O quadrilema da escolha real
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O quadrilema da escolha real
O quadrilema da escolha real
Nunca fui entusiasta do político Manuel Alegre. Votei Mário Soares nas últimas Presidenciais. Sou agora confrontado com um complexo panorama político que impõe escolhas claras. Este é o ano das Presidenciais. É o ano da reconfiguração dos dois grandes blocos ideológicos. É o ano das escolhas que determinarão a próxima década e a forma como a sociedade portuguesa se estrutura para responder aos permanentes desafios que o seu contexto de desenvolvimento suscita (não são novos nem velhos, nem mais nem menos, são o que são e têm que ser).
Manuel Alegre é o candidato da esquerda – é incontornável. Qualquer outra candidatura à esquerda seria táctica e, como tal, oportunista e irresponsável. Nem qualifico hipóteses de candidatura que, apesar de contarem com eventuais apoios de sectores da direcção nacional do PS, nunca seriam de esquerda. A nossa República tem feito escolhas interessantes e, reconhecidamente, há sempre uma encarnação do ser português nos nossos Presidentes. Os traços que predominam, num ou noutro Presidente, são, sobretudo, as nossas características menos conseguidas ou os nossos complexos mais evidentes. Mas reconhece-se sempre uma legítima encarnação das nossas insuficiências numa projectada figura semi-paternal. Isso e um país dorido provocam sempre desvios monárquicos – e, não raras vezes, o PR é tratado, e sentido, como Rei.
É este o meu quadrilema: o reconhecimento do necessário e histórico carácter conservador de um Presidente em Portugal (com maior ou menor aparência de progressismo); a acusação permanente que fiz a Manuel Alegre de conservadorismo mascarado de patriotismo, todavia encarnando os «valores» portugueses - e o que eu detesto estas ligações em razão da nacionalidade; a inexistência de alternativas (que mesmo existindo, para corresponder aos meus anseios, nunca seria vencedor); e a necessidade imperiosa de reconfigurar a esquerda portuguesa recentrando o PS mais à esquerda e absorvendo o que de bom possa ter o BE em novas gerações de dirigentes socialistas.
É neste contexto que um apoio a um candidato presidencial (eventual) deve transcender a própria relação estabelecida entre o apoiante e o apoiado (afectiva, ideológica, pessoal, política, etc..) e fundar-se em opções que protagonizem o aprofundamento de uma visão ideológica da sociedade.
Nesse sentido, e também porque estive na Aula Magna em Dezembro de 2008, se Alegre avançar, serei seu apoiante e pugnarei para que o PS o apoie sem reserva mental.
(in Ad Confessionem)
publicado por João Ribeiro
Não. Não estou a promover MA. Mas começo, infelizmente, a ver o filme. Pode-se mesmo falar em filme negro.
Nunca fui entusiasta do político Manuel Alegre. Votei Mário Soares nas últimas Presidenciais. Sou agora confrontado com um complexo panorama político que impõe escolhas claras. Este é o ano das Presidenciais. É o ano da reconfiguração dos dois grandes blocos ideológicos. É o ano das escolhas que determinarão a próxima década e a forma como a sociedade portuguesa se estrutura para responder aos permanentes desafios que o seu contexto de desenvolvimento suscita (não são novos nem velhos, nem mais nem menos, são o que são e têm que ser).
Manuel Alegre é o candidato da esquerda – é incontornável. Qualquer outra candidatura à esquerda seria táctica e, como tal, oportunista e irresponsável. Nem qualifico hipóteses de candidatura que, apesar de contarem com eventuais apoios de sectores da direcção nacional do PS, nunca seriam de esquerda. A nossa República tem feito escolhas interessantes e, reconhecidamente, há sempre uma encarnação do ser português nos nossos Presidentes. Os traços que predominam, num ou noutro Presidente, são, sobretudo, as nossas características menos conseguidas ou os nossos complexos mais evidentes. Mas reconhece-se sempre uma legítima encarnação das nossas insuficiências numa projectada figura semi-paternal. Isso e um país dorido provocam sempre desvios monárquicos – e, não raras vezes, o PR é tratado, e sentido, como Rei.
É este o meu quadrilema: o reconhecimento do necessário e histórico carácter conservador de um Presidente em Portugal (com maior ou menor aparência de progressismo); a acusação permanente que fiz a Manuel Alegre de conservadorismo mascarado de patriotismo, todavia encarnando os «valores» portugueses - e o que eu detesto estas ligações em razão da nacionalidade; a inexistência de alternativas (que mesmo existindo, para corresponder aos meus anseios, nunca seria vencedor); e a necessidade imperiosa de reconfigurar a esquerda portuguesa recentrando o PS mais à esquerda e absorvendo o que de bom possa ter o BE em novas gerações de dirigentes socialistas.
É neste contexto que um apoio a um candidato presidencial (eventual) deve transcender a própria relação estabelecida entre o apoiante e o apoiado (afectiva, ideológica, pessoal, política, etc..) e fundar-se em opções que protagonizem o aprofundamento de uma visão ideológica da sociedade.
Nesse sentido, e também porque estive na Aula Magna em Dezembro de 2008, se Alegre avançar, serei seu apoiante e pugnarei para que o PS o apoie sem reserva mental.
(in Ad Confessionem)
publicado por João Ribeiro
Não. Não estou a promover MA. Mas começo, infelizmente, a ver o filme. Pode-se mesmo falar em filme negro.
Viriato- Pontos : 16657
Re: O quadrilema da escolha real
Nao votei em Cavaco e por exclusao de partes botei alegre
Nesta altura nada de nada poço (posso para os ortograficos )dizer onde boto o boto
Porque ha muita agua nas barragens
Nesta altura nada de nada poço (posso para os ortograficos )dizer onde boto o boto
Porque ha muita agua nas barragens
Vitor mango- Pontos : 117576
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