A coisa está negra
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A coisa está negra
A coisa está negra
A Europa está madura para grandes transformações políticas e sociais, como no tempo da revolução francesa ou da revolução soviética. Agora, as exigências são outras: mais democracia, mais transparência, mas rigor nas contas públicas, melhor distribuição da riqueza produzida. As velhas soluções protagonizadas pelos partidos comunistas (entre nós pelo PCP e pelo BE) caducaram e, por isso, não mobilizam o descontentamento resultante da profunda crise em que vivemos. Ninguém produz uma ideia nova, um rumo – partir a loiça toda para construir tudo de novo. A filosofia alemã não produziu, em mais de um século, um outro Marx (ou mesmo um Hegel ou um Engels). Heidegger não deu uma para a caixa. A senhora Merkel (que não foi bafejada pela filosofia alemã) reúne num só corpo o pior das «duas» Alemanhas. Os socialistas, sociais-democratas, liberais ou democratas-cristãos andam todos aos papéis no caixote do lixo: estão à espera que o mundo volte a ser o que era. Não volta. E se não volta o que está para a frente é algo diferente, ainda indecifrável. Este era o momento da Europa dar o murro na mesa. Para sobreviver. Para decifrar o futuro. Mas não há pensamento político consistente que sustente o murro. E todos têm medo de partir o pulso, em vez de partir a mesa. Os «mercados financeiros» agradecem a inércia, enquanto por cá há quem acredite que um Passos Coelho ou um Paulo Portas podem resolver a situação. Haja juízo.
Por Tomás Vasques
A Europa está madura para grandes transformações políticas e sociais, como no tempo da revolução francesa ou da revolução soviética. Agora, as exigências são outras: mais democracia, mais transparência, mas rigor nas contas públicas, melhor distribuição da riqueza produzida. As velhas soluções protagonizadas pelos partidos comunistas (entre nós pelo PCP e pelo BE) caducaram e, por isso, não mobilizam o descontentamento resultante da profunda crise em que vivemos. Ninguém produz uma ideia nova, um rumo – partir a loiça toda para construir tudo de novo. A filosofia alemã não produziu, em mais de um século, um outro Marx (ou mesmo um Hegel ou um Engels). Heidegger não deu uma para a caixa. A senhora Merkel (que não foi bafejada pela filosofia alemã) reúne num só corpo o pior das «duas» Alemanhas. Os socialistas, sociais-democratas, liberais ou democratas-cristãos andam todos aos papéis no caixote do lixo: estão à espera que o mundo volte a ser o que era. Não volta. E se não volta o que está para a frente é algo diferente, ainda indecifrável. Este era o momento da Europa dar o murro na mesa. Para sobreviver. Para decifrar o futuro. Mas não há pensamento político consistente que sustente o murro. E todos têm medo de partir o pulso, em vez de partir a mesa. Os «mercados financeiros» agradecem a inércia, enquanto por cá há quem acredite que um Passos Coelho ou um Paulo Portas podem resolver a situação. Haja juízo.
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