abrir nos -1,7%.

Ainda bem, para a distracção geral, que este fim-de-semana há derby.


Em "Regra do Jogo"
Viriato
Viriato

Pontos : 16657

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos