A lição de um conservador
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A lição de um conservador
A lição de um conservador
John G. Roberts/Foto AP
John G. Roberts, o presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos,
nomeado para aquele cargo pelo ex-Presidente George W. Bush, e tido
como um homem conservador, deu uma lição muito importante de justiça e
de equidade ao viabilizar constitucionalmente a polémica lei da saúde de
Barack Obama.
Num Supremo literalmente dividido entre correntes progressista e
conservadora, muitos esperavam que Roberts fosse agir em consonância com
o seu enquadramento ideológico.
No final de Março, o Diplomata escrevia o
seguinte sobre esta questão: "Actualmente, o Supremo é composto por
quatro juízes mais liberais, e que já deram a entender que apoiam a
medida, e por outros tantos de pendor mais conservador, que já
manifestaram o seu descontentamento por alguns aspectos constitucionais
da lei. Perante este cenário de empate, é muito provável que seja o
presidente do Supremo Tribunal, John G. Roberts, a decidir o futuro da
importante lei de Obama. Para já, as indicações dadas por Roberts não
são animadoras para a Casa Branca."
E, efectivamente, com a votação empatada a 4 votos para cada lado,
acabou por ser Roberts a decidir o lado vitorioso. Aquele que,
certamente, os conservadores não esperariam. A este propósito o site
Politico escrevia o seguinte: "By voting to uphold President Barack
Obama’s health care law, Roberts shocked conservatives who thought they
could rely on him to help sink Obama’s signature legislative
accomplishment."
Apesar da sua aprovação, Roberts não deixou de ter sentido crítico ao
identificar algumas fragilidades da lei. Mas como o próprio disse: “As
between two possible interpretations of a statute, by one of which it
would be unconstitutional and by the other valid, our plain duty is to
adopt that which will save the act.”
Roberts considerou a "Obamacare" uma lei "boa o suficiente". E às
vezes é disso que as sociedades precisam. Não de leis perfeitas e de
aplicação duvidosa, mas de leis que sejam boas o suficiente de forma a
melhorarem a vida dos seus cidadãos. Roberts percebeu isso.
Texo publicado originalmente no Forte Apache.
tags: barack obama, eua, john g. roberts, obamacare, supremo tribunal
Publicado por Alexandre Guerra às 18:56
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John G. Roberts/Foto AP
John G. Roberts, o presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos,
nomeado para aquele cargo pelo ex-Presidente George W. Bush, e tido
como um homem conservador, deu uma lição muito importante de justiça e
de equidade ao viabilizar constitucionalmente a polémica lei da saúde de
Barack Obama.
Num Supremo literalmente dividido entre correntes progressista e
conservadora, muitos esperavam que Roberts fosse agir em consonância com
o seu enquadramento ideológico.
No final de Março, o Diplomata escrevia o
seguinte sobre esta questão: "Actualmente, o Supremo é composto por
quatro juízes mais liberais, e que já deram a entender que apoiam a
medida, e por outros tantos de pendor mais conservador, que já
manifestaram o seu descontentamento por alguns aspectos constitucionais
da lei. Perante este cenário de empate, é muito provável que seja o
presidente do Supremo Tribunal, John G. Roberts, a decidir o futuro da
importante lei de Obama. Para já, as indicações dadas por Roberts não
são animadoras para a Casa Branca."
E, efectivamente, com a votação empatada a 4 votos para cada lado,
acabou por ser Roberts a decidir o lado vitorioso. Aquele que,
certamente, os conservadores não esperariam. A este propósito o site
Politico escrevia o seguinte: "By voting to uphold President Barack
Obama’s health care law, Roberts shocked conservatives who thought they
could rely on him to help sink Obama’s signature legislative
accomplishment."
Apesar da sua aprovação, Roberts não deixou de ter sentido crítico ao
identificar algumas fragilidades da lei. Mas como o próprio disse: “As
between two possible interpretations of a statute, by one of which it
would be unconstitutional and by the other valid, our plain duty is to
adopt that which will save the act.”
Roberts considerou a "Obamacare" uma lei "boa o suficiente". E às
vezes é disso que as sociedades precisam. Não de leis perfeitas e de
aplicação duvidosa, mas de leis que sejam boas o suficiente de forma a
melhorarem a vida dos seus cidadãos. Roberts percebeu isso.
Texo publicado originalmente no Forte Apache.
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