mentir mentir mentir
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mentir mentir mentir
por FERNANDA CÂNCIOHoje
O PM que se especializou em chamar mentiroso, entre outras delicadezas, ao PM que o antecedeu já foi ao Parlamento garantir que não mente quando diz que não mente. "Não tenho por hábito desmentir categoricamente para ocultar a verdade", disse, a propósito do alegado pedido de informações aos serviços de segurança sobre Bernardo Bairrão, o ex-administrador da TVI que ficou célebre por se ter despedido para ser secretário de Estado e acabou desempregado. A curiosa frase, que parece informar-nos de que só os desmentidos categóricos do PM são para levar a sério, surgiu na mesma intervenção em que este negou, sem ser categoricamente, que Bairrão tivesse sido sequer convidado.
Longe de mim chamar mentiroso a alguém, quanto mais a um primeiro-ministro, sem provas. Mas custa um pouco a crer que Bairrão se tivesse despedido a correr da TVI só para lhe criar um problema de comunicação. Quanto ao pedido de informações à Secreta, estou em crer que nunca saberemos a verdade, pelo que cada um acreditará no que quiser, dizendo o que melhor lhe aprouver. Foi a isso, aliás, que nos habituámos, sob a batuta do partido deste PM, a avaliar as coisas. Não interessa o que podemos provar; interessa aquilo em que nos dá jeito acreditar e as acusações que consideramos vantajosas. Lembram-se, por exemplo (entre tantas), da história fantástica de que Belém estava sob vigilância por parte do Governo Sócrates? O PSD cavalgou-a deliciado, chegando a então presidente a asseverar, num comício, que o jornal Público estava sob escuta (uma invenção do então director do diário, que acusou os serviços secretos de entrar nos seus mails, para no mesmo dia ser desmentido pela própria administração). Dava jeito? Acusava-se. Depois - ou seja, nunca - logo se via.
Como se dirigir o PSD fosse o mesmo que dirigir um tablóide do tipo News of the World: quanto mais lama, escândalo e nojeira, melhor. Aliás, para a analogia nem faltaram as escutas (cá feitas pela polícia, pelo menos ao que se sabe). Sucede, claro, que quando se assume o princípio de que tudo o que um Governo faz é suspeito e que todas as pessoas que o apoiam ou apoiam o partido do Governo são "boys" à espera de recompensa venal, não se pode esperar que a seguir, quando o Governo muda, os princípios mudem com ele. Inevitável, pois, que Passos fosse confrontado com as suas nomeações para a CGD como sendo favores partidários; que lhe mandem à cara cada cêntimo gasto pelos gabinetes; que lhe exijam os currículos dos nomeados e cor política (de que serve o famoso "portal da transparência" se só traz o nome e a idade?), que o acusem de "cambalacho", como fez o deputado do BE João Semedo, na "venda" do BPN ao BIC.
Semedo fê-lo, aparentemente, sem ter qualquer informação concreta sobre as outras ofertas; que interessa. Fê-lo porque acha que acusar um Governo de aldrabice e de prejudicar voluntariamente o País sem ter de provar o que diz é uma coisa normalíssima. E é, para o PSD.
O PM que se especializou em chamar mentiroso, entre outras delicadezas, ao PM que o antecedeu já foi ao Parlamento garantir que não mente quando diz que não mente. "Não tenho por hábito desmentir categoricamente para ocultar a verdade", disse, a propósito do alegado pedido de informações aos serviços de segurança sobre Bernardo Bairrão, o ex-administrador da TVI que ficou célebre por se ter despedido para ser secretário de Estado e acabou desempregado. A curiosa frase, que parece informar-nos de que só os desmentidos categóricos do PM são para levar a sério, surgiu na mesma intervenção em que este negou, sem ser categoricamente, que Bairrão tivesse sido sequer convidado.
Longe de mim chamar mentiroso a alguém, quanto mais a um primeiro-ministro, sem provas. Mas custa um pouco a crer que Bairrão se tivesse despedido a correr da TVI só para lhe criar um problema de comunicação. Quanto ao pedido de informações à Secreta, estou em crer que nunca saberemos a verdade, pelo que cada um acreditará no que quiser, dizendo o que melhor lhe aprouver. Foi a isso, aliás, que nos habituámos, sob a batuta do partido deste PM, a avaliar as coisas. Não interessa o que podemos provar; interessa aquilo em que nos dá jeito acreditar e as acusações que consideramos vantajosas. Lembram-se, por exemplo (entre tantas), da história fantástica de que Belém estava sob vigilância por parte do Governo Sócrates? O PSD cavalgou-a deliciado, chegando a então presidente a asseverar, num comício, que o jornal Público estava sob escuta (uma invenção do então director do diário, que acusou os serviços secretos de entrar nos seus mails, para no mesmo dia ser desmentido pela própria administração). Dava jeito? Acusava-se. Depois - ou seja, nunca - logo se via.
Como se dirigir o PSD fosse o mesmo que dirigir um tablóide do tipo News of the World: quanto mais lama, escândalo e nojeira, melhor. Aliás, para a analogia nem faltaram as escutas (cá feitas pela polícia, pelo menos ao que se sabe). Sucede, claro, que quando se assume o princípio de que tudo o que um Governo faz é suspeito e que todas as pessoas que o apoiam ou apoiam o partido do Governo são "boys" à espera de recompensa venal, não se pode esperar que a seguir, quando o Governo muda, os princípios mudem com ele. Inevitável, pois, que Passos fosse confrontado com as suas nomeações para a CGD como sendo favores partidários; que lhe mandem à cara cada cêntimo gasto pelos gabinetes; que lhe exijam os currículos dos nomeados e cor política (de que serve o famoso "portal da transparência" se só traz o nome e a idade?), que o acusem de "cambalacho", como fez o deputado do BE João Semedo, na "venda" do BPN ao BIC.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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