[b]O PS é melhor para enfrentar a crise
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[b]O PS é melhor para enfrentar a crise
O PS é melhor para enfrentar a crise
28 May 10 10:00 AM
Já escrevi e repeti que Sócrates não está agarrado ao poder: está refém do poder.
Quem, no PS, na situação financeira em que estamos, quereria o poder neste momento?
E quem, no PSD, quererá o poder neste momento, por mais que a palavra seja apetecível?
Mas há outra questão, tanto ou mais relevante.
Na actual encruzilhada, que exige medidas excepcionais, um Governo dito de esquerda tem melhores condições para governar e enfrentar a crise do que um Governo de direita.
O PCP e o BE têm vindo nas últimas semanas a promover manifestações e greves, endurecendo o discurso e acusando o Governo de pôr em prática medidas radicais contra os trabalhadores.
Ora, o que não diriam se no Governo estivesse o PSD (ou o PSD e o CDS), ou seja, se no Governo estivesse mesmo a direita?
E o que fariam, nesse caso, Mário Soares, Manuel Alegre e companhia?
Seriam compreensivos e solidários, como em geral têm sido relativamente a Sócrates?
Ou pintariam a manta, dizendo que os neo-conservadores e a especulação financeira estavam de regresso ao poder em Portugal?
Quer o PSD quer o CDS não têm, portanto, qualquer pressa em ir para o Governo.
E os empresários, os banqueiros, não têm qualquer interesse em que o PSD e o CDS vão para o Governo.
O interesse de todos é terem o PS como pára-choques.
O Partido Socialista, que ainda é visto com alguma benevolência pela esquerda, é o partido mais vocacionado para enfrentar a crise, para lançar medidas duras, para fazer o que for preciso.
Até porque, se saísse do Governo e passasse à oposição, o PS juntar-se-ia ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda no coro de críticas ao Executivo.
Se o PSD subisse agora ao poder, ainda havíamos de ver Sócrates, Louçã, Jerónimo, Soares e Alegre descerem a Avenida da Liberdade de braço dado, gritando slogans contra o Governo e apelando à resistência dos trabalhadores.
Mesmo que não fossem tão radicais como os outros, os socialistas diriam no essencial o mesmo.
E nos bastidores ajudariam à festa.
Uma coisa é certa: em situação inversa, Sócrates não teria a mesma atitude de Passos Coelho, e dificilmente daria a mão a um Governo social-democrata.
Questiona-se agora essa atitude de Passos Coelho.
Será ela positiva ou negativa para o PSD?
Ao dar a mão a Sócrates, não estará Passos Coelho a desgastar-se com ele?
Não me parece.
Julgo que, neste aspecto, Passos Coelho está a fazer as coisas bem.
Primeiro, porque – como ficou claro – não tem qualquer urgência em ser primeiro-ministro.
Em segundo lugar, mesmo que sofra algum desgaste por apoiar medidas impopulares, o PSD nunca será visto como responsável por elas – cabendo sempre esse ónus a Sócrates e ao PS.
E, quando o ciclo socialista chegar ao fim, a alternativa será naturalmente o PSD e Passos Coelho – não será com certeza o PCP e Jerónimo, ou o BE e Louçã.
Por isso, o PSD não tem nada a perder com o actual apoio, ao contrário do que têm dito alguns comentadores e mesmo alguns destacados sociais-democratas.
Só tem a ganhar.
A aura de responsabilidade que o PSD tem ganho com esta atitude – não alinhando no bota-abaixismo e na demagogia de alguma oposição – poderá ser importante para atingir depois a maioria absoluta, sem a qual é muito difícil governar.
Quando chegar a hora de votar, os eleitores do centro, que decidem o resultado das eleições – inclinando-se para a esquerda ou para a direita conforme as circunstâncias –, premiarão certamente a atitude responsável que o líder do PSD tem mostrado nesta fase.
P.S. – Os inéditos encontros com as bases levados a cabo por Sócrates para definir a posição do PS sobre as eleições presidenciais tiveram um único objectivo: enfraquecer o inevitável apoio socialista à candidatura de Manuel Alegre. Se Sócrates tivesse querido dar força a esse apoio, teria já forçado o PS a assumir Alegre como candidato. Fazendo reuniões para ouvir as bases, Sócrates quis que se manifestassem opiniões contrárias – para que se saiba que o PS apoia Alegre mas não é essa a vontade de todos os militantes. Apoia, mas com um grande ‘se’.
Publicadopor JAS | 16 Comentário(s)
28 May 10 10:00 AM
Já escrevi e repeti que Sócrates não está agarrado ao poder: está refém do poder.
Quem, no PS, na situação financeira em que estamos, quereria o poder neste momento?
E quem, no PSD, quererá o poder neste momento, por mais que a palavra seja apetecível?
Mas há outra questão, tanto ou mais relevante.
Na actual encruzilhada, que exige medidas excepcionais, um Governo dito de esquerda tem melhores condições para governar e enfrentar a crise do que um Governo de direita.
O PCP e o BE têm vindo nas últimas semanas a promover manifestações e greves, endurecendo o discurso e acusando o Governo de pôr em prática medidas radicais contra os trabalhadores.
Ora, o que não diriam se no Governo estivesse o PSD (ou o PSD e o CDS), ou seja, se no Governo estivesse mesmo a direita?
E o que fariam, nesse caso, Mário Soares, Manuel Alegre e companhia?
Seriam compreensivos e solidários, como em geral têm sido relativamente a Sócrates?
Ou pintariam a manta, dizendo que os neo-conservadores e a especulação financeira estavam de regresso ao poder em Portugal?
Quer o PSD quer o CDS não têm, portanto, qualquer pressa em ir para o Governo.
E os empresários, os banqueiros, não têm qualquer interesse em que o PSD e o CDS vão para o Governo.
O interesse de todos é terem o PS como pára-choques.
O Partido Socialista, que ainda é visto com alguma benevolência pela esquerda, é o partido mais vocacionado para enfrentar a crise, para lançar medidas duras, para fazer o que for preciso.
Até porque, se saísse do Governo e passasse à oposição, o PS juntar-se-ia ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda no coro de críticas ao Executivo.
Se o PSD subisse agora ao poder, ainda havíamos de ver Sócrates, Louçã, Jerónimo, Soares e Alegre descerem a Avenida da Liberdade de braço dado, gritando slogans contra o Governo e apelando à resistência dos trabalhadores.
Mesmo que não fossem tão radicais como os outros, os socialistas diriam no essencial o mesmo.
E nos bastidores ajudariam à festa.
Uma coisa é certa: em situação inversa, Sócrates não teria a mesma atitude de Passos Coelho, e dificilmente daria a mão a um Governo social-democrata.
Questiona-se agora essa atitude de Passos Coelho.
Será ela positiva ou negativa para o PSD?
Ao dar a mão a Sócrates, não estará Passos Coelho a desgastar-se com ele?
Não me parece.
Julgo que, neste aspecto, Passos Coelho está a fazer as coisas bem.
Primeiro, porque – como ficou claro – não tem qualquer urgência em ser primeiro-ministro.
Em segundo lugar, mesmo que sofra algum desgaste por apoiar medidas impopulares, o PSD nunca será visto como responsável por elas – cabendo sempre esse ónus a Sócrates e ao PS.
E, quando o ciclo socialista chegar ao fim, a alternativa será naturalmente o PSD e Passos Coelho – não será com certeza o PCP e Jerónimo, ou o BE e Louçã.
Por isso, o PSD não tem nada a perder com o actual apoio, ao contrário do que têm dito alguns comentadores e mesmo alguns destacados sociais-democratas.
Só tem a ganhar.
A aura de responsabilidade que o PSD tem ganho com esta atitude – não alinhando no bota-abaixismo e na demagogia de alguma oposição – poderá ser importante para atingir depois a maioria absoluta, sem a qual é muito difícil governar.
Quando chegar a hora de votar, os eleitores do centro, que decidem o resultado das eleições – inclinando-se para a esquerda ou para a direita conforme as circunstâncias –, premiarão certamente a atitude responsável que o líder do PSD tem mostrado nesta fase.
P.S. – Os inéditos encontros com as bases levados a cabo por Sócrates para definir a posição do PS sobre as eleições presidenciais tiveram um único objectivo: enfraquecer o inevitável apoio socialista à candidatura de Manuel Alegre. Se Sócrates tivesse querido dar força a esse apoio, teria já forçado o PS a assumir Alegre como candidato. Fazendo reuniões para ouvir as bases, Sócrates quis que se manifestassem opiniões contrárias – para que se saiba que o PS apoia Alegre mas não é essa a vontade de todos os militantes. Apoia, mas com um grande ‘se’.
Publicadopor JAS | 16 Comentário(s)
Vitor mango- Pontos : 117533
Re: [b]O PS é melhor para enfrentar a crise
Vitor mango escreveu:
Sócrates podia, muito simplesmente, demitir-se e provocar a queda do Governo! Por que o não faz?Pela mesma razão que leva Passos Coelho a apoiá-lo - o interesse nacional, pois melhor que ninguém sabe que seria o caos, se o fizesse.
Não creio que esteja refém de nada, a não ser da sua própria natureza de homem que não verga ante os desafios, que gosta de vencer. Se vencerá este? O futuro o dirá...
De qualquer forma, enfrentar o que ele tem enfrentado sem desfalecimento, é obra não ao alcance de todos...
_________________
Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
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