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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Sáb Out 18, 2008 10:44 am

18-10-2008 - 10:48h«Cunhal fez mais anticomunistas em 1975 do que Salazar»
Freitas do Amaral considera que a «agitação comunista incluiu «uma lavagem ao cérebro dos portugueses», mas acabou por se virar contra o PCP
Por: Redacção / - LM Vota 12345Resultado 123452 votos






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Pela forma como actuou em 1975, o líder histórico do PCP Álvaro Cunhal «fez mais anticomunistas em Portugal num ano do que Salazar» em quatro décadas, afirma Freitas do Amaral, no segundo volume das suas memórias políticas.

«Os comunistas são de facto perigosíssimos. Quem os conhecia bem era o Salazar. Mas Álvaro Cunhal, pela forma como actuou em 1975, fez mais anticomunistas em Portugal num ano do que Salazar com a sua propaganda anticomunista em 40 anos», escreve o Professor de Direito e ex-ministro de Estado do Governo de José Sócrates, citando o antigo presidente do PS António Macedo.

No volume «Transição para a Democracia», que será colocado à venda na próxima segunda-feira e a que a Lusa teve acesso, Freitas acusa o PCP de ter querido impor em Portugal um regime de «inspiração e modelo comunista, mas com muito folclore e anarquia pelo meio» e revela que Mário Soares quis incluir o PCP no acordo que em 1978 levou ao CDS ao poder em coligação com os socialistas.

O ex-líder do CDS considera que a agitação comunista, que incluiu «uma lavagem ao cérebro dos portugueses» através dos órgãos de Comunicação Social, acabou por se virar contra o PCP, possibilitando a vitória daquilo que classifica como «o Bloco democrático», que incluía o PS, PSD, CDS, a Igreja Católica, a Confederação dos Agricultores Portugueses e os militares «adeptos de um regime democrático autêntico», nomeadamente o chamado «Grupo dos Nove», onde pontificava Melo Antunes.

«O sentimento anticomunista, em regra privativo da direita, penetrou até ao âmago do Partido Socialista, cuja ala mais à esquerda (Lopes Cardoso, Manuel Alegre e tantos outros) não poupou, então, críticas ao PCP, denunciando a sua tentativa de tomada do poder por via insurreccional», conta Freitas.

Foi a convicção de que o Bloco Democrático acabaria por sair vitorioso da batalha com os comunistas que levou Freitas do Amaral a conduzir o CDS a uma aliança com o PS de Mário Soares em finais de 1978, na sequência da queda do I Governo Constitucional.

O acordo entre os dois partidos foi proposto por Mário Soares, que, revela agora Freitas, queria incluir o PCP num «compromisso social de mera incidência parlamentar». A ideia do fundador do PS só não foi para a frente devido à feroz oposição do CDS. «Nós não podemos aceitar qualquer compromisso vosso [dos socialistas] com o PCP. Já é difícil, para muitas bases do CDS, engolir um acordo com o PS; agora com o PS e com o PCP, é impossível», argumentou Freitas.

PS queria coligação com o CDS até 1980, diz Freitas

No livro, Freitas do Amaral conta pela primeira vez aquilo que considera ser «uma conversa extraordinária» que manteve com o presidente do PS, Almeida Santos, nos dias que antecederam a ruptura da coligação.

Na sua versão, Almeida Santos terá proposto que a coligação se prolongasse até 1980. «E, aí, o PS e o CDS, ambos no Governo, apoiariam conjuntamente a candidatura do Mário Soares à Presidência da República. Ele seria eleito com a maior facilidade; o Eanes talvez nem se recandidatasse. Com o Mário eleito, o Prof. Freitas do Amaral seria por ele nomeado Primeiro-Ministro e chefiaria por quatro anos, pelo menos, um governo baseado numa coligação formal PS-CDS».

Freitas do Amaral conta que rejeitou a proposta imediatamente. Mas 30 anos depois considera que se sentiu lisonjeado «e honrado» com a proposta de Almeida Santos, e que continua sem saber se terá feito bem «em recusar aquela proposta extraordinária».
RONALDO ALMEIDA
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