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O ministro das finanças

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O ministro das finanças  Empty O ministro das finanças

Mensagem por Vitor mango Seg maio 07, 2012 8:41 am

Sábado, 28 de Abril de 2012
O ministro das finanças
O ministro das finanças  11612003_lQoLI


António de Oliveira Salazar, (Vimieiro de Santa Comba Dão, 28 de Abril de 1889 – Lisboa, 27 de Julho de 1970).
Imagem: «Time», 22/7/1946.


O Sr. Tenente-Coronel Brandão Ferreira pôs na linha esta semana o
ministro das finanças -- o que fala a 33 r.p.m. -- por se ter andado a
comparar com o autêntico.

«
Salazar optou por uma estratégia de fecho do País sobre si próprio.
Durante décadas prescindiu da possibilidade de se financiar nos mercados
financeiros internacionais. A nossa opção (*) é diametralmente oposta»
(«Sol», 23/3/12).


O Sr. Tenente-Coronel Brandão Ferreira responde-lhe no tom e com a
autoridade que há-de merecer um «rapazola deslumbrado» que as profira,
dando-lhe eloquente lição de história comparada.

«
Em 1926 havia dois problemas que estavam à cabeça de todos os
existentes: o problema da bancarrota e o problema da ordem pública (ou
da falta dela) -- talvez o Sr. ministro não tenha ideia, mas Lisboa
assemelhava-se à Bagdad dos últimos anos.
A Ditadura Militar foi
tratando da ordem pública (sem o que não se consegue fazer nada), mas
foi incompetente para resolver o problema financeiro. [...] Por isso
foram buscar, novamente, o tal professor de Coimbra. O filho do caseiro
do Vimieiro tinha fama de competente mas, também, de pessoa séria, que é
um título que os homens públicos hodiernos têm dificuldade em ostentar.

[...] Obteve um sucesso extraordinário, criando um "superavit" nas
contas em menos de dois anos. [...] Logo a partir de 1935 conseguiu
reunir os fundos suficientes -- mesmo estando "fechado sobre si mesmo"
-- para investir na economia que nunca mais parou de se desenvolver até
atingir um crescimento de 6,9 por cento ao ano, em 1973 (no Ultramar era
ainda superior) [...] Quando morreu viraram-lhe os bolsos e só
descobriram cotão e meia dúzia de contos, que ele amealhara para os seus
gastos pessoais.
Os senhores, agora, são ávidos de tudo e não dão
o exemplo de nada [...] O regime político pós-1974/5 e os órgãos do
Estado que o serviram nada conseguiram fazer com mais-valias por si
geradas, apenas conseguiram fazer coisas com o dinheiro de outros e a
mando de outros. E o recurso aos mercados, que o ministro das finanças
tanto gaba, apenas serviu para, agora, termos uma dívida... colossal!
Belo saldo.

Resta acrescentar que, sendo a dívida actual muito superior à de 1926, o
País não foi afectado por nenhuma guerra nos últimos 37 anos e que, à
excepção de greves, tem gozado de paz social [...]
Não foi assim no final dos já longínquos anos 20.

Portugal teve que atravessar o "crash" financeiro da Wall Street, de
29, seguido da crise da libra (a que nós estávamos ligados), que se
prolongou pelos anos 30; e depois apanhámos em cheio com a Guerra Civil
de Espanha, logo seguida da II Guerra Mundial [...]
Por isso, Dr.
Gaspar, quando balbuciar o nome do Estadista Salazar, comece por se pôr
em sentido, depois ajoelhe e a seguir faça um acto de contrição. E fale
só do que saiba.»




Isto é só um respigado de «O ministro das Finanças meteu-se com
Salazar!», publicado n' «O Diabo» em 24 de Abril. O Sr. Tenente-Coronel é
eloquente e magistral. Recomendo a leitura do artigo todo, em voz alta e à família. Especialmente aos mais novos.

----
(*) «Nossa opção» é plural majestático?! Muito apropriado.




Escrito com Bic Laranja às 14:45
Verbete | Comentar | Comentários (10) |

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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
O ministro das finanças  Batmoon_e0
Vitor mango
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