Infografia: Quem tem razão sobre a subida da dívida pública: Sócrates ou Portas?

Infografia: Quem tem razão sobre a subida da dívida pública: Sócrates ou Portas?
10 Maio 2011 | 15:48
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt

Nuno Teixeira - Infografia






O debate entre
José Sócrates e Paulo Portas, na TVI, ficou marcado pela troca de muitas
acusações e de números divergentes sobre o agravamento da dívida
pública portuguesa, em comparação com os outros países da União
Europeia. Quem tem razão? Veja aqui a infografia para esclarecer as suas
dúvidas.


O debate entre José Sócrates e Paulo Portas, na TVI,
ficou marcado pela troca de muitas acusações e de números divergentes
sobre o agravamento da dívida pública portuguesa, em comparação com os
outros países da União Europeia.

O primeiro-ministro concedeu que o endividamento do Estado subiu consideravelmente, mas disse que este se deveu à crise financeira internacional e que foi até menor em Portugal do que noutros países europeus.

Já
o líder do CDS-PP contrariou o primeiro-ministro e mostrou um gráfico
que traça a evolução da dívida durante a governação socialista, entre
2005 e 2011, com Portugal a surgir como o país europeu onde o
agravamento tinha sido mais acentuado.

Disse Portas
que a subida do endividamento não pode ser explicada pelo contexto
internacional, mas deve-se a erros graves da política socialista. Esse
foi, aliás, o argumento central para justificar que o CDS não possa
sequer ponderar coligar-se com o PS de Sócrates para eventualmente
garantir um governo maioritário após as eleições de 5 de Junho.

“Eu
não entendo que se devam colocar 78 mil milhões de euros que são a
última oportunidade que nós temos para pôr o Estado e as contas em dia e
para permitir o crescimento económico (...) que se deva colocar a gerir
esse dinheiro quem apenas soube gastar mais, desperdiçar mais,
endividar mais, ou seja, José Sócrates", disse.

O
Negócios fez a prova dos nove. Ou várias provas dos nove, já que os
mesmos números podem ser olhados de diferentes perspectivas e levar a
interpretações distintas.

Usando o mesmo período de
referência usado por Paulo Portas e a base de dados da União Europeia
(Ameco), que assume para 2011 as últimas previsões da Comissão Europeia, podem fazer-se, pelo menos, três constatações:

-
Portugal foi o quinto país da União Europeia e o terceiro da Zona Euro,
depois da Irlanda e da Grécia (precisamente os países já
intervencionados) onde o rácio da dívida pública sobre o PIB mais
aumentou em pontos percentuais: 27,2.

- Portugal foi
o 12º país da UE e o 7º da Zona Euro onde, ao longo deste período, a
variação percentual do peso da dívida no PIB foi mais expressiva: 44%.

-
Em 2005, Portugal estava um pouco acima do meio da tabela europeia, com
a 10ª dívida pública mais elevada da UE. Em 2011 terá a 5ª mais alta.

Visto
de vários ângulos, pode, assim, tirar-se uma conclusão: Portugal não
foi o país da União Europeia, nem da Zona Euro, onde a dívida mais
cresceu, mas não ficou muito longe disso. Claramente pior do que
Portugal, fizeram Irlanda, Grécia e Reino Unido.

veja aqui como *Portas mentiu


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