Uma hábil troca política - tiro o chapeu à ministra-escritora
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Uma hábil troca política - tiro o chapeu à ministra-escritora
Uma hábil troca política - tiro o chapeu à ministra-escritora
Apreciando o momento televisivo das 22h de hoje na Sic Noticias, ouvindo falar a ministra-escritora, tiro o chapéu à sua avassaladora capacidade de soft power, que deixou o próprio pivô, Mário Crespo, estarrecido.
Por três razões, tiro o chapéu à ministra Alçada, personagem que muitos davam no final do ano como mais um carneiro para o matadouro:
1- Procedeu a uma troca política inteligente; garantiu o essencial: a aceitação pelos sindicatos de um processo de avaliação da carreira e de uma lógica de predomínio da fixação de metas numa profissão em que os grupos corporativos do sector público pretendiam cultivar uma excepcionalidade; mudou finalmente a regra do jogo - esse creio ser o ponto central;
2- Insistiu no discurso sobre o pós-acordo, ou seja, na questão de longo prazo: os professores do sector público trabalham na oferta de um bem público muito sensível, o ensino, para destinatários claros, gerações que ou ganham competências e capacidades no ensino formal durante a sua adolescência ou ficam condenados a um semi-analfabetismo de base e à falta de horizontes, como hoje muitos desempregados o reconhecem nos écrãs; os professores carregam às costas uma missão crítica e o salário que recebem é pago pelos contribuintes;
3- Continua a escrever, mesmo fora de horas, o que lhe permite manter a cabeça a funcionar fora da caixa ministerial e perceber, no distanciamento histórico, os detalhes da política, algo bem vivo no período que está a estudar (o do liberalismo português no séc. XIX).
Não percebo nada de ensino, apenas fui utente em tempos idos. Nada percebo sobre carreiras públicas e muito pouco sobre avaliações. Olho o problema, por isso, de fora, e confessadamente sem competências técnicas.
Resumo final: Alçada cedeu onde era óbvio que teria de ceder devido a erros, patetices ou incompetência técnica da equipa anterior. Cedeu, também, naquilo que abrange um tempo histórico longo de uma carreira (em que muita água poderá correr debaixo das pontes), e conquistou aquilo que era crucial, agora, no curto prazo, como ponto de viragem.
A aventura de Alçada no outrora ensombrado ministério lisboeta promete. Nas minhas actividades de birdwatching já escolhi dois ministros desta nova legislatura: a ministra-escritora (Isabel Alçada) e o ministro-gestor (António Serrano). Veremos como voam depois do primeiro arranque.
publicado por JNR
Subescrevo na totalidade esta posta. Alçada esteve ontém na SIC muito bem. Segura e serena. Não se poupou a elogios á anterior ministra sem o qual, segundo ela, esse acordo não teria sido possível. Fiquei satisfeito e com a ideia que não foi um recuo em toda a linha da parte do ME. Antes pelo contrário. Ela conseguiu mostrar que os sindicatos já não tinham margem de manobra. Já estavam desmascarados nos seus escondidos objectivos.
Deu-me muito gozo Mario Crespo, a fazer boquinhas de chateado. Mas a ministra não lhe deu hipóteses...
Apreciando o momento televisivo das 22h de hoje na Sic Noticias, ouvindo falar a ministra-escritora, tiro o chapéu à sua avassaladora capacidade de soft power, que deixou o próprio pivô, Mário Crespo, estarrecido.
Por três razões, tiro o chapéu à ministra Alçada, personagem que muitos davam no final do ano como mais um carneiro para o matadouro:
1- Procedeu a uma troca política inteligente; garantiu o essencial: a aceitação pelos sindicatos de um processo de avaliação da carreira e de uma lógica de predomínio da fixação de metas numa profissão em que os grupos corporativos do sector público pretendiam cultivar uma excepcionalidade; mudou finalmente a regra do jogo - esse creio ser o ponto central;
2- Insistiu no discurso sobre o pós-acordo, ou seja, na questão de longo prazo: os professores do sector público trabalham na oferta de um bem público muito sensível, o ensino, para destinatários claros, gerações que ou ganham competências e capacidades no ensino formal durante a sua adolescência ou ficam condenados a um semi-analfabetismo de base e à falta de horizontes, como hoje muitos desempregados o reconhecem nos écrãs; os professores carregam às costas uma missão crítica e o salário que recebem é pago pelos contribuintes;
3- Continua a escrever, mesmo fora de horas, o que lhe permite manter a cabeça a funcionar fora da caixa ministerial e perceber, no distanciamento histórico, os detalhes da política, algo bem vivo no período que está a estudar (o do liberalismo português no séc. XIX).
Não percebo nada de ensino, apenas fui utente em tempos idos. Nada percebo sobre carreiras públicas e muito pouco sobre avaliações. Olho o problema, por isso, de fora, e confessadamente sem competências técnicas.
Resumo final: Alçada cedeu onde era óbvio que teria de ceder devido a erros, patetices ou incompetência técnica da equipa anterior. Cedeu, também, naquilo que abrange um tempo histórico longo de uma carreira (em que muita água poderá correr debaixo das pontes), e conquistou aquilo que era crucial, agora, no curto prazo, como ponto de viragem.
A aventura de Alçada no outrora ensombrado ministério lisboeta promete. Nas minhas actividades de birdwatching já escolhi dois ministros desta nova legislatura: a ministra-escritora (Isabel Alçada) e o ministro-gestor (António Serrano). Veremos como voam depois do primeiro arranque.
publicado por JNR
Subescrevo na totalidade esta posta. Alçada esteve ontém na SIC muito bem. Segura e serena. Não se poupou a elogios á anterior ministra sem o qual, segundo ela, esse acordo não teria sido possível. Fiquei satisfeito e com a ideia que não foi um recuo em toda a linha da parte do ME. Antes pelo contrário. Ela conseguiu mostrar que os sindicatos já não tinham margem de manobra. Já estavam desmascarados nos seus escondidos objectivos.
Deu-me muito gozo Mario Crespo, a fazer boquinhas de chateado. Mas a ministra não lhe deu hipóteses...
Viriato- Pontos : 16657
Re: Uma hábil troca política - tiro o chapeu à ministra-escritora
Deu-me muito gozo Mario Crespo, a fazer boquinhas de chateado. Mas a ministra não lhe deu hipóteses...
adorei adorei e adorei essa das boquinhas ..porque embirro com o " cinismo " das boquinhas
Vitor mango- Pontos : 117530
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