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Jô Soares

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Mensagem por Viriato Sex Jan 29, 2010 8:36 am

Jô Soares

Jô Soares Jo+Soares

Leio na imprensa que Jô Soares inicia hoje, em Lisboa, espetáculos em torno de Fernando Pessoa.


Jô Soares é uma figura interessante, culturalmente com substância, com uma escrita limpa e ritmada, autor e ator de grandes momentos de comédia televisiva, com a criação de personagens que ficaram na memória coletiva. Hoje, infelizmente, perde-se um pouco pela obrigatoriedade que a si próprio se impôs de apresentar um talk show seis dias em cada semana. Com raras exceções, acaba, nessa atividade, por fazer programas demasiado "leves", muito abaixo daquilo que é a sua real qualidade profissional. Por isso, um pouco como acontece com Herman José, conheço muita gente que hoje já tem grandes saudades do "velho Jô Soares".


Há três anos, no Brasil, convidou-me ser entrevistado no seu programa, um dos mais vistos de toda a TV brasileira. É um trabalho de produção e realização impressionante. Há duas gravações por semana. Em cada um desses dias são feitos, de seguida, três programas, que depois são apresentados em três dias consecutivos.


A conversa que tivemos foi bastante simpática, com referências ao amigo comum que era Raul Solnado. Falámos da vida diplomática, do 25 de Abril, de dom João VI e, inevitavelmente, das diferenças entre o português do Brasil e de Portugal. Com referências dele ao nosso "sotaque", claro. E também lá se falou da sua paixão pela obra de Fernando Pessoa.


Para mim, o momento mais delicado do programa foi quando Jô Soares puxou a conversa para uma velha anedota sobre Salazar e Américo Tomás, passada no hospital onde o primeiro estava internado após a sua queda, historieta em que intervém o médico americano que tratou o ditador. Jô Soares procurou a minha ajuda para completar a anedota, a qual, aliás, é algo cruel. Não lhe dei "saída". Acho que ser embaixador de Portugal não é compatível com a colaboração no apoucamento, num país estrangeiro, de figuras de Estado portuguesas, por mais detestáveis que elas possam ser, como era o caso. Assim, acabei por ficar aquilo que se pode dizer, desta vez muita com propriedade, "sem graça".

Postado por Francisco Seixas da Costa
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