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República Checa

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Jun 05, 2010 10:18 am

Um príncipe entre o povo convenceu eleitores com uma cerveja

por LUÍS NAVES
Hoje

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Karel Schwarzenberg, o verdadeiro vencedor das eleições na República Checa. Tem 72 anos e passou grande parte da sua vida a lutar pela justiça e pelos direitos humanos. Agora, à frente de um partido novo, o aristocrata tornou-se decisivo na estrondosa vitória do centro-direita nas legislativas checas

A recente campanha das eleições legislativas na República Checa teve demasiadas novidades, sobretudo novos partidos e temas complicados. Entre os assuntos que mais preocuparam os eleitores, esteve a crise financeira grega, que levou ao debate político conceitos como dívida e défice público, pensões e insegurança económica.

Mas foi nos partidos que surgiu a verdadeira mudança. A paisagem partidária não será a mesma depois do terramoto de domingo. Na próxima legislatura, seis em cada dez deputados serão novatos no parlamento. Os eleitores romperam com a classe política e fizeram uma renovação radical.

Uma das novas formações, TOP 09, criada por políticos independentes de centro-direita, é liderada por um dos dirigentes mais populares do país, um antigo ministro dos negócios estrangeiros e aristocrata chamado Karel Schwarzenberg. Os analistas são unânimes em afirmar que este trunfo foi o decisivo nas eleições.

O TOP 09 não fez megacomícios nem campanhas à americana. Em vez disso, o príncipe Schwarzenberg, de 72 anos, percorria cervejarias, onde se sentava à mesa com eleitores e, perante uma bela caneca e um goulash, discutia abertamente os temas que interessavam às pessoas. Um eleitor sintetizava, com jovialidade, a uma repórter de televisão: "Na República Checa, não há problema que não se resolva numa cervejaria."

Estas palavras parecem proféticas. O sistema político esteve quatro anos paralisado e o impasse foi agora desfeito. Karel Schwarzenberg, um príncipe entre o povo, que anda em transportes públicos e que ninguém pode acusar de querer enriquecer com a política, é na realidade a figura mais influente da República Checa. A sua previsível candidatura presidencial em 2013 ganhou uma solidez quase imbatível.

O castelo de Praga A imprevisibilidade da política contemporânea recomenda apesar de tudo alguma cautela em análises apressadas. A antiga Boémia não é grande entusiasta da nobreza e a família Schwarzenberg (cujas origens remontam à Idade Média) pertence à altíssima aristocracia do império austro-húngaro e, portanto, à minoria alemã.

O príncipe nasceu em 1937, em Praga, mas passou a juventude no exílio, sobretudo na Áustria e Suíça. O político tem formação de jurista e passaporte suíço. Herdeiro dos títulos de nobreza da sua família, é também Duque de Krumlov, título histórico na Boémia.

Por outro lado, a República Checa, como o nome indica, é uma república, e no Castelo de Praga (diz-se que o castelo foi o modelo para o romance homónimo de Franz Kafka) senta-se um antigo rival de Karel Schwarzenberg. Trata-se do Presidente Vaclav Klaus, que derrubou o governo de Mirek Topolanek em 2009, em grande parte por detestar o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, que fora chamado para dar consistência à presidência europeia. A intenção de Klaus, tudo indica, era limitar a crescente popularidade do príncipe.

Schwarzenberg sempre recusara a política habitual; nos anos 70 e 80 estivera na luta pelos direitos humanos, no tempo do comunismo; depois, combatera o domínio dos grandes partidos; acima de tudo, representava a política com ética, contra os vira-casacas e os corruptos.

A razão Os eleitores deram-lhe razão no domingo, ao desmentirem as sondagens que previam como iminente a vitória dos partidos da esquerda. A formação de Schwarzenberg foi a grande surpresa da votação, ao atingir o terceiro lugar. O TOP 09 (a sigla significa Tradição, Responsabilidade, Prosperidade) fundado em 2009, obteve quase 17% dos votos e elegeu 41 deputados (em 200). Mais importante ainda, Schwarzenberg garantiu a vitória do centro-direita, impôs uma derrota histórica às forças pós-comunistas e é o parceiro necessário da coligação no governo.

Esta coligação foi rapidamente negociada esta semana. A discussão terminou anteontem e o próximo governo checo deve incluir três partidos: os democratas-cívicos (ODS, liberais), que conseguiram 20,2% e elegeram 53 deputados; o TOP 09 de Schwarzenberg; e ainda outra formação recente, um partido chamado Assuntos Públicos (VV, centristas), que recolheu 10,9% dos votos e elegeu 24 deputados. A confortável maioria de 118 deputados, a contrastar com a divisão da anterior legislatura em dois blocos de cem deputados cada, é mesmo assim enganadora: o Presidente Vaclav Klaus ainda não nomeou o primeiro-ministro (que deve ser Petr Necas, da ODS); e os dois partidos novos são frágeis.

No caso do TOP 09, há quem afirme que o verdadeiro líder não é Schwarzenberg, mas Miroslav Kalousek, que viu muitos dos membros da sua facção afastados do parlamento. As análises são mais ou menos assim: se houver desconfiança entre os dois, Kalousek vencerá o conflito inevitável.

Mas a derrota da esquerda, na República Checa, representa a redução da influência de dois partidos que já estavam na oposição: os social-democratas (CSSD) e os comunistas do KSCM. Os social-democratas tiveram mais votos, mas a sua coligação com os comunistas soma apenas 74 deputados. Este resultado representa uma mudança histórica, seguindo o padrão do que já sucedera na Polónia e Hungria, com o afastamento dos pós-comunistas.

Deve ser um resultado saboroso para o diplomata e aristocrata checo, que passou toda a sua vida a lutar pela justiça e cuja família teve de fugir em 1948, quando os comunistas tomaram conta do país, criando um regime que iria durar um pouco mais de quatro décadas.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Jan 26, 2013 10:53 am

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Esquerdista Milos Zeman vence presidenciais checas

por Lusa, publicado por Ana Meireles
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O ex-primeiro-ministro Milos Zeman foi hoje eleito presidente Fotografia © REUTERS/David W Cerny

O ex-primeiro-ministro Milos Zeman foi hoje eleito presidente da República Checa, na segunda volta das eleições presidenciais, substituindo no cargo o eurocético Vaclav Klaus.

Milos Zeman bateu o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, o conservador e aristocrata Karel Schwarzenberg, tendo conseguido 55,7% dos votos contra 44,3% dos alcançados pelo seu rival, quando 93% dos votos já estavam contados.

Naquela que é a primeira eleição direta para o cargo de presidente da República Checa vence um economista, que ganhou nome na Checoslováquia comunista pouco antes do totalitarismo ter passado a controlar o país em 1989 por ter publicado um artigo de opinião onde decretou o falhanço completa da economia comandada pelos ideais comunistas.

Milos Zeman juntou-se ao Partido Comunista durante as reformas da primavera de Praga em 1968 na antiga Checoslováquia. Este curto período de maior liberdade foi brutalmente esmagado por uma invasão soviética.

Dois anos depois foi expulso do partido e perdeu o seu emprego como professor de economia, mas voltou a bater à porta do Partido Comunista no ano passado para pedir apoio na sua candidatura presidencial.

O presidente eleito tentou arrecadar os votos tanto da direita como da esquerda, particularmente entre os mais descontentes com os efeitos da recessão e da austeridade aplicada pelo governo de centro-direita.

"Sou um político de esquerda, mas estou à procura de votos da esquerda à direita. Um idiota de esquerda é tão perigoso como um idiota de direita", disse aos eleitores num encontro recente.

Milos Zeman juntou-se ao Partido Social Democrata - tendencialmente de esquerda - após a queda do comunismo em 1993. Cinco anos mais tarde, formou um governo de minoria responsável pelas negociações para a adesão da República Checa à União Europeia em 2004.

Durante o seu mandato como primeiro-ministro entre 1998 e 2002, causou grande polémica ao comparar o líder palestiniano Yasser Arafat ao ex-ditador nazi Adolf Hitler.

In DN


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