O 1O JUNHO VISTO DA LONGINQUA ASIA
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O 1O JUNHO VISTO DA LONGINQUA ASIA
10 de Junho: lembrando o meu avô que se sacrificou por Portugal
O
avô morreu inesperadamente em 10 de Agosto de 1955, aos quarenta e oito
anos de idade, vitimado por uma embolia causada por uma injecção mal
dada. Estes homens do mato, isolados e entregues a um microcosmos de
sociedade europeia, insistiam na troca de correspondência, mesmo que
esta fosse endereçada a alguém residindo a dois passos de casa. Era um
escape de urbanidade, um desejo de "algo que fique". Neste 10 de Junho
de 2013, aqui deixo aquele que decerto foi um dos seus últimos textos, a
carta que ainda sem o poder saber, seria de despedida aos amigos e
colegas de hobby.
Permanecendo ainda hoje naquela terra que considerava sua, este avô
está sepultado em Lourenço Marques, no cemitério onde também jazem a sua
mãe e dois dos seus irmãos.
Publicada por Combustões à(s) 10.6.13 Sem comentários:
09 Junho 2013
Não desconsiderando as sagradas barbas de Camões
Não
desconsiderando o estro glorioso nem as sacratíssimas barbas de Camões,
o 10 de Junho - invenção romântica - devia dar lugar ao Dia da Pátria e
dessa Liberdade que quer dizer "Nós Somos Livres", que só o 1º de
Dezembro corporiza. O Terreiro do Paço vazio - ali já não há soldados
enxutos que a peito nu e a tiros haviam defendido a pátria - foi
substituído por fruste encenação em que as cruzes, os crepes de honra e
as lágrimas de gratidão pelos caídos foram trocados na barganha do
favoritismo. Uma cruz antiga valia 100 destes barões, um toque de
silêncio 1.000 palavras de fingido patriotismo, os estandartes de
vitórias e derrotas 10.000 talheres dos banquetes que hoje e amanhã
farão a encenação possível para uma data que já ninguém sente.
Reduzidos
fisicamente, reduzidos animicamente, caídos em protectorado, não sei
que patriotismo rubro-verde é esse a que se agarram os centos de
comensais e palradores destas festividades encomendadas, sem povo, sem
heróis, sem feitos nem esperança. Portugal precisava de um Rei que
unisse, de governantes que dessem o exemplo e a ordem de comando, de um
povo unido que se sentisse mandatado para novos feitos. Sobre nós caiu o
miserabilismo, a pequenez na ambição, a insignificância dos objectivos.
Portugal não precisa de lutar contra a crise. A crise é o Portugal
contemporâneo e dela só sairemos quando o verdadeiro patriotismo -
aquele que não aflora nas palavras, mas crepita nos corações - nos der
um rumo novo.
Publicada por Combustões à(s) 9.6.13 Sem comentários:
O
avô morreu inesperadamente em 10 de Agosto de 1955, aos quarenta e oito
anos de idade, vitimado por uma embolia causada por uma injecção mal
dada. Estes homens do mato, isolados e entregues a um microcosmos de
sociedade europeia, insistiam na troca de correspondência, mesmo que
esta fosse endereçada a alguém residindo a dois passos de casa. Era um
escape de urbanidade, um desejo de "algo que fique". Neste 10 de Junho
de 2013, aqui deixo aquele que decerto foi um dos seus últimos textos, a
carta que ainda sem o poder saber, seria de despedida aos amigos e
colegas de hobby.
Permanecendo ainda hoje naquela terra que considerava sua, este avô
está sepultado em Lourenço Marques, no cemitério onde também jazem a sua
mãe e dois dos seus irmãos.
Publicada por Combustões à(s) 10.6.13 Sem comentários:
09 Junho 2013
Não desconsiderando as sagradas barbas de Camões
Não
desconsiderando o estro glorioso nem as sacratíssimas barbas de Camões,
o 10 de Junho - invenção romântica - devia dar lugar ao Dia da Pátria e
dessa Liberdade que quer dizer "Nós Somos Livres", que só o 1º de
Dezembro corporiza. O Terreiro do Paço vazio - ali já não há soldados
enxutos que a peito nu e a tiros haviam defendido a pátria - foi
substituído por fruste encenação em que as cruzes, os crepes de honra e
as lágrimas de gratidão pelos caídos foram trocados na barganha do
favoritismo. Uma cruz antiga valia 100 destes barões, um toque de
silêncio 1.000 palavras de fingido patriotismo, os estandartes de
vitórias e derrotas 10.000 talheres dos banquetes que hoje e amanhã
farão a encenação possível para uma data que já ninguém sente.
Reduzidos
fisicamente, reduzidos animicamente, caídos em protectorado, não sei
que patriotismo rubro-verde é esse a que se agarram os centos de
comensais e palradores destas festividades encomendadas, sem povo, sem
heróis, sem feitos nem esperança. Portugal precisava de um Rei que
unisse, de governantes que dessem o exemplo e a ordem de comando, de um
povo unido que se sentisse mandatado para novos feitos. Sobre nós caiu o
miserabilismo, a pequenez na ambição, a insignificância dos objectivos.
Portugal não precisa de lutar contra a crise. A crise é o Portugal
contemporâneo e dela só sairemos quando o verdadeiro patriotismo -
aquele que não aflora nas palavras, mas crepita nos corações - nos der
um rumo novo.
Publicada por Combustões à(s) 9.6.13 Sem comentários:
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117530
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