Obama e FMI alertam para riscos de não elevar teto da dívida dos EUA
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Obama e FMI alertam para riscos de não elevar teto da dívida dos EUA
Obama e FMI alertam para riscos de não elevar teto da dívida dos EUA
Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington
Atualizado em 29 de junho, 2011 - 16:16 (Brasília) 19:16 GMT
Foto: Reuters
Se EUA não pagarem suas contas, consequências serão 'imprevisíveis', disse o presidente
Faltando pouco mais de um mês para que os Estados Unidos ultrapassem o limite legal de seu endividamento público, o presidente Barack Obama e o FMI alertaram nesta quarta-feira sobre o impacto que a falta de um acordo para elevar o teto da dívida poderá ter na economia americana e no resto do mundo.
“Se os Estados Unidos, pela primeira vez, não puderem pagar suas contas, as consequências para a economia americana serão significativas e imprevisíveis”, disse Obama em uma coletiva na Casa Branca.
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* Economia
Antes da entrevista, o FMI já havia divulgado um relatório no qual recomenda que governo e congressistas cheguem logo a um acordo para elevar o teto da dívida americana.
Segundo o FMI, a dívida dos Estados Unidos está em uma “trajetória insustentável”, e um fracasso em elevar o limite irá causar “choques severos” na ainda frágil recuperação da economia americana e nos mercados globais.
A dívida pública americana atingiu seu limite legal, de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,5 trilhões), no dia 16 de maio.
Na ocasião, o governo anunciou a adoção de medidas temporárias para impedir que a dívida ultrapasse o teto, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão.
No entanto, segundo o Tesouro americano, mesmo com essas medidas o endividamento irá ultrapassar o limite no dia 2 de agosto, a não ser que o Congresso aprove a elevação do teto.
Acordo
A negociação para elevar o teto da dívida enfrenta um impasse no Congresso, onde a oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes (deputados federais), exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata.
Os Estados Unidos registram um deficit no orçamento estimado em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 2,2 trilhões) para este ano fiscal (até o fim de setembro), e o Congresso vem negociando um pacote para cortar gastos.
Apesar das dificuldades, Obama disse esperar um acordo no Congresso e que os republicanos aceitem aumentos de impostos como parte do pacote de negociação, acabando assim com as reduções concedidas para petrolíferas e para a parcela mais rica da população americana.
“Os cortes de impostos que estou propondo que eliminemos são aqueles cortes de impostos para milionários e bilionários, cortes de impostos para petrolíferas, gerentes de fundos hedge e proprietários de jatinhos”, disse Obama.
Os republicanos são contra o fim dessas reduções de impostos. Por outro lado, os democratas se recusam a cortar programas sociais considerados muito onerosos pela oposição.
O próprio Obama disse que, apesar de esses programas sociais serem benéficos, os Estados Unidos não podem sustentar alguns deles neste momento.
Alertas
Os alertas desta quarta-feira vêm se somar a outras declarações recentes feitas por autoridades americanas, como o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, que disse há duas semanas que os mercados financeiros globais sofrerão distúrbios caso os Estados Unidos deixem de cumprir suas obrigações financeiras.
Os altos níveis de endividamento e deficit no orçamento americano ocorrem em um momento em que a economia se recupera da crise financeira global em ritmo mais lento do que o desejado.
Em seu relatório, o FMI prevê crescimento de 2,5% neste ano e 2,7% em 2012, abaixo da projeção do Fed, de 3,3% no próximo ano.
O documento diz que o desafio para os Estados Unidos é conseguir estabilizar suas dívidas sem prejudicar o crescimento, que ainda deve permanecer fraco por algum tempo.
As dificuldades nas negociações para elevar o teto da dívida e aprovar o orçamento também já levaram agências de classificação de risco a alertarem sobre a possibilidade de rebaixamento da nota dada aos Estados Unidos.
A agência de classificação de risco Moody´s advertiu no início do mês que, caso o Congresso não chegue a um acordo, poderá rebaixar a classificação da dívida americana devido ao “muito pequeno, mas crescente risco de moratória”.
A Standard & Poor´s rebaixou em abril sua perspectiva da dívida dos Estados Unidos de “estável” para “negativa”, em uma medida de alerta para a possibilidade de rebaixamento na classificação de crédito do país – atualmente “AAA”, a mais alta existente, que demonstra grande capacidade de cumprir seus compromissos financeiros.
Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington
Atualizado em 29 de junho, 2011 - 16:16 (Brasília) 19:16 GMT
Foto: Reuters
Se EUA não pagarem suas contas, consequências serão 'imprevisíveis', disse o presidente
Faltando pouco mais de um mês para que os Estados Unidos ultrapassem o limite legal de seu endividamento público, o presidente Barack Obama e o FMI alertaram nesta quarta-feira sobre o impacto que a falta de um acordo para elevar o teto da dívida poderá ter na economia americana e no resto do mundo.
“Se os Estados Unidos, pela primeira vez, não puderem pagar suas contas, as consequências para a economia americana serão significativas e imprevisíveis”, disse Obama em uma coletiva na Casa Branca.
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* Economia
Antes da entrevista, o FMI já havia divulgado um relatório no qual recomenda que governo e congressistas cheguem logo a um acordo para elevar o teto da dívida americana.
Segundo o FMI, a dívida dos Estados Unidos está em uma “trajetória insustentável”, e um fracasso em elevar o limite irá causar “choques severos” na ainda frágil recuperação da economia americana e nos mercados globais.
A dívida pública americana atingiu seu limite legal, de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,5 trilhões), no dia 16 de maio.
Na ocasião, o governo anunciou a adoção de medidas temporárias para impedir que a dívida ultrapasse o teto, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão.
No entanto, segundo o Tesouro americano, mesmo com essas medidas o endividamento irá ultrapassar o limite no dia 2 de agosto, a não ser que o Congresso aprove a elevação do teto.
Acordo
A negociação para elevar o teto da dívida enfrenta um impasse no Congresso, onde a oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes (deputados federais), exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata.
Os Estados Unidos registram um deficit no orçamento estimado em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 2,2 trilhões) para este ano fiscal (até o fim de setembro), e o Congresso vem negociando um pacote para cortar gastos.
Apesar das dificuldades, Obama disse esperar um acordo no Congresso e que os republicanos aceitem aumentos de impostos como parte do pacote de negociação, acabando assim com as reduções concedidas para petrolíferas e para a parcela mais rica da população americana.
“Os cortes de impostos que estou propondo que eliminemos são aqueles cortes de impostos para milionários e bilionários, cortes de impostos para petrolíferas, gerentes de fundos hedge e proprietários de jatinhos”, disse Obama.
Os republicanos são contra o fim dessas reduções de impostos. Por outro lado, os democratas se recusam a cortar programas sociais considerados muito onerosos pela oposição.
O próprio Obama disse que, apesar de esses programas sociais serem benéficos, os Estados Unidos não podem sustentar alguns deles neste momento.
Alertas
Os alertas desta quarta-feira vêm se somar a outras declarações recentes feitas por autoridades americanas, como o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, que disse há duas semanas que os mercados financeiros globais sofrerão distúrbios caso os Estados Unidos deixem de cumprir suas obrigações financeiras.
Os altos níveis de endividamento e deficit no orçamento americano ocorrem em um momento em que a economia se recupera da crise financeira global em ritmo mais lento do que o desejado.
Em seu relatório, o FMI prevê crescimento de 2,5% neste ano e 2,7% em 2012, abaixo da projeção do Fed, de 3,3% no próximo ano.
O documento diz que o desafio para os Estados Unidos é conseguir estabilizar suas dívidas sem prejudicar o crescimento, que ainda deve permanecer fraco por algum tempo.
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