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Daniel Oliveira: Antes pelo contrário

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Mensagem por Vitor mango Seg Jan 10, 2011 2:09 pm

Daniel Oliveira: Antes pelo contrário
Daniel Oliveira:
Vá bater a outra porta
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
8:09 Segunda feira, 10 de Janeiro de 2011
Uma senhora fala de pobreza com o chefe de Estado. E ele manda-a pedir ajuda a outros, mas não ao Estado que ele representa. Demite o Estado e demite-se a si próprio, como seu chefe.

Uma senhora aproxima-se do Presidente da República e fala-lhe de pobreza. Da sua pobreza. Cavaco Silva começa por atacar os adversários, que o criticaram por usar a pobreza em campanha. Depois responde: "vá a uma instituição de solidariedade que não seja do Estado".

Para quem não se recorde: o cidadão Cavaco Silva ocupa um cargo. Ele é o chefe de Estado. Ou seja, ocupa o cargo máximo do Estado. E explica à senhora que não deve, para resolver o seu problema, procurar a entidade que ele dirige e para a qual pagamos impostos para, entre outras coisas, combater a pobreza.

Cavaco Silva, o Presidente, não representa o Banco Alimentar contra a Fome ou a Caritas. Representa o Estado. E demite esse mesmo Estado, naquela frase, das suas funções sociais. E com isso demite-se ele próprio das suas obrigações.

Para quem não se recorde: o cidadão Cavaco Silva é candidato a um cargo político. Mas não responde com escolhas e soluções políticas concretas pelas quais tem responsabilidades, mesmo que de representação. Responde, mandando a senhora procurar a caridade de outros. Cavaco não se limita a demitir-se do seu papel de homem de Estado. Demite-se do seu papel de político.

Esta episódio vale mais do que mil discursos. Cavaco expõe o seu programa contra a pobreza: a caridade. O papel que reserva para o Estado no combate à pobreza: a demissão. E a sua utilidade como político: nenhuma. Se é para termos um chefe de Estado que manda os portugueses que sofrem os efeitos mais dramáticos da crise bater em porta alheia, o mais longe possível do Estado que ele representa, para que precisamos nós dele?
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Manobras de diversão
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
8:00 Sexta feira, 7 de Janeiro de 2011
Os apoiantes de Cavaco Silva tentam pôr no mesmo plano a valorização artificial de ações da SLN, detentora de um banco pago por todos nós, com um texto para um espaço de publicidade. À falta de esclarecimentos, aposta-se no absurdo.

Como era de esperar, em vez do esclarecimento veio o contra-ataque. Manuel Alegre terá feito um texto para um espaço com patrocínio do BPP nas páginas do EXPRESSO. Pelo qual terá recebido 1.500 euros.E isto compara-se com o quê? Com um negócio em que Cavaco Silva compra e vende ações da SLN ao preço decidido pelo vendedor e comprador, com uma enorme margem de lucro e que rendeu a si e á sua filha mais de trezentos mil euros, com prejuízo evidente para à sociedade, em troca de oferecer credibilidade a uma empresa dirigida por correlogionários políticos.

À falta de esclarecimentos, os apoiantes de Cavaco Silva querem fazer passar a ideia de que se Cavaco tem o BPN, Alegre tem o BPP. Um participou num negócio que tresanda a troca de favores, outro fez um texto patrocinado. Tem tudo a ver, não tem?

Fico por quatro diferenças evidentes. A primeira: o BPP não está a ser pago pelos contribuintes, o BPN está. A segunda: Cavaco Silva era acionista do SLN e na compra e venda de ações deu a sua ajuda ao estado em que a sociedade ficou. Como acionista tinha obrigação de saber o que estava a fazer e, com os contactos que tinha naquele banco, não há como acreditar que estivesse às escuras. Alegre fez um texto pago por uma agência de publicidade patrocinado por um banco com a qual não tinha qualquer contato. Ainda por cima mal pago. A terceira: Cavaco Silva participou numa decisão política relacionada com nacionalização dos prejuízos do BPN. Prejuízos para os quais terá contribuído. Manuel Alegre não decidiu nada que envolvesse do BPP, porque o Parlamento nada decidiu em relação àquele banco. Quarta: o BPN está intimamente ligado ao circulo político de Cavaco Silva e a quem financiou as suas campanhas. Não se conhece nenhuma ligação do BPP a Manuel Alegre.

Pode-se discordar que um deputado escreva aquele texto para aquele fim. Mas trata-se de um assunto muito pouco relevante perante os cinco mil milhões que o Estado pode vir a enterrar no BPN. A comparação entre as duas coisas é de tal forma absurda que ninguém de boa-fé a poderá aproveitar.

Compreende-se a vontade de baralhar. Depois de se desvalorizar e de fingir de que não se percebe do que se está a falar, tenta-se criar a ideia de que no fundo todos estão envolvidos em negócios estranhos com bancos. Mas para quem está minimamente informado a pergunta mantém-se: onde está o contrato que levou a uma valorização artificial das ações de Cavaco Silva? E qual o interesse da SLN em fazer esse negócio? Chega de manobras de diversão e venham os esclarecimentos.
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Vitor mango
Vitor mango

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