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Irfan Ahmad: "Como o Ocidente desdemocratizou o Oriente Médio"

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Mensagem por Vitor mango Ter Abr 10, 2012 12:44 am

Irfan Ahmad: "Como o Ocidente desdemocratizou o Oriente Médio"


Com o Oriente Médio em convulsão, disparada pela autoimolação
de Mohamed Bouazizi em janeiro de 2011, é hora de perguntar que fim
terá levado a pergunta que, por muito tempo dominou todo o discurso do
Ocidente sobre o Oriente Médio: “O Islã é compatível com a democracia?”
Por muitos anos, a resposta dominante foi “não”.

Por Irfan Ahmad, na Al-Jazira



Dentre outros, Elie Kedourie, MS
Lipset e Huntington defenderam essa ideia. Bernard Lewis, “o mais
influente historiador do Islã e do Oriente Médio” no pós-guerra, que
forneceu “a munição ideológica para a Guerra do Iraque”, foi quem mais
falou na defesa dessa posição. O principal argumento desses todos foi
que, ao contrário do Cristianismo, o Islã não separa religião e estado
e, portanto, a democracia seria impossível nas políticas islâmicas.

Aqui, argumento contra esse opinionismo, a partir de três pontos:

Primeiro, a posição de que o Islã seria incompatível com a democracia
sempre foi falsa, desde o início, porque foi usada para servir às
ambições imperiais do Ocidente e, desde o início, desconsidera a
autopercepção dos muçulmanos, para os quais o Islã é compatível com a
democracia e, além disso, o Islã é uma das melhores ferramentas para a
capacitação democrática dos povos para viverem sob democracia.

Segundo, argumento que o discurso da ‘democratização do Oriente Médio’ é
falso. não merece confiança, porque oculta e sempre ocultou os meios
pelos quais, de fato, o Ocidente desdemocratizou o Oriente Médio. Minha
posição é que, dos anos 1940s em diante, sempre houve experimentos
democráticos em andamento no Oriente Médio; e o Ocidente sempre os
subverteu com vistas a atender aos seus próprios interesses.

Apresento três exemplos de desdemocratização:


1. o golpe arquitetado pela CIA contra o governo eleito da Síria em 1949;
2. o golpe arquitetado por EUA e Reino Unido contra o Irã democrático em 1953; e
3. a subversão da democracia no Barein, nos anos 1970s.

E comento também as recentes desdemocratizações do Iraque e do Afeganistão, pelo Ocidente.

Terceiro, explico que o Oriente Médio foi desdemocratizado,
porque o Ocidente raramente o viu como conjunto de povos com história e
texturas dinâmicas e socioculturalmente ricas. As elites ocidentais
sempre viram Oriente Médio como região onde se acumulam ricos e variados
recursos naturais, para onde convergem os interesses estratégicos
ocidentais; daí que o objetivo do Ocidente sempre tenha sido manter o
Oriente Médio “estável” e “manobrável”.

Para Ernest Bevin, secretário do Exterior (1945-51) do Império
Britânico, sem “o petróleo e outros recursos potenciais [do Oriente
Médio], não há qualquer esperança de que algum dia alcancemos o padrão
de vida que [desejamos] para o Reino Unido”.

Irã: anatomia de uma revolução

Irfan Ahmad: "Como o Ocidente desdemocratizou o Oriente Médio" 20123271116643734_20

Em 1953, um golpe apoiado por EUA e Reino Unido mudou o regime democraticamente eleito do Irã

O falso debate

A visão ocidental, segundo a qual o Islã seria incompatível com a
democracia, tem raízes no Iluminismo que, diferente da sabedoria
revelada, era carregado de preconceitos – e que, citando John Trumpbour,
“atirou com a arma da islamofobia”. Assim, Alexis de Tocqueville dizia
que o Corão enfatiza a fé, não os feitos heroicos, razão pela qual o
Islã seria irreconciliável com a democracia. Em tempos de pós-2ª Guerra
Mundial, Kedouri, Huntington, Lewis e outros exibiram diferentes versões
desse argumento.

Essa visão ocidental, contudo, várias vezes foi endossada por muçulmanos
que acreditavam que o Islã e a democracia eram perfeitamente
compatíveis. Já em 1912, o filósofo indiano Abul Kalam Azad (nascido em
1888) escrevia: “O Islã vê todas as formas de governo não
constitucionais e não parlamentares como o maior dos pecados humanos.”
Para o turco Mustafa Fazil Pasha (nascido em 1829), o Islã determinou o
destino de cada um depois da vida, mas “não limita os direitos do povo”.
Abdullah Abdurrahman da África do Sul (nascido em 1870) observou que,
sem plena igualdade, “não pode haver e não há qualquer tipo de
instituição democrática”. Sem precisar estender-nos nos exemplos, basta
observar que a noção de soberania divina introduzida pelo indiano
Maududi e por Qutb do Egito são complexos desenvolvimentos que só
surgiram muito depois.

Diferente da autopercepção dos muçulmanos, o debate sobre uma alegada
incompatibilidade entre Islã e democracia prosseguiu no era pós-guerra.
Encapsulado sob uma “modernização”, esse debate foi parte integrante da
dominação ocidental sobre o Oriente Médio, porque o império mantém-se
não só pela força bruta, mas também porque se apresenta a serviço de
retóricas como a retórica da democracia.

Nos EUA, isso tomou forma institucional em 1983, quando o governo criou o
Fundo Nacional para a Democracia [orig. National Endowment for
Democracy (NED)]. Embora atualmente a Agência dos EUA para o
Desenvolvimento Internacional [orig. United States Agency of
International Development (USAID)], estabelecida em 1961 por John F
Kennedy, diga que os EUA “têm longa história de estender a mão para
ajudar os povos em terras distantes que lutam para viver em país livre e
democrático” e que a ajuda externa oferecida pelos EUA “sempre teve o
objetivo de expandir a democracia”. Quando a USAID foi constituída, o
objetivo não era promover a democracia, mas afastar o comunismo mediante
desenvolvimento e ajuda econômica.

Já em 1997, muito depois de constituído o NED, Fareed Zakaria – hoje
editor-correspondente da revista Newsweek (e então
diretor-administrativo da revista Foreign Policy) e apologista
neorrealista das políticas dos EUA – ainda agredia a democracia,
justificando as ações autoritárias dos ditadores no Oriente Médio, com o
seguinte argumento: “Em muitas partes do mundo, como Tunísia, Marrocos,
Egito e em alguns dos estados do Golfo, onde amanhã haverá eleições, os
regimes que serão provavelmente eleitos serão ainda menos liberais que
os que hoje estão no poder”.

Nem Zakaria nem a USAID, contudo, dizem como os EUA, e seus aliados,
entre os quais o Reino Unido, foram responsáveis, não pela promoção, mas
pela destruição da democracia. Isso, precisamente, é o que quero dizer
com “desdemocratização do Oriente Médio promovida pelo Ocidente”.
Ofereço então alguns exemplos.

Desdemocratização de Síria, Irã, Barein, Afeganistão e Iraque

Síria

O provavelmente primeiro cenário de desdemocratização foi a Síria.
Coerentes com a lógica do colonialismo, como Reino Unido e França haviam
desmembrado e dividido o Império Otomano para ali instalar o sistema do
Mandado com a cobertura da Liga das Nações, a Síria caiu sobre domínio
francês, do qual só se tornou independente em 1946. Ainda sob domínio
dos franceses, houve eleições presidenciais na Síria, depois das quais
um governo eleito (em eleições organizadas pelo princípio do voto
universal masculino), liderado por Shukri al-Quwatly, chegou ao poder,
para mandato de cinco anos, iniciado em agosto de 1943. O governo sírio,
depois da independência, era governo constitucional e legitimado por
princípios democráticos.

Em março de 1949, os EUA organizaram um golpe de estado contra o governo
de al-Quwatly, para instalar no poder um governo militar, presidido
pelo coronel Husni al-Zaim. A partir de pesquisa em documentos só agora
liberados para consulta pública, sabe-se já sem qualquer dúvida que
Stephen Meade, agente da CIA, teve papel central na montagem daquele
golpe. Meade encontrou-se pelo menos seis vezes com al-Zaim. Para Miles
Copland, diplomata dos EUA em Damasco, al-Zaim era um dos “America’s
boy”.

Os EUA desdemocratizaram a Síria, porque o governo democrático de
al-Quwatly era nacionalista e não aceitou viver sob ordens dos EUA. Ele
informou Washington que a Síria não aceitaria nenhuma política que
ameaçasse a segurança e a soberania do país, mesmo que isso implicasse
“desafiar a América”. Dentre várias exigências, os EUA queriam que a
Síria cumprisse pelo menos duas, o que o coronel al-Zaim fez rapidamente
e alegremente. Al-Zaim legitimou Israel, assinando um armistício; e
ratificou o projeto do oleoduto TAPLINE (Trans-Arabian Pipeline
Company), que permitiu à empresa ARAMCO (Arabian-American Oil Company)
bombear petróleo saudita através da Síria, até o Mediterrâneo. Antes, o
parlamento sírio já rejeitara as duas demandas, pelo que se sabe, dentre
outras razões, porque o Ocidente e os EUA apoiavam a partição da
Palestina e a criação de Israel e apoiavam Israel na guerra
árabe-israelense de 1948.

Entre 1949, quando foi derrubado o governo democrático de al-Quwatly, e
1955, foram organizados mais cinco golpes. As bases de sustentação da
desdemocratização da Síria não poderiam ser mais fortes.

Irã

O segundo grande teatro de desdemocratização foi o Irã, cujo governo
eleito foi derrubado, em 1953, por uma aliança EUA-Reino Unido. Mohammad
Mossadegh era primeiro-ministro eleito do Irã. Tinha o apoio do
parlamento iraniano para o seu programa de nacionalização. EUA e Reino
Unido organizaram um golpe, posto em prática pela CIA, para depor
Mossadegh – porque o Irã recusou-se a assinar concessões de petróleo
para o ocidente. Durante a 2ª Guerra Mundial, o Reino Unido assumiu o
controle militar no Irã, para impedir que fornecesse óleo à União
Soviética, aliada do Irã. Através da empresa Anglo-Iranian Oil Company, o
Reino Unido continuou a controlar o petróleo iraniano, mesmo depois da
guerra.

Mossadegh, formado na França, era altamente contrário à drenagem dos
recursos iranianos para o ocidente. Pouco depois de eleito
primeiro-ministro, em março de 1951, Mossadegh e sua aliança da Frente
Nacional, cuidaram de nacionalizar o petróleo iraniano e tirar os campos
de petróleo do controle estrangeiro. Uma das refinarias nacionalizadas
foi a de Abadan, naquele momento a maior que havia no mundo.

A Reino Unido retaliou e impôs sanções econômicas, apoiada em sua
massiva presença naval na região. Mossadegh não cedeu; quanto mais
resistia, mais aumentava sua popularidade entre os iranianos. Ante a
resistência de Mossadegh, a alianço Reino Unido-EUA organizou e executou
o golpe para “mudar o regime” de Mossadegh.

O Chile relembra o seu 11 de Setembro

O golpe de 1953 no Irã teve ecos significativos também para a América
Central e América do Sul. De fato, daquele momento em diante, passou a
ser modelo de mudança de regime. Apenas um ano depois, em 1954, como o
New York Times observou em 2000, a CIA organizou e executou outro golpe
bem sucedido na Guatemala. E a CIA, sem dúvida possível, arquitetou e
executou o 11 de Setembro, não o 11 de Setembro sobre o qual sempre se
pensa, mas o 11 de Setembro de1973. Naquela ocasião, a CIA derrubou o
governo democrático de Salvador Allende no Chile, para substituí-lo pela
ditadura do general Pinochet, que governou, com brutalidade raras vezes
vistas no mundo, por 17 longos anos.

Barein

Outro teatro de desdemocratização ativa no Oriente Médio foi o Barein,
ex-protetorado britânico. Em 1971, o Barein tornou-se independente. Em
dezembro de 1973, houve as primeiras eleições (voto universal masculino)
para eleger os 30 membros da al-majlis al-watani, a Assembleia
Nacional. Essa assembleia desafiou a autoridade sem qualquer controle
constitucional da família al-Khalifa que governava o Barein desde 1783.
Um dos principais desafios ao poder do clã apareceu sob a forma de
exigência de que os EUA deixassem imediatamente a base naval dos EUA que
há no Barein.

Deve-se observar que os EUA permanecem no Barein desde 1949. Depois que
as tropas britânicas retiraram-se de lá, a presença norte-americana
aumentou. Legalmente, a assembleia do Barein tinha pleno direito de
exigir que a Marinha dos EUA se retirasse daquela base. Mas o al-Khalifa
que estava no poder dissolveu a Assembleia, dia 26 de agosto de 1975. E
nunca houve lá qualquer democracia, até 2002. Inúmeras vibrantes
instituições sociais civis, como todos os sindicatos, foram esmagadas.

Bem evidentemente, os EUA não estavam preocupados com as vozes e as
aspirações democráticas do povo do Barein; aos EUA só preocupavam seus
próprios interesses, naquele caso, manter lá aquela base militar. O
almirante Crow justificou tudo isso, dizendo que “baseada em princípios
gerais (...) a Marinha [EUA] não deseja abandonar um local onde já está
fixada”. Pode-se dizer que, nesse caso, não houve intervenção “externa” e
que a família al-Khalifa tomou decisão “soberana interna” de dissolver a
Assembleia eleita.

Verdade é que, no Oriente Médio (e por toda a parte) separar
precisamente as linhas internas de externas de ação não é empreitada
simples.

Afeganistão


A ação ocidental de desdemocratizar o Oriente prosseguiu no Afeganistão.
Depois da queda do governo dos Talibã, aconteceu em Bonn, uma
conferência patrocinada pela ONU para decidir o futuro do Afeganistão. O
objetivo declarado foi implantar a democracia e a liberdade das
mulheres no Afeganistão. Deixando sem comentar a questão de se os
delegados afegãos convidados para ir a Bonn seriam representativos da
população afegã, vale lembrar que o líder Abdul Satar Sirat, eleito por
maioria de votos para liderar o governo de transição, foi descartado, e
forçado a ceder o lugar a Hamid Karzai. Até a decisão de implantar a
“democracia” no Afeganistão foi tomada por vias antidemocráticas e
desdemocratizatórias.

O objetivo não era implantar ali alguma democracia; o objetivo era
implantar ali Karzai, “our man”, ansioso para atender ao que o ocidente
exigisse. Uma década depois daqueles eventos, jornalistas como James
Fergusson, autor de A million bullets e Taliban, reclama que Karzai
“absolutamente não dá qualquer sinal de interesse pelos princípios
democráticos”.

Mas quem, afinal, estaria interessado em que Karzai desse algum sinal de
interesse pelos princípios democráticos? O ex-primeiro ministro
australiano John Howard, admitiu depois que o ocidente não desejava
ver-se envolvido na reconstrução do Afeganistão, nem no processo de
‘construir-nação’ nesses locais confusos e difíceis. No Afeganistão, o
principal objetivo eram as intervenções “cirúrgicas”.

Iraque

A história da desdemocratização foi semelhante, também no Iraque. Depois
da invasão ocidental no Iraque, com a queda do governo em Abril de
2003, muita gente, em locais tão diferentes como Mosul (cidade curda),
Samara (cidade de maioria árabe sunita), Hilla e Najaf (ambas cidades
xiitas) e também em Bagdá, organizaram reuniões espontâneas, locais,
pensando em eleger representantes que organizassem a reconstrução, a
segurança, a provisão de uma infraestrutura essencial.

Foi iniciativa popular e democrática no melhor sentido da palavra. Mas
os EUA distorceram todas essas iniciativas democráticas, fazendo anular
as decisões e os planos dos representantes eleitos dos vários conselhos
populares; e, para substituí-los impuseram gente (não eleita) de
confiança dos EUA, inclusive vários membros do (ex-) Partido Baas.

O “porquê” da desdemocratização


Por que o ocidente desdemocratiza o Oriente Médio? Desdemocratiza, penso
eu, porque as elites do poder ocidental veem a região como terra sem
qualquer textura sociocultural diversa e dinâmica, como terra que é, só,
repositório de inúmeros recursos e interesses estratégicos. Por isso, o
ocidente só pensa em manter o Oriente Médio “estável” e “manobrável”.

Em 1984, Robert W Stookey, destacado membro do serviço diplomático dos
EUA (com postos no Oriente Médio e um doutorado em ciência política),
publicou The Arabian Peninsula: Zone of Ferment, editado pela Hoover
Institution da Stanford University. Os livros publicados pela Hoover
Institution eram “preocupados com o envolvimento dos EUA na política
regional e mundial”. Stookey começa assim a Introdução do seu livro:
“Considerando a significação econômica e estratégica de nossos
interesses nacionais, a península Arábica ainda não é bem conhecida do
público em geral.” E foi assim, no quadro conceitual dos interesses
nacionais dos EUA, que ele tornou o Oriente Médio “conhecido” ao seu
público ocidental. A Arábia Saudita, observou Stookey, está na “posse de
um quarto das reservas de petróleo do mundo não comunista”; a Arábia
Saudita, como também o Kuwait, são locais “com petróleo”. Os (então)
dois Iêmens, por sua vez, são locais “sem petróleo”. É bem evidente que o
Oriente Médio só tem algum sentido para Stookey, como espaço que se
divide em áreas “com” e áreas “sem” petróleo.

Essa conceitualização do Oriente Médio foi articulada pelo Reino Unido
imperial, cujo vice-rei da Índia, Lord Curzon, escreveu, no século 19:
“Turquestão, Afeganistão, Transcaspia, a Pérsia – para muitos, essas
palavras só trazem um senso de mundo remoto, ou uma lembrança de
estranhas vicissitudes de romance moribundo. Para mim, confesso, são
peças sobre um tabuleiro de xadrez sobre o qual está sendo jogado um
jogo de dominação do mundo.”

De fato, até a expressão “Oriente Médio” é, ela mesma, imperial.
“Médio”, entre quais dois pontos de localização? E, sim, “oriental”, em
relação a quê? Ao leste de onde? Claramente, é uma designação geográfica
que põe o Oeste, o ocidente, no centro do mundo. No final do século 19,
Alfred Mahan, oficial da Marinha dos EUA inventou a expressão “Oriente
Médio” e usou-a em seu livro The Influence of Sea Power Upon History [A
influência do poder naval sobre a história]. Halford Mackinder, liberal e
imperialista britânico, popularizou, adiante, a expressão.

Argumentei para demonstrar que a conversa segundo a qual o Ocidente
estaria disseminando alguma democracia no Oriente Médio é conversa
fiada. Contra o que o Ocidente diga, apontei aí vários casos em que se
vê que o Ocidente continuamente opera no Oriente Médio para
desdemocratizar, país após país.

Como a Índia, a maior democracia do mundo, desinteressou-se quase
completamente – e indiretamente passou a hostilizar – os movimentos
democráticos no Butão e em Burma, assim também o ocidente tem sido em
larga medida hostil a qualquer movimento de democracia genuína no
Oriente Médio, e há muito tempo trata lá exclusivamente de seus próprios
interesses – geopolíticos e estratégicos – mantendo por lá, sempre
“estáveis”, só os Mubaraks e os Xás.

*É professor de Antropologia Política da Monash University, Austrália. É
autor de Islamism and Democracy in India: The Transformation of
Jamaat-e-Islami (Princeton University Press, 2009).

Fonte: Redecastorphoto. Traduzido pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu

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Mensagem por Vitor mango Ter Abr 10, 2012 12:51 am

não li tudo porque é grande mas o tema é bem interessante

A propósito dos Islão dizia-me um amigo Sueco
Mango os islamitas so teem um livro o Corão e...repare-se na idade media e esticado por ai dentro so se pensava pelas Biblia ...portanto a revoluçao dos povos começa quando enviamos livros para o pessoal ler e para nao ficar esquecido também os judeus seguem fielmente o Thora fanaticamente mesmo esquecendo os ensinamentos da ciencia
Nos dias de hoje já não são os livros mas a NET que pulveriza e harmoniza todas as mentes

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Abr 10, 2012 7:25 am

.
Por que o ocidente desdemocratiza o Oriente Médio? Desdemocratiza, penso
eu, porque as elites do poder ocidental veem a região como terra sem
qualquer textura sociocultural diversa e dinâmica, como terra que é, só,
repositório de inúmeros recursos e interesses estratégicos. Por isso, o
ocidente só pensa em manter o Oriente Médio “estável” e “manobrável”.

Quando eu falo em negociações entre Israel e Palestina, somente a dois, também afirmo sem as comadres. Vou. portanto, ao encontro das afirmações acima, deste professor.

Quanto ao Corão, há muitas opiniões, mas todas elas desaguando numa foz - a Tora. Veja esta, por exemplo


A base para a Bíblia surge de uma tradução forçada da Torá Judaica, no ano 333 a.e.c. ou a.c. iniciada por Ptolomeu IV, que era governador de Alexandria.

A razão foi uma tentativa de tornar popular o principal livro da tradição Judaica, (a Torá) pois o Judaísmo sempre procurou preservar sua cultura, evitando a abertura pública para outros povos.

Esta tradução foi forçada, e envolveu apenas os cinco primeiros livros que em grego são chamados de Pentateuco. - A partir daí ocorreram outras traduções por ocasião de Judeus Helenistas, (algo contra as leis do ortodoxismo Judaico), e quando foram ajuntadas se formou a famosa Septuaginta.

O Corão é um conjunto de recitações do Profeta Maomé, e foram escritos por seus filhos e alguns de seus ilustres discípulos, POIS, o profeta Maomé era analfabeto.

A influência Judaica nas citações de Maomé, o que resultou a tantos personagens da Torá Judaica surgirem no Corão, com toda certeza foi o fato de que Kadija, sua primeira mulher, ter sido Judia.

Pela lei Judaica todo filho de mulher Judia é um Judeu, então os filhos de Maomé eram Judeus, e pelo fato de ajudarem na escrita do Corão, podemos afirmar que Judeus também escreveram o Corão.

In answers



ou também este, de que coloco o link, por se tratar de matéria extensa

http://iabr.oswnet.com/page_29.htm

Será que se pode aqui aplicar o princípio de que pólos de mesmo sinal se repelem, enquanto os de sinal contrário se atraem?!?

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Mensagem por Vitor mango Ter Abr 10, 2012 10:20 am

vamos ao tema

Corao biblia thora e por ai fora sao condutas sociais e apregoar que uma é mais in porque mais velha ...nao resulta ...porque a ciencia escova muito segredos e descobre coisas que demoraram seculos em erro ...que afinal a TERRA andava em volta do SOl e que afinal a MULHER nao é feita de uma costeleta do anão mas sim ambos macho e femea sao gerados pelas mesmas etapas e so a x semanas se da o registo de como vira ao mundo
O mundo nao foi feito em 6 dias com o criador a suar estopinhas e ao fdim da semana totalmente rebentado
A ciencia fala no Big.bang e na quimica com o flirt do hidrogenio e o elio a fazer minerais ( calhaus ferro diamantes e por ai fora

Ora a igreja catolica que na idade media era de um atraso monstro mas... a mesma igreja evoluiu escovando os bookis e....( isto em nada fere os crentes que atribuem ao CRIADOR o amendoim o pastel de nata ou o caroço do pessego

assim sendo o thora o mais velho (pora acaso nem la perto é ) tem necessariamente muito mais erros que os cristaos que xerocaram o que deviam e modernizaram o calhamaço ...quanto aos arabes ...confesso que nunca la
mbi tal tratado

amen

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