"Ministro das Finanças fica mal no retrato, mas a culpa é do primeiro-ministro

"Ministro das Finanças fica mal no retrato, mas a culpa é do primeiro-ministro"

08 Abril 2012 | 22:43

Diogo Cavaleiro - diogocavaleiro@negocios.pt





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Vítor Gaspar teve de se
desmentir para não desmentir Passos Coelho, o verdadeiro culpado pela
polémica dos subsídios de Férias e de Natal, segundo Marcelo Rebelo de
Sousa.
Marcelo
Rebelo de Sousa defendeu, hoje, que a última semana não correu bem ao
Governo, sobretudo devido às contradições no que diz respeito ao
regresso dos vencimentos dos 13º e 14º mês. A culpa é de Passos Coelho,
opinou.

“O ministro das Finanças fica mal no retrato, mas a
culpa é do primeiro-ministro”, considerou o comentador no seu espaço
habitual no Jornal das Oito, da TVI.

Primeiro, Vítor Gaspar afirmou que a suspensão dos chamados subsídios
de Férias e de Natal, anunciados pelo Governo em Outubro do ano passado,
seria uma medida temporária para 2012 e 2013. Uma versão que foi
corroborada, ao longo dos últimos meses, por vários membros do
Executivo. Marcelo afirmou que o Governo “sempre disse” que a medida
“era por dois anos”.

Contudo, esta semana, Passos Coelho veio,
em entrevista à “Rádio Renascença”, declarar “o contrário do que disse o
ministro”, quando falou em reposição, "gradual", dos subsídios em 2015.


E, nesse sentido, Vítor Gaspar não podia ir ao Parlamento
desmentir o primeiro-ministro. Razão pela que teve, segundo Marcelo, de
admitir um “lapso” da sua parte, dizendo que 2014 se segue a 2015 e que
2015 é o ano que se segue a 2014. “Metade do Parlamento riu-se, metade
ficou de boca aberta com o Governo”, disse no comentário na TVI. É por
esse motivo que diz que a culpa da má gestão política do caso foi de
Passos Coelho.

“Como se não bastasse, Passos Coelho fala a um
jornal alemão e diz ‘temos dúvidas que regressemos aos mercados em
2013’”, comentou Marcelo. “Dúvidas temos todos”, declarou. Mas o facto
de ser o líder do Executivo dá indicações aos mercados financeiros de
que é o próprio primeiro-ministro que pensa que “isto está a correr
mal”.

E é na declaração de Miguel Relvas,
ministro Adjunto, que Marcelo Rebelo de Sousa considerou ter havido uma
boa gestão política desta crise. “Miguel Relvas foi o único que geriu
bem politicamente esta semana”, argumentou.

O que fica desta
situação para os portugueses?, questionou-se. Lançou várias hipóteses:
Ou o Governo não sabe gerir politicamente estas situações, ou a situação
do país está pior do que o antecipado – e o Executivo vai deixando cair
más notícias “aos bochechos” – ou “não sabem o que andam a fazer”.