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MURREU JOSÉ SARAMAGO

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 6:12 am

Morreu Nobel José Saramago

MURREU JOSÉ SARAMAGO Getimage?action=getthumb&docid=10302620
Morreu o escritor português José Saramago aos 87 anos, que foi Prémio Nobel da Literatura em 1998.


Última edição por Kllüx em Seg Jun 21, 2010 8:24 am, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 6:20 am

Lisboa, 18 jun (Lusa) - José Saramago, Nobel da Literatura em 1998, faleceu hoje aos 87 anos na sua casa na ilha espanhola de Lanzarote, disse à agência Lusa fonte da editora do escritor.

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 6:23 am

MURREU JOSÉ SARAMAGO Getimage?action=getimg&docid=11191482

Jose Saramago died today
Archive photo dated 18/06/2010 shows Portuguese writer and Nobel Prize for Literature in 1998 who died today with 87 years

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 6:24 am

MURREU JOSÉ SARAMAGO Getimage?action=getimg&docid=11191477

Archive photo dated 10/12/1998 shows Portuguese writer and Nobel Prize during the Literature Nobel Prize award ceremony to him in Stockholmwhom

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Mensagem por Viriato Sex Jun 18, 2010 6:38 am

Quem deve estar a comemorar é o ex-secretário da Cultura, um tal de Sousa Lara...
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 6:41 am

Adeus Saramago: Biografia



Lisboa, 18 jun 2010 (Lusa)

José de Sousa Saramago, falecido hoje aos 87 anos, nasceu na aldeia de Azinhaga, concelho da Golegã, a 16 de novembro de 1922, embora esteja registado como tendo nascido a 18, mas antes de fazer três anos mudou-se para Lisboa com os pais.

Foi ao inscrever-se na escola primária, na capital, que se descobriu que o funcionário do registo tinha acrescentado na sua certidão de nascimento a alcunha da família, Saramago, como sendo apelido, o que tornou o escritor no primeiro Saramago da família Meirinho Sousa.

Após fazer os estudos secundários em Lisboa, que por dificuldades financeiras não prosseguiu, José Saramago começou a trabalhar como serralheiro mecânico e exerceu ainda as profissões de desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor e tradutor, tendo colaborado também como crítico literário na revista Seara Nova e como comentador político no Diário de Lisboa (1972-73) e sido diretor do Diário de Notícias (1975).

Membro da primeira direção da Associação Portuguesa de Escritores e presidente da assembleia geral da Sociedade Portuguesa de Autores entre 1985-1994, José Saramago, viveu, a partir de 1976, exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro enquanto tradutor e depois enquanto autor.

O seu primeiro livro, o romance "Terra do Pecado", saiu em 1947, tendo José Saramago estado depois sem publicar até 1966, quando regressou com "Os Poemas Possíveis", a que se seguiram, já na década de 70, "Provavelmente Alegria" (1970), "Deste Mundo e do Outro" (1971), "A Bagagem do Viajante" (1973), "O Ano de 1993" (1975), "Manual de Pintura e Caligrafia" (1977), "Objecto Quase" (1978) e "A Noite" (teatro, 1979), entre outros.

Já nos anos 80 chegaram às livrarias "Levantado do Chão" (1980), "Que farei com este Livro?" (teatro, 1980), "Viagem a Portugal" (1981), "Memorial do Convento" (1982), "O Ano da Morte de Ricardo Reis" (1984), "A Jangada de Pedra" (1986), "A Segunda Vida de Francisco de Assis" (1987) e "História do Cerco de Lisboa" (1989).

"O Evangelho Segundo Jesus Cristo", o romance mais polémico do autor, saiu em 1991 e dois anos depois surgia a peça de teatro "In Nomine Dei", após o que tinha início a publicação dos "Cadernos de Lanzarote" (1994, diário I, e 1995, diário II), reflexo da mudança de Saramago para aquela ilha do arquipélago das Canárias.

O aplaudido "Ensaio sobre a Cegueira" foi dado à estampa em 1995, a ele se seguindo mais dois volumes dos "Cadernos de Lanzarote", em 1996 e 1997, e o novo romance "Todos os Nomes", editado também em 1997, um ano antes do quinto volume dos "Cadernos de Lanzarote".

Após a atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1998, a Fundação Círculo de Leitores instituiu um galardão literário bienal com o nome de José Saramago e a expetativa em torno de um novo trabalho do autor aumentou, até que, no ano 2000, chegou às livrarias "A Caverna", a que se seguiu "O Homem Duplicado" (2002).

O "Ensaio Sobre a Lucidez", publicado em 2004, foi apresentado pelo próprio escritor em entrevista à Lusa como "uma fábula, uma sátira e uma tragédia" e causou controvérsia por preconizar o recurso ao voto em branco como sinal de desagrado dos eleitores perante o Governo.

Aquando do lançamento deste título, José Saramago criticou duramente a democracia portuguesa por, na sua opinião, os governos serem "comissários políticos do poder económico" e mostrou-se contra o monopólio dos média.

No ano seguinte, o escritor publicou a peça de teatro "Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido", escrita como fundamento dramático para o libreto de uma ópera de Azio Corghi, compositor italiano que no final da década de 1980 criara a ópera "Blimunda", inspirada na personagem homónima do romance "O Memorial do Convento", voltando a recorrer aos textos do Nobel da Literatura para outras óperas e para cantatas ao longo dos anos 1990.

Em 2005, o escritor - que dizia não ser pessimista, "o mundo é que é péssimo" - lançou também um novo romance, "As Intermitências da Morte", que apresentou como "uma reflexão filosófica sobre a vida" e onde coloca questões como: "Quais as implicações de uma vida mais longa? Quanto tempo passaria a durar a velhice? Em que se tornaria o corpo humano?", "Como se pagariam então as reformas, problema que já agora se coloca?".

A vasta obra do escritor português encontra-se editada em mais de trinta países, entre os quais Dinamarca, Suécia, Finlândia, Hungria, Rússia, Turquia, Albânia, Eslovénia, Sérvia, Roménia, Macedónia, Síria, Israel, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, México, Colômbia, Argentina e EUA.

As ficções de José Saramago valeram-lhe o Prémio da Associação de Críticos Portugueses (para "A Noite", em 1979), Prémio Cidade de Lisboa (por "Levantado do Chão", de 1980), Prémio Literário Município de Lisboa ("Memorial do Convento", 1982) e o PEN Clube para "Memorial do Convento" (1982) e "O Ano da Morte de Ricardo Reis" (1984).

Este último livro valeu-lhe ainda o Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos (1985), o Prémio Dom Diniz (1986), o galardão italiano Grinzane-Cavour (1987) e o Prémio de Ficção Estrangeira do jornal The Independent (1993).

"O Evangelho Segundo Jesus Cristo" recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 1992, no mesmo ano em que "Levantado do Chão" foi galardoado em Itália com o Prémio Internacional Ennio Flaiano, enquanto "In Nomine Dei" venceu, em 1993, o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores.

Pelo conjunto da sua obra, Saramago foi ainda distinguido com o Prémio Internacional Literário Mondello e o Prémio Literário Brancatti (ambos em 1992), Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (1993), Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e Prémio Camões (os dois em 1995) e Prémio Nacional de Narrativa Città di Penne, Prémio Europeu de Comunicação Jordi Xifra Heras e Prémio Nobel da Literatura (os três em 1998).

José Saramago acumulou ainda doutoramentos Honoris Causa pelas universidades de Évora (Portugal), Turim (Itália), Sevilha e Castilla-La-Macha (Espanha), Brasília (Brasil) e Manchester (Inglaterra), foi membro Honoris Causa do Conselho do Instituto de Filosofia do Direito e de Estudos Histórico-Políticos da Universidade de Pisa (Itália), membro da Academia Universal das Culturas (Paris) e do Parlamento Internacional de Escritores (Estrasburgo) e membro correspondente da Academia Argentina das Letras, além de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago de Espada e Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas.

Criador de um universo muito próprio, por vezes alojado entre o real e o fantástico, Saramago acreditava, à semelhança de Laurence Sterne, que talvez intercetasse pensamentos que os céus destinavam a outros homens.








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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 6:45 am

Adeus Saramago: "Perdemos uma referência luminosa de dignidade" - José Manuel Mendes



O presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, referindo-se ao falecimento hoje, em Lanzarote, de José Saramago, 87 anos, afirmou que se perdeu “uma referência luminosa”.

“Perdemos não apenas o maior escritor português, mas uma referência luminosa de dignidade e grandeza à escala universal”, disse, emocionado, o responsável.

“Era o meu melhor amigo, porventura”, acrescentou, com a voz embargada.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 7:04 am

Adeus Saramago "Despediu-se de forma serena e tranquila" - Fundação



José Saramago morreu "estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila", diz o comunicado oficial da Fundação do escritor, emitido às 13:40.

O comunicado anuncia que José Saramago "faleceu às 12:30 na sua residência em Lanzarote, aos 87 anos de idade, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença".
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 7:07 am

Adeus Saramago: Nobel português deixa vasto legado literário também marcado pela polémica



By Raúl Malaquias Marques, Agência Lusa

O maior, o mais internacional, o mais militante, o mais polémico dos escritores portugueses - qualificativos não faltarão aos "media" para noticiar a morte de José Saramago, hoje, aos 87 anos.

Concorde-se ou não com eles, já em vida foram estes os "títulos" mais correntemente utilizados em referência ao escritor desde que se tornou conhecido na praça literária - o que aconteceu tarde, como a simples consulta da sua biografia permitirá concluir.

Há três passos centrais nessa biografia: o primeiro leva-o da Azinhaga humilde onde nasceu, a 16 de novembro de 1922, para Lisboa, cenário de várias experiências profissionais antes de se consagrar às Letras, o segundo de Lisboa a Estocolmo, para receber o primeiro Nobel da Literatura em língua portuguesa, o terceiro de Lisboa para Lanzarote, em 1993, por diferendo com o poder cultural de então.

A história desse diferendo veio amplamente contada nos jornais. Em síntese: o então subsecretário de Estado da Cultura, António Sousa Lara, vetou a candidatura do romance "O Evangelho segundo Jesus Cristo" a um prémio literário internacional.

Alegou o governante que era "ofensiva" para os católicos portugueses a tese defendida por Saramago no romance.

Por motivos religiosos, como neste caso, ou socio-políticos, como quando em 1994 a maioria (PSD) da Câmara de Mafra considerou o "Memorial do Convento" prejudicial para a imagem da vila e rejeitou dar o nome do escritor a uma escola secundária local, algumas das obras de Saramago geraram incomodidade ou suscitaram leituras extrapoladas do texto literário.

A par da sua militância comunista, por muito que nem sempre aplicadamente ortodoxa, era característico de Saramago o tom "sem papas na língua", dentro e fora de Portugal, quando desaprovava práticas e políticas que a seu ver transgrediam normas consagradas nas legislações nacionais e nos tratados e convenções internacionais.

Em 1998, a Academia Sueca deu-lhe o Nobel da Literatura. Em Portugal e no estrangeiro, os aplausos aconteceram ao mesmo tempo que declarações de indiferença, se não de aberta hostilidade, e não faltou quem sugerisse que a distinção - mais uma vez na história do Nobel - ficara a dever-se mais à militância do que à escrita de Saramago.

De escritor, por essa altura, e tomando "Os poemas possíveis" como a sua primeira obra "reconhecida" - não cronologicamente a primeira - já Saramago tinha oficina montada há 32 anos.

À parte uma primeira ficção, aos 22 anos, que só muito mais tarde, já consagrado internacionalmente, aceitou republicar (Terra do pecado), Saramago começou tarde no género que seria o da sua eleição e o da sua glória como escritor: o romance, com 16 obras publicadas.

A menos que tenha deixado inéditos nessa área, só mesmo o ensaio não motivou José Saramago como escritor.

De resto, nada literariamente lhe foi "estranho": escreveu poesia, crónica, conto, teatro, memórias, fez crítica literária em jornais e revistas, literatura de viagens, escreveu para crianças.

Defende o ensaísta e crítico literário Carlos Reis que, logo na poesia ("Os poemas possíveis", em 1966) e na crónica ("Deste mundo e do outro", de 1971, e "A Bagagem do viajante", de 1973), se evidenciam sinais do Saramago ficcionista.

Os volumes de crónica - escreveu Reis - "revelam uma personalidade muito atenta ao seu tempo: a experiência do social, o olhar sobre o típico, a atenção às personagens do quotidiano são aspetos que decisivamente interferem na constituição do romancista".

"De modo diferente, mas não menos efetivo, também algo da criação poética (Os poemas possíveis, Provavelmente alegria e O ano de 1993) prepara e anuncia - na opinião do ensaísta - a emergência do romancista, tanto no que toca ao privilégio de recorrentes opções temáticas como no que respeita ao culto de certas estratégias discursivas".

É de 30 anos o intervalo entre a primeira incursão de Saramago na escrita ficcional e aquele que é habitualmente apontado como o seu primeiro "grande romance" - o "Manual de Pintura e Caligrafia".

Logo no "Manual" - segundo Reis - Saramago abre "uma vasta reflexão, em registo ficcional, sobre questões cruciais do homem, da sociedade e da literatura do seu tempo".

Três anos depois, com um livro de contos - "Objeto quase" - e uma peça de teatro - "A noite" - entretanto somados ao currículo, "Levantado do chão", a epopeia de uma família de camponeses desde o princípio do século até aos primeiros anos pós-25 de abril, é o romance da confirmação - confirmação das suas potencialidades de escritor e das suas "opções temáticas".

A ensaísta Maria Lúcia Lepecki considera que "Levantado do chão" "abre novos caminhos na ficção portuguesa. "Na escrita, na linguagem, no modo do imaginário - escreveu - 'Levantado do chão' é profundamente inovador, revolucionário, no quadro da narrativa portuguesa de hoje".

A partir de "Levantado do chão", como assinalou Carlos Reis, "a problematização da história" passa a ser "um aspeto central da obra saramaguiana em particular na ficção narrativa, mas também em algum teatro".

Acontece assim, depois daquele romance, no teatro de "Que farei com este livro" (com Camões no centro do drama), na ficção de "Memorial do Convento" (Mafra e a sucessão de D. João V), "O ano da morte de Ricardo Reis" (o Estado Novo), "História do cerco de Lisboa" (a conquista de Lisboa, o direito de rever - reavaliar - o texto histórico). Todos estes livros foram escritos pelo autor em Portugal.

A seguir, em Lanzarote, onde se instala em 1993, Saramago produzirá um conjunto de obras em que é nítida uma mais contida utilização do material histórico que lhe serve de base. O escritor passou a outra "instância": em títulos como "Todos os nomes", "A caverna", "O homem duplicado", "As intermitências da morte", "O ensaio sobre a lucidez" (ressalvada a paródia política), "O ensaio sobre a cegueira" (levado ao cinema pelo realizador Fernando Meirelles) "Don Giovanni ou o dissoluto absolvido", aparece claramente no centro do seu discurso ficcional o homem em face dos seus limites, das suas angústias, das suas interrogações.

Em articulação com o discurso ficcional, o discurso cívico. Sobretudo depois do Nobel, Saramago desdobrou-se em intervenções públicas, em muitas das quais entrou em rota de colisão com instituições e governos, como o dos Estados Unidos ao tempo de George W. Bush, pela política de agressão, o de Israel, pela intervenção nos territórios palestinianos ocupados, e o de Cuba, pelo fuzilamento de adversários políticos.

A obra vasta e diversificada do escritor está traduzida em mais de 30 países e foi distinguida com numerosos prémios nacionais, como Prémio Camões (1995) e internacionais.

Além da sua obra, Saramago deixa uma fundação com o seu nome que funcionará na Casa dos Bicos e tem como objeto - como se lê nos estatutos - "promover o estudo da obra literária do seu Instituidor bem como da sua correspondência e espólio e respetiva preservação".
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 7:09 am

Adeus Saramago: Carlos Reis chocado com morte de amigo



O reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, lamentou hoje a morte de José Saramago que, "embora esperada", foi um “choque”, já que, além de “leitor e grande admirador” do Nobel da Literatura, era também seu amigo.

“Saramago obriga-nos ao lugar comum e o lugar comum é este: é um escritor que mudou a literatura portuguesa e é um escritor que pôs a literatura portuguesa na cena internacional”, disse Carlos Reis, que reagia à agência Lusa à morte do Nobel da Literatura 1998.

José Saramago morreu hoje aos 87 anos em sua casa na ilha de Lanzarote, Espanha.

“A produção literária de José Saramago é sob diversas formas uma produção literária sobre Portugal, sobre a nossa história, sobre a nossa identidade e sobre a pessoa humana, mas para além de tudo e, tendo em conta estes temas, a produção literária de Saramago olhou tudo isto nos termos inovadores e muitas vezes subversivos que são aqueles que só um grande escritor pode cultivar”, sublinhou o catedrático.

Para Carlos Reis, José Saramago era, “além do mais, uma personalidade consabidamente controversa”.

“Mas os grandes escritores são aqueles que sabem justamente viver a controvérsia situados como estão no lugar às vezes oscilante que se situa entre o talento e a provocação; e é disto que são feitos os grandes artistas”, sublinhou.

O reitor da Universidade Moderna disse esperar que “Portugal saiba devidamente honrar a memória de um grande escritor”.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 7:27 am

O país orgulha-se da obra de José Saramago - primeiro ministro

MURREU JOSÉ SARAMAGO Saramago_DSC_2626

O primeiro ministro considerou hoje que José Saramago foi “um dos grandes vultos” da cultura, dizendo que o país se “orgulha” da sua obra literária e que a sua morte constitui uma perda para a cultura nacional.
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Mensagem por Vitor mango Sex Jun 18, 2010 8:07 am

Ha uma coisa digna muito digna no ZE Saramago
A Dignidade de pensamento e malha no molho
Ele meteu-sae com a igreja forte e feio e a Xanta madre pater e Filho espera sempre ke um gajo esteja para dar á bota para lhe apresentar a conta
va meu filho confessa la que amas a catolica e a romana
Porrah pah ele amava uma espanhola e foi viver para uma ilha

Guardo do Ze esta imagem de dignidade intelectual
Vitor mango
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Mensagem por Vitor mango Sex Jun 18, 2010 8:14 am

Vitor mango escreveu:Ha uma coisa digna muito digna no ZE Saramago
A Dignidade de pensamento e malha no molho
Ele meteu-sae com a igreja forte e feio e a Xanta madre pater e Filho espera sempre ke um gajo esteja para dar á bota para lhe apresentar a conta
va meu filho confessa la que amas a catolica e a romana
Porrah pah ele amava uma espanhola e foi viver para uma ilha

Guardo do Ze esta imagem de dignidade intelectual

retirado do amoral

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos.

E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional.

Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a P^.uta que os pariu a todos



José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148





_____________ QUE REPOUSE EM PAZ.
Vitor mango
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Mensagem por Vitor mango Sex Jun 18, 2010 8:22 am













if (window['tickAboveFold']) {window['tickAboveFold'](document.getElementById("latency-489602195469352699")); }




José
Saramago (1922-2010)



por
Ricardo Noronha





MURREU JOSÉ SARAMAGO Saramago
E então chegou a república. Ganhavam os homens doze ou
treze vinténs, e as mulheres menos de metade, como de costume. Comiam
ambos o mesmo pão de bagaço, os mesmos farrapos de couve, os mesmos
talos. A república veio despachada de Lisboa, andou de terra em terra
pelo telégrafo, se o havia, recomendou-se pela imprensa, se a sabiam
ler, pelo passar de bolca em boca, que sempre foi o mais fácil. O trono
caíra, o altar dizia que por ora não era este reino o seu mundo, o
latifúndio percebeu tudo e deixou-se estar, e um litro de azeite custava
mais de dois mil réis, dez vezes a jorna de um homem. Viva a república,
Viva.[...]

Por todas as herdades corria um vento mau de insurreição, um rosnar
de lobo acuado e faminto que grande dano lhe causaria se viesse a
transformar-se em exercício de dentes. Havia pois que dar um exemplo,
uma lição.[...]

Já lá
vai adiante o esquadrão da guarda, amorosa filha desta república, ainda
os cavalos tremem e a espuma fica pelo ar em flocos repartida, e agora
passa-se à segunda fase do plano da batalha, é ir por montes e montados
em rusga e caça aos trabalhadores que andam incitando os outros à
rebelião e à greve, deixando os trabalhadores agrícolas parados e o gado
sem pastores, e assim foram presos trinta e três deles, com os
principais instigadores, que deram entrada nas prisões militares. Assim
os levaram, como a récua de burros albardados de açoites, pancadas e
dichotes vários, filhos da fruta, vê lá onde é que vais dar com os
cornos, viva a guarda da república, viva a república da guarda."

José
Saramago, Levantado do chão
Vitor mango
Vitor mango

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 8:30 am

E será k igriêja katolika vai enviar o Papa ao seu funeral???
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Mensagem por Vitor mango Sex Jun 18, 2010 8:42 am

Kllüx escreveu:E será k igriêja katolika vai enviar o Papa ao seu funeral???

Um armario aberto dizewndo que nao teem esqueletos no dito

MURREU JOSÉ SARAMAGO Armario

MURREU JOSÉ SARAMAGO Funny_family_reunion_card-p137867603458363185qi0i_400
Vitor mango
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Mensagem por Viriato Sex Jun 18, 2010 9:22 am

"O Deus da Bíblia não é de fiar"; a "Bíblia é um rosário de incongruências"

José Saramago, sobre "Caim"
Viriato
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Mensagem por Viriato Sex Jun 18, 2010 9:49 am

Morre o homem, nasce a eternidade

O meu livro favorito dele é o Levantado do Chão. Pela geografia, está ali um Alentejo que não vivi, mas que ficou a viver em mim. E pelo corpo, o corpo daqueles que a opressão não consegue esmagar.

E o teu? E porquê?

Valupi


Gostei de quase todos. Aguardava mais um. Foi pena!!! Mas do último, Caim, gostei muito. Põe a nú a sacanice da igreja. Ou melhor. Das igrejas..... são todas iguais.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:05 am

A tradutora Margaret Jull Costa elogiou hoje a “imaginação e humanidade” do escritor José Saramago, hoje falecido, de quem traduziu várias obras para a língua inglesa.

Um exemplo, afirmou à agência Lusa, está no livro “Todos os Nomes”, onde a personagem Zé começa por ser um ninguém e o escritor “faz dele um herói”.

Surpreendida pela Lusa com a notícia da morte do escritor, Jull Costa manifestou-se “triste e privilegiada” por ter traduzido os livros do Prémio Nobel da Literatura 1998.

Atualmente está a terminar a tradução de “Caim”, enquanto aguarda o lançamento no Reino Unido de “A Viagem do Elefante”, em agosto.

No passado traduziu, entre outros, “As Pequenas Memórias”, “As Intermitências da Morte”, “O Homem Duplicado” e “A Caverna”

Em 2000 foi distinguida com o prémio de tradução Weidenfeld pela tradução de "Todos os Nomes", de José Saramago.

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:06 am

O primeiro ministro considerou hoje que José Saramago foi “um dos grandes vultos” da cultura, dizendo que o país se “orgulha” da sua obra literária e que a sua morte constitui uma perda para a cultura nacional.

José Sócrates falava aos jornalistas após ter encerrado uma conferência promovida pelo Diário Económico, intitulada “A escola do futuro na era da economia digital”, na Gare Marítima de Alcântara.

“Recebi a notícia da morte de José Saramago com muito pesar. Entendo que é uma perda para a cultura portuguesa e o meu dever, neste momento, é endereçar palavras de coragem e de condolências”, disse.

Na perspetiva de José Sócrates, “os portugueses apreciaram muito a obra e a carreira de José Saramago, que deixou uma obra que orgulha o país”.

“Tenho a certeza que esse é o sentimento que todos os portugueses neste momento evocam”, frisou.

Interrogado sobre a possibilidade de o Governo decretar luto nacional pela morte de José Saramago, o primeiro ministro recusou-se, para já, a pronunciar-se sobre essa ideia.

“Acabei de receber a notícia [da morte de José Saramago] e recebi-a, como disse, com pesar e muita tristeza. É portanto cedo para pensarmos nisso. Mas quero salientar que José Saramago deixa uma grande obra literária, que dignifica e orgulha o país”, respondeu José Sócrates.

Para o primeiro ministro, José Saramago “foi um dos grandes vultos da nossa cultura e o seu desaparecimento torna a nossa cultura mais pobre”.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:07 am

O escritor José Saramago “era um homem controverso, como todas as grandes personalidades, mas cultivava uma proximidade discreta e secreta com Portugal”, afirmou hoje o ex-ministro Manuel Maria Carrilho à Agência Lusa em Paris.

O atual embaixador de Portugal junto da UNESCO (a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) recorda Saramago como um rosto de Portugal no estrangeiro, “e não apenas da sua cultura, porque a cultura é o rosto do país”.

“José Saramago cultivava o lado iconoclasta da sua personalidade”, lembrou também o antigo ministro da Cultura sobre o Prémio Nobel da Literatura de 1998.

Manuel Maria Carrilho recordou que “estava apenas há duas semanas no Governo” de António Guterres quando o júri do Prémio Camões decidiu distinguir José Saramago em 1995, o que abriu a porta “a uma primeira oportunidade para a normalização de relações do Estado português com um grande escritor como ele”.

“Saramago estava muito magoado com o Estado e com absoluta razão, na sequência do caso com Sousa Lara e a secretaria de estado da Cultura”, explicou Manuel Maria Carrilho.

José Saramago faleceu hoje aos 87 anos na sua casa na ilha espanhola de Lanzarote.

PRM.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:10 am

A Academia Brasileira de Letras está “enlutada” por causa da morte de José Saramago, disse hoje à Lusa o presidente da ABL, Marcos Vilaça.

“É uma grande perda para a língua portuguesa. Estamos todos muito entristecidos. A Academia está enlutada”, assinalou.

“Saramago vai fazer uma falta grande, porque era um escritor muito singular e original, cujo temperamento contribuía para ser uma controvérsia ambulante, e um grande intelectual universal da língua portuguesa”, acrescentou.

Marcos Vilaça lamentou que José Saramago, eleito em julho de 2009 sócio correspondente da ABL, não tivesse tomado posse.

“Ele insistia que vinha tomar posse. E, quando estávamos nessa expetativa, recebemos a triste notícia de sua morte”, declarou.

José Saramago seria o sétimo ocupante da cadeira número 16 da ABL.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:11 am

A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, manifestou hoje pesar pela morte de José Saramago, 87 anos, destacando que a obra do Nobel da Literatura português fica marcada pela "liberdade de pensamento".

"Foi um homem que afirmou a sua criação literária através da liberdade de pensamento", destacou a governante, que se encontra em Sintra a participar numa reunião de ministros da cultura da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Gabriela Canavilhas referiu que a notícia "caiu de rompante" durante a reunião, provocando "um grande constrangimento e pesar" entre os ministros da cultura da CPLP presentes, nomeadamente de Angola, Brasil, Cabo Verde e Guiné-Bissau, além de representantes dos restantes países.

"Fizemos um minuto de silêncio e elaborámos um texto conjunto de pesar", pela morte do Nobel da Literatura português, que faleceu em casa, em Lanzarote.

A ministra da Cultura recordou ainda a "força crítica e de auto-crítica" na obra literária de Saramago, e apontou como obras marcantes, a título pessoal, "Ensaio sobre a Cegueira" (1995) e "As Intermitências da Morte" (2005), que considerou "geniais".

Gabriela Canavilhas referiu ainda que o texto de pesar assinado em conjunto pelos ministros da cultura da CPLP, reunidos em Sintra, vai ser ainda hoje divulgado.

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:12 am

Um avião do Governo português partirá para Lanzarote para recolher o corpo de José Saramago que transportará depois para a capital portuguesa onde será realizada uma cerimónia fúnebre, confirmou à Lusa fonte diplomática portuguesa.

A fonte explicou que no avião, que ainda não está decidido se segue hoje ou no sábado, viajará a ministra da Cultura Gabriela Canavilhas.

De Madrid viajará hoje mesmo para Lanzarote o embaixador português.

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:15 am

Os restos mortais de José Saramago serão transferidos no sábado para Portugal onde se realiza o seu funeral, disse à Lusa fonte do cabildo de Lanzarote (Canárias, Espanha).

“Os restos mortais sairão de Lanzarote amanhã (sábado)”, disse a fonte do cabildo, a entidade administrativa desta localidade do arquipélago das Canárias.

A mesma fonte referiu que se espera um elevado número de visitas, tanto de individualidades locais e espanholas como de populares e residentes de Tias à capela ardente que hoje será instalada na Biblioteca José Saramago.

“Era um filho da terra. Todos o quererão homenagear”, afirmou a mesma fonte.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:16 am

O escritor moçambicano Nelson Saúte considerou hoje que toda “a literatura perdeu um grande vulto” com a morte de José Saramago, autor português e Prémio Nobel da Literatura em 1998.

Nelson Saúte conheceu pessoalmente José Saramago e, enquanto jornalista, chegou a entrevistá-lo em sua casa. “Lembro-me dessa ocasião como uma ocasião de grande fraternidade, era um homem de grande afabilidade” recordou hoje à Lusa, emocionado, o escritor moçambicano.

Para Nelson Saúte, toda “a literatura perdeu um grande vulto”.

“Saramago pode ser resgatado em todo o universo da língua portuguesa, a obra dele galgou fronteiras, foi um escritor universal”, disse o autor.

Nelson Saúte realçou ainda a “escrita quase exuberante, nova para o universo da língua portuguesa e rompendo com os ditames comuns,” do escritor que “inovou a literatura”.

José Saramago morreu hoje, aos 87 anos, em Lanzarote, após doença prolongada. “Não perde só Portugal, perdemos todos, é um forte abalo para as nossas literaturas”, continuou Nelson Saúte, para quem com a morte do escritor português “fica aquela voz imensa, única no universo da literatura”.

Em 1989, Saramago esteve em Moçambique e “humildemente” passou pela Associação de Escritores, onde contou que “o que tinha marcado a sua obra era ter encontrado a sua voz, voz que ele levou algum tempo a encontrar” (José Saramago publicou o primeiro livro aos 25 anos), lembrou Nelson Saúte, que confessou “gostar particularmente do livro O Ano da Morte de Ricardo Reis, sem descurar tantos outros publicados posteriormente”.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:17 am

O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, manifestou hoje “profundo pesar e enorme mágoa” pela morte de José Saramago, militante comunista desde 1969, e considerou que o escritor “merece a homenagem” do luto nacional.

Numa declaração na sede do PCP em Lisboa, o líder comunista salientou que a morte de Saramago, hoje, aos 87 anos, “constitui uma perda irreparável para Portugal, para o povo português, para a cultura portuguesa”.

Comentando a hipótese de ser decretado luto nacional, Jerónimo de Sousa, considerou que “José Saramago merece essa homenagem do Estado e do povo português”.

“A dimensão intelectual, artística, humana, cívica, de José Saramago fazem dele uma figura maior da nossa História”, destacou Jerónimo de Sousa, assinalando que o escritor é “um dos nomes mais relevantes” da literatura nacional, com uma “vasta, notável e singular obra literária”.

O líder comunista destacou ainda o papel de Saramago na resistência à ditadura fascista.

“Construtor de Abril, enquanto interveniente ativo na resistência fascista, ele deu continuidade a essa intervenção no período posterior ao Dia da Liberdade como protagonista do processo revolucionário que viria a transformar profunda e positivamente o nosso país”, defendeu Jerónimo de Sousa.

O secretário geral do PCP lembrou que Saramago era militante comunista desde 1969 e sublinhou que a sua morte representa “uma perda para todo o coletivo partidário, para o partido que ele quis que fosse o seu até ao fim da sua vida”.

“Em nome do PCP, manifestamos o profundo pesar, a enorme mágoa pela morte do camarada José Saramago”, afirmou Jerónimo de Sousa, transmitindo ainda “sentidas condolências” à mulher do escritor, Pilar del Rio, e restante família.

“O PCP, tendo em conta a sua figura, a sua obra, a sua contribuição para o 25 de Abril, continuará a colocar José Saramago como um dos seus militantes mais destacados e fará as respetivas homenagens que tal figura comporta”, destacou o líder comunista.
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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:20 am

O selecionador português de futebol, Carlos Queiroz, considerou hoje que José Saramago foi um exemplo de juventude e irreverência, sobretudo nos últimos anos de vida.

“Ele consegue acabar como se estivesse no princípio. Isso é o exemplo de juventude, de irreverência, que eu acho que devia ser um modelo para todos nós. Não importa a idade, o que interessa, são os valores, os princípios e as aventuras de alma”, referiu.

Para Carlos Queiroz, José Saramago tinha um “sentido perfecionista, aventureiro”.

“Para mim, daquilo que conheço da obra dele, o que nos deixa é o convite à reflexão e o estimulo que todos podem debater coisas que no passado foram tabus e era difícil de forma aberta as pessoas falarem disso com paixão, com calor da razão”, referiu.

Prémio Nobel da Literatura, José Saramago morreu hoje, aos 87 anos, na sua casa, na ilha de Lanzarote, “em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença", indicou a Fundação com o seu nome, em comunicado.

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Mensagem por Kllüx Sex Jun 18, 2010 11:21 am

A ministra da Cultura espanhola lamentou hoje profundamente a morte do escritor José Saramago, um homem que “queria muito a Espanha, com uma alma muito portuguesa”.

Esse é um sentimento, disse Ángelez González-Sinde, que sempre uniu os espanhóis ao autor português, que faleceu hoje na sua casa em Tías (Lanzarote), no arquipélago espanhol das Canárias.

“Isso é também o que nós amamos de Saramago”, disse, afirmando que “hoje é um dia triste para a cultura”.

“Teremos que nos começar a habituar que já não vamos ter mais obras novas de Saramago, nem os seus artigos. Tínhamo-nos habituado a uma presença muito constante”, afirmou Sinde, em Segovia.

Admitindo que muitos leitores e muitos espanhóis continuam “de costas voltadas à cultura portuguesa”, a governante salientou que Saramago “abriu a porta a essa cultura tão maravilhosa” de que todos “depois se apaixonaram”.

González-Sinde destacou ainda Pilar del Rio, viúva de Saramago, como “uma magnífica tradutora da sua obra e difusora do seu pensamento”.

“Saramago era um homem muito comprometido, progressista, muito de esquerdas. E o seu compromisso ideológico com as vítimas e com os conflitos, que fazia parte da sua ideologia, era também parte da sua vocação”, afirmou.

“O compromisso de Saramago era também de arriscar”, disse, recordando que Saramago sempre foi figura presente em várias manifestações e ações sociais e políticas

Gonzalez-Sinde afirmou que na despedida de Saramago se respeitará sempre a vontade da família, com o “claro respeito e homenagem” que o Ministério da Cultura espanhol dedica ao escritor português “desde sempre”.

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Mensagem por Vitor mango Sex Jun 18, 2010 11:33 pm


Para Lula, Saramago foi 'militante da liberdade'

Fabrícia Peixoto

Da BBC Brasil em Brasília

Lula nesta sexta-feira em fábrica no Rio (foto: Ricardo Stuckert/PR)

Lula lamentou a morte do Prêmio Nobel de literatura

Em uma nota de pesar divulgada nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descreveu o escritor português José Saramago, morto pela manhã, como um “militante das causas sociais e da liberdade”.

Ainda segundo o presidente, Saramago contribuiu “de maneira decisiva para valorizar a língua portuguesa”.

“De origem humilde, tornou-se autodidata e se projetou como um dos maiores nomes da literatura mundial. Nós, da comunidade lusófona, temos muito orgulho do que o seu talento fez pelo engrandecimento do nosso idioma.”

“Intelectual respeitado em todo o mundo, Saramago nunca esqueceu suas origens, tornando-se militante das causas sociais e da liberdade por toda a vida. Neste momento de dor, quero me solidarizar, em nome dos brasileiros, com toda a nação portuguesa pela perda de seu filho ilustre”, acrescentou o presidente.

Leia abaixo as reações de outras personalidades no Brasil à notícia da morte de José Saramago:
Marcos Villaça, advogado e presidente da Academia Brasileira de Letras

“A Academia estava aguardando a informação de quando José Saramago viria ao Rio para providenciar a organização da sua posse na Cadeira 16 de sócio correspondente. A notícia nos deixou em estado de enorme tristeza.

A próxima sessão acadêmica, quinta-feira que vem, na ABL, será dedicada à memória do grande escritor português, por quem sempre tivemos o maior respeito e admiração.”
Nélida Piñon, escritora e integrante da Academia Brasileira de Letras

“Estou em Lisboa, onde recebo a notícia de que Saramago nos deixou. Sofro um sobressalto, uma profunda tristeza.

Perdemos um mestre da língua e da narrativa. Quem rastreou a história humana com fervor literário, talento, poderosa imaginação. Quem honrou a língua e nos inspirou admiração e orgulho. Amanhã irei ao seu velório para prestar-lhe todas as homenagens do mundo, que ele merece.”
Juca Ferreira, sociólogo e Ministro da Cultura

“A morte de Saramago significa a perda de um grande escritor, de uma pessoa que ultrapassa a fronteira de Portugal e ultrapassa inclusive a fronteira dos países de língua portuguesa.

Saramago é importante para a literatura mundial, uma pessoa extremamente crítica às características da vida nesse início de século 21, cáustico, e que deixou uma literatura reconhecida no mundo inteiro. É uma pessoa enorme.

Sempre quando uma pessoa morre há uma atenção maior sobre o valor da sua obra. Eu acho que o Brasil vai perceber que estava dando uma atenção menor do que o significado da obra dele.”
Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores

“O Ministro Amorim lamenta a perda de um homem que, com sua obra, deixou uma extraordinária contribuição para a literatura mundial e para a valorização da língua portuguesa, além de representar, por sua conduta pessoal, um exemplo de atuação engajada em favor de um mundo mais justo.”
Cícero Sandroni, jornalista e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras

“Não há como escapar do clichê. Foi uma grande perda para a literatura escrita portuguesa.

Embora tenha começado tarde, na comparação com outros escritores, desde seus primeiros livros ele fez um trabalho de destaque, na linguagem e no estilo.

Depois de Saramago, a literatura portuguesa ganhou uma projeção internacional. Ele foi fundador de um novo estilo, de uma nova visão de mundo, e certamente suas obras vão perdurar por séculos e séculos. O que podemos fazer agora é lastimar sua morte.”
Leyla Perrone-Moisés, crítica literária e professora da Universidade de São Paulo

“Qualquer que seja a posição dos leitores com respeito às opiniões políticas do homem Saramago, ninguém pode acusá-lo de ter feito literatura partidária ou militante.

O romancista defendeu suas ideias não com pregação política ou lições de moral, mas por meio da melhor literatura de ficção, aquela que, nos prendendo com histórias envolventes e nos embalando numa linguagem musical, nos faz refletir sobre a história passada e a sociedade atual.

Apesar da firmeza de suas ideias, em seus romances Saramago sempre tratou a história e a realidade com mão leve, num registro imaginário ou mesmo fantástico que, ao levantar o leitor do chão, a este o devolvia mais lúcido e mais fraterno.”
Vitor mango
Vitor mango

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